Resumo: A sociedade deve ver a leitura e escrita como algo essencial para o entendimento do mundo, pois o letramento é o que faz a transformação e desenvolvimento social. Sem responsabilidade na aplicação e ensinamento do letramento pelas escolas não haverá a aprendizagem, a qual se processa em uma relação interativa entre o sujeito e a cultura em que vive. O irresponsável letramento afeta muitos fatores como o próprio Enem, que acaba refletindo nos resultados das provas e mostrando como os jovens entendem e se posicionam em problemas vivenciados em no país, como os propostos na redação, além de prejudicar na prática escolar em todas as áreas do saber, pois a compreensão e interação dos conteúdos só ocorrem quando ouve o letramento e consequentemente a prática social destes. A partir destas reflexões nota-se que a cultura do país precisa ser repensada sobre a importância da leitura e escrita para o letramento.
Palavras-chave:leituraleitura,escritaescrita,sociedadesociedade,conscientizaçãoconscientização,letramentoletramento.
Abstract: Society must see reading and writing as essential to the understanding of the world, since literacy is what makes social transformation and development. Without responsibility in the application and teaching of literacy by schools there will be no learning, which takes place in an interactive relationship between the subject and the culture in which he lives. The irresponsible literacy affects many factors such as Enem himself, which ends up reflecting in the results of the tests and showing how young people understand and position themselves in problems experienced in the country, such as those proposed in the essay, as well as harming school practice in all areas of knowledge, because the understanding and interaction of the contents only occur when listening to the literacy and consequently the social practice of these. From these reflections it is noted that the culture of the country needs to be rethought about the importance of reading and writing for literacy.
Keywords: reading, writing, society, awareness, literacy.
Investigación
Mudança Social também se faz com uma Educação na Leitura e na Escrita voltada para o Letramento.
(Social change also does an education in reading and writing back to letramento)

Recepción: 01 Marzo 2019
Aprobación: 20 Mayo 2019
Não é de hoje que se sabe da importância da leitura para o aprimoramento do vocabulário, em que dinamiza o raciocínio, a interpretação e o desenvolvimento da escrita das pessoas e a escola tem um papel importante nessa formação, por isso o planejamento na área de Língua Portuguesa deve abraçar as melhores formas de ajudar os alunos nesse processo.
Em contra partida pessoas que não têm o hábito da leitura são propensas a sofrerem as consequências da falta de conhecimento podendo ser tanto no meio social, econômico, ambiental e da saúde, sobre isso, Grossi diz:
Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias próximas das suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que temos a chance de entrar em contato com o desconhecido, conhecer outras épocas e outros lugares – e, com eles abrir a cabeça. Por isso, incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica entre todos e o respeito à diversidade. (GROSSI, 2008, p.03)
A triste realidade de não leitores é o que afeta enormemente o desempenho e desenvolvimento da sociedade, pois não se sabe dos recursos, tratamento para doenças assim como descobertas de curas para as mesmas e leis que lhe favorece e protege, Freire diz ainda que:
[...] de alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo mas por uma certa forma de “ escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente. (PAULO FREIRE, 1981, p.13)
É evidente que a leitura tem sua prática social além dos anos frequentados nas intuições de ensino, proporcionando um aprimoramento do conhecimento prévio dialogando com novas culturas, descobertas e experiências que venham somar e transformar as ideias que julgar ultrapassadas. Na realidade cresce a prática de promoção e interação entre os indivíduos, capazes de assumir uma concepção mais ampla, com a possibilidade de promover ao sujeito a emancipação para que ele interaja de forma crítica e transformadora, objetivando quem sabe então, suprir as desigualdades sócio educacionais. Sobre a prática social Brandão afirma que:
A concepção de leitura como um processo de enunciação se inscreve num quadro teórico mais amplo que considera como fundamental o caráter dialógico da linguagem e, consequentemente, sua dimensão social e histórica. A leitura como atividade de linguagem é uma pratica social de alcance político. Ao promover a interação entre indivíduos, a leitura, compreendida não só como leitura da palavra, mas também como leitura de mundo, deve ser atividade constitutiva de sujeitos capazes de interligar o mundo e nele atuar como cidadãos.( BRANDÃO, 1994, p.89)
A escola sabendo da importância que tem na transmissão do conhecimento acaba que, em língua portuguesa mais especificamente, tendo que ter um olhar especial para o tipo de assunto abordado em textos, pois eles interferem na reflexão, construção e reconstrução de mundo do aluno e consequentemente na sociedade que ele venha atuar. Envolve ainda as mais diversas áreas, facilitando a argumentação e vocabulário para a produção de um texto oral ou escrito. Há grande necessidade do ser humano adquirir uma boa bagagem de leitura, pois além de obter conhecimento, desenvolve um potencial crítico capaz de questionar, duvidar, expor opiniões sem medo e, sobretudo, interpretar o mundo em que convive e é influenciado diariamente, por costumes, valores, crenças, linguagem e comportamentos. O próprio Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (v.3, 1998), diz o seguinte sobre a leitura:
A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. A partir daí ela pode estabelecer relações com a sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual pertence. ( RCNEI, p.143, v.3, 1998)
O baixo nível de alfabetismo no Brasil atinge diretamente a sociedade em seu desempenho social, econômico e consequentemente o baixo nível profissional. Isso fica evidente em dados que constam sobre Brasil informando que o país ainda não conseguiu atingir, a meta de redução do analfabetismo fixada para 2015, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2017, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de analfabetismo estava estipulada ser de 6,5% em 2015, mas, em 2017, ela foi de 7%, segundo dados da Pnad divulgados. A pesquisa indica também que 15 milhões no país são analfabetos, as regiões norte e nordeste detêm maior parte destes números e pessoas com mais de 60 anos que se declaram pardos ou negros estão nesta maioria. Revelando que os locais de maior desigualdade social e a cor são infelizmente os mais afetados ou sofrem as consequências por suas características.
Os resultados têm três fatores que influenciam no índice, uma delas diz respeito a questão demográfica em que os mais jovens são os que recebem mais escolarização. E os mais velhos tanto a taxa de analfabetismo quanto a taxa de mortalidade são as mais altas, por isso, a redução no índice de analfabetismo segue um caminho natural ano a ano. Outro item influenciador é ao acesso ao serviço em que as políticas públicas aceleram essa redução, ao garantir que pessoas de todas as faixas etárias sejam alfabetizadas. E o terceiro fator ainda corresponde a faixa etária, pois os mais novos que são mais escolarizados passam para seguinte faixa etária isso faz diminuir a taxa de analfabetismo.
É evidente que muita da falta da importância da leitura pela sociedade tem a ver com as condições, oportunidades e incentivo que o país oferece ao sistema educacional e consequentemente a tudo que diz respeito aos benefícios da leitura e a escrita, para que escolas tenham bibliotecas equipadas e atualizadas, como também no valor que são cobrados nos livros quando esses precisam ser comprados.
Portanto, através da leitura é possível conhecer épocas diferentes e observar a transformação social da sociedade, das culturas e das descobertas médicas. Assim como perceber pelas historias, as lutas dos povos que culminaram em tantas realizações para seus povos, como também, os livraram de muitas injustiças humanas. Pela riqueza dos registros escritos, os feitos históricos são contados e perpassam décadas, influenciam novas gerações e são fontes de pesquisas incentivadoras para novas transformações. A escrita é uma forma de transmitir ideias e conhecimentos adquiridos, por isso dominar sua língua nas regras é fundamental e não bastam somente as ideias, é preciso cuidado na escolha do assunto, do vocabulário e na construção das frases, pois isso que vai ficar preservado, possivelmente lido e influenciará os futuros leitores.
O conceito de letramento é muito difícil de ser construído porque envolve dois elementos bem diferentes e complexos que são a leitura e a escrita, cada um com suas especificidades, multiplicidade de habilidades, comportamentos e conhecimentos. A doutora Magda Soares assim descreve o ato de ler:
É um conjunto de habilidades comportamentais em que se estendem desde simplesmente decodificar sílabas ou palavras até ler Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa... uma pessoa pode ser capaz de ler um bilhete, ou uma história em quadrinhos, e não ser capaz de ler um romance, um editorial de jornal ... Assim: ler é um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuum: em que ponto desse continuum uma pessoa deve estar, para ser considera da alfabetizada, no que se refere à leitura? A partir de que ponto desse continuum uma pessoa pode ser considerada letrada, no que se refere à leitura? (MAGDA, 2009, p. 48)
E a ação de escrever é apresentada da seguinte forma por Magda:
É também um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma tese de doutorado... uma pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, uma carta, mas são ser capaz de escrever uma argumentação defendendo um ponto de vista, escrever um ensaio sobre determinado assunto... Assim: escrever é também um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuum: em que ponto desse continuum uma pessoa deve estar, para ser considerada alfabetizada, no que se refere à escrita? A partir de que ponto desse continuum uma pessoa pode ser considerada letrada, no que se refere à escrita? (MAGDA, 2009, p. 48)
É notório que o conceito de letramento se vale de diferentes tipos de situações de uso da língua e níveis de conhecimentos que o sujeito vai precisar dominar em seu meio, contexto social e cultural. O grau de instrução e informação do individuo vai determinar sua capacidade de interpretação, compreensão e interação na prática com o que ele domina. E dependendo do grau de escolaridade ou conhecimento de mundo, pode ou não ser capaz de interagir com todos os elementos linguísticos existentes em sua língua. Nesse ponto nos cabe uma reflexão individual de analisarmos até que ponto somos letrados em nosso idioma, levando em conta os questionamentos da autora Magda.
Para autores como KLEIMAN (2005, p.18), a definição de letramento, envolve muito mais do que uma habilidade (ou conjunto de habilidades) ou uma competência do sujeito que lê. Envolve múltiplas capacidades e conhecimentos, muitos dos quais não têm necessariamente relação com a leitura escolar, e sim com a leitura de mundo, visto que, o letramento inicia-se muito antes da alfabetização, ou seja, quando uma pessoa começa a interagir socialmente com práticas de letramento no seu mundo social.
O hábito da leitura é uma das melhores formas de atingir e aprofundar o entendimento e a socialização dos textos vinculados nas mais diversas esferas. Pesquisas sobre o retrato da leitura no Brasil, publicada em 18 de abril de 2018, feitas pela ABDR, Associação Brasileira de Direitos Reprográficos, que tem como principal objetivo social esclarecer e orientar a sociedade brasileira quanto ao correto cumprimento das leis e tratados de direitos autorais, especialmente quanto ao reconhecimento da importância do trabalho realizado pelos autores, gráficos, e editores, mostram que houve um aumento da escolaridade média da população, com uma redução na proporção de analfabetos e indivíduos com escolaridade até o nível Fundamental I, e aumento da proporção de brasileiros com Ensino Superior e, sobretudo Ensino Médio. Porém de acordo com a INAF, Indicador de alfabetismo Funcional, informa sobre pesquisa feita a partir de 2015 que apesar do percentual da população alfabetizada funcionalmente ter passado de 61% em 2001 para 73% em 2011, apenas um em cada 04 brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática. Isso retrata que o aumento da escolaridade média da população brasileira teve um caráter mais quantitativo (mais pessoas alfabetizadas) do que qualitativo (do ponto de vista do incremento na compreensão leitora).
Com esses dados é possível deduzir, por exemplo, o porquê do grande número de zero ou baixas em redações do ENEM, em que o entendimento do assunto proposto e a produção da estrutura do gênero dissertação-argumentativa não são atingidos. O gráfico a seguir, apresentado no site G1 Educação faz um levantamento de comparação entre 2014 a 2017 sobre o número de alunos que tiraram nota mil, a pesquisa foi realizada pela INAF.

Nos dados visualizados fica evidente a diminuição do número de notas mil no decorrer destes quatro anos analisados, na página em que foi retirado o gráfico não apresentou motivos que levaram a esses resultados, porém se pode deduzir vários fatores para a conclusão destes dados. Relacionando os números apresentados pelo INEP a respeito da qualidade e quantidade de pessoas escolarizadas, é possível deduzir que um dos motivos geradores dessa redução dos candidatos com nota máxima esta relacionado com os educandos não saírem o suficientemente letrados do Ensino Médio. E são outras deduções que surgem para que os estudantes não concluam os estudos completamente letrados, podendo ser falta de investimento do poder público, o formato do sistema educacional, falta de capacitação dos educadores entre outros motivos, os quais seriam de extrema importância serem investigados e encontrados para serem corrigidos. Caso contrário, pesquisas sobre analfabetismo e notas de provas são em vão se não forem para serem melhorados.
O mesmo site apresentou dados a respeito do número de notas zero na redação que no total das 4,72 milhões de redações corrigidas, 309.157 tiveram notas zero. A fuga ao tema da prova foi o motivo para zerar a redação. Já em 2016, apenas 0,78% dos alunos cometeram este erro e em 2017, o número subiu para 5,01%.
A verdadeira prática do letramento passa a ser uma fachada de acordo com os dados apresentados e sem uma educação levada a sério pelos governantes e pela sociedade não é possível auxiliar no desenvolvimento do país. Aqui cabe um pensamento de Paulo Freire, que diz que o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno: “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”
A importância da leitura e escrita não se da só no âmbito da Ciência Humana como na Língua Portuguesa, pois ela perpassa por área do saber como Geografia, História, Ciências Naturais, Arte, Educação Física e Matemática. Uma forma de exemplificar essa ligação pode ser vista no que se chama de letramento Matemático, em que na Ciência Exata a leitura e escrita são, sem dúvida, a base para que estruturas mais complexas de pensamento e formas diversificadas de raciocínios lógicos se construam. Atingindo a alfabetização em Matemática se é possível entender o que se lê e escreve a respeito das primeiras noções de aritmética, geometria e lógica, sem perder a grandeza social e cultural desse processo, que estão pressentes no significado do ato de ler e de escrever, vivenciados na prática cotidiana do ensino e da aprendizagem da esfera dos números. Machado assim conceitua em sua tese de Doutorado intitulada “Do significado da escrita da matemática na prática de ensinar e no processo de aprendizagem a partir do discurso de professores” a ideia de letramento Matemático:
(...) podemos explicitar nosso entendimento para "letramento matemático" como expressão da categoria que estamos a interpretar, como: um processo do sujeito que chega ao estudo da Matemática, visando aos conhecimentos e habilidades acerca dos sistemas notacionais da sua língua natural e da Matemática, aos conhecimentos conceituais e das operações, a adaptar-se ao raciocínio lógicoabstrativo e dedutivo, com o auxílio e por meio das práticas notacionais, como de perceber a Matemática na escrita convencionada com notabilidade para ser estudada, compreendida e construída com a aptidão desenvolvida para a sua leitura e para a sua escrita. (Machado, 2003, p.135)
O letramento abrangendo tantos espaços passa ser destaque e presente, não só nas aulas de Português e sim, em todas, pois o entendimento só acontece a partir da leitura e consequentemente da interpretação e compreensão de conceito como por exemplo os de biomas, latitude, latifúndios e trovadorismo, em que havendo a total compreensão esses conteúdos serão de utilidade tanto no âmbito escolar, profissional ou meio social e é isso que é o real Letramento.
As tecnologias inseridas nas escolas também cobram dos participantes deste ambiente um aprofundamento nesses recursos que favorecem o aprendizado, exemplo disso é o fato dos cursos de licenciatura, terem matérias que envolvam informática com o intuito dos cursistas dominarem a linguagem oral e a escrita e ter facilidade para se comunicar com esses instrumentos, além de saber lidar com ferramentas e com práticas pedagógicas que permitam ensinar conteúdos para os Ensinos Fundamental e Médio, vinculados aos novos recursos tecnológicos que vão surgindo. Dessa forma, favorecer no aprendizado dos conhecimentos transmitidos em sala, em todas as áreas de licenciaturas.
Visualizando Letras no meio digital, ensinar vários gêneros textuais que na atualidade são ferramentas de trabalho em muitas profissões. Isso pode ser necessário como saber enviar um e-mail, fazer uma carta comercial, preencher um currículo, enfim, vários tipos de textos que na atualidade são utilizados nas mais diferentes profissões. E assim ser apto para trabalhar com produção, revisão e edição de textos. Para isso o letramento digital também é uma prática que envolve a leitura e o entendimento dos recursos para que sejam usados com eficiência. As palavras do ambiente digital que são incorporadas de forma muito rápida ao idioma também contribuem para o aprendizado dos seus conceitos que acabam sendo incorporados no dia a dia.
A compreensão, interpretação sendo tão essenciais na comunicação e interação da sociedade, que se não houver o interesse por parte de todos para apreender não ocorrerá a transformação para todos que perderão oportunidade de melhorar a vida.
A alfabetização e o letramento são primordiais na evolução da humanidade.
A metodologia usada para alcançar os objetivos propostos é a descritiva, que se baseou nas experiências e pesquisas feitas pelos autores mencionados neste artigo como Grossi, Freire e Magda. Além dos levantamentos feitos INAF, em que mostram os dados a respeito das notas da redação do ENEM, assim como, experiência particulares na área da língua portuguesa, em que se observa a evolução dos educandos quando têm hábitos de leitura e atividades feitas de forma contextualizadas. Dessa forma, comprovam a importância da leitura e da escrita para alcançar o letramento e consequentemente o desenvolvimento social.
Para atingir o letramento de forma o mais satisfatória possível e fundamentada nos autores, foi incorporado ao planejamento escolar do Colégio Estadual Yvone Pimentel, que trata do público especifico deste artigo, um Planejamento de leitura conforme o cronograma escolar. Em que cada sala tem posto em mural o calendário com os dias e as aulas em que se darão vinte cinco minutos para leitura. Toda semana tem uma aula especifica para isso e com a preocupação de serem dias e aulas diferentes para não prejudicar o restante do planejamento escolar. Cada professor em sua aula tem a liberdade nesse horário combinar trabalhar com conteúdos específicos da sua matéria, para poder contextualizar sua matéria a leitura, ou os alunos já sabendo previamente do dia trazer um livro a sua escolha, desde que apropriado para sua idade. Podendo para isso emprestar na biblioteca da escola, trocar entre os colegas, trazer de casa ou comprar.
Foi feito também no início do ano de 2018 uma pesquisa através de um questionário produzido no Google drive. Todas as turmas do turno da manhã e da tarde participaram e foram 310 respostas, para um total de 1500 alunos. As perguntas estão relacionadas aos hábitos de leitura dos alunos.
Os resultados a serem alcançados ainda estão em processo de analise, pois requer alguns tempo para serem sentidos por todo Colégio e fora também, como resultados na melhora do vocabulário, os estudantes terem hábito de leitura, melhorar a interpretação, a argumentação e em notas de vestibulares e do Enem. Mas alguns hábitos dos alunos já estão mudando como as idas a biblioteca que aumentaram, a cobrança dos mesmos ao cumprimento do calendário de leitura, uma presença grande de livros nas carteiras, os alunos ao sobrarem tempo quando terminam as lições ou avaliações pedem permissão para continuarem lendo seus livros. Aumentaram as perguntas sobre duvidas a respeito do significado de palavras desconhecidas por eles, como também quando encontram em livros mais antigos a curiosidade de entender a escrita de certas palavras que lhes parece estranhas, mas na realidade fazem parte da transformação da nossa língua. Porém o interesse desse projeto parece maior com alunos do Ensino Fundamental que parecem mais comprometidos com o projeto, pois nas aulas destinada quase todos trazem seus livros. As turmas do Ensino Médio parecem que mais alunos em sala não se preocupam em trazer livros e nem solicitam a ida a biblioteca para emprestar.
Perguntas feitas no questionário realizado no inicio do ano podem ser observadas mudanças na atitude dos estudantes em sala. Os dados apresentados por eles na ocasião tiveram mudanças positivas em suas atitudes como é possível observar nos gráficos a seguir:

Pode se observar até a metade do ano de 2018 um aumento da presença dos alunos na bibloteca emprestando livros com a implantação do Projeto.

Devido à hora destina a leitura em sala os alunos têm a oportunidade se ler mais tempo e ainda aqueles que responderem não ter o hábito da leitura, que foi a maioria com 40% de todos entrevistados, tiveram que providenciar algo que gostassem de ler para trazer ao Colégio e inspirados, influenciados, incentivados, curiosos ou até intimidados por seus colegas estarem lendo passaram a ler. Ou até por obrigação, mas nem assim eles saem sem vantagens pois estão se apropriando de algum conhecimento.

Sobre se os estudantes tem hábito de leitura está muito dividido, embora ainda grande parte não tenha. Com o incentivo da escola eles passaram a ter devido a programação especifica, isso faz com que muito continuem suas leitura em casa, pois entretido com suas leitura buscam acabar logo a leitura para ir atrás de novos exemplarem. Assim como conseguem ver a importância da concentração para esse momento e como fica mais fácil reter conhecimento. E principalmente são incentivados a criar o hábito da leitura que pode se estender a outros ambientes e também a ter uma rotina de estudo.
Pessoas que têm dificuldades de escrever, pouco vocabulário ou dificuldade de argumentar, geralmente são fatores relacionados à falta de hábito e incentivo de leitura quando no período escolar ou dos responsáveis. Dessa forma com o projeto os educandos vão criando o hábito e sentido a diferença que isso trás para seu aprendizado.

Com o grafico mostrando a frenquência da leitura fica claro que os alunos não têm incentivo, regras e comprometimento em ler e isso deve se estender ao seus estudos que também não devem ter regras para estudar.
Algumas falhas também são identificadas no projeto como a reclamação dos estudantes a respeito de quando alguns professores não sedem suas aulas para leitura,quando estas caem no dia e hora previamente estabelecidos. Ou quando muitos pedem para ir à boblioteca e a mesma se encontra fechada ou quando alguns professores não autorizam a ida dos educandos a biblioteca quando estes pedem.
Contudo, no segundo semestre esperace corrigir as falhas mecionadas.
O hábito da leitura pela população brasileira deveria ser algo que fizesse parte da cultura, pois o conhecimento sendo tão fundamental para o desenvolvimento pessoal e social não deveria ser algo feito pela metade ou de forma resumida. Os meios tecnológicos também tem sua parcela na forma em que ocorre boa parte da leitura , pois não são aproveitados pelos sujeitos de forma a favorecer e entender o poder que o conhecimento adquirido através da leitura proporciona, pois buscam nestes recursos a leitura de resumo, sinopse ou ainda incompleta dos livros, ou seja, não há seriedade e comprometimento no ato ler .
A leitura e a escrita são o principal caminho para atingir o letramento, pois são desenvolvidas competências que entre si completam o entendimento e socialização dos conteúdos. Competências como decodificar o que está escrito, saber que a escrita representa os sons da língua; compreender o que autor quis passar e ser capaz de resumir; interpretar o está ligada às conclusões que podemos chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade, é o entendimento subjetivo que o leitor tem sobre o texto, as ideias depois de ter compreendido; e reter as informações que são relevantes para aquele gênero.
Os jovens se tivessem o real entendimento do que a leitura traz poderiam ser responsáveis em ajudar na solução de muitos problemas sociais, a começar pelas problemáticas apresentados nos tema que o Enem apresenta para serem propostas soluções. Situações que atingem o dia a dia da sociedade. E sem um real comprometimento nem com a leitura como haverá o comprometimento social. Por isso a leitura e a escrita com letramento devem ser algo que se inicie em casa e que a escola faça seu papel, pois é essencial em todas as meterias e contextos sociais.
Na sociedade atual não basta só ser alfabetizado, mas exigisse que se seja letrado para ser um cidadão pleno, exercendo todas a funções sociais que o mundo precisa e que com a evolução se faça presente e não excluído. Um individuo letrado interage de forma diferenciada com o meio social, mudando sua leitura de mundo, quando essa se faz necessária na evolução da cultura, lugar social e consequentemente em seu modo de vida.
O homem do ponto de vista cognitivo passa a compreender melhor o mundo à sua volta, e faz uso dessa vantagem a seu favor. O letramento também traz consequências linguísticas, pois, aprimora a oralidade, ou seja, ocorrem mudanças tanto no uso da língua oral, quanto no vocabulário e nas estruturas linguísticas, como afirma Magda Soares, p. 38, em “A hipótese é que aprender a ler e a escrever e, além disso, fazer uso da leitura e da escrita transformam o individuo, levam o individuo a outro estado, ou condição sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico...” e é isto que a sociedade deve buscar para sua evolução e melhora na sua condição terrena. Mas para que tudo isso seja refletido na sociedade como um todo, é de primordial importância a conscientização de todos para o estudo, de todas as formas e continuadamente, sem essa cultura continuarem rastejando para solução de problemas sociais, de igualdade e qualidade de vida.




