Investigación
As influências da internet em uma escola pública no município de Matriz de Camaragibe: O uso do laboratório de informática nas escolas públicas
As influências da internet em uma escola pública no município de Matriz de Camaragibe: O uso do laboratório de informática nas escolas públicas
Revista Internacional de apoyo a la inclusión, logopedia, sociedad y multiculturalidad, vol. 3, núm. 1, pp. 39-54, 2017
Universidad de Jaén

Recepção: 01 Novembro 2016
Aprovação: 01 Novembro 2016
Resumo: Este artigo relata a apropriação das ferramentas tecnológicas que a escola dispõe, enquanto acesso e ou auxilio na busca por conhecimento. O objetivo é apresentar as influências da internet na educação e como têm sido usados nos laboratórios de informática nas escolas públicas investigando a influência da internet na melhoria da prática pedagógica, se há eficácia no uso do PROINFO. A pesquisa quali- quantitativa, com caráter exploratório possibilitou uma visão mais ampliada do uso computadores como instrumento de formação da comunidade escolar. Contudo, vale ressaltar que computadores foram instalados nos laboratórios, porém continuam fora de uso, pois a escola ainda está sem internet, resume-se aos desperdícios do dinheiro púbico, da não formação dos profissionais da educação que poderiam intervir de forma mais eficaz na construção do conhecimento dos estudantes.
Palavras-chave: inclusão, digital, internet, qualidade, ensino.
Abstract: This article reports the appropriation of the technological tools that the school has, as access or help in the search for knowledge. The objective is to present the influences of the internet in education and how they have been used in computer labs in public schools investigating the influence of the internet in improving pedagogical practice, if there is efficacy in the use of PROINFO. Qualitative quantitative research, with an exploratory character, allowed a broader view of the use of computers as an instrument for the formation of the school community. However, it is worth mentioning that computers were installed in the laboratories, but they are still out of use, because the school is still without internet, it is the waste of public money, the lack of training of education professionals that could intervene more effectively in construction Knowledge of the students.
Keywords: inclusion, digital, Internet, quality, teaching.
As influências da internet em uma escola pública no município de Matriz de Camaragibe: O uso do laboratório de informática nas escolas públicas.
1.–Introdução.
O presente estudo tem por objetivo analisar e refletir sobre as influências da internet na melhoria da qualidade da educação pública para a formação cidadã dos estudantes contemporâneos, levando em consideração a velocidade do acesso na busca do conhecimento, modificando assim, a forma de agir e de pensar dos indivíduos ativos e participativos, ao tempo em que procura confrontar os debates incisivos que vêm sendo realizados acerca do tema tecnologia e educação, há décadas no Brasil.
Percebe-se, que atualmente o mundo está passando por modificações em todas as áreas da sociedade, pois o ser humano vive em busca de inovações, novas descobertas, novos conhecimentos, enfim, a procura do melhor aprendizado, porque se entende que a internet, quando usada com desvelamento, através de um planejamento zeloso, com intervenções adequadas sempre, proporciona acesso ao mundo inteiro e isso é fundamental para a construção do conhecimento (Bianconcini, 2005, p.72).
O professor que associa a TIC aos métodos ativos de aprendizagem desenvolve a habilidade técnica relacionada ao domínio da tecnologia e, sobretudo, articula esse domínio com a prática pedagógica e com as teorias educacionais que auxiliem a refletir sobre a própria prática e a transformá-la, visando explorar as potencialidades pedagógicas da TIC em relação à aprendizagem e à consequente constituição de redes de conhecimentos.
O avanço dessas ferramentas levou a sociedade contemporânea estudantil a adotar um novo perfil, provocando nos educadores (as) o desafio de se estabelecer enquanto internautas para acompanhar o desenvolvimento desenfreado das tecnologias e melhor contribuir com a construção do conhecimento dos estudantes, dos quais, a formação está sob sua responsabilidade. Já faz tempo em que o lápis e o papel eram as únicas ferramentas para escrever dentro ou fora das instituições de ensino. Sugiram as máquinas de datilografia, os computadores e, as tecnologias continuam avançando a cada dia, criando novas possibilidades, como afirma (Souza, p.01, 2014)
O desafio do professor frente às novas tecnologias digitais é grande, pois os alunos se apresentam, na maioria das vezes, mais espertos e “atualizados” que o próprio professor, precisando, neste contexto de mudanças, estar preparado para orientar os educandos sobre onde colher informações, como tratá-la e como utilizá-las.
Portanto, a internet pode ser considerada para a educação, o mais importante e abrangente meio de aprendizado do mundo, pois através dela, se podem buscar, virtualmente, as mais longínquas fontes de conhecimentos e tornar mais agradável o estudo.
2.-A educação à distância (EAD) Formação resgate da sua história.
Com o passar dos anos, a Educação a Distância foi evoluindo e, fazendo uso dos avanços tecnológicos, podendo ser considerada uma das maiores superações da humanidade. Pode-se observar o aumento anual das ofertas de cursos nas instituições de ensino superior, públicas e privadas. Estabeleceram-se leis, através do Governo Federal que deram legalidade a EAD a partir de 1996 e políticas públicas sendo implementadas no Brasil, que continuam sendo aprimoradas, trazendo oportunidades a milhões de brasileiros.
A EAD teve início com o rádio que, com programações educacionais, começaram a contribuir significativamente para a formação intelectual de milhões de pessoas no mundo inteiro e no Brasil, com a relevante contribuição de Edgard Roquete Pinto, membro atuante da Academia Brasileira de Ciências, autor da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, no ano de 1923, tendo com o principal objetivo, propagar a educação, que anos depois, se tornou a Rádio do MEC.
Atualmente a Educação à Distância, é uma modalidade de ensino com condições eficientes de atender com educação inicial e continuada a grande demanda brasileira daqueles (as) que não foram contemplados (as) com possibilidades de frequentar a escola em tempos apropriados e, de promover formação permanente com milhões de conhecimentos atualizados, em velocidades surpreendentes, propiciando a superação do tempo e das barreiras geográficas no sentido de atender as necessidades dos estudantes de acordo com as exigências dos avanços das tecnologias.
Para validar e fundamentar a modalidade de Educação à Distância, a LDB, estabelece as normas de funcionamento no seu artigo 1º e, com o Decreto 5622/2005 define a EaD, determina que o Poder Público fiscalize a eficácia do trabalho ofertado pelas instituições de formação. Como escreve o professor Abio, (Gonzalo, 2009, p. 25) “o conceito de tecnologias engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas”. Portanto, o hábito da maioria da humanidade é se referir as tecnologias como equipamentos e aparelhos e, no entanto, ela tem um significado e objetivos muito amplos, além de máquinas e aparelhos, como contribuir para a aquisição do conhecimento (Seabra, 2010, p. 2).
As tecnologias analógicas serviram como próteses: expandiram os poderes mecânicos e sensoriais do ser humano, sua percepção e memória. Mas as tecnologias digitais servem para expandir seus poderes cognitivos. Elas podem ser usadas para apoderar percepções e memórias, mas também para libertar seu pensamento no uso e na construção da criatividade, do virtual, na ampliação e no desenvolvimento do juízo lógico e da consciência. Podem ser próteses cognitivas.
As tecnologias na educação são a grande possibilidade de atender a demanda de formação continuada de professores (as) na modalidade EAD, pois as facilidades que os profissionais encontram de acessar a formação, se dedicado ao estudo para se apropriarem dos conhecimentos das interfaces, são enormes. Porém, se esbarram com o novo, ou seja, as tecnologias, como instrumento de viabilização do avanço da educação, então sofre o impacto da realidade da escola que ainda não está praticando, contemporâneo a alfabetização, o letramento digital e então, se dá o choque dos nativos com os migrantes digitais.
Nessa ótica, a internet é o maior recurso de intervenção da Educação à Distância da atualidade e, propicia a toda sociedade interessada, uma educação com mais qualidade e acessibilidade, possibilitando interação em tempo real entre estudantes e professores (as), entre estudantes e estudantes, necessitando-se apenas do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), onde a internet é o principal recurso para que se possa interagir (Lemos, 2005, p. 31).
Não há como negar a existência e até a prevalência de certo encantamento sobre o uso das TIC com a consequente expectativa de ampliação do alcance do ensino superior no Brasil. As possibilidades de aumento do número de vagas e a perspectiva de se fazer a universidade “presente” nos mais diversos espaços do território, bem como a indicação de uma possível economia de custos, em função da escala dos projetos, seduz a todos que querem ver plenamente realizado o direito à educação. A qualidade da formação dos estudantes da EAD depende de bons planejamentos das instituições, estrutura física adequada e um quadro de profissionais preparados à altura das exigências das tecnologias e também da disponibilidade dos profissionais em receber a formação para melhor qualificar sua prática pedagógica.
As tecnologias e as possibilidades no desenvolvimento dos educandos para a cidadania. Além, das grandes possibilidades de contribuição na melhoria da qualidade da educação, ainda é necessário, da parte dos educadores, muita atenção, pois a tecnologia por si só, não garante aprendizagem.
As ferramentas são importantíssimas, a exemplo dos laptops, celulares, tabletes nas salas de aula, porém se não estiver lá os professores aptos para direcionar o uso dessas máquinas, seus aplicativos, os jogos, com certeza chamarão mais a atenção dos estudantes, desviando o foco da busca rápida dos conhecimentos, pois poucos são os que oportunizam reflexões de leituras e conhecimentos científicos, mas “com o bom uso da tecnologia, aliado aos outros recursos, a criança tem mais uma possibilidade de entrar em contato com os desafios dessa fase” afirma (Folena, 2013, p.1), A alfabetização do nosso tempo In: Nova Escola.
Atualmente o grande desafio é como explorar as tecnologias que se tornaram vias de conhecimentos para serem aplicados no contexto educacional que preparam os estudantes para o mundo do trabalho, de forma a melhorar o desempenho da aprendizagem e consequentemente, o seu letramento, para acompanhar o desenvolvimento tecnológico da sociedade contemporânea.
Nessa ótica, grande parte dos professores das escolas públicas ainda continua “analfabeto digital”, promovendo, junto aos gestores escolares, estratégias de tirar das mãos dos estudantes, os possíveis usos das tecnologias que têm acesso (celulares, tabletes e outras ferramentas) ao invés de colocar em funcionamento os laboratórios de informática e os cursos de formação do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) que tem por objetivo promover o uso pedagógico da informática nas escolas públicas de educação básica e levar às escolas, computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais.
Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem garantir estrutura adequada ao receber os laboratórios e habilitar educadores e educadoras para o uso das máquinas e tecnologias, promover significativas ações para transformar o, ainda, intricado sistema educacional brasileiro (Almeida & Fonseca, 2000, p. 15).
Inúmeros experimentos de inovações no ensino básico vêm sendo feitos em todo o país e em todos os níveis de ensino. Se tivéssemos uma “supervisão” de tudo o que acontece em nosso enorme país, poderíamos ver milhares de professores que, em meio às dificuldades de seu trabalho, conseguem inovar dia a dia. Despertam a curiosidade, mobilizam as energias dos jovens, trazem sorrisos de descobertas, despertam nos alunos o desejo de aprender e de participar da construção do próprio conhecimento.
A dinâmica e complexa realidade em transformação desenvolvem aceleradas demandas que devem ser desveladas e analisadas, para se questionar para qual direção vai à educação, que educação se deseja para a sociedade contemporânea. Nesse sentido, educadores necessitam interagir fundamentalmente para a mudança do clássico esquema de comunicação, buscando facilitar o acesso à formação, se dedicando aos estudos das tecnologias, para se apropriarem dos conhecimentos das interfaces da internet e o novo. As tecnologias sofrem, atualmente, o impacto da realidade escolar que, ainda não pratica a alfabetização e letramento digital, se negando ser um transmissor de conhecimentos e se tornar um formulador de problemas, de interrogações, sistematizador de equipes de trabalhos, enfim, se tornar um criador de possibilidades, de diálogo e colaboração entre os estudantes (Almeida, 2005, p.73)
O professor atua como mediador, facilitador, incentivador, desafiador, investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e grupal. Ao mesmo tempo em que exerce sua autoria, o professor coloca-se como parceiro dos alunos, respeita-lhes o estilo de trabalho, a coautoria e os caminhos adotados em seu processo evolutivo. Os alunos constroem o conhecimento por meio da exploração, da navegação, da comunicação, da troca, da representação, da criação, recriação, organização, reorganização, ligação religação, transformação e elaboração relaboração.
A internet é um imenso complexo de redes e computadores interligados pelo mundo todo, e, nesta pesquisa, o foco principal é como a internet, via laboratórios de informática, na escola pública é capaz de influenciar positivamente no processo de ensino aprendizagem, no desenvolvimento intelectual do estudante cidadão e também no letramento digital. Com esse pensamento, é que foram criados cursos de nível técnico ou superior e até mesmo cursos livres, com a finalidade de preparar profissionais para funções especiais em várias áreas específicas da internet (Almeida, 2000, p. 23).
A primeira grande linha conceitual sobre o uso da Informática na Educação teve início com o próprio ensino de informática e de computação. Posteriormente surgiu uma segunda grande linha, com o objetivo de desenvolver o ensino de diferentes áreas de conhecimento por meio dos computadores – isto é, o ensino pela informática. Nessa linha, os computadores são empregados em diferentes níveis e modalidades, assumindo funções definidas segundo a tendência educacional adotada. (Almeida, 2000; p. 23).
E outras experiências foram realizadas, usando o computador como instrumento de garantir a melhoria da prática pedagógica, como a inserção de vários recursos midiáticos na escola, a exemplo de computadores nos laboratórios, que não traz muita novidade na maneira de pensar, mas na forma de transmitir conhecimentos através de terminais de computadores nos laboratórios de informática na escola, que para essa atuação, os profissionais não necessitam de especial preparação, apenas selecionar programas que valorize os conteúdos a serem desenvolvidos no planejamento curricular, propor atividades para os estudantes, acompanhá-los durante a exploração da internet, a “rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum”. Ela nasceu no final dos anos 1960, em plena Guerra Fria, graças à iniciativa do Departamento de Defesa americano, que queria dispor de um conjunto de comunicação militar entre seus diferentes centros, como assegura Dumas, Véronique, A origem da internet In: História viva.
A internet revolucionou o funcionamento tradicional das sociedades modernas como o fizeram, a seu tempo, a imprensa, a máquina a vapor, a eletricidade ou a telegrafia sem fio (rádio). Hoje parece normal fazer cursos on-line, preencher formulários administrativos a distância ou expressar opiniões em fóruns de discussão. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 67,9 milhões de brasileiros estavam conectados à internet ou seja, o número de domicílios com acesso à internet no Brasil cresceu 71% entre 2005 e 2009. No entanto, poucos conhecem sua história e as razões de sua criação. (Dumas, 2014, p.1).
Mesmo com desconhecimento da história da internet, dificuldade de grande parte dos educadores, é praticamente impossível pensar a vida sem tecnologias, visto que 88,4% dos brasileiros já possuía acesso à internet, via computadores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e a estatística IBGE, no Censo de 2013. O PROINFO, trouxe a difusão das tecnologias à escola pública, inúmeras possibilidades aos professores (as) e expectativas de aproximação de novos recursos para o cotidiano, dentro e fora na sala de aula. A tecnologia é fundamental no desenvolvimento de habilidades para atuação na contemporaneidade. Na década de 1960, a educação à distância já usava, além do material impresso, o videocassete, rádio, TV e o computador, como relata os PCN do Ensino Médio, de 1999, que o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é fundamental.
Para isso, a escola deve propiciar ao aluno encontrar sentido e funcionalidade naquilo que constitui o foco dos estudos em cada situação da sala de aula. Igualmente, propiciar observação e interpretação dos aspectos da natureza, sociais e humanos, investigando, instigando a curiosidade do estudante para compreender as relações entre os fatores que podem intervir nos fenômenos e no desenvolvimento humano. Essa forma de aprender, contextualizada é o que permite ao alunado relacionar aspectos da vida pessoal, social e cultural, mobilizando as competências cognitivas e emocionais já adquiridas para novas possibilidades de construção do conhecimento, conduzindo-o ao exercício da cidadania (Masetto, 2000, p. 141).
Uma mudança de atitude em relação à participação e compromisso do aluno e do professor, uma vez que olhar o professor como parceiro idôneo de aprendizagem será mais fácil, porque está mais próximo do tradicional. Enxergar seus colegas como colaboradores para seu crescimento, isto já significa uma mudança importante e fundamental de mentalidade no processo de aprendizagem.
As reflexões acerca das tecnologias e educação tomou conta da sociedade há várias décadas, na realidade desde que se percebeu sua influência na formação do sujeito contemporâneo, e da necessidade de explorar o assunto diante do rápido desenvolvimento nos meios de informação e comunicação. O mundo atual está passando por inúmeras mudanças e cada vez mais aceleradas transformações em torno de todos os campos da sociedade, desde o princípio da civilização o homem está sempre em busca de adaptações, transformações e novos conhecimentos. Aliás, fato esse, implícito em sua constante busca do saber e da aprendizagem. O fato é que cada vez mais, parece impossível de se imaginar a comunicação dos seres humanos sem a internet, sem as redes sociais, pois se reconhece que as tecnologias têm papel fundamental no desenvolvimento das habilidades para viver atualmente os avanços da humanidade.
3.-Metodologia da investigação.
Essa investigação teve enquanto enfoque a pesquisa quali- quantitativa, pois possibilitou uma visão mais ampliada dos computadores como instrumento de formação da comunidade escolar, realizou-se um estudo exploratório, possibilitando expor com precisão, o objeto da pesquisa, as influências da internet na escola pública no município de Matriz de Camaragibe, Alagoas. A investigação foi realizada através da aplicação de questionários entregues pessoalmente aos docentes, concursados sua maioria do gênero feminino, exercendo sua função na área de formação.
A pesquisa sobre os laboratórios foi realizada na maior escola do município, tendo em vista a ausência de uso do Laboratório de Informática, ainda salientando que nenhuma escola deste município faz uso dos seus respectivos computadores, adquiridos por ocasião do PROINFO.
A questão central ficou assim definida. Como têm sido usados os laboratórios de informática nas escolas públicas?
O questionário que segue completo, em anexo, foi respondido por 30 professores (as) do quadro de 90 discentes aleatoriamente selecionados em função de uma amostra considerada suficiente para subsidiar a pesquisa, no sentido de atender esta investigação, como segue os resultados distribuídos abaixo, nos quadros e gráficos.
4.-Apresentação da discussão dos resultados.
1) -Você já participou de alguma formação continuada, atualização, treinamento, capacitação na área de tecnologia?
Gráfico 1: Participação em estudos de formação na área tecnológica.
Os dados obtidos na pesquisa, de acordo com o gráfico 01, confirmam que 67%, não participam e nem participaram de formação continuada (atualização, treinamento, capacitação na área de tecnologia. Apenas 33% responderam sim, que já participaram de cursos de formação na área, por vias particulares, ou seja, interesses próprios, entendendo a melhoria em suas práticas cotidianas.
2) - Você tem computador em casa?
Gráfico 2: Se o docente possui computador.
Conforme os dados alcançados na pesquisa realizada com os professores (as) da escola em foco, o gráfico 02 revela que 63% dos professores (as) possuem computadores em casa, porém a investigação também revela que 37% deles (as) ainda não têm os seus próprios computadores em casa.
3) - Você tem internet em casa?
Gráfico 3: Quanto o possuir internet em casa.
De acordo com a constatação dos dados da pesquisa, os professores (as) responderam da seguinte forma: 60% confirmaram que têm internet em casa, mas 40% afirmam que ainda não possuem internet em casa.
4) - Você tem filhos?
Gráfico 4: Se os Educadores possuem filhos.
Os dados apresentados no gráfico de nº 04 constatam que 23% dos professores (as) não têm filhos (as) e 77% deles têm filhos e filhas. Essa pergunta é relevante pois muitos jovens incentivam e ensinam seus genitores a usar o computador e a internet.
5) - Eles usam computador em casa?
Gráfico 5: Quanto o uso de computares em casa.
Os resultados da pesquisa, evidenciam que 43% dos filhos (as) dos professores (as) da escola pesquisada não usam internet em casa e 57% ou seja, a maioria dos filhos (as) dos professores (as) entrevistados usam internet em casa. Neste sentido, 43% dos estudantes filhos de educadores (as), número altíssimo, considerando que não usam internet na escola e a existência do projeto do MEC e a falta de acesso dos docentes da citada escola do Projeto Um Computador por Aluno (UCA), que foi implantado com o objetivo de intensificar as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas escolas, por meio da distribuição de computadores portáteis aos alunos da rede pública de ensino.
Este projeto complementou as ações do MEC referentes a tecnologias na educação, em especial os laboratórios de informática, produção e disponibilização de objetivos educacionais na internet dentro do PROINFO Integrado que promove o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio.
6) - Você é chefe de família (sozinha, trabalha e cuidando dos filhos)?
Gráfico 6: Dos educadores (as) chefes de família.
Dos entrevistados (as) 40% afirmam que são chefes de família e 60% ou seja, a maioria tem um companheiro (a) que divide as responsabilidades sobre a casa e os filhos. Diante da constatação de um percentual menor, se percebe as dificuldades de atuação desses profissionais que assumem total responsabilidade da família.
Educar se torna mais difícil a cada dia, as tecnologias chegando à educação, que possibilitando inovações, essa categoria de chefes de família não dispõe de tempo, recursos financeiros e incentivos para se apropriarem dessas ferramentas para melhorar qualificar a prática pedagógica e sua formação profissional em casa nas instituições afins, como cita a Revista Eletrônica: “a mulher aponta como uma das responsáveis pelo sustento do lar, precisando ausentar-se de casa e do convívio com os filhos. O trabalho exige uma dedicação maior e uma formação individual contínua”, pois planejar atividades pedagógicas na internet, requer conhecimento e domínio dessa nova ferramenta.
7) - Quanto tempo você tem para usar as tecnologias em casa?
Gráfico 7: Tempo de uso diário da internet em casa.
O gráfico demonstra que 37% dos entrevistados (as) usam internet em casa de 1 a 2 horas por dia e 63% não usa internet em casa, percentual que constata ainda resistência e a desmotivação dos profissionais para o uso da internet para melhor qualificar a sua prática pedagógica. Portanto, detecta-se o atraso dos docentes da escola em foco, em relação às tecnologias.
8) - Quanto tempo você dedica para sua formação pessoal e profissional?
Gráfico 8: O tempo disponibilizado para a formação.
Dos entrevistados (as), 17% dedicam de 1 a 2 horas podia à formação pessoal, 17% 4 dias por semana, 43% afirmam estudar todos os dias e 23% não tem disponibilidade para dedicar à formação pessoal.
9) - Qual a condição do laboratório de sua escola?
Gráfico 9: Sobre o laboratório da Instituição Escolar.
Os entrevistados (as) a sua maioria 70% responderam que o laboratório não está instalado e 30% afirmam que não funciona. Sabe-se que os computadores foram adquiridos para a escola a uma média de 08 anos atrás e nunca foram instalados, desconsiderando programa do governo federal (PROINFO) e a verba pública empregada, consequentemente, toda demanda de benefícios para a educação, estudantes e educadores, para contribuir melhor com formação para o exercício da cidadania, como relata (Valente, 1999, p. 47).
A sociedade do conhecimento exige um Homem crítico, criativo, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, trabalhar em grupo e de conhecer o seu potencial intelectual. Esse Homem deverá ter uma visão geral sobre os diferentes problemas que afligem a, como os sociais e os ecológicos, além de profundo conhecimento sobre domínios específicos.
Em outras palavras, um Homem atento e sensível às mudanças da sociedade, com uma visão transdisciplinar e com capacidade do constante aprimoramento e depuração de ideias e ações.
10) - O que você acha da iniciativa do Governo Federal (laboratórios de informática na escola)?
Gráfico 10: A percepção sobre o Programa do Governo.
A maioria dos entrevistados, 53% afirma que os laboratórios de informática na escola contribuem para a melhoria do ensino, 37% respondeu que melhora a prática pedagógica e 10% afirma que motivam os estudantes.
Portanto, quando se verifica os resultados do gráfico 9, que retrata a realidade do laboratório de informática da escola pesquisada, se pode confirmar o descaso dos gestores com as verbas públicas e o desinteresse por uma aprendizagem de qualidade para os alunos matriculados, que poderiam participar de atividades planejadas para utilizar o laboratório de informática da instituição, como prever o PROINFO.
Desenvolver diversos tipos de ações, como cursos a distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino aprendizagem. Nesse sentido, a escola deixa passar a oportunidade de elevar o nível de conhecimento de toda a comunidade escolar e exercer a função social da educação.
11) - Você sente que os estudantes têm vontade de usar internet no laboratório de informática na escola?
Gráfico 11: A expectativa dos estudantes quanto o uso dos laboratórios.
Os dados da pesquisa revelam que a maioria dos (as) entrevistados (as), 97% concordam que os estudantes têm vontade de estudar, de ter acesso aos laboratórios de informática. Apenas 3% do grupo dos pesquisados divergem da resposta da maioria.
Afirmam que os estudantes não sentem vontade de usar a internet no laboratório da escola, pois são muitos os elementos que influenciam na construção do conhecimento do um aluno, o ambiente, a qualidade do material didático utilizado, a formação dos docentes, enfim, todos esses fatores são de fundamental importância e influenciam diretamente na qualidade do ensino dos discentes.
5.–Conclusão.
Com os resultados desta pesquisa, pode-se concluir que a internet como uma nova modalidade de interação no processo educativo entre educador e educando, tem influenciado muito positivamente à educação nas escolas públicas, superando grandes dificuldades de acesso ao conhecimento, através dos laboratórios de informática, onde a gestão tem um bom projeto educacional e seriedade, quando diz respeito à formação integral do indivíduo, promovendo educação pública de qualidade.
A exemplo de outros espaços escolares que são bem equipadas e disponibilizam a tecnologia aos estudantes com objetivos educacionais, para que busquem informações confiáveis e de fácil acesso, como propõe a portaria 522/04/1997 MEC, que determina no seu Art. 1º Fica criado o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), com a finalidade de disseminar o uso pedagógico das tecnologias de informática e telecomunicações nas escolas públicas de ensino fundamental e médio pertencentes às redes estadual e municipal.
No entanto, a escola objeto deste estudo, de acordo com as respostas dos professores (as) pesquisados (as) e a visita em locus, não está fazendo uso das redes eletrônicas para melhoraria das suas práticas pedagógicas, por um motivo muito corriqueiro, do ponto de vista da relevância dos benefícios que trariam para a escola os acima citados laboratórios de informática. Os computadores chegaram à escola em tempo de sua aquisição e nunca foram instalados no espaço físico onde funcionaria o laboratório d informática.
Vale relatar na conclusão desta investigação, que, após a aplicação dos questionários, os computadores foram instalados no laboratório, porém continuam fora de uso, pois a escola ainda está sem internet.
Dessa forma, as influências que a internet poderia trazer para a formação de cidadãos críticos, reflexivos, participativos, capazes de construir a sua própria história ficam, portanto, nos desperdícios do dinheiro púbico, da não formação dos profissionais da educação que poderiam intervir de forma mais eficaz na construção do conhecimento dos estudantes.
Referências
Almeida, M.E.B. (2005). PROINFO: Informática e Formação de Professores. vol. 1. Série de Estudos Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação.
Almeida, F.; Fonseca Junior, F. M. (2000). Projetos e ambientes inovadores. Brasília: MEC. (2016) http://www.acervodigital.unesp.br
Castells, M. (2003). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.
Dumas, V. (2014). A origem da Internet: a história da rede de computadores criada na guerra fria que deu início à Terceira Revolução Industrial. História Viva. In: (2016) http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento.
Folena, N. P. S. (2013). A alfabetização do nosso tempo In: Nova Escola. (2016) http://acervo.novaescola.org.br/fundamental-1/alfabetizacao-tecnologia
Lemos, F. R. M. (2013). Entre o ócio e o negócio: Possibilidades de desenvolvimento da motricidade escolar. São Paulo:Universidade Federal de São Carlos.