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O tema de pesquisa como elemento de análise sobre pesquisa em Educação na região Nordeste
The research topic as an element of analysis on Education research in the Northeast region
El tema de investigación como elemento de análisis de las investigaciones en Educación en la región Nordeste
Revista Educação & Formação, vol. 9, e12391, 2024
Universidade Estadual do Ceará

ARTIGO


Recepción: 15 Enero 2024

Aprobación: 29 Mayo 2024

Publicación: 26 Junio 2024

DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v9.e12391

Resumo: Tomando a pesquisa em Educação como objeto de análise, tem-se debruçado sobre a preocupação com os elementos da pesquisa científica, dentre eles, o tema de pesquisa. Nesse sentido, elencam-se como problemática as temáticas referentes à pesquisa em Educação apresentadas aos Programas de Pós-Graduação em Educação, na região Nordeste. A partir do problema proposto, o objetivo é verificar os temas abordados em teses defendidas na área da Educação, no intuito de identificar a produção de conhecimento na área nos últimos anos. Metodologicamente, a empiria nesta pesquisa consiste nos resumos das teses defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Educação nas universidades públicas da região Nordeste em 2020, 2021 e 2022. Trata-se de uma pesquisa exploratório-bibliográfica e descritivo-sistemática em sua análise, que apresenta resultados que destacam a existência de um conjunto consistente de temas abordados e, ao mesmo tempo, a presença de tantos outros temas externos à área da Educação.

Palavras-chave: Pesquisa em Educação, teses, temas de pesquisa, pós-graduação, Nordeste.

Abstract: Taking research in Education as an object of analysis, we have focused on the concern with the elements of scientific research, among them, the research topic. In this sense, the themes relating to research in Education presented to Postgraduate Programs in Education in the Northeast region are considered problematic. Based on the proposed problem, the objective is to verify the topics covered in theses defended in the area of Education, in order to identify the production of knowledge in the area in recent years. Methodologically, the empirical work in this research consists of summaries of the theses defended in the Postgraduate Programs in Education at public universities in the Northeast region in 2020, 2021 and 2022. This is an exploratory-bibliographical and descriptive-systematic research in its analysis, which presents results that highlight the existence of a consistent set of topics covered and, at the same time, the presence of many other topics outside the area of ​​Education.

Keywords: Research in Education, theses, research topics, postgraduate studies, Northeast.

Resumen: Tomando como objeto de análisis la investigación en Educación, se centra en la preocupación por los elementos de la investigación científica, entre ellos, el tema de investigación. En este sentido, los temas relacionados con la investigación en Educación presentados en los Programas de Postgrado en Educación de la región Nordeste son considerados problemáticos. A partir del problema propuesto, el objetivo es verificar los temas tratados en las tesis defendidas en el área de Educación, con el fin de identificar la producción de conocimiento en el área en los últimos años. Metodológicamente, el trabajo empírico de esta investigación consta de resúmenes de las tesis defendidas en los Programas de Posgrado en Educación de las universidades públicas de la región Nordeste en 2020, 2021 y 2022. Se trata de una investigación exploratoria-bibliográfica y descriptivo-sistemática en su análisis, que presenta resultados que resaltan la existencia de un conjunto consistente de temas tratados y, al mismo tiempo, la presencia de muchos otros temas fuera del área de Educación.

Palabras clave: Investigación en Educación, tesis, tópicos de investigación, posgrado, Nordeste.

1 Introdução

Levantamentos, debates e análises sobre questões ligadas direta ou indiretamente à pesquisa em Educação têm sido constantes para pensar a produção de conhecimento da área e sua repercussão para os direcionamentos político-institucionais e teórico-metodológicos. Nesse sentido, vimos nos debruçando sobre a análise de alguns elementos indispensáveis à pesquisa científica, tais como o objeto de análise e temas de pesquisa, questões referentes ao método e aos processos metodológicos, bem como aos referenciais teóricos que vêm consubstanciando as pesquisas na área da Educação. A partir da preocupação com alguns desses elementos que compõem a pesquisa científica e que legitimam a pesquisa em Educação, este artigo apresenta como foco os temas de pesquisa que vêm sendo alvos de interesse dos pesquisadores da área nos últimos anos.

Nesse sentido, apresentamos como problemática, neste estudo, quais as temáticas referentes à pesquisa em Educação foram apresentadas aos Programas de Pós-Graduação em Educação na região Nordeste. A partir do problema proposto, o objetivo é identificar os temas abordados em teses defendidas na área da Educação no intuito de pensar a produção de conhecimento na área.

As teses ou pesquisas de doutoramento encerram o processo de formação para a pesquisa. É nesse estágio que o pesquisador obtém a preparação para a realização autônoma de pesquisas futuras, bem como a preparação para tornar-se orientador de outros futuros pesquisadores de sua área e até de áreas afins. No período médio de quatro anos, o futuro pesquisador planeja e executa uma investigação delimitando seu objeto ou tema de discussão. Espera-se que as preocupações dos futuros doutores e doutoras da área tenham repercussão no decorrer de sua profissão, sejam como docentes, sejam como membros de um corpo de profissionais que de alguma forma irá influenciar o que se deve pesquisar e realizar na área da Educação.

Na presente pesquisa, optamos por analisar as teses defendidas nos Programas de Pós-Graduação na área da Educação da região Nordeste do Brasil, nos anos de 2020, 2021 e 2022, tratando-se das pesquisas mais recentes e disponibilizadas no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Nosso interesse é investigar regionalmente as teses defendidas na área da Educação, abrangendo as cinco regiões do país. Consideramos que cada região geopolítica do país é dotada de um histórico próprio no desenvolvimento sociocultural, na forma como os saberes foram sendo construídos e incorporados à vida cotidiana e como estes refletem nas prioridades de pesquisa, ou seja, o que pesquisar e como pesquisar nas respectivas realidades regionais, inclusive na área da Educação.

Pensar a região Nordeste implica compreender condicionantes político-institucionais que vêm fazendo com que essa região esteja se destacando em seus mais diversos níveis de ensino, com índices de crescimento que chamam a atenção de muitos estudiosos. Segundo Madeiro e Bimbati (2023), no ano de 2021, o Nordeste foi a região do Brasil que mais avançou em relação aos resultados de 2017 no Índice de Oportunidades da Educação Brasil (IOEB), desde os níveis de aprendizagem até a estrutura das instituições educacionais e de formação de professores. Esse contexto de avanços no campo educacional traduz as políticas implementadas pelo governo da Educação Básica ao Ensino Superior. Na pós-graduação, também visualizamos avanços político-institucionais que fazem do Nordeste uma região de interesse de estudo e pesquisa.

Não queremos aprisionar ou caracterizar o conhecimento produzido em uma região a partir de uma pesquisa, mas trazer uma amostragem das possibilidades do que vem sendo caracterizado no campo da pesquisa, com um direcionamento para os recém-doutores e doutoras pesquisadores e pesquisadoras da área da Educação. Propomo-nos a investigar o que vem sendo pesquisado recentemente no país nos Programas de Pós-Graduação da área da Educação das universidades públicas.

A Pós-Graduação em Educação é o espaço institucionalizado e privilegiado para a produção de pesquisas na área da Educação. As universidades públicas, sejam elas federais ou estaduais, constituíram-se, na atualidade, como espaços próprios de acolhida, estímulo e difusão da pesquisa e do conhecimento nessa área.

Consultando-se os dados disponibilizados das avaliações da Capes, foi possível constatar que, ao longo das últimas décadas, os Programas de Pós-Graduação na área da Educação cresceram quantitativamente após uma estagnação nesse número nos anos de 1980 e 1990, ocorrendo um incremento na criação de novas universidades, bem como um processo de interiorização pelo Brasil a partir dos anos 2000, inclusive na região Nordeste do país.

A escolha dos Programas de Pós-Graduação na área da Educação e das pesquisas de doutoramento defendidas na região Nordeste justifica-se pela expansão, na última década, das instituições de ensino superior públicas e pela abertura de novos Programas de Pós-Graduação na área da Educação na região mencionada, bem como por esta ter sido submetida a uma consolidação dos cursos de doutoramento na área da Educação nas últimas décadas.

Para Garcia, Yasuda e Bene (2020), o processo de expansão da Pós-Graduação em Educação ocorreu em dois movimentos, um relacionado com o processo de expansão dos cursos, já na década de 1990, quando esperava-se maior consolidação da área da Educação, e o segundo movimento também atrelado à expansão, mas em especial nas regiões Norte e Nordeste. Esse segundo movimento apresentava um diferencial, pois trazia a preocupação de que os cursos dessas regiões focassem em um corpo docente que pensasse temas e problemas do campo educacional, diferentemente do que havia acontecido nos programas pioneiros, que tinham professores de diversas áreas que não a de Educação. “Desse modo, com o crescimento dos estudos no campo da educação, supõe-se a necessidade de entender como está sendo organizado e sistematizado esse processo” (Garcia; Yasuda; Bene, 2020, p. 38).

Nesse sentido, pensando os movimentos de expansão próprios da pós-graduação e vendo a necessidade de pensar os processos de organização e sistematização nesse nível de ensino, compreendemos a importância dos debates apresentados neste artigo. Em um estudo que investiga as produções científicas brasileiras, Souza e Diniz (2022) afirmam que as regiões Sudeste e Nordeste concentram o maior número de pesquisas. Tal fato, ainda na análise das autoras, pode ser explicado por concentrarem maior quantitativo de pesquisas, bem como de número de universidades e programas de pós-graduação.

Infere-se dessa realidade ampla e contínua de formação de pesquisadores que, vivendo sob um regime democrático, com todos os percalços e peculiaridades do contexto brasileiro, têm oportunidades de atentar para outras formas de ser, de se expressar e de constituir possibilidades à pesquisa e de contribuir para a solução de problemas da área em sua região.

2 Metodologia

Esta pesquisa se insere na abordagem qualitativa, tendo sido realizada uma investigação caracteristicamente exploratório-bibliográfica e descritivo-sistemática. Por procedimento, na fase exploratório-bibliográfica, fizemos o levantamento das teses tendo por fonte o Catálogo de Teses e Dissertações da Capes. Identificamos 459 teses defendidas nos anos de 2020, 2021 e 2022 nos Programas de Pós-Graduação em Educação das 11 instituições públicas de ensino superior situadas na região Nordeste. Essas teses foram baixadas e catalogadas, a fim de compor a empiria desta pesquisa. Em seguida, a partir de leitura exploratória dos resumos dessas teses, identificamos os temas de pesquisa delimitados pelos doutores da área da Educação titulados na região Nordeste do país.

Na fase descritivo-sistemática, as informações extraídas nos resumos das teses foram selecionadas e organizadas para cumprimento do objetivo da pesquisa. A seleção e a organização compõem uma classificação e uma síntese das informações extraídas que se tornaram dados de pesquisa após o tratamento analítico.

A escolha do recorte temporal desta pesquisa, ou seja, os anos de 2020, 2021 e 2022, deu-se pela maior adesão institucional e de registros de teses no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes para a região Nordeste, se comparado aos anos anteriores de depósito das teses realizadas pelos Programas de Pós-Graduação em Educação dessa região. Esta pesquisa iniciou-se em 2023 e, também por isso, limitamos o resgate das teses até o ano de 2022 no referido catálogo. Com o maior número de teses depositadas, nos anos de 2020, 2021 e 2022, buscamos dar maior abrangência possível e atualidade aos temas de pesquisa produzidos nos programas de pós-graduação da região Nordeste do Brasil.

A identificação das teses deu-se especificamente por meio de duas etapas de filtragem de informações. A primeira filtragem de informações considerou a busca pelo termo “teses”, que nos trouxe por resposta o número total de 61.875 teses presentes nesse catálogo. O próximo passo foi selecionar variáveis para uma primeira filtragem das teses, nesse sentido, utilizamos as variáveis “doutorado”, “ano” e “área de avaliação” (Educação). Com os resultados da primeira filtragem, pudemos fazer uma segunda filtragem das teses selecionando a variável “instituições”. A partir da relação das instituições de ensino superior (IES) públicas, realizamos a seleção das instituições superiores na região Nordeste do país. Desse modo, conseguimos selecionar as teses defendidas na área da Educação na região Nordeste por ano de defesa, obtendo, assim, 459 teses.

A distribuição na Tabela 1 apresenta o número de teses defendidas e as respectivas IES na região Nordeste.

Tabela 1
Distribuição das teses por instituição de educação superior (IES)

Fonte: Elaborada pelos autores com dados do Catálogo de Dissertações e Teses da Capes (2023).

Após apresentar o percurso inicial deste estudo, é importante tratar sobre o referencial teórico que guiou a pesquisa em questão. O referencial nesta pesquisa com fins de leitura e análise da empiria compõe-se de textos selecionados sobre pesquisa em educação escritos por pesquisadores da área, quais sejam, Antônio Joaquim Severino e Bernardete Angelina Gatti. Ambos os autores são reconhecidos pesquisadores da área da Educação que pesquisam, escrevem e publicam textos sobre pesquisa em Educação, tornando-se, dessa forma, as referências principais para esta pesquisa e para o debate sobre a prática da pesquisa na área.

Após a apresentação da descrição metodológica da pesquisa, torna-se de suma importância a organização da construção teórica que conduziu o estudo e a análise do levantamento apresentado. Nesse sentido, para debater sobre os interesses temáticos que constituem a área da Educação nos últimos anos, torna-se fundamental pensar sobre a produção de conhecimento e sobre a pesquisa na referida área.

3 A produção de conhecimento em Educação e o lugar da pesquisa na pós-graduação

A pós-graduação tem sido lugar de referência institucional da pesquisa nas últimas décadas, trazendo para o campo da pesquisa os debates próprios da sociedade. Como afirma Cardoso (1996), o desenvolvimento da pesquisa científica, rigorosa e sistemática busca explicar a realidade dentro de determinados parâmetros, considerando-se as condições histórico-sociais que afetam a própria constituição da pesquisa e a formação científica, além de influenciarem na identificação dos problemas a serem pesquisados. Nesse sentido, pensar sobre as escolhas das temáticas de pesquisa e suas correlações histórico-sociais é fundamental para compreender o lugar da produção de conhecimento em Educação e o lugar da pesquisa na pós-graduação.

Com efeito, iremos nos aprofundar em dois autores que tratam sobre a produção de conhecimento e a pós-graduação. Severino (2006, 2007, 2009) debate sobre a pós-graduação na área da Educação, destacando o trabalho metodológico na produção de pesquisa, e Gatti (2001, 2005, 2010) debate sobre as questões ou preocupações de pesquisa em Educação. Não significa que o trabalho desses autores que nos servem de referência esteja circunscrito apenas às discussões em destaque, mas destacamos o debate temático realizado por eles.

A partir de Severino (2006, 2007, 2009) buscamos captar o que é importante na produção do conhecimento, ou seja, os aspectos imprescindíveis para o conhecimento da realidade a ser pesquisada, considerando essa produção realizada nos Programas de Pós-Graduação da área da Educação nas pesquisas dos recém doutores na área.

Severino (2006, 2007, 2009) dimensiona a Educação na sua relevância social e, com isso, enfatiza a importância do que se produz como conhecimento na área. Severino (2006, p. 40) diz que “A educação, como prática de intervenção social, é mediação universal das práticas de trabalho, de vida social e de cultura, práticas que, por sua vez, constituem as mediações da própria existência histórica dos homens”.

Considerando essas ponderações e em consonância com o objetivo desta pesquisa, concordamos com Severino (2006, 2007, 2009) quando enfatiza algumas preocupações sobre a produção do conhecimento, especialmente na formação de pesquisadores da área da Educação, nos programas de pós-graduação específicos. As preocupações do autor relacionam-se à forma como as pesquisas na pós-graduação da área vêm sendo produzidas, em especial as teses defendidas. Essas preocupações envolvem a institucionalização do trabalho de pesquisa na área da Educação através da pós-graduação e a construção metodológica da pesquisa pelos pesquisadores.

Tratando-se da institucionalização do trabalho de pesquisa na Pós-Graduação em Educação, Severino (2007) destacou a importância da pós-graduação como espaço de formação de pesquisadores na área e também a relevância e o compromisso social das pesquisas. Como espaço privilegiado para a produção de pesquisas na área da Educação, a pós-graduação tornou-se o espaço sine qua non para a formação do pesquisador, com infraestrutura, orientação, seminários, palestras e oportunidade de participar de eventos e de divulgar e publicar seus estudos. A institucionalização da pesquisa nos programas de pós-graduação proporcionou a existência de um espaço próprio com condições de desenvolvimento de pesquisas para pesquisadores na área. Para Severino (2009, p. 18):

[...] a criação de ambientes institucionalizados de pós-graduação tem por justificativa tão somente fornecer condições para que os praticantes da pesquisa possam desenvolver seus trabalhos, mediante recursos didáticos e apoios estratégicos, trabalhos que devem se traduzir em relatórios científicos, a dissertação, no caso do mestrado, e a tese, no caso do doutorado.

Outro aspecto para esse autor são os compromissos sociais que o pesquisador tem em relação à produção de suas pesquisas. A partir dessas ponderações do autor, verificamos que as pesquisas em Educação têm aderido a temas originados de questões sociais que adentram as questões educacionais e escolares. Trata-se de transformações na sociedade que estão vinculadas às questões de gênero, à construção de identidades, à democracia e às questões de ordem político-social. Por outro lado, há pesquisas que têm destacado questões sobre a desigualdade social, a problemática da privatização dos serviços públicos, ou seja, questões de ordem econômico-social como debate gerador dos temas de pesquisas. As transformações na sociedade têm se refletido nas formas de fazer pesquisa, a começar pelo que será pesquisado, e, nesse sentido, certos aspectos ganham força na construção das pesquisas e outros não. A partir dessa situação que se apresenta, Severino (2007, p. 32) pondera que:

A pós-graduação não pode ser considerada fora desse contexto, como se estivesse desvinculada do compromisso da educação com um projeto de transformação da sociedade e de emancipação de todas as pessoas. Como qualquer outro segmento da educação, a Pós-Graduação, como lugar de produção de conhecimento, tem compromissos sociais e políticos com a compreensão e busca de soluções para os problemas cruciais enfrentados pela sociedade brasileira em cada área de conhecimento especificamente. O avanço do conhecimento deve ser articulado à investigação de problemas socialmente relevantes, considerando as demandas da sociedade brasileira.

Tratando-se da construção metodológica das teses, Severino (2006) ainda destaca a necessidade de um trabalho de pesquisa orientado por critérios científicos e alertou para a especificidade da área da Educação no processo de investigação da realidade educativa. Severino (2006) assinala a necessidade de uso dos critérios científicos na construção das pesquisas na área da Educação. O uso ou não desses critérios estão rebatendo na forma como as pesquisas na área da Educação têm sido construídas, nas escolhas do que está sendo investigado. A forma como compreendemos o conhecimento e sua investigação será refletida metodologicamente nas pesquisas: “Ocorre que a escolha e a utilização de determinadas metodologias de pesquisa são tributárias dessas referências epistemológicas, ou seja, de uma determinada concepção da relação sujeito/objeto” (Severino, 2006, p. 47).

Para Severino (2007), a área da Educação possui grande influência das perspectivas pós-modernas, em que a relação sujeito/objeto sofre abalos na sua forma de conceituação e “[...] caracteriza-se por rejeitar toda pretensão a um pensamento totalizante, às metanarrativas iluministas, aos referenciais universais, às transcendências e essências” (Severino, 2007, p. 36).

Gatti é outra autora, além de Severino, em quem nos referenciamos nesta pesquisa. Gatti (2001, 2005, 2010), pesquisadora da área da Educação, destacou em seus textos, publicados ao longo da primeira década deste novo século, transformações na forma de pesquisar na área da Educação que ainda hoje estão em curso. São enfoques que hoje se apresentam mais consolidados em certos temas de pesquisa. São problemas vinculados ao cotidiano social e escolar e à singularização humana no âmbito das políticas educacionais e no universo escolar. Tanto Gatti (2001) quanto Severino (2007) afirmam que não é possível pensar nas pesquisas realizadas na área da Educação sem olhar para o contexto em que essas pesquisas são produzidas. Para Gatti (2001, p. 111):

O futuro da pós-graduação está ancorado em sua história específica em nosso país e em como se apresenta no presente momento. Nesse sentido, várias questões precisam ser respondidas: Qual o propósito e a natureza dos estudos na pós-graduação, em um momento de aceleradas mudanças? Que valor têm para as pessoas e a sociedade? Respostas devem ser buscadas junto a diversificados grupos de interesse e com diferentes referenciais.

Ainda na análise de Gatti (2001), os focos de investigação - os problemas que se apresentavam socialmente em um novo século que desafiavam a área da Educação no Brasil - eram diferentes dos problemas e das preocupações se comparados aos anos de 1980 e 1990 do século passado. Nessas décadas, a pesquisa em Educação esteve fortemente influenciada pelo contexto social vivido no país com o processo de redemocratização e a promulgação de uma nova Constituição. Nessa nova Constituição, seriam absorvidas demandas por uma educação pública e universal que passasse a dialogar com suas próprias demandas, e não apenas com as demandas externas aos interesses educacionais e escolares da comunidade de pesquisa e da comunidade escolar.

Os anos de 1980 e 1990 foram reservados à redução das desigualdades por um projeto de justiça social e por um movimento coletivo e social de resolução dos problemas na área da Educação. Assim, a pesquisa em Educação foi levada a pensar como seriam pesquisadas essas demandas de sua época e as fontes de pesquisas e como seriam realizados os procedimentos com as informações a serem coletadas. Porém, com as transformações sociais em constante andamento, Gatti (2001, p. 116) entende que concepções que antes estruturavam escolhas temáticas e metodológicas foram substancialmente modificadas: “As concepções dominantes hoje estão entrando em crise. Os contrastes entre conhecimento científico, conhecimento ético e eqüidade [sic] social deverão ser merecedores de uma ampla e pública discussão [...]”.

Gatti (2005) afirma que as mudanças que se constituíram nos anos iniciais do século XXI abriram caminho para abordagens majoritárias no trato da subjetividade humana na pesquisa em Educação. As pesquisas em Educação passaram a privilegiar questões relacionadas às descobertas pelo homem sobre o seu próprio entendimento de mundo. Modos de compreensão do mundo com visões unitárias e universais foram, então, descartados na produção de pesquisas e modos regionais e locais de viver passaram a ocupar as preocupações de muitas pesquisas na área da Educação, constituindo, assim, uma nova caracterização das pesquisas.

As amplas visões filosóficas, políticas ou religiosas típicas da modernidade, que pretendiam tornar aceitáveis normas unicistas, pelas quais deveriam se reger as coletividades, a ciência, o progresso, dando uma visão integrada, explicativa de eventos e fatos, passam a ser consideradas apenas narrações estilizadas e não visões objetivas da realidade. A uniformização que impõem, a sua pretensão a uma objetividade universal e suas decorrentes promessas de salvação para indivíduos e grupos foram desqualificadas pelos eventos históricos, pelos totalitarismos, pela dizimação de populações, pelas coletivizações agressivas, restritivas e pauperizantes (Gatti, 2005, p. 599).

Em decorrência dessas questões, de acordo com Gatti (2005), na pesquisa em Educação outras formas de construção da pesquisa entraram em discussão, pois, afinal, novos modos de questionar a realidade estavam postos. Como era possível investigar outros comportamentos, conflitos e costumes que se formavam em uma era de tecnologias digitais e de construção de identidades de pequenos grupos da sociedade? Sem dúvida, tais questões se interpuseram e passaram a ser consideradas e, de uma forma ou de outra, repercutiram, inclusive, em uma nova dinâmica da vida escolar e educacional. Assim sendo,

[...] a pesquisa educacional recente tem-se debruçado com outros olhares no espaço escolar, mergulhando aí com outras posturas, disposições e valores, trazendo maiores nuanças sobre a lida cotidiana de professores e alunos, questionando se este ‘instrumental’ é tão instrumental assim, tão técnico ou tão cientificamente referenciado (Gatti, 2005, p. 604).

Diante dessas questões, Gatti (2010) considera que uma área de pesquisa não se constitui apenas pela dinâmica de suas orientações teóricas e métodos de pesquisa em evidência, devendo levar em consideração as condições e o contexto em que os pesquisadores e as instituições de pesquisas estão imersos, uma vez que o que acontece em sociedade é capaz de reorganizar todo o modo de pensar e de pesquisar. Trata-se, portanto, de um equacionamento complexo, como afirma Gatti (2010, p. 39): “Há uma procura por novas formas de compreensão das coisas, dos eventos, das realidades”.

O lugar da pesquisa e da produção de conhecimento em Educação, considerando as condições histórico-sociais em que essas investigações estão sendo realizadas, remete-nos a pensar que as possibilidades relacionadas à pesquisa em Educação, bem como suas temáticas e problemáticas de pesquisas, inserem-se em um contexto de políticas públicas que não pode ser negado ou negligenciado. Para Nascimento, Cruz e Moura (2023), o contexto atual de organização da sociedade se constitui com base no ideário neoliberal, em que as políticas institucionais refletem os interesses de mercado do Estado e de organismos internacionais para o campo educacional.

A Política Nacional de Educação Superior contribuiu para o desenvolvimento desse nível de ensino no Brasil em todas as regiões, refletida especialmente a partir de um amplo movimento de reformas desencadeado pelos governos Lula (2003-2006; 2007-2010), já nos moldes do capitalismo neoliberal. Esse movimento de reformas influenciou no aumento de IES e consequentemente no aumento das produções de pesquisa. Nesse sentido, mesmo não sendo o foco deste trabalho trazer um debate sobre as condições neo ou ultraneoliberais nas quais as instituições estão inseridas, bem como suas produções, é preciso conhecer e reconhecer o que nos indica a produção de conhecimento em Educação nos últimos anos dentro desse contexto.

A compreensão das realidades educacionais tem sido uma busca constante dos pesquisadores na área da Educação e, com isso, cabe salientar que as escolhas sobre as temáticas e as problemáticas a serem pesquisadas também envolvem questões da sociedade. Cardoso (1996) afirma que as escolhas de pesquisa não podem ter apenas relevância teórica ou acadêmica, mas principalmente social. Logo, apresentar e debater sobre o que vem sendo produzido nas pesquisas em Educação é fundamental para a produção de conhecimento.

4 Conhecendo os resultados: o que nos indica a empiria

Compreender o lugar da pesquisa e as conexões histórico-sociais que esta precisa apresentar para abordar uma temática relevante socialmente foi um dos caminhos para justificar a necessidade de pensar sobre os temas que foram escolhidos e apresentados nas teses de doutorado mapeadas nesta pesquisa.

Realizamos leituras dos resumos das 459 teses selecionadas com o objetivo de identificação dos temas de pesquisa nas teses defendidas nos anos de 2020, 2021 e 2022 nos Programas de Pós-Graduação em Educação das universidades públicas da região Nordeste do país. O entendimento adotado sobre os temas de pesquisa considera que se trata de discussões gerais e relacionadas ao problema a ser pesquisado e que, por isso, comporta a possibilidade de sua sistematização.

Após a leitura dos resumos das 459 teses, realizamos sistematizações a partir das temáticas indicadas pelos autores que foram apresentadas nesta pesquisa. O levantamento dos temas identificados nos resumos das 459 teses e sua sistematização proporcionaram um panorama das preocupações dos pesquisadores titulados doutores nos anos de 2020, 2021 e 2022. Tais preocupações podem ser observadas na demonstração do Quadro 1.

Quadro 1
Sistematização dos temas identificados nos resumos das teses

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

Verificamos que a área da Educação, considerando as teses selecionadas, possui um amplo conjunto temático explorado. Entendemos que certa expansão social da ação educativa e a presença de doutorandos de outras áreas de conhecimento, nos doutoramentos da área da Educação, permitem a ampliação de questões que ultrapassam o escopo dos problemas educacionais e escolares tradicionais e que apresentamos como “outros temas”, ou seja, aqueles cujas questões guardam relação com discussões de sociedade. Essas discussões refletem as mudanças comportamentais, culturais e sociais de uma sociedade que, de algum modo, adentram o espaço escolar ou se tornam parte do debate educacional.

Vale ressaltar que estamos considerando o debate educacional diferentemente do debate escolar. O debate escolar nos remete às questões que ocorrem ou dizem respeito ao ambiente escolar, ou seja, referindo-se ao cotidiano diário desse espaço. O debate educacional está vinculado às questões gerais da Educação que afetam a todas as comunidades escolares e que são debatidos e definidos fora do ambiente escolar, como as políticas educacionais e outras normatividades da política educacional de Estado. Quando tratamos de “outros temas” para organizar as discussões de sociedade, mencionamos, por exemplo, o debate sobre gênero. Assim constituímos essa categoria que não está circunscrita ao escolar nem ao educacional propriamente.

Tratando-se de “outros temas”, verificamos certos nichos de discussão presentes nas teses. São discussões sobre as novas tecnologias cujos debates se estendem para as mídias sociais, para a imagem, para a cibercultura e para a cultura digital de modo geral. Outro tipo de discussão comum envolve a inclusão social, ou seja, são discussões sobre a surdez, a Língua Brasileira de Sinais (Libras), as deficiências física e intelectual, sem vinculação direta com o debate educacional ou escolar. Há ainda as discussões sobre a arte contendo as artes visuais, o folclore e a estética africana. Outras questões abordadas nos remetem a discussões sobre problemas sociais recentes, como o bullying, as fake news, o corpo negro, os direitos humanos e a meritocracia. Dos 459 temas mencionados, são 63 temas que se enquadram nessa sistematização na categoria “outros temas”. Outro destaque é que não vimos menção à pandemia de Covid-19 nos resumos das teses selecionadas. Isso pode decorrer do fato de que as pesquisas que constituíram os relatórios das teses foram iniciadas antes da pandemia de Covid-19.

Quanto às categorias mencionadas no Quadro 1 que remetem ao debate escolar e educacional, destacamos em ordem alfabética: avaliação, cultura escolar, currículo, docência, ensino, escolaridade, extracurricular, formação docente, História da Educação e políticas educacionais. Em relação a essas categorias, verificamos que a “formação docente” foi tema em 60 teses defendidas. Identificamos formas diferentes de debater a formação docente, como a formação inicial, a formação continuada, a formação crítica, a autoformação, a formação omnilateral, a formação multirreferencial, a formação em licenciaturas, a formação nas tecnologias digitais e a formação transdisciplinar.

Em seguida, a “docência” foi estudada em 63 teses como categoria temática. Esse tema categorizado trouxe diferentes abordagens, como os saberes, as práticas, as histórias de vida, o trabalho, a profissionalização, as condições, a universidade, a atuação, os anos iniciais da escola, o adoecimento e a carreira. Constatamos que as categorias “formação docente” e “docência” perfazem quase um terço dos temas das teses selecionadas, isto é, 123 pesquisas, representando 26,9%, o que indica que a docência, englobando formação e vida laboral, figura fortemente como questão de pesquisa na Educação na região Nordeste.

A categoria temática “avaliação” foi selecionada como tema em 20 teses. Essa categoria temática foi abordada em diferentes contextos, como, por exemplo, considerando a avaliação da Capes, a avaliação institucional, a avaliação da docência e da formação docente e a avaliação da Prova Brasil, do ensino médio e do desempenho escolar.

A “cultura escolar” foi tema de pesquisa em 36 teses, cujas abordagens centram em questões como conselho escolar, demandas escolares, escrituração escolar, cotidiano escolar, escolarização, práticas pedagógicas e disciplina escolar.

O “currículo” foi temática pesquisada em 28 teses, tendo sido consideradas questões como o ensino médio, as experiências, a autossuficiência, a oralidade, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), o corpo, a política curricular, o feminino, o neoliberalismo, a licenciatura, a música, os saberes, a diferença e a educação infantil.

Como categoria temática “extracurricular”, essa se refere aos conteúdos não presentes no currículo tradicional escolar e surge como demanda para a formação do aluno. Essa categoria temática foi tema selecionado para pesquisa em 64 teses. As abordagens extracurriculares referem-se a diferentes questões, como a indígena, a bilíngue, a ambiental, a musical, a estética, a quilombola, a decolonial, a socialista, a popular, a étnico-racial, a biocêntrica, a fenomenológica e a astronômica.

Outra categoria temática é a “escolaridade”, que foi identificada como tema em 31 das teses selecionadas. Nessa categoria, são abordadas a educação superior, a educação infantil, a educação profissional, a educação de jovens e adultos e a educação no campo.

Já a categoria temática “ensino” foi identificada em 36 teses. As abordagens envolvem discussões sobre a aprendizagem, a alfabetização, a didática, o ensino socioeducativo, a formação humana, o ensino de disciplinas escolares e o ensino em diferentes especificidades.

Tratando-se da categoria temática “História da Educação”, há 22 teses que a exploram. Nessas pesquisas, as abordagens estão relacionadas à instrução, à oralidade, às biografias, à memória, à formação de professores, à educação profissional, às modalidades educativas e às políticas públicas.

Por fim, mencionamos a categoria temática “políticas educacionais”, que foi tema de pesquisa em 36 teses. As abordagens quanto a essa categoria temática referem-se às políticas voltadas para a universidade, a pós-graduação, as ações afirmativas, a assistência estudantil, a gestão organizacional, a gestão democrática, ao financiamento, ao Projovem, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), à terceirização, à educação integral, ao Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), às políticas neoliberais, ao sistema de ensino, à educação básica e à gestão escolar.

Podemos observar, no Gráfico 1, a representação em percentuais dos temas identificados nas teses que compõem o material empírico desta pesquisa.


Gráfico 1
Relação temas e percentuais de ocorrência
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

A fim de reforçar essa informação relacionada ao levantamento dos temas nas teses, apresentamos, na Tabela 2, a sistematização das categorias e o percentual dos temas presentes, compondo, assim, um panorama dos temas identificados nas teses selecionadas.

Tabela 2
Quantitativo e percentual referente aos temas identificados nas teses

Fonte: Elaborada pelos autores (2023).

Após a apresentação sobre as temáticas de interesse nas pesquisas de doutoramento na região Nordeste do Brasil nos anos de 2020, 2021 e 2022, podemos considerar que os temas de pesquisa privilegiados nos Programas de Pós-Graduação na área da Educação nos indicam um panorama de problematizações de professores e de pesquisadores dessa região do país que refletem as preocupações e o modo de registrar a realidade educativa.

A eleição de alguns temas e outros não está relacionada apenas aos interesses pessoais ou de orientadores e da academia de modo geral, mas também se refere às questões eleitas como relevantes por administradores da área da Educação quanto às políticas educacionais, bem como ao contexto social ou mesmo aos fatos ou acontecimentos que de algum modo impactaram a comunidade escolar e educacional.

5 Considerações finais

Os resultados do estudo indicam que há uma diversidade de temáticas tomadas como cerne das teses defendidas no período de 2020 a 2022 nos Programas de Pós-Graduação em Educação, em universidades públicas da região Nordeste do país. Indicam também que, mesmo havendo tal diversidade, as temáticas “formação docente” e “docência” têm destaque, o que pode assinalar a relevância que esses temas em específico ainda têm para a Educação. Adicionando a essas temáticas de destaque, temos o tema “ensino”, que, embora tenha obtido percentual pequeno, é uma temática que, de forma direta ou indireta, inter-relaciona-se com as problemáticas da docência e da formação de professores. Por outro lado, a diversidade também indica que outras temáticas que não as consideradas clássicas, como avaliação, políticas educacionais e currículo, têm ganhado espaço, como demonstra o interesse dos pesquisadores por temas extracurriculares, como identificamos em 64 teses (14%), e outros temas (63 teses, 13,8%) apresentando diferentes temáticas de cunho social e mesmo escolar e/ou educacional.

Outrossim, verificamos, ao final desta pesquisa, o potencial de discussão que o levantamento de temas de pesquisa em produções discentes em Programas de Pós-Graduação em Educação pode proporcionar. São discussões históricas e contextuais sobre a educação e o entendimento de como esses programas vêm se movimentando quanto ao papel da educação na sociedade. Indica também como as novas gerações de pesquisadores na área da Educação deverão tratar as questões de sua área em pesquisas futuras e também possivelmente na atuação profissional, seja na própria área da Educação ou em outras áreas em que se faz necessária uma ação educativa.

Consideramos ser necessária uma investigação mais analítica sobre os temas que fogem às discussões tradicionais à área da Educação e que sistematizamos como “outros temas” e “extracurriculares”. Há de se considerar como os futuros pesquisadores da área da Educação estão compreendendo a formação e o trabalho docente no contexto atual, um possível indicativo dos problemas mais urgentes apontados pela área da Educação.

Destacamos que não é possível investigar os temas de pesquisa sem contextualizarmos o vínculo entre educação e sociedade, bem como sua regionalidade, incluindo-se aí a institucionalização da pesquisa em Educação no Brasil. Destacamos também que são muitos os aspectos que vão delimitar os temas de pesquisa que não se restringem apenas aos interesses próprios da academia. Há que se considerar, portanto, os fatores que são externos aos critérios acadêmicos e científicos que vão conduzir os trabalhos de pesquisa, trabalhos esses que estarão metodologicamente circunscritos aos temas que serão definidos e pesquisados como problemáticas a serem investigadas.

6 Referências

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Como citar este artigo (ABNT):

SOUZA, Alexandre Augusto e; GREGÓRIO, Tânia Cristina da Conceição; MOURA, Aline de Carvalho. O tema de pesquisa como elemento de análise sobre pesquisa em Educação na região Nordeste. Educação & Formação, Fortaleza, v. 9, e12391, 2024. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/e12391

Notas de autor

Editora responsável: Lia Machado Fiuza Fialho
Pareceristas ad hoc: Lara Carlette Thiengo e José Oto Konzen
Graduado e licenciado pleno em Pedagogia pela Faculdade de Educação da UERJ. Doutorando e mestre, ambos em Educação, na UERJ. É bolsista de Doutorado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Foi bolsista Proatec de apoio à pesquisa na UERJ.
Doutora e mestra em Educação (ProPEd-UERJ); Especialista em Planejamento Educacional (Assoec) e em Educação Fiscal e Desenvolvimento de Projetos (Ucam); Pedagoga (Fafita); Professor (Seeduc-RJ).
Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPed- UERJ). Professora adjunta do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, onde atua também como docente no PPGEDUC. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino Superior e Pesquisa em Educação - ESPE/UFRRJ e pesquisadora no Núcleo de Pesquisa em Epistemologia e Metodologia das Ciências (Episteme) do ProPed/UERJ.


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