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Campo temático: possibilidade de organização de um dicionário infantil
Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves
Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves
Campo temático: possibilidade de organização de um dicionário infantil
Thematic field: possible organization of a children´s dictionary
Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, vol. 11, núm. 2, pp. 34-49, 2018
Universidade Federal de Minas Gerais
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Resumo: Sabe-se que o processo de ensino-aprendizagem de língua na atualidade requer a inserção do aluno em práticas pedagógicas diversificadas, uma vez que a chamada era digital desencadeia uma série de mudanças na maneira de se construir o conhecimento. Nesse sentido, a utilização de novos recursos didáticos ganha espaço no contexto escolar, tais como os dicionários online. Este artigo tem por objetivo evidenciar a organização, a partir de campos temáticos, dos lexemas de nossa proposta de dicionário temático infantil online, DTI, em construção, especialmente desenvolvida para alunos que cursam do segundo ao quinto ano do ensino fundamental. A principal base teórica está alicerçada nos fundamentos da Lexicologia e da Lexicografia. Como resultado de nossas análises, defende-se que discussões dessa natureza podem contribuir com a criação e o aperfeiçoamento de obras cada vez mais funcionais, específicas e com um maior potencial para atender às necessidades de seu público-alvo.

Palavras-chave:LexicologiaLexicologia,LexicografiaLexicografia,Campo temáticoCampo temático,Dicionário onlineDicionário online.

Abstract: It is known that the current process of teaching and learning language requires the insertion of the student in diverse pedagogical practices since the so-called digital era triggers a series of changes in the way we build knowledge. In this sense, the use of new didactic resources gains space in the school context, such as online dictionaries. This article aims at demonstrating the organization, from thematic fields, of the lexemes of our proposal for an online thematic children's dictionary, TCD, under construction, specially developed for students who study from the second to fifth years of elementary education. The main theoretical basis are the foundations of Lexicology and Lexicography. As a result of our analysis, it is argued that discussions of this nature can contribute to the creation and improvement of works that are increasingly functional, specific and with greater potential to meet the needs of their target audience.

Keywords: Lexicology, Lexicography, Thematic field, Online dictionary.

Carátula del artículo

Linguística e Tecnologia

Campo temático: possibilidade de organização de um dicionário infantil

Thematic field: possible organization of a children´s dictionary

Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves
Universidade Federal de Goias, Brasil
Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, vol. 11, núm. 2, pp. 34-49, 2018
Universidade Federal de Minas Gerais

Recepción: 17 Septiembre 2017

Aprobación: 23 Octubre 2017

1 Palavras iniciais

A inclusão de recursos tecnológicos na sala de aula já é uma realidade. Os recursos advindos do desenvolvimento da tecnologia moderna fazem parte do dia a dia de alunos e professores, seja para facilitar a comunicação ou como ferramentas que buscam contribuir com o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.

Contudo, faz-se necessária a compreensão da educação não como um caminho de mão única, cujo processo visa apenas à integração individual e social, mas sim como um produto de união em que participam, de igual modo, a escola, o professor e o aluno, buscando conceber como o uso da tecnologia tornou-se importante e indispensável para o desenvolvimento escolar.

Segundo Nogueira (2002, p. 66):

As novas tecnologias de hoje serão as velhas tecnologias de amanhã e se quisermos absorvê-las e utilizá-las no ambiente escolar, precisamos constantemente analisar nossas crenças, verificando se aquilo que está arraigado deve e pode ser mudado. Se nossas lentes não estão embaçadas de tal forma a não nos deixarem enxergar de forma sistêmica esse mundo que, por sorte, muda a cada dia. As palavras de ordem parecem ser: estarmos abertos – e quando necessário, mudarmos para enfrentar os novos desafios.

E, nesse contexto desafiador, estão presentes também os dicionários que, há muito, deixaram de ser "livrinhos" com informações de significados de palavras desconhecidas e ressurgiram em versões modernas, criativas e inovadoras, especialmente desenvolvidas para atender às necessidades de seu público-alvo, a nosso ver, cada dia mais específico, como, por exemplo, os dicionários de sinônimos, gírias, etimológicos, de termos específicos, temáticos, entre outros.

Em particular, pretendemos nos reportar ao contexto do ensino, tendo em vista uma prática e concepção mais inovadoras quanto ao estudo dos dicionários escolares infantis a partir de uma outra forma de organização: a organização em campos temáticos, já que, em sua maioria, os dicionários organizam suas entradas em ordem alfabética.

Partindo-se do pressuposto de que é preciso se adaptar às inovações tecnológicas já presentes no contexto escolar, o presente artigo busca evidenciar a organização dos lexemas de nossa proposta de dicionário temático online, em construção, doravante DTI online, especialmente desenvolvido para atender as demandas dos alunos que cursam do segundo ao quinto ano do ensino Fundamental.

Para tanto, organizamos, assim, o presente artigo, que será dividido em três partes: na primeira, discorremos sobre a organização onomasiológica e semasiológica, campos semânticos, léxicos, campos conceptuais ou nocionais e campos temáticos, que embasaram a proposta ora apresentada. Na segunda parte, detalhamos como foi realizada a organização dos lexemas no DTI online a partir de campos temáticos. Por fim, apresentamos nossas conclusões.

2 Onomasiologia e Semasiologia: organizações possíveis

Nosso trabalho se insere no âmbito da Lexicologia e da Lexicografia. Enquanto a primeira se define "como o estudo científico do léxico" (BARROS, 2002, p. 51), a segunda "elabora dicionários de língua ou especiais" (BARROS, 2002, p. 55-56).

Para nós, a nomenclatura de uma obra lexicográfica é o conjunto das unidades léxicas descritas no dicionário e podem diferenciar, segundo Barros (2002), os denominados thesaurus, dicionários de língua e vocabulários enquanto macroestrutura relaciona-se com o modo de organização dessas unidades juntamente com as suas informações, ou seja, os verbetes.

Sabemos que, comumente, os dicionários organizam suas entradas por ordem alfabética. Por outro lado, a onomasiologia, ou seja, o estudo das expressões parte do significado para estudar o significante, e a semasiologia faz o caminho inverso, isto é, parte do significante para estudar o significado. Esses dois estudos permitem-nos observar que outras formas de organização são possíveis e a organização em campos temáticos é uma dessas possibilidades.

Para Welker (2004, p. 47), os conceitos de semasiologia e onomasiologia são importantes na elaboração de uma obra lexicográfica, pois estão intimamente ligados ao modo de organização das informações ali presentes. Welker cita também outras formas de organização alfabética:

Ordem alfabética linear que consiste em seguir estritamente a ordem alfabética linear; ordem alfabética com agrupamentos – que inclui um lema principal e um ou mais sublemas; ordenação não estritamente alfabética com agrupamentos, ou seja, dentro de um bloco, colocam-se em ordem alfabética, lexemas relacionados com o lema principal (WELKER, 2004, p. 82).

Para Ullmann (1977, p. 15), a semasiologia surgiu em meados do século XVIII, com o filósofo Christian Karl Reisig, que percebeu a necessidade de se introduzir uma nova disciplina no estudo das línguas, pois, segundo Reisig, faltava o estudo do significado.

Baldinger define assim essa área de estudos:

a semasiologia parte de uma forma (significante) para chegar a uma série de objetos mentais diferentes, mas também é possível escolher o caminho oposto: partir de um objeto mental para examinar todas as formas e significantes (designações) que os realizam (BALDINGER, 1970, p. 115).

Sabemos que a ordem alfabética presente na maioria dos dicionários é a mais comum, embora não seja a única opção de organização. É relativamente simples ao usuário, se ele já tem em mente a palavra que procura, encontrá-la em disposição alfabética.

Souza (1996, p. 60)1 afirma: “em geral, quando mencionamos a palavra dicionário pensamos na ordem alfabética, de tal maneira que se é levado a identificar dicionário com ordem alfabética”. Concordamos com Souza, no sentido de que o arranjo das entradas em ordem alfabética parece mesmo ser o mais comum.

Se os dicionários que arrolam suas entradas partindo do lexema ao significado privilegiaram sua organização de maneira semasiológica, aqueles que fazem o percurso inverso, ou seja, partem do conceito ao signo, estão organizados de maneira onomasiológica.

Se as obras tipicamente alfabéticas não consideram as relações semânticas entre as palavras, por exemplo, pai, mãe, filho, tia, avô, avó estão registrados separados, sendo mais difícil levantar as relações de parentesco entre esses lexemas, um dicionário onomasiológico, por sua vez, não toma como base conceitos individuais e, sim, as relações de sentido existentes entre as palavras.

Entretanto, no dizer de Welker (2004, p. 49), essas obras ainda encontram certa resistência em nossa tradição, pois se considera que esse tipo de ordenação é sempre subjetiva e condicionada a fatores que moldam a visão de mundo dos autores, o que muitas vezes resulta um problema para que o consulente menos experiente encontre a informação desejada.

Welker (2004, p. 47) afirma que existem diversos dicionários onomasiológicos e cita o “Introito e porta” como exemplo do primeiro dicionário bilíngue onomasiológico, o Nomenclator omnium rerum, de Hadrianus Junius, como exemplo de onomasiológico plurilíngue, e o Ianua linguarum reserata, de Comenius, publicado em 1631, como primeiro dicionário onomasiológico ou conceitual monolíngue famoso.

Já o Dictionnaire analogique de la langue française, de Boissière (1862), é considerado um dicionário analógico por Welker (2004, p. 51), assim como o Dicionário Analógico da Língua Portuguesa (ideias Afins), de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Aliás, esse nos serviu de fonte de inspiração para a confecção do nosso DTI.

Ainda se faz necessário citarmos que não é consenso entre os autores os conceitos ideológico/analógico. Biderman (1984, p. 11) afirma: “dicionário ideológico ou analógico é aquele que organiza os conceitos em campos semânticos, ao invés de ordenar as palavras em ordem alfabética como os dicionários comuns”.

Welker (2004, p. 50) distingue dicionário analógico e ideológico. Para ele, um dicionário onomasiológico é também denominado ideológico, enquanto um dicionário analógico é “a versão alfabética do dicionário ideológico”. O autor (WELKER, 2004, p. 50) afirma que, nesses casos, “a entrada deve ser uma palavra de grande potência onomasiológica, ou seja, uma palavra da qual se pode supor que ela será escolhida como entrada para uma consulta”.

No dizer de Welker (2004, p. 50), o termo thesaurus acabou por se tornar sinônimo de dicionário onomasiológico e, nesse tipo de obra, existem dois grandes problemas: 1º) a divisão em categorias, que acaba sendo subjetiva, podendo o consulente não encontrar especificamente a informação no item que procura e 2º) geralmente essas obras apenas listam os lexemas sem explicá-los. Assim, gera-se a seguinte situação: o usuário, de posse do lexema que lhe interessa, teria que procurar seu significado em outro dicionário. Tal procedimento pode se tornar trabalhoso demais.

No âmbito deste trabalho, compartilhamos a ideia de Welker (2004) e consideramos o dicionário onomasiológico ou ideológico de um lado e os dicionários analógicos, ou seja, a "versão alfabética do dicionário ideológico" de outro, pois se tratam de obras específicas. Em seguida, exporemos os conceitos de campos semânticos, campos léxicos, campos conceptuais ou campos nocionais e campos temáticos, que serviu de base e nos inspirou na confecção de nossa proposta de DTI online.

3 Campos semânticos, léxicos, conceptuais, nocionais e temáticos

Língua e cultura estão entrelaçadas, representando e complementando-se mutuamente. Cada palavra é multifacetada, carregando consigo características sociais, econômicas, culturais, políticas, religiosas, dentre outras. Dessa forma, estudar o léxico é estudar as diversas possibilidades de história de uma comunidade. Biderman (1998) complementa que a palavra sempre exerceu fascínio sobre os homens, dando poder, na Antiguidade, a quem a conhecesse.

Dentre as inúmeras opções para se estudar o léxico, a análise por meio de campos tem se destacado: campos semânticos, campos léxicos, campos conceptuais ou campos nocionais e campos temáticos. Segundo Saussure (1972, p. 134), os signos, num sistema linguístico, têm existência real na medida em que estiverem relacionados uns com os outros, o que ocorre tanto no nível sintagmático como paradigmático. Segundo a concepção saussuriana, “a língua é um todo organizado, cujos elementos se delimitam uns aos outros, derivando a sua significação, o seu valor da arquitetura geral em que estão colocados” (SAUSSURE, 1972, p. 134).

Para Lyons (1980, p. 78), a teoria dos campos léxicos, na sua forma original, foi proposta por alguns linguistas durante as décadas de 20 e 30, entre eles, Ipsen, Porzig e Trier. Lyons (1980, p. 79) aponta que Trier (1934) foi quem primeiro sistematizou e fundamentou a noção de campo. O autor buscou nas ideias de Saussure a representação de língua como sistema, aproveitando esse princípio de forma sistemática na investigação do léxico.

Trier (1934 apud GECKELER, 1976, p. 123) defendeu que as palavras de uma língua formam uma globalidade articulada, ou melhor, uma estrutura formada de determinados domínios parciais que se subordinam a um todo. Exatamente a esse domínio que se situa no nível intermediário entre a palavra individual e o léxico total, ele denominou de campos. Para ele:

Os campos são as realidades linguísticas vivas, situadas entre as palavras individuais e o conjunto do vocabulário, que, enquanto totalidades parciais, possuem como característica comum com a palavra o artilcular-se [ergliedern] e, com o vocabulário, o organizar-se [ausgliedern]. O nível hierárquico é indiferente (TRIER, 1934 apud GECKELER, 1976, p. 123)2.

Outra noção sobre campo léxico que também deve ser tratada é a proposta por Genouvrier e Peytard. Segundo esses autores, campo léxico é:

o conjunto das palavras que a língua agrupa ou inventa para designar os diferentes aspectos (ou os diferentes traços semânticos) de uma técnica, de um objeto, de uma noção: campo lexical do “automóvel”, da “aviação”, da “álgebra”, da “moda”, da “ideia de Deus” etc. (GENOUVRIER; PEYTARD, 1973, p. 32).

Enquanto campo semântico é:

é o conjunto dos empregos de uma palavra (ou sintagma, ou lexia) onde e pelos quais a palavra adquire uma carga semântica específica. Para delimitar esses empregos faz-se o levantamento de todos os contextos imediatos que a palavra recebe num texto dado (GENOUVRIER; PEYTARD, 1973, p. 33).

Coseriu (1977, p. 145), em estudo realizado sobre a tipologia dos campos léxicos, chama a atenção para o fato de uma língua não se configurar como uma estrutura plana, mas ao contrário, possuir lacunas, podendo ser comparado a um prédio de vários andares, evidenciando vários campos.

Para o autor,

um campo léxico é, do ponto de vista estrutural, um paradigma léxico que resulta da repartição de um conteúdo léxico contínuo entre diferentes unidades dadas na língua como palavras e que se opõem de maneira imediata umas as outras, por meio de traços distintivos mínimos. (COSERIU, 1977, p. 146).

Coseriu (1977, p. 149) afirma que os itens lexicais no interior de um campo estão em oposição. Um campo se estabelece no lugar em que uma nova oposição exija que o valor unitário do campo se torne traço distintivo, isto é, termina no lugar em que não são mais as palavras como tais que se opõem, mas o campo inteiro com seu valor unitário.

O autor (COSERIU, 1977, p. 147) chegou a uma primeira classificação dos campos léxicos, segundo sua configuração, seu objetivo e sua expressão. Ele defende primeiramente que a maneira como os lexemas estão ordenados e se relacionam entre si depende de dimensões semânticas e, em segundo lugar, dos tipos formais de oposições estabelecidas de acordo com essas dimensões. Segundo o autor, entende-se dimensão como o critério de uma oposição, ou seja, a propriedade semântica a que essa oposição se refere.

Biderman (1981, p. 137) também tece considerações sobre campos. Para a autora, a memória3 onde está armazenado o léxico é denominada “memória léxica” e propõe um modelo de estruturação do inventário lexical na memória de um falante adulto da Língua Portuguesa. Ela caracteriza o léxico como o “tesouro vocabular de uma determinada língua”, que incorpora a “nomenclatura de todos os conceitos linguísticos e não linguísticos e de todos os referentes do mundo físico e do universo cultural, criado por todas as criaturas humanas atuais e do passado” (BIDERMAN, 1981, p. 138).

Assim, partindo do princípio da existência de uma organização estruturada do léxico arquivada na memória dos indivíduos, a autora admite que as associações mentais entre as palavras devem ser resultado do encadeamento do léxico em redes semânticas, ou seja, que os padrões neuronais da memória léxica devem ter estabelecido redes de ligações entre os lexemas de modo funcional.

Assim, essa mesma autora, manifestando-se acerca da questão das redes semânticas e dos campos léxicos, afirma que:

Uma rede semântica é composta da integração estruturada de vários campos léxicos. Um campo léxico integra uma rede semântica juntamente com outros campos léxicos. As palavras nucleares dentro de um campo léxico provavelmente são as palavras mais frequentes dentre as palavras de conteúdo léxico (BIDERMAN, 1981, p. 141).

Para Lyons (1980 p. 78), os campos semânticos partem da visão de Trier (1934). Lyons (1980) descreve como ponto principal de sua teoria a ideia de que um lexicólogo não precisa analisar uma palavra isolada para explicar todos os seus possíveis significados e usos em contextos linguísticos e não linguísticos. Lyons (1980, p. 106) define “o significado de um termo como uma função de suas relações com outros termos no campo léxico, e essas relações (sinonímia, antonímia, hiponímia etc.) são primitivas em sua teoria”.

O autor define hiponímia como termo de classe de inclusão. Por exemplo, orquídea está inclusa em flor, mas o contrário não se pode afirmar. Além de arquilexema (já mencionado anteriormente), a palavra mais abrangente recebe o nome de palavra superordenada.

Lyons (1980) aborda, ainda, as questões relativas às relações sintagmáticas e paradigmáticas. As relações paradigmáticas ocorrem quando as unidades estão em relação de exclusão em um mesmo contexto, quer estejam em oposição ou em variação livre. Já as relações sintagmáticas ocorrem quando todas estão no mesmo nível, aparecem uma ao lado da outra e formam, então, seu contexto. É preciso levar em consideração as várias interpretações que se podem dar às possibilidades de ocorrência.

Barros (2002, p. 107) também apresenta contribuições a respeito das noções de campo léxico, semântico, conceptual ou nocional ou temático. Para a autora, o campo conceptual nocional ou temático “é compreendido como um conjunto de noções ligadas entre si e que podem ser agrupadas em torno de uma noção-chave”, podendo ser visto “como um subconjunto de um sistema de noções maior, sendo ele mesmo um sistema de noções” (BARROS, 2002, p. 107).

Para Barros (2002, p. 107), um campo conceptual e um campo semântico não devem ser confundidos, pois o primeiro estuda os termos sob o ponto de vista de suas relações, enquanto o segundo, sob suas concepções polissêmicas. Dessa forma, fica evidente que o campo léxico estuda as famílias de palavras sob o ponto de vista da forma, o campo semântico sob o ponto de vista do conteúdo e o campo conceptual, nocional ou temático seria um conjunto de termos ligados hierarquicamente por um termo-chave (arquilexema), noção essa de campo que norteará esse trabalho.

Passemos, agora, à descrição da seleção dos campos temáticos, bem como a organização dos lexemas de nossa proposta de DTI online.

4 Processo metodológico de organização dos lexemas no Dicionário Temático Infantil online – DTI

Nas últimas duas décadas, temos vivenciado uma expansão da tecnologia que tem influenciado diversos setores das relações humanas, inclusive a educação. Sem dúvida, a internet e o fácil acesso a computadores introduziram, no espaço da sala de aula, uma nova dimensão de ensino, principalmente no que diz respeito à criação de dicionários online, considerados importantes recursos tecnológicos no contexto atual de ensino e aprendizagem de línguas.

É evidente que o processo teórico-metodológico de elaboração de um dicionário, seja ele temático ou não, de língua comum ou terminológico, monolíngue ou bilíngue, impresso ou online, deve considerar, entre outros aspectos, não apenas o perfil dos usuários/consulentes, mas também a função dessa obra lexicográfica.

As bases teórico-metodológicas que descrevemos aqui estão pensadas para a elaboração de uma proposta de dicionário escolar de língua Portuguesa temático online que possa atender aos alunos que cursam do segundo ao quinto ano do ensino fundamental. Entretanto, é importante esclarecer que essa proposta, em sua confecção, considerou as reflexões realizadas ainda em fase de doutoramento. Na ocasião, realizamos duas pesquisas de campo e um projeto lexicográfico que foi criteriosamente analisado sob diversos aspetos, incluindo desde os textos iniciais até as informações que deveriam constar na microestrutura de um dicionário infantil, e apresentamos, ainda, como produto final, uma proposta de dicionário temático infantil, versão impressa.

Uma das pesquisas realizadas, que teve como objetivo selecionar os campos temáticos que comporiam o DTI, será detalhada a seguir. A outra, bem como o projeto lexicográfico, não serão pormenorizados por não fazerem parte dos objetivos deste trabalho.

Conforme citamos, em sua grande maioria, os dicionários são organizados em ordem alfabética. Entretanto, também defendemos que essa organização deva se dar a partir de campos temáticos, pois, para nós, a organização a partir de campos é capaz de evidenciar importantes relações que existem entre as palavras, como, por exemplo, "caxangá", que é um acessório parecido com um chapéu, mas também é um crustáceo marinho. E é essa possibilidade de construção que permitirá ao consulente visualizar essas possibilidades.

Aliás, muito bem afirma Geckeler (1976, p. 126), citado em Trier (1934), a organização do léxico em campos não é produto da fantasia humana ou de uma hipótese linguística, mas sim o resultado do esforço humano em representar conceptualmente a realidade extralinguística, que é infinitamente articulada. Desse modo, os lexemas no DTI online foram registrados em campos e, dentro desses campos, em ordem alfabética, considerando-se, também, a organização do léxico arquivada na memória dos indivíduos proposta por Biderman (1981).

Como resultado de nossas reflexões, atualmente, nossa proposta de DTI online possui 838 lexemas já registrados e organizados em 10 campos temáticos, a saber: animais, esportes, brincadeiras e jogos, brinquedos infantis, informática, instrumentos musicais, meios de transporte, relações interpessoais, plantas, vestuário e acessórios. Fundamental acrescentar que outros campos, tais como medicina, folclore, astronomia, corpo humano etc. estão em construção.

5 A seleção dos campos temáticos

A seleção dos campos temáticos se deu, conforme citamos anteriormente, a partir da realização de uma pesquisa de campo. Para tanto, inicialmente criamos um questionário que foi aplicado, em fase de doutoramento, aos alunos que cursam do segundo ao quinto ano do ensino Fundamental. Na organização desse questionário, procedemos da seguinte maneira: fizemos uma pesquisa nos livros didáticos indicados pelo Programa Nacional do livro didático PNLD do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e usados nas escolas públicas de ensino. Sabemos que os livros didáticos são importantes instrumentos pedagógicos e de uso constante nas escolas.

Logo após esse levantamento, listamos os campos que poderiam inicialmente ser apresentados aos alunos. As seguintes opções foram as apresentadas por nós: alimentos, animais, aparelhos, áreas do conhecimento, astronomia, brincadeiras e jogos, brinquedos infantis, cores, corpo humano, dias e meses, documentos, elementos químicos, esportes, estações do ano, fenômenos naturais, ferramentas, folclore, gírias, instrumentos musicais, Língua Portuguesa/gramática, informática, lugares, matemática/geometria, medicina, meios de transporte, mitologia, mobília, música/dança, na escola, nacionalidades, objetos, relações interpessoais, pedras preciosas, plantas, pontos cardeais, profissões, relevo, religiosidade, sentidos humanos, sentimentos/sensações, substâncias, títulos de nobreza, vegetação e vestuário/acessórios.

Destacamos que, em nosso questionário, também havia um campo denominado “Outros”, destinado ao aluno que quisesse registrar qualquer campo que não constasse em nossa lista. A pergunta a ser respondida era: “Na sua opinião, sobre qual assunto você gostaria de aprender novas palavras?”.

Depois da elaboração do questionário, fomos a campo e o aplicamos a alunos que cursavam do segundo ao quinto ano do ensino fundamental de diferentes escolas públicas municipais, estaduais e particulares da cidade de Uberlândia, escolhidas aleatoriamente.

De posse das escolhas feitas pelos alunos, selecionamos os dez campos que foram mais citados por eles no questionário: animais, brincadeiras e jogos, brinquedos infantis, esportes, informática, instrumentos musicais, meios de transporte, relações interpessoais, plantas, vestuário e acessórios. Iniciamos a construção do DTI online a partir desses campos.

A seguir (Figura 1), o exemplo de como pretendemos disponibilizar a página dos campos temáticos no DTI online. Como se é possível verificar, em nossa proposta, fizemos uso da palavra "tema", que substitui "campo temático", por acreditarmos ser bastante específica e de difícil compreensão para os futuros consulentes.


Figura 1
Página dos campos temáticos no DTI online
Fonte: arquivo do autor.

6 A seleção dos lexemas

Com base nos dez campos temáticos mais citados pelos alunos para compor o DTI, novamente tomamos por base o Programa Nacional do livro didático (PNLD) do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Esse Programa que, antes de 2000, avaliava apenas os livros didáticos que são entregues nas escolas públicas, a partir dessa data, passou, também, a avaliar dicionários que seriam distribuídos nas escolas públicas de ensino Fundamental e Médio.

A última avaliação proposta pelo referido programa, aliás, avaliação essa que tem se tornado referência, foi em 2012. Nessa ocasião, o PNLD/MEC propôs a divisão dos dicionários em tipos destinados a públicos específicos e com características distintas, a saber: dicionários de tipo 1 – destinados ao 1º ano do ensino fundamental, possuem um número mínimo de 500 e máximo de 1.000 verbetes e proposta lexicográfica adequada às demandas do processo de alfabetização inicial; dicionários do tipo 2 – destinados ao público que cursa do 2o ao 5o anos do ensino fundamental, possuem mínimo de 3.000 e máximo de 15.000 verbetes e proposta lexicográfica adequada a alunos em fase de consolidação do domínio tanto da escrita quanto da organização e da linguagem típicas do gênero dicionário; dicionários do tipo 3 – destinados a alunos que cursam do 6o ao 9o ano do ensino fundamental, mínimo de 19.000 e máximo de 35.000 verbetes; proposta lexicográfica orientada pelas características de um dicionário padrão de uso escolar, porém adequada a alunos dos últimos anos do ensino fundamental e os dicionários do tipo 4 – destinados a alunos que cursam o ensino médio, com um número mínimo de 40.000 e máximo de 100.000 verbetes; proposta lexicográfica própria de um dicionário padrão de uso escolar, porém adequada às demandas escolares do ensino médio, inclusive o profissionalizante.

De posse dessa divisão de dicionários em tipos, selecionamos aqueles considerados pelo PNLD/MEC como dicionários do tipo 2, uma vez que são destinados a alunos que cursam do 2o ao 5o anos do ensino fundamental (nosso público-alvo), a saber: Dicionário Escolar da Língua Portuguesa Ilustrado com a turma do Sítio do pica-pau amarelo, Caldas Aulete (editora Globo, 2011), Dicionário Ilustrado de Português de Maria Tereza Camargo Biderman (editora Ática, 2012), Dicionário da Língua Portuguesa Ilustrado (editora Saraiva Júnior, 2009).

Percorremos essas obras em busca dos lexemas que pertencessem a esses campos, não considerando-os, evidentemente, dicionários que não apresentam problemas, mas sim obras que compõem o nosso corpus e nosso "ponto de partida". Para organizá-los, como não precisamos de uma base de dados mais sofisticada, criamos uma ficha que continha os seguintes campos: unidade lexical, separação silábica, indicação da sílaba tônica, categoria gramatical, definição(ões) encontrada(s) nos dicionários, exemplos, outras informações, tais como: sinônimos, antônimos, femininos, aumentativos, expressões idiomáticas etc. Nosso modelo de ficha pode ser visualizado abaixo:

Quadro 1
Ficha para armazenamento de dados.

Fonte: do autor.

Essa ficha permitiu-nos realizar uma análise comparativa da presença (ou não) dos lexemas pertencentes aos campos temáticos selecionados nas obras e, ainda, observar as definições empregadas pelos autores dos dicionários já avaliados e aprovados pelo PNLD/MEC. A partir dessas comparações e análises, elaboramos nossa proposta.

A seguir (Figuras 2-5), exemplosretirados do DTI online dos campos temáticos “Animais” e “Esportes”. É possível perceber que os campos dialogam entre si, pois “borboleta” e “golfinho” foram registrados no campo “Animais” e “Esportes”, evidenciando para o aluno consulente que esses lexemas registram um nome de animal, mas também uma modalidade esportiva.


Figura 2
Verbete borboleta registrado no campo temático Animais
Fonte: arquivo do autor.


Figura 3
Verbete “borboleta” registrado no campo temático “Esportes”.
Fonte: arquivo do autor.


Figura 4
Verbete golfinho registrado no campo temático Animais
Fonte: arquivo do autor.


Figura 5
Verbete “golfinho” registrado no campo temático “Esportes”.
Fonte: arquivo do autor.

No anexo 1, encontram-se registrados os 296 lexemas pertencentes ao campo temático "Animais", bem como os 65 lexemas pertencentes ao campo temático "Esportes". Todos os elementos que compõem a microestrutura do DTI online, tais como os microparadigmas obrigatórios, entrada, divisão silábica, classe gramatical, definição e exemplo, bem como os microparadigmas eventuais, como a informação da pronúncia, plural irregular, femininos duvidosos ou irregulares, sinônimos, antônimos, expressões idiomáticas, locuções, aumentativos, diminutivos, variantes ortográficas, remissões e observações, foram detalhados em nossa proposta impressa e está sendo adequada para a versão online.

7 Considerações finais

As novas tecnologias, sem dúvida, abrem espaço para a construção de um processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e participativo para alunos e professores. Constata-se, atualmente, uma presença cada vez maior dessas novas tecnologias no contexto escolar e uma necessidade de integração na construção do processo de ensino-aprendizagem.

Em se tratando especialmente de dicionários, podemos afirmar que os "antigos" dicionários ocupam cada vez mais as prateleiras das bibliotecas, enquanto os "novos" estão ao alcance das mãos de alunos e professores via celular, computador, dentre outros. Essa nova possibilidade de obra lexicográfica, ou seja, os dicionários online, são livres, gratuitos e, sem dúvida, um potencial pedagógico.

No presente artigo buscamos salientar, ainda que sucintamente, como foi realizada a organização dos lexemas de nossa proposta de dicionário temático infantil online, DTI, a partir de campos temáticos, uma forma de organização que acreditamos auxiliar o aluno na construção do ensino e da aprendizagem da língua Portuguesa, especialmente na produção linguística, uma vez que evidencia importantes relações existentes entre as palavras.

Por fim, elucidamos que a proposta apresentada encontra-se em construção. Portanto, não é inflexível e nem pretende esgotar todas as possibilidades. Nesse sentido, expusemos apenas uma amostra do muito que ainda poderá ser feito.

Material suplementario
Apéndices
Anexo


Campo temático "Animais": ácaro, aguia, alevino, anu, araponga, aranha, ariranha, azulão, bacalhau, bactéria, badejo, bagre, baiacu, baleia, barata, barbeiro, beija-flor, bem-te-vi, berne, besouro, besta, bezerro, bicho, bicho da seda, bicho-carpinteiro, bicho-do-pé, bode, boi, bolor, borboleta, boto, búfalo, buldogue, burro, búzio, cabra, cabrito, cachorro, cadela, cágado, calango, camaleão, camarão, camelo, camundongo, canário, canguru, cão, capivara, cará, caracol, caramujo, caranguejo, carneiro, carrapato, cascavel, cavalo, cavalo-marinho, caxangá, cegonha, centopéia, chimpanzé, cigarra, cisne, coala, cobaia, cobra, codorna, coelho, coral, coruja, crocodilo, crustáceo, cuco, cupim, cururu, cutia, dinossauro, dourado, dromedário, égua, elefante, ema, escaravelho, escorpião, esponja, esquilo, estrela-do-mar, faisão, falcão, flamingo, foca, formiga, gafanhoto, gaivota, galinha, galo, gambá, ganso, garça, garoupa, gata, gato, gavião, girafa, girino, golfinho, gorila, gralha, grilo, guará, guariba, guepardo, hamster, hiena, hipopótamo, iguana, inseto, jaburu, jabuti, jacaré, jacutinga, jaguar, jaguatirica, jararaca, javali, jegue, jerico, jibóia, joaninha, joão de barro, jumento, juriti, krill, lagarta, lagartixa, lagarto, lagosta, lambari, larva, leão, leão-marinho, lebre, leitão, leopardo, lesma, lhama, libélula, lince, linguado, lobo, lontra, lula, macaco, mamangava, mamífero, mamute, marimbondo, mariposa, marisco, maritaca, marreco, medusa, mexilhão, mico, mico-leão, mico-leão ou mico-leão dourado, micróbio, microrganismo ou microorganismo, minhoca, molusco, morcego, morsa, mosca, mosquito, mula, muriçoca, naja, onça, onça-pintada, orangotango, orca, ornitorrinco, ostra, ouriço, ovelha, paca, panda, pantera, papagaio, paquiderme, pardal, passarinho, pássaro, pato, pavão, peixe, peixe-boi, pelicano, percevejo, perdiz, perereca, periquito, pernilongo, peru, perua, pescada, pica-pau, pinguim, pintado, pinto, piranha, pirarucu, pirilampo, polvo, pombo, pônei, poraquê, porco, porco-espinho, porquinho da índia, potro, preá, preguiça, protozoário, pulga, pulgão, quati, quebra-nozes, quivi, rã, rapina, raposa, rata, ratazana, rato, réptil, rês, rinoceronte, rola, rolinha, rouxinol, sabiá, sagui, salamandra, salmão, sanguessuga, sanhaço, sapo, sardinha, saúva, seriema, serpente, siri, suçuarana, sucuri, surucucu, tamanduá, tamanduá-bandeira, tanajura, tangará, tapir, tarântula, tartaruga, tatu, tatu-bola, taturana, teiú, tico-tico, tigre, tiziu, toupeira, touro, traça, traíra, tubarão, tucano, tuiuiú, uirapuru unicórnio, ursa, urso, urubu, urutu, vaca, vaga-lume, varejeira, veado, verme, vespa, víbora, vírus, viúva negra, zangão, zebra, zebu.

Campo temático "Esportes": alpinismo, asa-delta, atletismo, automobilismo, basquete, beisebol, bingo, bodyboarding, boliche, borboleta, boxe, capoeira, caratê, corrida, damas, dominó, equitação, esgrima, esqui, fliperama,frescobol, futebol, futevôlei, futsal, gamão, gincana, golfe, halterofilismo, handebol, hipismo, hóquei, iatismo, jogo-da-velha, judô, jiu-jítsu, kartismo, kitesurf, king fu, luta, maratona, malhação, marcha, mergulho, natação, patinação, pelada, pesca, pingue-pongue, polo, quebra-cabeça, remo, roleta, rúgbi, skate, surfe, tênis, tênis-de-mesa, tiro, trunfo, videogame, vôlei, windsurf, wushu, xadrez.

Referências
BALDINGER, K. Teoría semántica: hacia una semántica moderna. Trad. Emilio Lledó; L. Molina; José Mondéjar; José Luis Rivarola. Madrid: Alcalá, 1970.
BARROS, L. A. Curso básico de Terminologia. São Paulo: Edusp, 2002.
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BIDERMAN, M. T. C. O Dicionário padrão da língua. A ciência da lexicografia. In: ALFA: Revista de Linguística. Universidade Estadual Paulista. São Paulo, v. 28. Supl. Janeiro. 1984.
BIDERMAN, M. T. C. Dimensões da palavra. In: Filologia e Linguística Portuguesa. N. 2. São Paulo: Humanitas, FFLCH / USP, 1998.
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GENOUVRIER, E.; PEYTARD, J. Lingüística e Ensino do Português. Tradução de Rodolfo Ilari. Coimbra: Livraria Almedina, 1973. p. 277-367.
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SAUSSURE, F. de. Curso de Lingüística Geral. 3ª ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1972. 271 p.
SOUZA, J. M. La forma gráfica de los diccionarios. In: CABRÉ, M. T. (Org.). Cicle de conferencies 94/95. Léxic, corpus e diccionaris. Barcelona: IULA, 1996, p. 48-76.
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WELKER, H. A. Dicionários: uma pequena introdução à lexicografia. 2.ed. Brasília: Thesaurus, 2004. 301p.
Notas
Notas
1 “en general, cuando mencionamos la palavra diccionario pensamos en el orden alfabético, de tal manera que se ha llegado a identificar diccionario con orden alfabético” (SOUZA, 1996, p. 60).
2 Campos son las realidades lingüísticas vivas, situadas entre las palabras individuales y el conjunto del vocabulario, que, en cuanto totalidades parciales, tienen como característica común con la palabra el articularse [ergliedern] y, con el vocabulario, el organizarse [ausgliedern]. El grado jerárquico es indiferente (TRIER apud GECKELER, 1976, p. 123.)
3 A autora retoma as ideias do psicólogo Vernon Gregg, que propõe um modelo de organização e encadeamento das memórias que codificam as informações e os estímulos. Segundo Biderman, esse psicólogo distingue três tipos de memória no estágio pós-categórico onde se situa a memória: “uma reserva temporária da informação – a memória primária”, uma reserva a longo prazo, a “memória secundária”, e a “memória semântica”, onde está armazenado o léxico. Essa constitui a memória duradoura” (BIDERMAN, 1981, p. 137). A autora denomina a “memória semântica” de Gregg de “memória léxica”.

Figura 1
Página dos campos temáticos no DTI online
Fonte: arquivo do autor.
Quadro 1
Ficha para armazenamento de dados.

Fonte: do autor.

Figura 2
Verbete borboleta registrado no campo temático Animais
Fonte: arquivo do autor.

Figura 3
Verbete “borboleta” registrado no campo temático “Esportes”.
Fonte: arquivo do autor.

Figura 4
Verbete golfinho registrado no campo temático Animais
Fonte: arquivo do autor.

Figura 5
Verbete “golfinho” registrado no campo temático “Esportes”.
Fonte: arquivo do autor.
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