A atuação do professor como mediador no processo de inclusão social da criança com autismo

Janaína Nascimento Souza Saburido
UAA, Brasil

A atuação do professor como mediador no processo de inclusão social da criança com autismo

Revista Internacional de apoyo a la inclusión, logopedia, sociedad y multiculturalidad, vol. 2, núm. 3, pp. 41-55, 2016

Universidad de Jaén

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Recepção: 08 Março 2016

Aprovação: 30 Maio 2016

Resumo: A escolha pela pesquisa teve um motivo especial o de ser mãe de uma criança autista, contudo, do interesse maior de aprofundar os conhecimentos teóricos e práticos para auxili=-pólçk;r no desenvolvimento e aprendizagem das crianças autistas. No que diz respeito ao campo científico, mesmo sendo estudado a mais ou menos seis décadas, ainda é considerado como um distúrbio do desenvolvimento humano, diante disso, criam-se divergências e questinamentos sobre a temática. Nos días atuais o “autismo” vem sendo percebido de forma diferenciada o qual envolve características, síntomas e diagnóstico. Desta forma, o “autismo” passou a ser mais conhecido e divulgado, porém, ainda surpreende pela diversidade. Havendo assim, uma necessidade de aprofundar os conhecimentos teóricos e práticos no que se refere ao universo do autista. Dessa forma, vários autores trazem esclarecimentos sobre o comportamento atípico do aluno autista, contribuindo para a desmistificação, pois, este não segue um padrão e sim um espectro uma maneira diferente de ser. Para nortear o estudo o objetivo que busca analisar a atuação do professor como mediador no processo de inclusão da criança autista, verificando o comportamento do professor frente ao desafio na aprendizagem da criança autista no ambiente escolar, observando as estratégias pedagógicas utilizadas pelo educador para mediar o processo de inclusão da criança autista em sala de aula, no intuito de avariguar se a criança autista está sendo inclusa no ambiente escolar e respeitada em suas variações emocionais. Palavras - Chave: Inclusão; autismo; atuação do professor

Resumen: La elección de la investigación tenía una razón especial por ser la madre de un niño autista, Sin embargo, de mayor interés para profundizar en el conocimiento teórico y práctico para Auxili = -pólçk; r en el desarrollo y aprendizaje de los niños autistas. En relación con el campo científico, aun en estudio cerca de seis décadas, sigue siendo considerado como un trastorno del desarrollo humano, antes de eso, se crea diferencias y cuestionamientos sobre el tema. En nuestros días, el "autismo" se ha percibido de forma diferente que implica características, síntomas y diagnóstico. Por lo tanto, el "autismo" se ha convertido y mejor conocido y se describen, sin embargo, todavía sorprendido por la diversidad. Por tanto, existe una necesidad de profundizar en el conocimiento teórico y práctico sobre el universo autista. De este modo, varios autores exponen una aclaración sobre el comportamiento atípico de la persona autista, lo que contribuye a la desmitificación, por lo tanto, no sigue un patrón, pero un espectro de una manera diferente de ser. Para guiar el estudio el objetivo que pretende analizar el papel del profesor como mediador en la inclusión de proceso de los niños autistas, comprobando el comportamiento opuesto maestro para el desafío en el aprendizaje de los niños autistas en el entorno escolar, la observación de las estrategias de enseñanza utilizadas por el educador para mediar proceso de integración de los niños autistas en el aula, con el fin averiguar del niño autista está siendo incluido en el entorno escolar y respetado en sus variaciones emocionales. Palabras- Clave: Inclusión; autismo; actuación del maestro 1.-INTRODUÇÃO.

A atuação do professor como mediador no processo de inclusão social da criança com autismo.

1.-INTRODUÇÃO.

Na atualidade, as discussões acerca do “autismo” envolve as caracteristicas, sintomas, diagnóstico e o desenvolvimento do “autismo” mesmo que tem sido mais conhecido e divulgado, ainda, surpreende pela diversidade. Havendo assim, uma necessidade de aprofundar os conhecimentos teóricos e práticos no que se refere ao universo autista. Dessa forma, vários autores trazem esclarecimentos sobre os comportamentos atípicos, contribuindo para a desmistificação do autismo, pois, este não segue um padrão e sim um espectro uma maneira diferente de ser. No campo científico o autismo vem sendo estudado há quase seis décadas, no qual considera como sendo um distúrbio do desenvolvimento humano, contudo, ainda permanecem algumas divergências e questões a serem respondidas. A primeira associação para autistas no Brasil surgiu há dezoito anos, o autismo era conhecido por um pequeno grupo de pessoas, dentre eles estavam um número restrito de médicos e profissionais da área de saúde, como também por alguns pais que surpreendidos mediante o diagnóstico de autismo dos seus filhos.

Entretanto, nos últimos tempos houve um aumento no número de diagnósticos cada vez mais precoce. Embora o autismo seja um problema de tantas faces, as suas questões fundamentais envolve o desenvolvimento da criança que vem sendo cada vez reconhecidas tendo mais facilidade por um número maior de pessoas. Talvez por esse motivo o fenômeno “autismo” mudialmente conhecido como casos raros passa ser colocado como comum. Pois, quanto mais cedo estimular a criança, ela poderá desenvolver-se no âmbito social e familiar, e na medida que aprende com a troca social desperta-se para novos aprendizados superando dia a dia suas limitações. Dai a importância do diagnóstico e o tratamento mais precoce do autismo faz com que a criança consiga estabelecer as relações sociais dentro do ambiente familiar e escolar. Neste direcionamento, vale ressaltar a necessidade das instituições e os professores estarem integradas às estratégias metodológicas sob uma perspectiva inclusiva da criança autista, com profissionais aptos a atender as necessidades desses educandos.

O objetivo da pesquisa busca analisar a atuação do professor como mediador no processo de inclusão da criança autista. Verificar o comportamento do professor mediante este novo desafio na aprendizagem da criança autista no ambiente escolar. Observar quais as estratégias pedagógicas pode ser utilizadas pelo educador para mediar o processo de inclusão da criança autista em sala de aula. Investigar a inclusão da criança autista no ambiente escolar, se está sendo respeitada suas variações emocionais com atividades de socialização que facilite sua interação. Sendo assim, faz-se um questionamento até que ponto a atuação do professor como mediador pode favorecer o processo de inclusão da criança autista, auxiliando dessa forma no seu desenvolvimento e aprendizagem dentro do ambiente escolar? As práticas pedagógicas adotadas pelo professor, em sala, são adequadas ao aluno autista? Desse modo, o estudo visa confirmar ou não as hipoteses levantadas sobre a temática abordada e se, as escolas promovem de forma adequada a inclusão da criança autista. Os profissionais possuem qualificação para proporcionar o desenvolvimento e o avanço da aprendizagem da criança autista. A escolha pela temática se deu em virtude da autora desse estudo ser mãe de uma criança autista. Despertando assim, o interesse mediante a necessidade de apronfundar os conhecimentos teóricos e práticos para auxiliar no desenvolvimento e aprendizagem da criança autista. Pois, sabe-se que na realidade o sistema educacional vigente a maioria das instituições de ensino e os profissionais desconhecem a importância do ambiente escolar como instrumento facilitador para a inclusão e o desenvolvimento do autista.

2.-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

2.1.-Conceito de Autismo.

A primeira vez que o termo autismo foi utilizado em 1911, por Bleuler, para caracterizar a perda de contato com a realidade que consequetemente acarretava prejuizos e dificuldades à comunicação. Segundo Belisário & Cunha (2010) o médico austríaco radicado nos Estados Unidos da América, Leo Kanner em 1943 realizou um estudo no qual observou onze crianças que passaram a ser analisadas por ele, fornecendo fundamentos para escrever um artigo sobre esse assunto: "Os transtornos autistas do contato afetivo". O psiquitra diferenciou o autismo de outras psicoses graves na infância, constatou que estas apresentavam um quadro clínico considerado raro, em que a desordem fundamental era a incapacidade de se relacionar com outras pessoas. Ainda com base nos estudos de Kanner, dentre os aspectos que chamou a atenção do médico pode-se citar a identificação que caracteriza como traço fundamental do autismo a "incapacidade para relacionar-se normalmente com as pessoas e as situações". (Belisário & Cunha, 2010 apud Kanner, 1943, p. 20). Conforme descrição de Kanner sobre o autismo, os autores apontam alguns prejuízos para a pessoa autista dentre elas estão: As relações sociais e afetivas, como a comunicação e a linguagem, as mudanças no ambiente, a rotina, a memória e a hipersensibilidade a estímulos.

Em relação aos prejuízos dos aspestos sociais e afetivos, onde a criança apresenta desde o início uma extrema solidão, na medida do possível, desconsiderando, ignorando ou impedindo tudo que vem do ambiente externo. O contato físico direto e os movimentosou ruídos que ameaçam romper a solidão são tratados como se não estivessem ali, ou, não bastasseisso, são sentidos dolorosamente como uma interferência penosa. (Kanner, 1943, p. 25). A comunicação e a linguagem, ainda de acordo com Kanner há uma ausência de linguagem (mutismo) em algumas crianças, seu uso estranho mas que a possuem, a presença de ecolalia, aparentando um quadro de surdez em algum momento do desenvolvimento com a falta de emissões relevantes. Para a criança autista as mudanças no ambiente e a rotina, podem causar grandes impactos negativos, pois, "é governada por um desejo ansiosamente obsessivo por manter a igualdade, e que ninguém, a não ser a própria criança, possa romper em raras ocasiões" (Kanner, 1943, p. 22).

O autismo é uma desordem que envolve um prejuízo no desenvolvimento na área da interação social recíproca tanto, isoladamente quanto associada a prejuízo de outras funções psicológicas, pressupõe assim, a ideia chamada de continuun ou spectruun. Para Wing (1988) esta ideia está relacionada a existência de alterações comportamentais que se apresentam em graus variados de tipos de severidade. Isto reflete uma mudança importante sobre o autismo, este deixa de ser considerado um quadro específico e único para ser considerada uma síndrome que comporta subtipos variados. O Instituto Autismo & Vida – IA&V (2015) é uma organização sem fins lucrativos, que atende a pais, familiares, colaboradores e sociedade em geral, apoiando à produção do conhecimento e da defesa dos direitos da pessoa com autismo, visando promover e divulvgar informações sobre pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo. Como também imaturidade, atraso ou ausência da linguagem e fala, certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Restrição na compreensão de ideias, não consegue associar palavras ao significado. Anomalias no relacionamento com os objetivos, fatos e pessoas. Respostas não condiz com a faixa etária, o uso objetos e brinquedos indevidamente.

O Instituto Autismo & Vida – IA&V (2015) aponta a definição do autismo com base no DSM-IV - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios mentais (2002) no qual define como um Transtorno Autista consiste no comprometimento do desenvolvimento da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. Onde as manifestações podem variar dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo. ACID-10 - Classificação Internacional de Doenças (2000) define o autismo infantil como um Transtorno global do desenvolvimento caracterizado pela alteração antes da idade de três anos. Apresentando ainda pertubações nas interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Podendo ainda ser acompanhado de outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (autoagressividade).

2.2.-Classificação diagnóstica para descrever os mesmos sintomas do autismo.

Dentre as classificações mais difundidas encontra-se a “Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10” (1993) que inclue as descrições clínicas e diretrizes diagnósticas, da Organização Mundial da Saúde (1993) e o DSM-IV, da Associação Psiquiátrica Americana (1994), no qual descreve além do autismo, a síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo, a síndrome de Rett e os quadros atípicos ou sem outra especificação. O conhecimento sobre o Transtorno do Espectro do Autismo foi se instalando de maneira gradativamente no Brasil, seja pela divulgação dos conceitos da psiquiatria de Kanner, da psiquiatria infantil francesa ou pela abordagens na área psicanalítica. O surgimento das associações de familiares de pessoas com autismo também foi tardio em todo o país. Assim, a denominação “Transtornos do Espectro do Autismo”, passou a ser utilizados por grupos dos “Transtornos do neuro desenvolvimento” Segundo Assumpção (1995) em 1983 surgia a primeira Associação de Amigos de Autistas do Brasil, a AMA-SP, tendo como principal mentor o Dr. Raymond Rosemberg. Em 1989, essa instituição promoveu o I Congresso Brasileiro de Autismo, cuja segunda edição aconteceria em 1991.

O diagnóstico do transtorno autista é feito de forma clínica, dependendo da especificidade do transtorno a dificuldade ao diagnóstico se torna eminente, levando uma duração de 1 a 2 anos se percebido nos primeiros anos de vida, não existem testes de laboratórios específicos. Quando se ouve a palavra “Autismo”, logo vem à mente a imagem de uma criança isolada em seu próprio mundo, contida numa bolha impenetrável, que brinca de forma estranha, balança o corpo para lá e para cá, alheia a tudo e a todos. Geralmente está associado a alguém diferente de nós, que vive à margem da sociedade e tem uma vida extremamente limitada, em que nada faz sentido. Mas não é bem assim. Esse olhar nos parece estreito demais, quando nós falamos em autismo, estamos nos referindo a pessoas com habilidades específicas e nos fazem refletir sobre quem de fato vive alienado? O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida. Embora os primeiros sinais de Transtorno do Espectro do Autismo se manifestem antes dos 3 anos, é a partir dessa idade que um diagnóstico seguro e preciso pode ser feito, pois, os riscos de uma identificação equivocada (o chamado “falso-positivo”) são menores.

Na 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da

Saúde (CID 10 – OMS) e na 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – APA) o grupo dos “Transtornos Invasivos (ou Globais) do Desenvolvimento” incluem as seguintes categorias diagnósticas:

Tabela 1- Categorias Diagnósticas

CID-10 DSM-IV AUTISMO INFANTIL TRANSTORNO AUTISTA SÍNDROME DE ASPERGER TRANSTORNO DE ASPERGER AUTISMO ATÍPICO TRANSTORNO INVASIVO DESENVOLVIMENTO COM ESPECIFICAÇÃOES (PDD-NOS) DO OUTRAS Importar tabla

Fonte: Brasil, DF. (2013).

Brasil (2013) conforme as categorias diagnósticas citadas acima o autismo infantil é mais comum em meninos em uma proporção de cada 4 meninos para uma 1 menina apresentando sintomas antes dos 3 anos de idade. Os critérios diagnósticos atuais incluem prejuízos persistentes em três áreas dentre eles estão: Interação social recíproca, Comunicação verbal e não-verbal, Repertório de interesses e atividades. Os prejuízos que envolvem a Interação social recíproca a criança pode evitar contato visual, recusando o contato físico, praticamente não demonstrar nenhum interesse a aproximação com outras pessoas, mantendo-se isolado em situações sociais, também não atende quando chamada pelo nome. Porém, é comum que a criança apresente vínculo específico e exagerado com uma pessoa podendo ser o pai, a mãe, um irmão ou mesmo uma babá, apresentando grandes dificuldades para se afastar dela. No entanto, algumas pessoas mais velhas com autismo podem demonstrar interesse por contatos, porém, não compreendem as regras que envolve as relações sociais, sem perceber as necessidades ou o sofrimento do outro. Em outras situações, a aproximação de outras pessoas é “instrumental”, apenas para utilizar uma parte do outro (a mão e o braço, geralmente) para conseguirum objeto ou serem levadas ao lugar que desejam.

Outro prejuizo que envolve o autismo infantil é a Comunicação verbal e não-verbal que interferindo no uso da linguagem e de expressões faciais ou gestos visando a comunicação. Como também as habilidades de imitação, estão ausentes, sendo seriamente prejudicados ou são inadequados e idiossincráticos. Assim, o surgimento da fala pode estar atrasado, e boa parte das crianças não chega a desenvolver fala funcional, apresentando dificuldades em pronunciar ou balbuciar algumas poucas palavras. Pois, quando a fala não aparece até os cinco anos é pouco provável que isso ocorra posteriormente. Geralmente aquelas que falam costumam não usar a primeira pessoa (‘eu’), referindo-se a si na terceira pessoa, apresentando alterações na entonação e o ritmo da fala podem ser estranhos ou monótonos. Em relação ao repertório de interesses e atividades, são restritos e o foco de interesse da criança pode estar exageradamente ligado a um objeto ou atividade específica. Podendo haver um apego e manipulação do objeto selecionado, que nem sempre é um brinquedo e não parece ser usado simbolicamente.

A criança autista apresenta grande preocupação com a manutenção de rotinas, rituais e ordenação de brinquedos ou outros objetos, ficando angustiando diante qualquer alteração. Nos casos mais graves, podem existir vocalizações e movimentos corporais repetitivos no qual pode-se exemplificar: balançar o tronco ou a cabeça, girar o corpo, bater palmas. Ao chegar na adolescência, existe a possibilidade do surgimento de crises convulsivas, piorar a agitação e violência ou, menos comumente, maior apatia e lentidão em crianças que eram mais inquietas. Em relação a sexualidade pode apresentar uma dificuldade associada, com masturbação excessiva (e muitas vezes na frente de terceiros) e aproximações sexuais inadequadas. No entanto, para uma pequena parcela das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo há perda autolimitada, mas permanente, de habilidades de linguagem e declínio cognitivo no período da adolescência.

Brasil (2013) conforme a tabela apresentada anteriormente a síndrome de asperger considerada os espectros do autismo de forma mais leve que engloba as características autistas, exceto quanto à linguagem, que está presente, acompanhada por um bom nível cognitivo. São desajeitadas no contato social, preferindo atividades isoladas, podendo ainda apresentar um apego execessivo por algumas figuras (geralmente familiares). Em virtude das limitações nas atividades podem fazê-las se tornarem “especialistas” em alguma área como: informática, história ou astronomia, demonstrar “memória prodigiosa” em relação a assuntos restritos (calendários, listas telefônicas, etc) ou levá-las a colecionar objetos.

A Síndrome de Asperger é bem mais comum no sexo masculino, numa relação de 8 meninos: 1 menina. Sendo considerada menos comum que o autismo típico. Entretanto, nos últimos anos mediante a popularização desse diagnóstico, possibilitando identificar os indivíduos antes considerados apenas “estranhos”, que demonstram evitação social e às vezes alguma habilidade específica bem desenvolvida. Segundo a Organização das Nações Unidas – ONU (1993), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são acometidas pelo transtorno do autismo, sendo mais comum em meninos que em meninas. Em crianças esse disturbio é mais com que o câncer, a AIDS e o diabets. No qual caracteriza-se pelo conjunto de sintomas que afetam as áreas da socialização, aprendizagem pedagógica, comunicação e comportamento. Entretanto, o maior comprometimento encontra-se nas interações sociais, porém, isso não significa dizer, em absoluto que a pessoa com autismo não consiga e nem possa desempenhar seu papel social de forma bastante satisfatória. Segundo Wright & Chris (2008) informações e com esta tabela de diagnóstico fica mais fácil o dia a dia com a criança autista em sala de aula. Diferenciando caso a caso, tratando cada criança com singularidade respeitando seu diagnostico e seu desenvolvimento. Neste sentido, conforme Paiva Jr. (2011) infelizmente há uma resistência em relação ao diagnóstico do autismo. A escola e o educador sem acesso a estas informações após o resultado do diagnóstico, irá dificultar o desenvolvimento e aprendizagem da criança autista. Dai a necessidade da escola ser um ambiente acolhedor e estimulante, e através deste a criança autista poderá desenvolver-se de maneira satisfatória, auxiliando nas relações interpessoias fazendo com que ela se sinta mais confortável no ambiente escolar.

2.3.-Os desafios da escola em uma perspectiva inclusiva.

Em 2011, durante arealização do III Congresso Baiano de Educação Inclusiva e I Simpósio Brasileiro de Educação Inclusiva, organizados por seis universidades públicas no Estado da Bahia, abordou-se questões que envolvendo a materialização da formação, a prática e a atuação do educador em uma perspectiva inclusiva, resultando na elaboração de uma coletânea organizada por Miranda & Filho (2012) intitulada O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares através de palestras, proferidas por convidados, sob a liderança do Grupo de Pesquisa Educação Inclusiva e Necessidades Educacionais Especiais (GEINE), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia (PPGE/UFBA),em que participaram profissionais de vários estados do Brasil. Assim os autores propuseram uma análise sob a ótica de diferentes experiências construídas a partir de suas trajetórias no campo profissional. Visando aprofundar as reflexões referentes a educação inclusiva, principalmente em relação a formação docente, suas práticas e lugares de atuação, para uma educação especial na perspectiva do novo paradigma inclusivo. Neste sentido, o referido Congresso teve como tema gerador “Educação inclusiva: Prática, formação e lugares” e como objetivo, discutir questões epistemológicas, conceituais, políticas, culturais e ética relativas à educação inclusiva. Neste caso, os desafios fundamentais para a escola em uma perspectiva inclusiva é a formação do professor, que para Fávero (2009) é, justamente, o de repensar e resignificar a própria concepção de educador. Isto porque, o processo educativo consiste na criação e no desenvolvimento de “contextos” educativos que possibilitem a interação crítica e criativa entre sujeitos singulares, e não simplesmente na transmissão e na assimilação disciplinar de conceitos e comportamentos estereotipados. Neste direcionamento, faz-se necessário buscar a escola concreta, onde circundam educandos, educadores, enfim, todos os profissionais compremetidos com ações pedagógicas, atualmente a escola se coloca com o princípio ético da inclusão escolar. No entanto, fazem-senecessárias reflexões sobre a educabilidade, processos de inclusão-exclusão,políticas educacionais, condições de aprendizagem, dentre tantas outras.

As escolas inclusivas favorecem o desenvolvimento de atividades de solidariedadee cooperação e o respeito e valorização das diferenças, o que facilita o desenvolvimento de uma cultura de paz e de sociedades mais justas e democráticas. A educação na diversidade é um meio essencial para desenvolver a compreensão mútua, o respeito e a tolerância, que são os fundamentos do pluralismo, da convivencia e da democracia. Por isso, é fundamental que as escolas, sejam instâncias fundamentais para a socialização dos indivíduos, oferecendo a possibilidade de aprender e vivenciar esses valores. (Brasil/MEC/SEESP, 2005, p. 10). Pois, não se pode abrir mão da ética de que “todos devem estar no jogo”. E para garantir essa aprendizagem, é precisso assegurar o acesso ao currículo escolar, através de práticas pedagógicas diferenciadas que atendam as necessidades de cada educando. Assim, tais circunstâncias tem sido um grande desafio no âmbito educacional. Pois, uma instituição pautada em princípios educacionais inclusivos requer uma demanda professores detentores de conhecimentos teórico-práticos, bem como planejamentos coletivos, estratégias e metodologías de ensino e de processos de avaliação que possibilitem ao educador acompanhar o desenvolvimento de cada aluno que está em sala de aula.

Atualmente o grande desafio para os educadores é construir um espaço escolar onde a diferença, de qualquer natureza, possa “existir”. Mesmo a escola tendo presente grandes tensões e desafios, ela pode se constituir em um espaço de conhecimento capaz de criar alternativas para a garantia de uma proposta de aprendizagem para todos os alunos. Assim, a ação docente no contexto da diversidade, necessário se faz trabalhar com redes de encontros. Envolvendo saberes, fazeres, reflexões, metodologias, estratégias de ensino, recursos, perspectivas avaliativas, pois, dessa forma, estaremos nos constituindo sujeitos coletivos. A educação inclusiva implica uma visão diferente da educação comum, baseada na heterogeneidade e não na homogeneidade, considerando que cada aluno tem uma capacidade, interesse, motivações e experiência pessoal única, quer dizer, a diversidade está dentro do “normal”. Dada essa concepção, a ênfase está em desenvolver uma educação que valorize e respeite às diferenças, vendo-as como uma oportunidade para otimizar o desenvolvimento pessoal e social e para enriquecer os processos de aprendizagem. (Brasil/MEC/SEESP, 2005, p. 10). Segundo Santos (2007) atualmente vive-se o tempo de tradução, isto é, o momento de criar diálogos entre os diferentes conhecimentos e experiências disponíveis neste mundo tão plural e heterogêneo. Nessa perspectiva, no que diz respeito a criança autista faz-se necessário uma reflexão sobre esta realidade vivenciada com poucas oportunidades de acessibilidades a um ensino de qualidade com todo o corpo docente e demais funcionários em suas respectivas funções aprofundando os conhecimentos sobre as necessidades educacionais dessas crianças. Como também as características e comportamentos, pois, estes tem um modo diferente e peculiar, eles compreendem e vêem o mundo da maneira distinta das demais crianças da mesma faixa etária. No entanto, vale ressaltar que poucas instituições de ensino dispõe de uma estrutura de formação apta do atendimento a alunos autistas.

Segundo Ferreira (2011) se desejarmos uma escola em perspectiva inclusiva, os profissionais da educação encontrarão muitos desafios em suas práticas pedagógicas. Pois, receber crianças com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) em sala de aula geralmente causa sempre um grande impacto, mediante a falta de conhecimento por parte dos educadores como desenvolver um trabalho pedagógico. Dessa forma, é preciso que esses prossifionais tenha um olhar diferenciado para então, interpretar e só depois intervir diante dos comportamentos e atitudes dessas crianças. Não basta que eles tenham só um bom senso ou se sensibilize com tal situação, mas principalmente que tenham uma formação adequada com o intuito de atender as necessidades desses educandos, garantindo condições igualitárias para todos ao invés de conduzi-los para o insucesso escolar. No âmbito educacional atualmente as crianças diagnosticadas com Síndrome de Asperger - SA são um dos maiores desafios que os educadores encontram em sala de aula. De modo geral, elas são vistas como “esquisitas e estranhas”, em decorrência das dificuldades de interação social que ela apresenta, tornando-se motivos de brincadeiras inadequadas pelos colegas. Elas não conseguem compreender a subjetividade que envolve as relações humanas, principalmente das regras do convívio social.

Em relação ao aspecto comportamental elas são inflexíveis e demonstram grande resistências a mudanças, em decorrência disso ela estão sujeitas à irritabilidade e são emocionalmente vulneráveis. Entretanto, vale ressaltar que as crianças com SA apresentam constatemente, níveis de inteligência na média ou acima dela, demonstrando grandes habilidades de memorização. Neste contexto, torna-se primordial enriquecer as práticas pedagógicas, assumir um papel inovador no que se refere às estratégias úteis e necessárias para trabalhar com crianças portadoras da Síndrome de Asperger. Para transformar a prática pedagógica é importante rever também a questão da formação do educador. Neste direcionamento Vasconcelos (2001) em seu livro: Resgate do Professor como sujeito de transformação, aponta alguns dos desafios que o professor precisa enfrentar para dar conta do conjunto das questões que envolvem as atividades docentes conforme citado abaixo:

-Capacidade de trabalhar a dialética humanização-desumanização, não só entender de desenvolvimento humano, mas também de infância roubada, de negação de direitos e oportunidades, de truncamentos nos processos educativos, para poder ser professor dos alunos concretos que terá ou tem.

-Capacidade de gerir processos de mudança. Visão política de totalidade, para poder entender as complexas relações da escola com a comunidade e, em especial, com a sociedade. Evidentemente que o professor precisa estar sempre disposto a se rever, buscar, fazer uma autocrítica e se comprometer sempre com a superação de seus limites.

2.4.-O professor como mediador no processo de inclusão da criança Autista.

De acordo com Williams & Wright (2008. p. 45) as informações e o diagnóstico fica mais fácil o dia a dia com a criança autista em sala de aula. Diferenciando caso a caso, tratando cada criança com singularidade respeitando seu diagnóstico e seu desenvolvimento. Infelizmente há famílias que resistem ao diagnóstico do seu filho, o professor sem acesso a estas informações, poderá tornar difícil o desenvolvimento da criança autista, já que um ambiente acolhedor e com estímulos coopera para que o autista se sinta mais confortável no ambiente escolar. Contudo, o professor tem um papel importante nesta nova fase, ele é o vínculo do autista com as outras crianças e a sociedade, seria interessante o uso de estratégias seguras no ambiente escolar buscando informar o que é autismo e quais seus comprometimentos. Nesse movimento, a escola regular precisa se pautar em um trabalho que visa a desenvolver a criança, e não o deficiente, rompendo, assim, com os modelos classificatórios que predeterminam as possibilidades de desenvolvimento da criança a partir de suas supostas limitações. (Araújo, 2007, p 20).

O autista tem suas “fugas” repentinas para o que mais lhe é atrativo trazendo um contentamento pela falta do que ele ainda não sabe pontuar, e o professor precisa orientá-lo a lidar com essa nova fase. Para alguns educadores não será tarefa fácil, haja vista esta nova realidade de inclusão, em que muitos professores não se sentem prontos a atender as necessidades de um aluno com autismo. Os alunos também ganham com a experiência, pois aprenderão junto ao professor a conhecer os desafios que compõem uma sociedade, mudando o sentido do que é a aprendizagem, aprenderão valores que só na troca social se faz presente e contribuirão na vida de um aluno especial dando-lhe também o direito de ser chamado cidadão. A educação da criança com deficiência, como não pode ser uma educação ortopédica, que visa corrigir o defeito para adequar a criança ao meio, nem uma pedagogia menor que investe apenas nos processos elementares do desenvolvimento, mas uma educação social que favorece a criança a desenvolver as funções psicológicas superiores a partir de seu desenvolvimento cultural (Vygotsky, 1997, p. 55).

Com base no exposto acima esta investigação questiona: Se o professor é o orientador? Ele tem consciência desse papel? O professor está capacitado para trabalhar com a criança autista? As práticas pedagógicas adotadas pelo professor, em sala, são adequadas ao aluno autista? Como a escola está preparando e preparada para receber a criança autista? Essa estratégia promove a ampliação de tempos, espaços, oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da educação e de outras áreas, as famílias e diferentes atores sociais, sob a coordenação da escola e dos professores. Contudo a educação integral associada ao processo de escolarização, pressupõe a aprendizagem conectada à vida e ao universo de interesse e de possibilidades de crianças, adolescentes e jovens. O ideal da Educação Integral traduz a compreensão do direito de aprender como inerente ao direito à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade e à convivência familiar e comunitária e como condição para o próprio desenvolvimento de uma sociedade visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.

É de extrema relevância que a escola busque informações a respeito deste aluno para que o professor tenha um conhecimento prévio junto aos pais do dia a dia deste aluno, o que ele gosta mais de fazer e brincar, como se comporta em casa, que tipo de disciplina os pais buscam aplicar em casa, qual sua rotina de estímulos, por quais profissionais (fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, quais esportes a criança faz e etc.) qual o grau de agressividade como por exemplo, se ela costuma se auto-agredir ou se agredir ao outro, se faz uso de medicação. Este tipo de informação é bastante satisfatória para o professor e a coordenação, pois este profissional poderá ir à escola auxiliar com estratégias contribuindo para uma intervenção multidisciplinar, possivelmente haverá momentos que a criança autista mostrará agressividade em decorrência de estímulos e sensações novas produzidas pelas crianças, e a rotina de regras e atividades, será bem mais tranquilo para o professor saber destas questões comportamentais. A mediação pedagógica deve ser intencional, uma ação consciente de mediar e intervir,com o propósito de promover a interação social e a participação na cultura,desenvolver a linguagem e as formas de significar o mundo, e elevar os níveis de pensamento.(Góes, 2002, p 106)

Ainda, o riso inapropriado é uma constante na criança autista, se faz necessário atitudes que venham a inibir sem constrangê-lo, dar-lhe uma direção através de objetos ou brinquedos, mudando o foco, pois estes sorrisos são referentes a momentos que já foram vividos e o faz ser engraçado. “As crianças com autismo podem dar risadas ou até mesmo gargalhadas sem motivo ou totalmente fora do contexto” (Barbosa, 2012, p. 90). Sendo assim elas podem não generalizar regras, talvez ela se comporte mais tranquilamente em casa e não na escola, pode aprender a se comportar, numa situação num determinado ambiente, mas para se comportar num outro, vai ter que reaprender as regras, cada vez é a primeira vez e é preciso sempre lembrá-la de como se comportar, na maior parte do tempo a criança autista fica dispersa,só se concentra em sua preferência jogos,brinquedos, atividades, ou em determinadas partes de brinquedos, como: roda de carrinho, um capacete de boneco etc, elas também preferem brincar só! isso se dá pela falta de iniciativa em começar e manter um dialogo, na dificuldade em partilhar com o outro seus objetos e pertences, na necessidade de manter sua rotina. Neste momento o professor com o apoio de um auxiliar poderá intervir através de matérias didáticos que sejam atrativos e que o estimule a outras ações. O ambiente escolar é algo difícil para o autista onde ele encontrará inúmeros desafios e estímulos por meios de pessoas que ele não conhece, muitas crianças em um só lugar e falando ao mesmo tempo, sensações e emoções novas, um ambiente que despertara reações que para algumas crianças não seriam sentidas da mesma maneira que é para o autista.

A Lei 12.764/12 salienta, no artigo 59,que os sistemas de ensino deverão assegurar os recursos necessários para aprendizado escolar e consequentemente inclusão, o que requer currículos, métodos e técnicas adequadas: Recursos e organização; professores especializados e capacitados para inserção do estudante na vida em sociedade, inclusive dando-lhe condições, sempre que possível, à capacitação para o trabalho. Porém para o autista é mais complexo que para uma criança sem alterações em seu desenvolvimento dentro do esperado. Uma repentina mudança em sua rotina trará emoções e reações com mais intensidade, pois sua sensação de segurança e conforto possivelmente foi ameaçada. Há uma relação diferente entre o cérebro e os sentidos, e as informações nem sempre se tornam em conhecimento. Os objetos não exercem atração em razão da sua função, mas em razão do estímulo que promovem. Assim, uma tesoura passa a ser um objeto de contato sensorial. A criança precisa aprender a função de cada objeto e seu manuseio adequado. (Cunha, 2012, p.31 e 32)

Para as crianças atípicas estas questões de descobertas são consideradas naturais fase da aprendizagem, já na criança autista haverá reações emocionais que serão externadas com crises típicas do autismo, choro inapropriadas, agressividade com ele ou com os colegas apresenta dificuldades na adaptação a escola. Segundo Cunha (2012, p. 35) “estimular a percepção de uma criança ajuda o desenvolvimento de abstrações, pensamentos e ideias”. Há algumas estratégias que podem ser utilizadas inicialmente, que fará o autista ficar mais tranquilo até se habitue a nova rotina como: associar, comparar e interpretar as sensações. Um quadro de rotinas com desenhos que representem as ações facilitará a compreensão, fazer caminhos com os pés desenhados no chão e deixar que o aluno o leve pela mão, pode diminuir a ansiedade e ajudar na entrada e permanência na escola. A coragem de criar passa pela coragem de errar, no sentido de correr o risco de não ter êxito. Embora sem ter alcançado sucesso, uma experiência pode ser muito valiosa e representar um aprendizado significativo e transformador. (Santos, 1999, p. 18). O Autista reconhece o que conhecemos e da um significado, a nomeação de objetos não acontece apenas por palavras, ela também ocorre por sons e gestos, na troca, através de situações que contribuam para o aprendizado, com atividades de pareamento o aluno autista ira entender o igual e o diferente. É de extrema relevância na construção do currículo escolar para o aluno autista, saber e buscar quais habilidades eles precisam conquistar. Sendo assim precisará desenvolver aptidões básicas (higiene pessoal, vestir, calçar entre outras) motoras e acadêmicas (leitura, escrita, matemática entre outros).aos poucos o professor poderá estimular a capacidade de concentração durante as tarefas, pois o que dificulta o aprendizado do aluno autista na vida cotidiana é o déficit de atenção. Um bom planejamento escolar deve trabalhar a parte espacial (espaço físico), a temporal (calendário), a figura funda (discriminação), a ordem sequencial entre outros.

3.-MATERIAL E METÓDO PARA A COLETA DOS DADOS.

A metodologia será de natureza qualitativa e quantitativa, como instrumentos de coleta de dados por meio da observação e entrevista. Bem como a aplicação de um questionário 10 questões fechadas direcionadas aos educadores da rede pública que trabalharam ou trabalharam com alunos autistas. Segundo Portela (2004) a pesquisa qualitativa caracteriza-se pela objetivação do fenômeno, hierarquização das ações descrever, compreeender, explicar, precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno, observância das diferenças entre o mundo social e o mundo natural, respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos, busca de resultados os mais fidedignos possíveis, oposição ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências.

De acordo com a autora a pesquiasa quantitativa os pesquisadores buscam exprimir as relações de dependência funcional entre variáveis para tratarem do como dos fenômenos. Eles procuram identificar os elementos constituintes do objeto estudado, estabelecendo a estrutura e a evolução das relações entre os elementos. Seus dados são métricos (medidas, comparação/padrão/metro) e as abordagens são experimental, hipotético-dedutiva, verificatória. Eles têm como base as metateorias formalizantes e descritivas. Vantagens: automaticidade e precisão, controle de bias e limites: determinação prévia de resultados. Assim, este estudo busca o entendimento no diz respeito a atuação do professor mediando o processo de inclusão da criança autista, como também a interação social desse alunos focalizando a investigação para as práticas pedagógicas utilizadas dentro do ambiente escolar visando o seu desenvolvimento cognitivo e social.

A local da pesquisa será na instituição, bairro do Capanga, pertence a Rede Municipal de Ensino da Prefeitura do Recife, público alvo crianças dos bairros próximos, funciona em dois turnos das séries iniciais ao 6º ano. O estudo será realizado com 13 professores de ambos os sexos, todos com formação superior, com idade entre 26 a 45 anos. Todos os professores dão aulas por, no mínimo, 4 horas diárias a uma média de 6 crianças. A instituição dispõe de 01 sala de recurso multifuncional (AEE), com atividades complementares no contra turno. Para desenvolvimento deste estudo, foi realizado uma pesquisa bibliográfica de vários autores como: Araújo (2007) Assumpção (1995),Barbosa (2012), Belisário & Cunha (2010), Cunha (2012), Favero (2009), Ferreira (2011) e tantos outros, que abordam a temática.

Referências

American Psychiatric Association (APA). (2003).Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR). 4ª edição. Texto revisado. Porto Alegre: Artmed.

Assumpção JR. F. B. (1995). Psiquiatria Infantil Brasileira; um esboço histórico. São Paulo: Lemos.

Barbosa, A.B.S. (2012). O Mundo Singular-Entenda o Autismo. Rio de Janeiro: Objetiva.

Brasil, LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno o Especto Autista. (2015). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm.

Brasil. (2005).Ensaios pedagógicos -Construindo escolas inclusivas. 1. ed. Brasília: MEC, SEESP.

Cunha, E. (2012). Autismo e Inclusão – psicopedagogia e prátgicas educativas na escola e na família. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak.

Góes, M.C.R. (2002). Relações entre desenvolvimento humano, deficiência e educação: contribuições da abordagem histórico-cultural. In: Oliveira, M.K.; Souza, D.T.R.; Rego, T.C. Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea. São Paulo: Moderna.

Kanner, L. (1943). Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, Baltimore, v. 2, p. 217-250.

Santos, B. de S. (2007). Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo.

Vygotsky, L. (1997). Obras Escogidas. Fundamentos de defectologia. Madrid: Visor.

Williams, C., Wright, B. (2008). Convivendo Com Autismo e Sindrome de Asperger. Estratégias Práticas para Pais e Profissionais. São Paulo: M. Books.

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