Editorial
EDITORIAL
EDITORIAL
Revista Brasileira de História da Educação, vol. 17, núm. 4, pp. 1-2, 2017
Sociedade Brasileira de História da Educação
Editorial
Retratando a diversidade de interesses que demarca o campo da história da educação, neste número da Revista Brasileira de História da Educação apresentam-se discussões que vão desde a história de instituições escolares às possibilidades de ação educativa por meio do patrimônio no campo escolar.
Da Espanha, temos o artigo de Jacinto Escudero Vidal e Maria Teresa Iglesas Polo que abordam a ação de Baltasar Pardal e a educação da mulher promovida pela instituição "La Grande Obra de Atocha". Os autores focalizam as ações dessa instituição e as vicissitudes pelas quais passou em sua constituição.
Paula Linhares Angerami, analisando o pensamento de John Dewey e sua recepção no Brasil, centra-se nas categorias de arte e de experiência estética apresentadas por esse autor para discutir discute outra possibilidade dessa recepção.
Jean Carlos de Carvalho Costa discute a história dos conceitos e, com base em alguns elementos do pensamento de Reinhart Koselleck, procura compreender as repercussões dessa reflexão na área da História da Educação, bem como nos conceitos utilizados em sua escrita.
Marta Maria de Araújo analisa a socialização escolar de Petronila da Silva Neri no período de 1935 a 1938, quando esta era aluna do Grupo Escolar "João Tibúrcio", de Natal, Rio Grande do Norte. Considera tanto as relações intergeracionais e intrageracionais quanto as dimensões institucionais e pedagógicas inerentes ao processo de formação humana e escolar e também à socialização analisada.
Flavio Tito Cundari da Rocha Santos e Julio Roberto Groppa Aquino discutem o que denominam "cartas de formação" trocadas entre Mário de Andrade e um grupo de jovens escritores. Destacam o elo entre educação e escrita, no qual Mário de Andrade exerceu o papel de mestre. Tal discussão é importante para o debate acerca da formação.
Juçara da Silva Barbosa de Mello e Sérgio Hamilton da Silva Barra discutem as utilizações do patrimônio histórico e cultural no processo de ensino-aprendizagem da História, especialmente as "interelações entre memória, identidade e patrimônio histórico e cultura". O trabalho é resultado de uma pesquisa realizada em uma escola situada no bairro Madureira, Rio de Janeiro, durante a qual foram abordados os "desafios e possibilidades" desse uso.
Mario Gomes da Costa apresenta a ação educativa dos salesianos entre as populações indígenas do Rio Negro, Amazonas, entre 1960 -1980. A análise está centrada na pedagogia salesiana, tendo como um de seus objetivos observar o contexto de "relações intersocietárias hierarquizadas" em que estava situada.
Patrícia Weiduschadt e Renata Brião de Castro, utilizando como fonte principal imagens de prédios escolares contidas nos relatórios do intendente Augusto Simões Lopes, discutem a escola rural e seu espaço físico. O texto é centrado no estudo de escolas criadas na década de 1920 na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.
Jefferson da Costa Soares analisa o Colégio Pedro II no período de 1931 a 1945, revelando as disputas e as tensões que marcaram a instituição no período. Tomando como base o conceito elaborado por François Dubet, sua finalidade é compreender a crise do que denomina de "programa institucional".
Iracema Campos Cursati, Mário Ribeiro dos Santos e Virgínia Pereira da Silva de Ávila analisam os cadernos e o diário de classe da professora Franca Pires elaborados de 1950 a 1980, nos quais se encontram informações sobre as festas e a educação na cidade de Juazeiro, Bahia. Com base nos registros da professora, debruçando-se, especificamente, sobre as festividades da cidade, o ensino da matemática e o cotidiano da aula, os autores nos levam a compreender a cidade e a escola bem como a relevância de fontes desse tipo para a história da educação.
Por fim, Felipe Luiz Gomes Figueira e Marcos Ayres Barboza fazem a resenha da obra O colégio marista no contexto da urbanização de Cascavel (1962-1989) de autoria de Francielle Aparecida Garuti de Andrade.
Desejamos uma boa leitura de mais essa edição da Revista Brasileira de História da Educação.
Comissão Editorial da Revista Brasileira de História da Educação
Autor notes
* Autor para correspondência. E-mail: rbhe.sbhe@gmail.com