Reflexión

Ensino Superior: A importância da educação acadêmica universitária para a pessoa idosa

Andrielli Silva dos Santos Stanghilin
Prefeitura Municipal de Sinop,, Brasil

Ensino Superior: A importância da educação acadêmica universitária para a pessoa idosa

Revista Internacional de apoyo a la inclusión, logopedia, sociedad y multiculturalidad, vol. 3, núm. 4, pp. 58-72, 2017

Universidad de Jaén

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Recepción: 12 Agosto 2017

Aprobación: 01 Septiembre 2017

Resumen: Este artigo teve por objetivo entender os fatores que impulsionaram o retorno da pessoa idosa para as universidades, após um longo período afastado dos bancos escolares, como este público consegue interagir na dinâmica didática do cotidiano do ensino superior, com o papel do professor em meio a nova realidade. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica do tipo descritiva. A bibliografia focou em apontar a evolução da terceira idade, a importância do professor na permanência da pessoa idosa no universo da educação superior e alguns índices brasileiros de idosos que voltaram à educação depois dos 60 anos, possibilitando o entendimento e o aprimoramento dessa importante temática para a sociedade em geral. Com a concretização desta pesquisa conclui-se que, o principal motivo que levou o retorno da pessoa idosa ao mundo universitário foi, principalmente, poder ter um envelhecimento diferente e significativo, através da construção de novos ideais e positivismo.

Resumo: Este artigo teve por objetivo entender os fatores que impulsionaram o retorno da pessoa idosa para as universidades, após um longo período afastado dos bancos escolares, como este público consegue interagir na dinâmica didática do cotidiano do ensino superior, com o papel do professor em meio a nova realidade. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica do tipo descritiva. A bibliografia focou em apontar a evolução da terceira idade, a importância do professor na permanência da pessoa idosa no universo da educação superior e alguns índices brasileiros de idosos que voltaram à educação depois dos 60 anos, possibilitando o entendimento e o aprimoramento dessa importante temática para a sociedade em geral. Com a concretização desta pesquisa conclui-se que, o principal motivo que levou o retorno da pessoa idosa ao mundo universitário foi, principalmente, poder ter um envelhecimento diferente e significativo, através da construção de novos ideais e positivismo.

Palavras-chave: idosos, envelhescentes, ensino, educação superior, benefícios.

Abstract: The purpose of this article was to understand the factors that led to the return of the elderly to universities, after a period away from school banks, how this public can interact in the didactic dynamics of everyday college education, with the role of the teacher in the middle the new Reality. The methodology used was the bibliographic research of the descriptive type. The bibliography focused on pointing out the evolution of the elderly, the importance of the teacher in the permanence of the elderly person in the universe of college education and some Brazilian indices of the elderly who returned to education after 60 years, making possible the understanding and improvement of this important theme for Society in general. With the accomplishment of this research, it is concluded that the main reason that led the return of the elderly person to the university world was, mainly, to have a different and significant aging, through the construction of new ideals and positivism.

Keywords: elderly, aging, teaching, college education, benefits.

Ensino Superior: A importância da educação acadêmica universitária para a pessoa idosa.

1.-Introdução.

O ser humano é um ser aprendiz. Desde o momento em que nasce até o seu momento final, a vida lhe cobra uma aprendizagem contínua e constante seja para que possa sobreviver, ou ainda, viver com qualidade.

Hoje existem razões essenciais para se discutir sobre a educação superior na terceira idade, uma vez que, o mundo todo está passando por uma transformação demográfica sem antecedentes. Conforme pode ser analisado nos dados divulgados pelo IBGE em 2002, onde afirma que até 2050, o número de idosos passará de aproximadamente 600 milhões a quase 2 bilhões. Resumindo, em menos de 50 anos, existirá no mundo, pela primeira vez na história da humanidade, mais pessoas com mais de 60 anos do que menores de 15 anos.

Analisando essa realidade é que se levanta a seguinte indagação: Por que as pessoas idosas estão ingressando cada vez mais na educação superior?

O principal objetivo buscou levantar os principais fatores que incentivaram o retorno da pessoa idosa ao mundo universitário, após um período consideravelmente longo distante dos bancos escolares e como é possível que o mesmo aprenda a dinâmica didática do cotidiano do ensino superior.

Com base nesse objetivo central, apresentam-se os seguintes objetivos específicos:

I.- Identificar os dados estatísticos da pessoa idosa no Brasil, enfatizando as estatísticas do ingresso ao ensino superior;

II. - Levantar os motivos que levaram o idoso a retornar ao mundo universitário; III. - Apontar o papel do professor na receptividade do idoso no ensino da educação superior.

Neste estudo, pretende-se demonstrar a importância da educação superior voltada para a terceira idade. Realizando um levantamento bibliográfico sobre a terceira idade na educação superior. Ainda ressaltar-se a relevância desse tema para o crescimento e aprimoramento pessoal da autora, tendo em vista o vínculo que a mesma estabeleceu com alunos que se enquadram nessa faixa etária.

Toda a pesquisa será desenvolvida da seguinte maneira: no primeiro capítulo sera abordado a introdução contendo o problema os objetivos e a justificativa que norteia o referido arquivo, juntamente com a metodologia de pesquisa. A pesquisa apresentará a história da terceira idade e os índices brasileiros, transcrevendo sobre a educação superior na terceira idade, englobando o papel do professor na educação da pessoa idosa, bem como, uma conclusão de todo o contexto abordado neste trabalho.

2.-Fundamentação Teórica.

2.1.-Terceira Idade.

A melhor idade é um eufemismo constantemente utilizado no Brasil para referir-se aos cidadãos pertencentes à chamada terceira idade ou, também conhecido, como idosos.

A Política Nacional do Idoso (Lei Federal nº. 8.842/1994), e o Estatuto do Idoso (Lei Federal nº 10.741/2003), determina Idoso como pessoas com 60 anos ou mais.

Conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que se vive, a época em que uma pessoa é considerada na “Terceira Idade” pode alterar. (Idade, 2017).

A pessoa que se encontra na Terceira Idade, normalmente por questão de cultura, é visto com olhos tortos, como um período sem graça na vivência humana. Entretanto, a terceira idade é uma etapa da vida pela qual se espera que todo indivíduo veja a passar. O conceito a partir da idade não chega a ser uma definição concreta e aceitável. A causa é clara: estar ou ser da terceira idade modifica o idoso em uma pessoa diferente, com angústias e anseios mais conexos que toda a sociedade que vive em completa desigualdade, desolação e centralizado em um tempo diferente do qual se passou. (Idade, 2017).

A pessoa na terceira idade nasce outra vez para uma vida rodeada de surpresas, pronta para garantir-lhe dias novos em vários campos diferentes. Mesmo que seja a época da revelação das mais diversas doenças que ocasionam a mudança de seu cotidiano, também é nessa fase que as emoções podem aflorar muito mais facilmente. Aproveitar a Terceira Idade é aprender o valor de cada instante que se vive na vida. (Idade, 2017).

Na atualidade, é possível observar diversas mudanças de comportamento, em meio às quais, uma se destaca, que é o conceito de envelhecimento, que felizmente tem alterado bastante positivamente. Quando analisado o conceito social a respeito do idoso de umas décadas pra cá, é possível compreender uma evolução de grande importante nos quesitos da cultura, medicina, e, principalmente do respeito do homem por si próprio. (Leite Barros, 2017).

Pode-se perceber que o fator definitivo neste procedimento tenha sido o crescimento da população mundial de idosos como consequência do prognóstico de aumento da longevidade. Esta longevidade transcorre de diversos fatores, principalmente da evolução da ciência e da medicina que permitiram diminuir, a incidência de doenças crônico-degenerativas. (Leite Barros, 2017).

Segundo dados apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a terceira idade no Brasil cresceu cerca de 11 vezes nos últimos 60 anos, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões de pessoas nesta faixa etária. Na atualidade o número de pessoas no país cresce disparadamente e já excede a marca de 10% da população total. O Estatuto do Idoso coloca que os censos demográficos brasileiros necessitarão conter dados relativos a esse segmento da população.

(Santellano, 2017).

No período que compreende os anos de 1940 e 2006, o índice de idosos registrados no Brasil aumentou aproximadamente 11 vezes, transpondo de 1,7 milhão em 1940 para 18,5 milhões em 2006. A previsão é que os dados aumentem cada vez mais, chegando em 2025 na casa de 64 milhões de pessoas. Já em 2050 estipula-se que um em cada três brasileiros seja idoso. Todos devem estar preparados para essa nova realidade do país. (Santellano, 2017).

O número de pessoas no Brasil acima de 60 anos continua crescendo com o passar dos anos, segundo dados do IBGE (2013) de 12,6% da população, em 2012, passou para 13% no ano passado. Já são 26,1 milhões de idosos no país. A região com mais idosos ainda é a Sul, onde eles chegaram a 14,4% do total. O Norte tem menos, com 8,8% de idosos. (IBGE, 2013).

Por volta de 71% dos idosos registrados apresentam independência financeira. Juntos eles são responsáveis por uma renda anual de R$ 243 bilhões, o que representa um poder de compra consideravelmente bom. Apenas 5% dos homens e 23% das mulheres registrados nessa faixa etária da população afirmaram ter dificuldades financeiras. Aproximadamente 49% da renda percebida pelos idosos, são oriundas de ganhos da Previdência. Em segundo lugar, cerca de, 39% dos rendimentos, são derivados de algum tipo de trabalho. Enquanto receitas provindas de aluguéis representam 7% da renda anual declarada. (Santellano, 2017).

Ainda de acordo com dados do IBGE, do total de idosos registrados no Brasil, 55% são mulheres, estatística essa que se dá pelo fato das mulheres apresentam uma expectativa de vida superior aos homens. Com base na expectativa de vida maior, e por apresentarem uma chance maior de ficarem viúvas na terceira idade, a tendência é que as mulheres idosas tenham uma velhice mais solitária. (Santellano, 2017).

A projeção dos índices de idosos nos últimos (07) sete anos no Brasil. Os destaques das regiões onde tem mais idosos dentre eles: Norte, nordeste, sudeste e centrooeste.

Quadro 1: Número de idosos no Brasil de 2011.

SUDESTE 9,6 milhões NORDESTE 5,1 milhões CENTRO-OESTE 1,2 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Quadro 2: Número de idosos no Brasil em 2012

SUDESTE 10,0 milhões NORDESTE 5,2 milhões CENTRO-OESTE 1,3 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Quadro 3: Número de idosos no Brasil em 2013

SUDESTE 10,4 milhões NORDESTE 5,4 milhões CENTRO-OESTE 1,3 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Quadro 4: Número de idosos no Brasil em 2014

SUDESTE 10,9 milhões NORDESTE 5,6 milhões CENTRO-OESTE 1,4 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Quadro 5: Número de idosos no Brasil em 2015

SUDESTE 11,3 milhões NORDESTE 5,7 milhões CENTRO-OESTE 1,5 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Quadro 6: Número de idosos no Brasil em 2016

SUDESTE 11,8 milhões NORDESTE 5,9 milhões CENTRO-OESTE 1,5 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Quadro 7: Número de idosos no Brasil em 2017

SUDESTE 12,3 milhões NORDESTE 6,1 milhões CENTRO-OESTE 1,6 milhões Importar tabla

Fonte: IBGE, 2013.

Nos quadros acima pode-se verificar que a Região Centro Oeste ainda está sendo considerada uma região jovem, no entanto, as regiões com maior número de idosos destacou-se a Região Sudeste, seguida da Região Nordeste, com uma tendência marcante entre as regiões Brasileiras, as colonizações mais antigas maior nº. de idosos, estas apresentaram um índice de crescimento de idosos maior do que outras regiões.

Esses dados se estendem a uma tendência mundial tendo em vista, o aumento das pessoas idosas no Brasil e no mundo. De acordo com estimativas, em revolvo do ano de 2039, a população brasileira deverá estabilizar o seu crescimento. Isso significa que a população do país irá parar de crescer, proporcionando uma queda drástica na população. (Freitas, 2017).

Outro fator que permite o envelhecimento da população é o aumento na expectativa de vida dos brasileiros, que hoje é de 72,78 anos. Essa média não irá se estabilizar conforme o crescimento, pois no ano de 2050 a expectativa de vida ascenderá para 81,29 anos, equiparando a de países de elevado IDH, como Islândia (81,80 anos) e Japão (82,60 anos). (Freitas, 2017).

Similar ao que advém com a vida humana em suas diversas etapas, o tempo da terceira idade não simula apenas um período de felicidade e prazeres, mas também são deparáveis nessa fase da vida muitas desventuras. Em um estudo apresentado na Suécia e publicado recentemente indica que na atualidade as pessoas com mais de 70 anos apresentam uma vida sexual bem mais ativa e sentem mais prazer do que os idosos de três décadas atrás. Em contrapartida, devido à diminuição de reflexos e no compasso da caminhada, os idosos tornam-se as principais vítimas de atropelamento nas grandes metrópoles. (Santellano, 2017).

2.2.-Educação Superior na Terceira Idade.

A educação até pouco tempo atrás era direcionada unicamente as pessoas mais jovens, pois se acreditava que o ser humano se desenvolveria na infância e na fase adulta e, na velhice, o desenvolvimento não mais aconteceria. Entretanto, averiguouse que isso não é verdade, pois, o ser humano é capaz de se desenvolve ao longo da vida toda e, apesar das limitações ligadas ao envelhecimento, à terceira idade pode ser vivida com avanços e conquistas. (Nascimento Ordonez, 2017).

Seguindo essa realidade foi que na França, em 1973, um professor universitário conhecido como Pierre Vellas, afirmou que as oportunidades de educação oferecidas aos idosos eram quase nulas. Decidindo assim, abrir as portas da Universidade de Toulouse aos idosos, sem separação de renda ou escolaridade, ofertando-lhes programas com atividades intelectuais, físicas, culturais, artísticas e de lazer adaptados a sua realidade. Arrancar os idosos do isolamento, ofertando a eles saúde, energia e interesse pela vida e alterar sua imagem diante da sociedade foi, desde o princípio, os objetivos do programa. (Nascimento Ordonez, 2017).

Partindo desta iniciativa, o programa se alastrou por todo o mundo de uma maneira que na atualidade, milhões de pessoas idosas de diferentes etnias, fazem parte de uma série de atividades intelectuais e culturais, que cooperam para um envelhecimento ativo e, consequentemente, para uma velhice bem-sucedida.

(Nascimento Ordonez, 2017).

No Brasil, a primeiro registro que proporcionou educação a idosos ocorreu na década de 1970, onde fundaram no Estado de São Paulo as primeiras Escolas Abertas para a Terceira Idade do Serviço Social do Comércio. Já no ano de 1982, a Universidade Federal de Santa Catarina transformou-se na primeira instituição de ensino superior do Brasil a aderir ao movimento Universidade Aberta à Terceira Idade.

Atualmente, o Brasil dispõe de mais de 200 programas espalhados por todo o país, tanto em instituições públicas, como privadas. De acordo com Nascimento Ordonez (2017, pg. 01) tais programas adotam as seguintes conjeturas:

1). -O conceito de que a educação e a aprendizagem são contínuas e acumulativas;

2). -A educação para idosos precisa cobiçar no mínimo: aumentar os saberes e conhecimentos; potencializar os saberes práticos, o saber fazer, o aprender e seguir aprendendo e permitir o crescimento contínuo, as relações sociais e a participação social;

3). -É preciso que a educação para idosos esteja baseada no reconhecimento da heterogeneidade deste segmento etário, possuidor de grande diversidade formativa e cultural;

4). -A educação para idosos precisa apresentar uma mudança da atitude social dos próprios almejados;

5). - Deve, também, objetivar-se com, para e pelos idosos, potencializando sua participação.

De uma maneira geral, as atividades propostas pela Universidade Aberta à Terceira Idade são apresentadas através de disciplinas regulares, atividades didático-culturais e atividades físico-esportivas. As atividades didático-culturais diferenciando-se pela oferta de cursos, oficinas e palestras. (Nascimento Ordonez, 2017).

A educação para a terceira idade no Brasil está prevista no Artigo 22 da Lei nº. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). Apresentando o seguinte texto: Art. 22.Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. (Brasil, 2017).

Ou seja, apartir de 2003 com a aprovação do referido estado, ficou claro a importancia de as Universidades preconizar o ensino do idoso, sem discriminação ou distinção dos mesmo. Os idosos passaram a ter direito de acompanhar as disciplinas ofertadas pelo curso escolhido, juntamente com os demais estudantes, seja eles de qual idade for.

No objetivo central do Estatuto do Idoso fica claro essa relevância. Seguindo os dizeres de Rodrigues (2017, pg. 01) a norma constante do Estatuto do Idoso possui pelo menos três objetivos:

a) educar os mais jovens para a aceitação dos idosos, permitindo assim a sua adequada integração familiar e social; esse aspecto deve ser priorizado na educação básica;

b) educar todos nós, seres humanos, para aceitarmos o processo de envelhecimento e nos prepararmos adequadamente para a terceira idade;

c) desenvolver pesquisa sobre o processo de envelhecimento, em todos os seus aspectos, produzindo novos conhecimentos sobre essa matéria; esse aspecto cabe, preferencialmente, aos programas de pós-graduação stricto sensu.

A legislação não faz referência à forma pela qual a educação para a terceira idade deve ser oferecida ou trabalhada. Entretanto, ela fala da importância de se preparar todas as pessoas para a fase do envelhecimento, seja para vivê-la como para socializar com quem já se encontra nesse período de sua vida. Ensinar as pessoas a respeitar a pessoa idosa, sua experiência de vida, intelectual e profissional. Ensinar, também as pessoas que todos por regra geral um dia estará no lugar dos idosos atuais, e serão tratados da mesma maneira que hoje atuam diante das mudanças do seu ciclo social e educacional. (Rodrigues, 2017).

Uma prova de tal mudança são os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), onde o número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) com 60 anos de idade ou mais cresceu disparadamente com o passar dos anos. Onde, o total de idosos que realizaram a inscrição do ENEM no ano de 2014, foi de 15,5 mil, triplicando em comparação a 2009, quando esse total foi de 4,7 mil. (Brasil, 2017).

Lembrando que o Enem é a porta de entrada para instituições de ensino superior e técnico, além do financiamento estudantil e intercâmbio acadêmico. Cabe ressaltar, também, que esse fator exige que o governo apresente uma atenção redobrada em relação às políticas públicas para idosos em áreas como saúde, lazer, educação e economia. (Brasil, 2017).

Segundo o Ministério da Educação (MEC), houve uma elevação de 40% na proporção de pessoas da terceira idade cursando o ensino superior nos últimos dois anos. A quantidade de idosos que regressaram ao estudo ou que ingressaram pela primeira vez em uma universidade aumentou. (Brasil, 2017).

Quando se realiza a junção dos dados do ENEM, com as informações disponibilizadas pelo MEC, é possível concluir que a pessoa idosa não parou somente na realização do Exame Nacional do Ensino Médio, com o resultado obtido eles estão ingressando nas universidades e mudando o paradigma de que o idoso só serve como contador de histórias e experiências. Eles estão provando que possuem sim, a capacidade de aprendizagem mesmo com o passar dos anos e ainda podem conquistar sonhos e objetivos almejados no decorrer de suas vidas.

2.2.-O papel do professor na educação da Pessoa Idosa.

Ser um bom professor está relacionado com a capacidade de ampliar as dimensões cognitivas dos seus alunos, ou seja, formar a capacidade de pensar, duvidar e interrogar. A sociedade moderna exige professores mais críticos e competentes, no sentido de atribuição do uso de conhecimento. (Tavares, 2017).

Faz-se necessário reinventar e reestruturar a escola. Se aos poucos e com paciência o professor for capaz de apontar as diferenças nas identidades dos alunos, possivelmente isto poderá ser um fator determinante nos diversos instrumentos de aprendizagem, ajudando-o a juntá-los e a trabalhar com eles, adequando seus métodos na diversidade de idades, conhecimentos, idéias e personalidades. (Tavares, 2017).

As discussões de como o idoso aprendem ainda não são claras. Segundo Encarnacion Tavares (2017, pg. 77), “o adulto aprende através da troca de idéias, informações, habilidades e experiências, pois a aprendizagem está intimamente associada à experiência e esta é pessoal e única”. A interdisciplinaridade contribui para o idoso superar a fragmentação na análise e na consideração dos fenômenos.

Não têm dúvidas que existe grande diferença entre a consciência da criança e a do idoso. Em cada fase da vida, modificam-se as relações interfuncionais que ligam a memória a outras funções. Os estudos demonstram que, no envelhecimento, ocorre uma evolução do acúmulo de micro lesões em diferentes locais do cérebro. (Tavares, 2017).

Esse fenômeno serve para explicar o porquê do idoso ir perdendo a memória de forma lenta e progressiva. Através de estudos constatou-se que o único meio de retardar esse envelhecimento é alimentar suas múltiplas facetas, seria conservar ativos os campos do conhecimento através da leitura, televisão, música, atividades manuais e culturais, da forma mais abrangente possível. (Tavares, 2017).

Para se garantir uma memória atuante é necessário manter em exercício o cérebro, tal como o êxito escolar, da riqueza de informações dos módulos documentais determinados por esses exercícios. O autor Encarnacion Tavares (2017) apud Laks (1998, pg. 66), através de testes neuropsicológicos com idosos, concluiu que “em alguns itens como vocabulário e quebra-cabeças, os resultados podem até melhorar com a idade, mesmo que o idoso seja mais lento para dar a resposta.”

É evidente que, alguns idosos cultivam uma boa memória, enquanto outros sofrem uma perda acentuada, esse fator não se atribui apenas a idade, mas por falta de um trabalho preventivo. Infelizmente, ainda na atualidade, são desconhecidos diversos mecanismos do funcionamento da memória e da consciência do idoso. É de suma importância dar oportunidades aos idosos de compartilharem assiduamente do mundo em que vivem. (Tavares, 2017).

Com base em todas essas informações, afirma-se a importância que o professor saiba que para o aluno aprender não há idade e idade não é impedimento para conhecer e lutar sempre. Lembrando que a aprendizagem não está reservada a uma determinada idade, mas a todas. Às vezes, o idoso que chega à universidade é tratado como inexperiente, assim como tratam os jovens. (Tavares, 2017).

Na atualidade é possível localizar diversos alunos com mais de 60 anos, que por algum motivo não conseguiram cursar uma universidade na juventude. Por motivos variados, como: a falta de autoconfiança, por não criar a consciência de que era possível estudar, não organizar sonhos e ideais, por autoritarismo de parceiros, por questões financeiras, ou simplesmente por falta de oportunidade. Esses alunos normalmente são mais estudiosos, esforçados, interessados e cheios de possibilidades. (Tavares, 2017).

Hoje, é possível ter a certeza de que em todo o momento da vida é próspero para aprender. E se nesse processo estiver tratando-se com pessoa idosa, a atitude e o comportamento do professor precisa ser de parceria, cooperação, colaboração, com o intuito de alcançar as metas almejadas. (Tavares, 2017).

Em contrapartida é preciso levar em consideração que a aprendizagem do idoso é mais autônoma e independente, uma vez que ele possui a capacidade de tomar decisões, proferir normas e limites da atividade de aprendizagem, possui também a capacidade de autogestão e de aprender com sua própria experiência, entretanto não se versa de uma atividade a ser desempenhada a sós. (Tavares, 2017).

Outra questão de suma importância, a ser levantada sobre a aprendizagem do idoso, é que esta é motivada por fatores internos e não externos. Este fator intervém na maneira de ensinar do professor e é sugestivo na medida em que surge para confirmar que os idosos aprendem de forma significativa e única, através de impulsos internos e não por intermédio de recompensas externas. (Tavares, 2017).

O professor necessitar ter paciência ao ensinar, normalmente, o aluno idoso é mais lento para escrever e para raciocinar. É indispensável, também, que o professor constitua um vínculo com o aluno mais idoso, uma vez que se faz necessário alcançar sua confiança e afeto. O aluno idoso é, de uma maneira geral, mais carente e, abundantemente sente-se mais solitário com as perdas que a vida lhe proporcionou. Claramente, isso poderá contribuir e afetar com o seu processo de ensino e aprendizagem. (Tavares, 2017).

3.-Metodologia.

Segundo Beuren (2009), Matias Pereira (2012) e Gil (1999), a metodologia é o emprego do conjunto dos métodos, procedimentos e técnicas que cada ciência em particular coloca em ação para alcançar seus objetivos. A colaboração entre demonstração lógica e experimentação, a interação entre ciência pura e tecnologia, é uma característica do espírito científico contemporâneo.

A revisão bibliográfica é parte obrigatória de qualquer investigação científica, pois, através deste embasamento teórico é possível identificar as várias teorias científicas existentes e reconhecidas. A revisão bibliográfica foi realizada mediante material já existente e elaborado, entre esses materiais estão os livros e artigos científicos publicados e revistas conceituadas (Gil, 1999).

Uma pesquisa exploratória do tipo descritiva, uma vez que, ela serve de ponto de partida para a interpretação e análise do problema, esta realizou-se em acervos bibliográficos, meios eletrônicos (Internet), revistas e artigos publicados que abordam temas da terceira idade, a educação superior e o professor.

A revisão bibliográfica é importante, pois inibe erros, auxilia o investigador na execução do estudo e, é um guia para que a investigação não perca seu foco central que é a resolução de um problema.

4.-Discussão dos resultados.

Para a discussão dos resultados se tabulou as teorias pesquisadas sobre a terceira idade para melhor entendimento.

Quadro 8: Teorias sobre a Terceira Idade.

Teorias Terceira Idade Brasil, (2017) Estatuto do Idoso A Política Nacional do Idoso (Lei Federal nº. 8.842/1994), e o Estatuto do Idoso (Lei Federal nº 10.741/2003), determina Idoso como pessoas com 60 anos ou mais. Idade (2017) A pessoa que se encontra na Terceira Idade, ainda, é vista com olhos tortos, como um período sem graça na vivência humana. A terceira idade é uma etapa da vida pela qual se espera que todo indivíduo veja a passar. Leite Barros (2017) O conceito de envelhecimento tem alterado bastante positivamente O conceito social a respeito do idoso de umas décadas teve uma evolução de grande importante nos quesitos da cultura, medicina, e, principalmente do respeito do homem por si próprio. Santellano (2017) Terceira idade no Brasil cresceu cerca de 11 vezes nos últimos 60 anos, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões de pessoas nesta faixa etária. Na atualidade o número de pessoas no país cresce disparadamente e já excede a marca de 10% da população total. Nanô (2017) A região que concentra mais idosos é a região Sudeste seguido da região Nordeste, refletindo uma tendência clara entre as regiões do Brasil que apresentam um índice de crescimento maior do que as demais regiões do país. Freitas (2017 Estimativas para o ano de 2039, a população brasileira deverá estabilizar o seu crescimento. Isso significa que a população do país irá parar de crescer, proporcionando uma queda drástica na população. Importar tabla

Fonte: A própria pesquisa

Na sequência um diálogo sobre as teorias que abordam a Educação Superior na Terceira Idade.

Quadro 9: Teorias sobre a Educação Superior na Terceira Idade.

Teorias Educação Superior na Terceira Idade Nascimento Ordonez (2017) No Brasil, a primeiro registro que proporcionou educação a idosos ocorreu na década de 1970. No ano de 1982, a Universidade Federal de Santa Catarina transformou-se na primeira instituição de ensino superior do Brasil a aderir ao movimento Universidade Aberta à Terceira Idade Brasil (2017) Estatuto do Idoso A educação para a terceira idade no Brasil está prevista no Artigo 22 da Lei nº. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). Art. 22.Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. Rodrigues (2017) A legislação não faz referência à forma pela qual a educação para a terceira idade deve ser oferecida ou trabalhada. Destaca a importância da preparação das pessoas para a fase do envelhecimento, seja para vivê-la como para socializar com quem já se encontra nesse período de sua vida. Brasil (2017) Os dados apresentados pelo (INEP) tem aumentado o número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) com 60 anos de idade. Onde, o total de idosos que realizaram a inscrição do ENEM no ano de 2014, foi de 15,5 mil, triplicando em comparação a 2009, quando esse total foi de 4,7 mil. Importar tabla

Fonte: A própria pesquisa.

A teoria de Tavares sobre a importância do professor para a pessoa idosa no ensino acadêmico superior.

Quadro 10: Teorias sobre a importância do professor na educação da pessoa idosa.

Teorias O professor na educação da Pessoa Idosa Tavares (2017) Aos poucos o professor necessita as diferenças nas identidades dos alunos, possivelmente isto poderá ser um fator determinante nas diversos estratégias de aprendizagem, ajudando-os, adequando métodos dentro da diversidade de idades. Tavares (2017) O adulto aprende pela da troca de idéias, informações, habilidades e experiências, pois, a aprendizagem está intimamente associada à experiência e esta é pessoal e única. Tavares (2017) Em cada fase da vida, modificam-se as relações interfuncionais que ligam a memória a outras funções. Os estudos demonstram que, no envelhecimento, ocorre uma evolução do acúmulo de micro lesões em diferentes locais do cérebro. Tavares (2017) A importância do professor para o aluno idoso aprender é de extrema necessidade. Idade não é impedimento para conhecer e lutar sempre. Lembrando que a aprendizagem não está reservada a uma determinada idade, mas a todas. Às vezes, o idoso chega à universidade mas é tratado como inexperiente e desatualizado. Tavares (2017) Nesse processo é interessante perceber que a pessoa idosa, tem atitude, tem sentimento. O professor precisa ser de parceria, cooperação, colaboração, com o intuito de alcançar as metas almejadas. Tavares (2017) O professor necessita ter paciência ao ensinar, normalmente, o aluno idoso é mais lento para escrever e para raciocinar. É indispensável que o professor constitua um vínculo com o aluno mais idoso, uma vez que se faz necessário alcançar sua confiança e afeto. Importar tabla

Fonte: A própria pesquisa

Pode-se refletir diante dos dados elencados que é necessário entender que a sociedade também é responsável pela pessoa idosa para que esta possa ter sentido para levar sua vida de forma saudável. A implantação da Universidade Aberta da Terceira Idade têm buscado melhor compreender e incluir o indivíduo que envelhece no projeto de reinserção do idoso através da Educação Universitária.

É necessário, ainda, ressaltar que existe uma dificuldade de compreender as condições de envelhecimento num contexto histórico em um país marcado pela desigualdade como o Brasil, pois tradicionalmente o idoso é associado à doença, aposentadoria e dependência.

Entretanto, é hora de encarar esse novo paradigma, pois é essencial que a sociedade aceite o idoso como participante de uma vida socialmente ativa, pois as pessoas estão vivendo por mais tempo. O Brasil está vivenciando um ritmo crescente à longevidade de sua população, deixando de ser, gradativamente um país de jovens.

A universidade tem que ser um espaço aberto ao idoso, não somente para atividades práticas, mas sim para ensino-aprendizado, o espaço universitário deve propiciar participação. A velhice é uma etapa especial da vida humana, marcada por mudanças biológicas, sociais e econômicos.

5.-Conclusão.

Com base no estudo desenvolvido no presente artigo, e em resposta a indagação que norteou o mesmo conclui-se que a pessoa idosa em sua grande maioria ingressou na educação superior em busca de melhorar a autoestima, de realizar sonhos antigos nunca realizados e principalmente para superar obstáculos que aparecem naturalmente com o envelhecimento. E, principalmente, poder ter um envelhecimento diferente e significativo na sociedade, através da construção de novos ideais e positivismo.

Com a realização da pesquisa, constatou-se o tema relevante, atual e realista, pois, pouco se discute sobre o mesmo. Por esse fator que se faz necessário que as pessoas se aprofundem mais nesta temática, ganhando assim um conhecimento ímpar sobre a tão realidade da vida da pessoa idosa no universo da educação superior.

O processo de mudança almejada iniciou-se mas, ainda representa um longo caminho a ser percorrido. No entanto o primeiro passo foi dado, esse espera que se concretize na transformação tão esperada. O professor por sua vez continua sendo o precursor do processo de geração de mudanças, já que é ele quem participa interagindo efetivamente do processo educacional.

Referencias

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. (5ª ed.). São Paulo: Atlas.

Matias, J. (2012). Manual de metodologia da pesquisa científica. (3ª ed.). São Paulo: Atlas.

Santellano, M.T. (2017) A terceira idade no Brasil cresceu cerca de 11 vezes nos últimos 60 anos, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões de pessoas nesta faixa etária. Documento eletrônico. Recuperado de: http://www.portalterceiraidade.org.br/dialogo_aberto/cidadania/especial000 3.htm.

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