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EDITORIAL
Comissão Editorial da Revista Brasileira de História da Educação
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EDITORIAL
Revista Brasileira de História da Educação, vol. 17, núm. 2, pp. 1-4, 2017
Sociedade Brasileira de História da Educação
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EDITORIAL

EDITORIAL

Comissão Editorial da Revista Brasileira de História da Educação
Sociedade Brasileira de História da Educação, Brazil
Revista Brasileira de História da Educação, vol. 17, núm. 2, pp. 1-4, 2017
Sociedade Brasileira de História da Educação

Com satisfação oferecemos à comunidade acadêmica mais um número da Revista Brasileira de História da Educação. Sabedores que a revista permanece no mais alto nível do sistema de classificação da CAPES, a base QUALIS, reiteramos os nossos esforços para aperfeiçoarmos cada vez mais esse importante veículo de divulgação dos resultados das pesquisas de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Aguardamos com expectativa o resultado do nosso pedido de veiculação ao SciELO, o qual deverá ser conhecido nos próximos meses.

Em relação à base QUALIS, julgamos importante informar aos pesquisadores, autores e leitores da nossa revista, que o número do ISSN da RBHE será unificado na próxima divulgação da classificação feita pela CAPES. Nos últimos anos, da mesma maneira que ocorreu com inúmeros outros periódicos, mantivemos dois números de ISSN, um referente à revista impressa, outro à sua versão online. Mesmo com a supressão da versão em papel, que constava em uma melhor posição na avaliação da CAPES, foram mantidos os dois ISSN por motivos que desconhecemos. Por isso, até aqui, os interessados observarão a permanência dos dois números. Mas a CAPES já nos informou que essa distorção já está em processo de correção, e na próxima divulgação dos resultados teremos apenas um ISSN, mantendo a avaliação no estrato A1 daquela base.

Em relação ao número ora trazido a lume, reiteramos o nosso esforço em privilegiar a dispersão geográfica e temática da revista a partir da demanda continua, uma vez que neste número não publicamos dossiês.Assim, oferecemos à comunidade um conjunto de 11 textos, sendo 10 artigos originais e uma resenha. A maioria dos trabalhos se refere a uma temporalidade ancorada na segunda metade do século XIX que se expande até as primeiras décadas do século XX, embora tenhamos um artigo que foca o século XX e um outro que inscrevemos no tempo presente. São oito textos que tratam da história da educação brasileira, um texto de autores catalães, versando sobre a história da educação na Catalunha, e um texto tratando da configuração da educação na China atual, além da resenha.

Tematicamente os trabalhos sugerem uma estimulante diversidade.

Abrindo o número,Alberto Damasceno propõe uma significativa contribuição para a história da profissão docente no Brasil, em Moralidade, vocação, prudência e desvelo: a difícil arte de ser professor primário no Pará imperial (1838-1851). Analisa um conjunto de prescrições para aqueles que desejavam atuar como professores na instrução primária paraense, as quais emanavam do aparato legislativo ou das concepções educacionais dos dirigentes da Província.

Em seguida, com A educação como horizonte político no Segundo Reinado: notas sobre a trajetória e a atuação de Abílio César Borges, Carlos Eduardo Dias Souza percorre a trajetória de uma importante figura dos oitocentos no que se refere ao debate educacional, o Barão de Macaúbas, o qual vem merecendo a atenção dos pesquisadores brasileiros. O autor recupera a dimensão política da atuação do Barão, inscrevendo-o em um intricado jogo de força que tinha a educação como epicentro no período do Segundo Reinado.

Segue-se o texto de Bruno Adriano Rodrigues Silva, Uma cultura escolar de esporte no Instituto Evangélico, Lavras, Minas Gerais (1893-1919). Nele o autor discute a importância do esporte na configuração de uma cultura escolar específica, de corte protestante, na cidade de Lavras. Busca capturar as relações entre a educação escolar e o esporte observando as características daquela instituição e afirmando uma possível cultura escolar do esporte.

Já, o texto de Reginaldo Alberto Meloni, O ensino de Química nos Ginásios de São Paulo - 1896/1909, apresenta uma importante contribuição para a história do currículo e das disciplinas escolares, assim como para a história da ciência. O autor percorre amplo material empírico para capturar prescrições e práticas de ensino de Química no Estado de São Paulo, em um momento de forte debate sobre as finalidades daquele ensino.

Na sequência, em Balanço sobre a historiografia do ensino profissional paulista (meados de 1880 a meados de 1940), Marcelo Rodrigues Conceição oferece um importante instrumento para todos aqueles que se interessam pelo tema do ensino profissional, independente da limitação geográfica. Foca aproximadamente 20 anos de produção sobre o tema e em relação a um período específico, argumentando que neste domínio não se observou a renovação experimentada pelo campo da História da Educação.

O número continua com uma contribuição internacional vinda da Catalunha: Barcelona y el problema de laeducación física enlaprimeraenseñanza a principiosdelsiglo XX. Lasescuelascatalanasdel distrito VI, dos professores Xavier Torrebadella-Flix eJordiBrasó i Rius. Os autores defendem que nas primeiras décadas do século XX, momento de expansão do Movimento pela Escola Nova, a educação física fora um elemento fundamental na conformação de práticas escolares que focavam menos o desenvolvimento da saúde dos alunos, mas teria servido como fomentadora de um currículo oculto que pretendia o desenvolvimento de um tipo de sensibilidade que visava a pacificação, a nacionalização e a produção.

Por seu turno, Tony Honorato e Ana Clara Bortoleto Nery, em Constituição, agentes e usos de uma biblioteca de formação de professores (1897-1923), focam na constituição da biblioteca da Escola Complementar e Normal de Piracicaba. Tratando da concepção, da organização e dos usos daquele espaço, os autores apresentam uma significativa contribuição ao destacar a sua importância como espaço educativo/cultural que ajudaria constituir uma memória da educação.

Também ligado a uma dimensão memorial, expressa sobretudo na sua materialidade, o trabalho de KatyaZuquimBraghini, As aulas de demonstração científica e o ensino da observação, envereda pela âmbito da história da educação dos sentidos, explorando a noção e o significado da observação no ensino de Ciências em escolas paulistas no final do século XIX. Recorre às demonstrações com objetos científicos para dimensionar o alcance de uma educação do olhar como fundamento daquele ensino.

Os dois últimos artigos vêm do Rio Grande do Sul. Em Professoras e alunos negros no litoral norte do Rio Grande do Sul (meados do século XX): o aprendizado da cor, Rodrigo de Azevedo Weimernos oferece uma contribuição bastante estimulante sobre o que poderia ser o processo de empoderamento e ascensão social de mulheres negras, analisando a trajetória educativa/escolar de três personagens particulares no litoral norte do Estado, em uma região hoje requerida como “remanescente de quilombos”.

Fecha o conjunto de trabalhos de demanda continua um texto que analisa a constituição recente do sistema educativo chinês. Dado o pouco conhecimento no Brasil das realizações educacionais daquele país, entendemos ser de relevância um estudo que não apenas identifique os seus pilares, mas discuta em que medida a educação atualiza ou tensiona o sistema político do comunismo chinês.

Concluímos o número com a publicação da resenha de Nayana Rodrigues Cordeiro Mariano sobre a obra de Cristiano de Jesus Ferronato, Das Aulas Avulsas ao Lyceu Provincial: as primeiras configurações da instrução secundária na província da Parahyba do Norte (1836-1884). Aracaju: EDISE/Edunit, 2014.

Observará o leitor que os artigos aqui reunidos dão grande destaque ao que pode ser relacionado com a cultura material em suas múltiplas facetas, com significativas consequências para a educação dos corpos, a constituição da subjetividade e a afirmação política de indivíduos ou grupos sociais específicos. Esperamos que a sua leitura estimule tanto a revisão de velhas formas de tratar temas consagrados, como a abertura de novos caminhos em direção a novos temas que qualifiquem ainda mais a pesquisa em História da Educação, não apenas no Brasil.

Comissão Editorial da Revista Brasileira de História da Educação

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* Autor para correspondência. E-mail: rbhe.sbhe@gmail.com

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