ARTIGO
Recepción: 29 Febrero 2024
Aprobación: 05 Junio 2024
Publicación: 05 Julio 2024
DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v9.e12619
Resumo: Este artigo tem como objetivo caracterizar os professores de educação básica pública de Recife e outros municípios da região metropolitana em readaptação funcional, indicando as patologias que mais os acometem, bem como suas perspectivas de retorno à sala de aula. A pesquisa se ampara em estudos sobre adoecimento e mal-estar docente. Realizou-se um levantamento junto a 31 profissionais, que responderam a um questionário misto. As respostas foram organizadas e analisadas com o suporte do software Atlas.ti. Os resultados revelaram que o adoecimento docente é uma realidade e implica readaptação funcional. As patologias que mais afastam os docentes da sala de aula são de ordem emocional. A maior parte desses profissionais não tem expectativa de retorno à sala de aula devido às suas condições limitadas de saúde articuladas ao processo de desvalorização profissional. Os achados sugerem que a qualidade do trabalho docente exige investimentos em condições laborais, reconhecimento e valorização.
Palavras-chave: Readaptação, professores, adoecimento.
Abstract: This article aims to characterize public basic education teachers in Recife and other municipalities in the metropolitan region undergoing functional readaptation, indicating the pathologies that most affect them, as well as their prospects for returning to the classroom. The research is based on studies on illness and teacher malaise. We carried out a survey of 31 professionals, who responded to a mixed questionnaire. The responses were organized and analyzed with the support of Atlas.ti software. The results revealed that teacher illness is a reality and implies functional readaptation. The pathologies that keep teachers away from the classroom the most are emotional. Most of these professionals do not expect to return to the classroom due to their limited health conditions linked to the process of professional devaluation. The findings suggest that the quality of teaching work requires investments in working conditions, recognition and appreciation.
Keywords: Readaptation, teachers, illness.
Resumen: Este artículo tiene como objetivo caracterizar a los docentes de educación básica pública de Recife y otros municipios de la región metropolitana en proceso de readaptación funcional, indicando las patologías que más los afectan, así como sus perspectivas de regreso a las aulas. La investigación se basa en estudios sobre la enfermedad y el malestar docente. Se realizó una encuesta a 31 profesionales, que respondieron a un cuestionario mixto. Las respuestas fueron organizadas y analizadas con el apoyo del software Atlas.ti. Los resultados revelaron que la enfermedad docente es una realidad e implica una readaptación funcional. Las patologías que más alejan a los docentes de las aulas son las emocionales. La mayoría de estos profesionales no esperan regresar a las aulas debido a sus limitadas condiciones de salud vinculadas al proceso de devaluación profesional. Los hallazgos sugieren que la calidad del trabajo docente requiere inversiones en condiciones de trabajo, reconocimiento y apreciación.
Palabras clave: Readaptación, maestros, enfermedad.
1 Introdução
As novas configurações presentes na escola revelaram que o fenômeno do mal-estar vêm afetando homens e mulheres nas mais diversas profissões, inclusive a docência. O mal-estar provoca o desgaste físico e psíquico dos indivíduos em seu ambiente de trabalho, causando adoecimento e, em vários casos, levando os professores à readaptação e ao afastamento da sala de aula.
Neste artigo, fruto de pesquisa mais ampla (Santos, 2024), buscamos caracterizar os professores de educação básica pública que atuam em escolas municipais e estaduais de Recife e outros municípios da região metropolitana em readaptação funcional, a fim de indicar as patologias que mais os acometem, bem como suas perspectivas de retorno à sala de aula. O interesse para desenvolver a pesquisa que deu origem a este texto está alinhado à nossa trajetória formativa e profissional atuando há mais de uma década no exercício da docência.
Os diálogos tecidos nos espaços das escolas nos permitem sentir de perto os desafios da profissão docente, quais sejam: muitos colegas se afastando da sala de aula por questões de saúde; dificuldades de relacionamento com a equipe gestora; professores readaptados, mesmo sem estarem totalmente recuperados, retornarem ao trabalho para não perderem seus vínculos institucionais, etc. Esses episódios comuns à nossa experiência, aliados à carência de iniciativas ou serviços que possam oferecer suporte contínuo ao professor em processo de adoecimento, também provocam inquietação e nos mobilizam.
Sobre adoecimento, o estudo1 desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Banco Mundial detectou que o número de pessoas com depressão ou ansiedade subiu quase 50% entre 1990 e 2013. Outra pesquisa que focalizou a saúde docente foi realizada pela Associação Nova Escola (Teixeira, 2018) em 2018, envolvendo mais de cinco mil educadores, no Brasil, revelou que a ansiedade, o estresse, as dores de cabeça e a insônia estão entre os principais problemas que afetam docentes. O resultado da pesquisa identificou que 66% dos professores pesquisados já precisaram se afastar do trabalho por questões de saúde e que 87% dos participantes acreditam que o seu problema de saúde está associado ou é intensificado pelo trabalho que realizam.
Na direção do que expomos, a partir de nossa experiência docente, apresentamos, com base em levantamentos que vêm sendo realizados em várias regiões do Brasil, alguns indícios do aumento de afastamentos do trabalho docente por questões de saúde, aspecto que amplia ainda mais nossas inquietações.
Segundo a Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo (Paixão, 2019), em 2018, 53.276 professores foram afastados por transtornos mentais e comportamentais e, até agosto de 2019, o número era de 27.172 professores afastados. A Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) de Cuiabá (Pereira, 2020) aponta um aumento gradativo no número de afastamentos de professores. A estatística levantada revelou que aumentaram de 2.478, em 2017, para 2.744, em 2019. Conforme os dados, o número de afastamento é maior entre professoras na faixa etária de 41 a 50 anos de idade, e isso ocorre devido a transtornos mentais. Por sua vez, no estado de Mato Grosso do Sul (Aquino, 2019), em 2019, de acordo com dados do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande, de janeiro a setembro, 1.914 professores entraram com pedido de licença, uma realidade que revela, em média, 212 professores afastados da sala de aula por mês.
Um levantamento de informações que realizamos junto à Ouvidoria Geral2 sobre o afastamento de docentes de escolas públicas em Pernambuco por questões de adoecimento revelou que foi concedido um total de 21.233 licenças no período de 19 de janeiro de 2017 a 5 de novembro de 20203. Esses dados nos levaram a buscar estudos e pesquisas que abordassem a problemática do adoecimento docente no estado de Pernambuco e, com esse enfoque, localizamos os estudos de Mendes (2015) e de Oliveira e Vieira (2014).
Em parceria com o Sindicato de Trabalhadores do Estado de Pernambuco (Sintepe) e Grupo de Estudos sobre Políticas Educacionais e Trabalho Docente (Gestrado/UFMG), Oliveira e Vieira (2014) desenvolveram uma pesquisa intitulada “Trabalho na educação básica em Pernambuco”. Neste estudo, as autoras dedicaram um capítulo sobre as condições favoráveis e os obstáculos para a promoção da saúde junto aos trabalhadores das redes públicas de educação de Pernambuco.
No referido texto, os problemas de saúde puderam ser especificados, a partir dos dados sobre licenças, diagnósticos e sintomas frequentes. Os afastamentos realizados com maior frequência foram: para a realização de cirurgias (23%); licença-maternidade (17%) e problemas relacionados à depressão, ansiedade e nervosismo (13%). Em menor número, houve afastamentos devido a problemas relacionados à voz (9%), doenças musculoesqueléticas (8%), estresse (7%), acidentes (6%) e doenças infectocontagiosas (6%).
A pesquisa desenvolvida por Mendes (2015) buscou identificar os aspectos da Síndrome de Burnout em professores que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação do Recife-PE, em sua inter-relação com a precarização do trabalho docente. Os resultados revelaram altos índices da síndrome entre os professores dessa rede de ensino, além de indicativos também de estresse entre esses docentes. A autora constatou também que as avaliações institucionais colaboram para fortalecer o sentimento de fracasso profissional e, consequentemente, para ampliar o quadro de adoecimento dos docentes. Nas escolas, os processos e exigências requeridos pelos sistemas de avaliação vêm provocando o sofrimento e, consequentemente, a desumanização dos professores.
Outro fenômeno que chamou a atenção dos estudiosos e de toda a população foi a conjuntura mundial - profundamente afetada pela pandemia do Coronavírus (Covid-19) - e seus impactos nos sistemas educacionais; no período, foram tomadas medidas restritivas de segurança que, além de promover o fechamento das escolas, provocaram a suspensão das atividades de ensino presencial em todos os níveis, sendo substituídas pela modalidade remota.
Esse formato de ensino alterou a organização do trabalho docente, o que fez com que os professores se vissem diante de situações como a reformulação de seus modos de ensinar e relacionar-se com estudantes e pares. Sem dúvidas, esse novo contexto de trabalho concorreu para agravar os processos de mal-estar já instaurados entre os docentes, ampliando ainda mais as possibilidades de adoecimento desses profissionais.
A respeito de como o trabalho remoto na pandemia afetou ainda mais a saúde mental dos docentes, estiveram presentes nos resultados da ação extensionista de Coelho et al. (2021) os relatos sobre os sintomas associados a transtornos mentais como ansiedade, depressão e estresse. Contudo, sinalizaram “o reconhecimento” do trabalho, seja pelas famílias, estudantes e sociedade como um todo, como uma importante motivação para continuar exercendo sua profissão mesmo diante de tantas dificuldades.
Através de um questionário on-line aplicado a professores de todo o país, Gonçalves e Guimarães (2020, p. 783) constataram que, com a pandemia, o trabalho docente sofreu muitas mudanças, as quais provocaram “[...] novos riscos de sofrimento físico e psíquico relacionados ao sedentarismo e ao elevado tempo de trabalho no computador”.
Em estudo sobre trabalho docente em tempos de pandemia, Araújo e Yannoulas (2021) afirmam que as professoras foram as mais impactadas durante essa crise. Para as autoras, o aumento da sobrecarga de trabalho, horários atípicos, aceleração no desempenho das atividades, invasão da dimensão privada da vida e ausência de condições materiais afetaram sobremaneira a produção docente, sendo o principal alvo as professoras, que tiveram sua jornada de trabalho multiplicada.
Em face do exposto, este artigo, resultado de uma investigação mais abrangente, procura caracterizar os professores de educação básica pública de Pernambuco em readaptação funcional, indicando as patologias que mais os acometem, bem como suas perspectivas de retorno à sala de aula.
2 Metodologia
Para a concretização do objetivo acima proposto, desenvolvemos uma pesquisa delineada como levantamento. Trata-se de um estudo de cunho exploratório, para o qual utilizamos como técnica de coleta um questionário misto. De acordo com Gil (1999, p. 128), o questionário é uma técnica “[...] composta por um número mais ou menos elevado de questões, apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.”.
Com a aplicação do questionário, buscamos nos aproximar dos fatores primários e secundários que configuram a presença de mal-estar docente. Assim, organizamos o questionário em dois blocos de questões. No primeiro, constavam indagações de caráter sociodemográfico e, no segundo bloco de questões, solicitamos informações sobre os principais problemas de saúde que vêm provocando o afastamento do professor da sala de aula e as expectativas4 de retorno ao trabalho após o período de afastamento.
Iniciamos nossa incursão no campo em dezembro de 2021, quando do retorno às aulas presenciais nas escolas, que, até aquele período, ofereciam o ensino no formato remoto devido à pandemia. Ao chegarmos às escolas, apresentávamo-nos à equipe gestora e perguntávamos se, naquela unidade, havia professores afastados da sala de aula ou readaptados por adoecimento.
Foram selecionados 31 professores readaptados que atuavam na educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio de escolas estaduais e municipais5 situadas em Recife e outros municípios da região metropolitana. A seleção desses sujeitos considerou os seguintes critérios: contemplar docentes que atuassem nas diferentes etapas da educação básica e condição de readaptado de função. Além desses critérios, o profissional deveria manifestar disposição em responder a questionamentos sobre seu afastamento provisório ou definitivo da função docente.
Atendendo aos critérios, mediante resposta positiva à participação, chegamos a um grupo de 31 professores readaptados. Eles atuavam em diferentes etapas da educação básica (educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), eram docentes em vários estágios de desenvolvimento da carreira, de diferentes grupos etários, níveis e áreas de formação. Atendendo aos preceitos éticos, todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
Dos 31 profissionais readaptados que responderam ao questionário, 29 eram professoras e dois eram professores da educação básica pública de diferentes municípios de Pernambuco (Recife, Jaboatão, Olinda, Camaragibe e Ipojuca) que se encontravam afastados da sala de aula por adoecimento. A inclusão de docentes de variados municípios da região metropolitana deveu-se à baixa adesão desses profissionais exclusivamente no município do Recife. Devido à condição de adoecimento em que se encontravam, foram muitas as recusas à participação.
A média de idade é de 48 anos e, em relação ao nível de formação acadêmica, identificamos 27 professores com formação em curso de especialização lato sensu (87%), dois professores com formação em nível de mestrado (6,5%) e dois em nível de graduação (6,5%).
Por considerarmos que, para alguns profissionais, o deslocamento para o trabalho constitui um fator de estresse e ansiedade, devido aos longos percursos e ao trânsito intenso em Recife e região metropolitana de Pernambuco, procuramos saber o bairro/cidade em que os professores residem, local em que trabalham e meio de transporte mais utilizado para o deslocamento. De acordo com as respostas, 16 professores residem em municípios diferentes daquele em que trabalham; 15 residem e trabalham no mesmo município, sendo que quatro professores moram em um município e atuam em duas redes de ensino municipais diferentes6.
Os meios de transporte utilizados pelos professores são diversos. Do conjunto dos participantes, 11 professores afirmam utilizar automóvel, 17 utilizam mais de um transporte coletivo (ônibus/metrô) e apenas três afirmam não utilizar meio de transporte para se deslocar ao trabalho, pois moram próximo às instituições nas quais trabalham.
Quanto ao tempo de exercício profissional, os professores com mais de 20 anos (16) constituem o percentual mais elevado (51,6%); nove professoras (29,0%) possuem até 30 anos de profissão; três professores têm menos de 10 anos de atuação e outras três participantes (9,7%) atuam há mais de 30 anos como professoras.
Dos participantes, 16 atuam nos anos iniciais do ensino fundamental (51,6%), três atuam no ensino médio (9,7%), seis lecionam na educação infantil (19,3%) e seis desenvolvem suas atividades nos anos finais do ensino fundamental (19,3%). A grande maioria reforça a necessidade de assumir mais de um vínculo, pois assim conseguem manter o suprimento de suas necessidades básicas e de suas famílias.
Para a análise das respostas às questões contidas nos questionários, utilizamos o software o Atlas.ti. Segundo Silva Junior e Leão (2018), o programa é uma ferramenta eficaz para pesquisadores que utilizam a análise de conteúdo. O software analisa dados textuais primários oriundos de várias fontes: artigos, entrevistas, questionários, fotos, músicas, filmes, mapas, etc.
3 Resultados e discussão
As respostas dadas pelos participantes foram organizadas em duas categorias, a saber: “Principais patologias que afetam professores” e “Expectativas de retorno à sala de aula”.
3.1 Principais patologias que afetam professores
As respostas dos participantes a respeito das patologias que os acometem (Figura 1) foram organizadas em três grandes grupos: problemas psicológicos, problemas relacionados à voz e problemas osteomusculares. Também identificamos três professores que declararam ter apenas um tipo de patologia (câncer, doença autoimune e psoríase) e 28 são acometidos por mais de uma enfermidade.

Na referida figura, ganharam destaque as palavras depressão, ansiedade e pânico. Trata-se de palavras presentes nas respostas dos professores que remontam a problemas de ordem psicológica. Além dessas, outras patologias afetam a saúde física dos professores, tais como problemas relacionados à voz, como: alergias, fendas ou calos nas cordas vocais; problemas osteomusculares: fibromialgia, hérnia de disco, tendinite, enxaqueca, dentre outras.
A respeito dos problemas psicológicos, convém mencionar que, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas, 2018, p. 2), “[...] a depressão é resultado de uma complexa interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos”. Assim, apresenta características como: “[...] tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite” e “[...] sensação de cansaço e falta de concentração” (OMS, 2002).
Como se demonstra na Figura 1, a patologia de maior destaque no grupo pesquisado foi depressão (15), seguida de ansiedade (11) e crise de pânico (5). Identificamos que tais problemas, para alguns professores, manifestam-se de forma conjunta, ou seja, a depressão vem associada ora à ansiedade, ora à crise de pânico. Como o grupo é, majoritariamente, composto por mulheres, foi possível localizar o relato de sintomas de depressão presentes em 13 professoras e em dois professores do grupo.
O estresse é um dos problemas mais comuns enfrentados pelo ser humano. Pode ser “[...] caracterizado por um estado de tensão, ocasionando um desequilíbrio intenso no organismo, que pode desencadear diversas doenças graves” (Lipp, 2001, p. 131). Os transtornos de ansiedade, por sua vez, decorrem de uma “desregulação” nos mecanismos psíquicos responsáveis pela identificação de estados vulneráveis a situações potenciais de perigo (Ferreira-Costa; Pedro-Silva, 2018, p. 359).
Nas respostas dos participantes, esses transtornos parecem estar associados ao estresse em decorrência do trabalho. Alguns deles vivem um misto de pânico e ansiedade. O depoimento da professora P307 é elucidativo, quando faz referência à indisposição para o trabalho e vida: “[...] me sinto incapacitada, muito deprimida e infeliz [...] tenho pensamentos de acabar com tudo, desparecer, sair andando e nunca mais voltar”. Outros participantes revelaram problemas que se reportam à sala de aula.
De acordo com Gasparini, Barreto e Assunção (2005), quando consideradas as condições de trabalho, todo esforço empreendido pelos docentes, no qual eles têm de utilizar suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas na formação de pessoas, acaba impondo um esforço extremo, a ponto de desencadear estresse e, consequentemente, depressão.
O filósofo coreano Han (2017) faz um alerta ao falar da “sociedade do cansaço” e expõe a lógica social na qual a sociedade hiperativa do desempenho leva à produção de indivíduos estafados. Essa lógica gera um sofrimento psíquico que, estando relacionado ao desempenho profissional, acaba por afetar a vida do indivíduo. Por sua vez, podemos também considerar a Síndrome de Burnout, que precede à depressão, e a consequência lógica e patológica da autoexploração via trabalho acaba sendo um exemplo claro dessa dinâmica.
O participante P25 relaciona seu problema de saúde ao trabalho quando afirma: “Fico nervoso ao entrar na sala de aula”. Enquanto o professor P10 relata que, quando começa a pensar em ir para a sala de aula, a ansiedade é tanta que “Dá vontade de chorar, correr”.
Para cinco professoras, pelo fato de se sentirem impedidas de exercer suas atividades devido aos problemas físicos que afetam sua mobilidade, vivenciam sentimentos de limitação e frustração que acabam por desencadear problemas psicológicos. Sobre esse fato, Mendes (2007, p. 96) afirma que, “[...] envolto em um cenário desolador, que limita a sua autonomia e destrói a sua criatividade, o professor desenvolve, também, um dos maiores sofrimentos humanos, o sofrimento psíquico”.
Foi o caso da professora P4, a mais jovem do grupo, com 37 anos. A docente, em depoimentos durante a aplicação do questionário, relatou uma ocorrência grave relacionada ao processo de adoecimento que vem enfrentando. Conforme informou, desenvolveu síndrome do pânico e crise de ansiedade generalizada, doenças que, atreladas a outras dificuldades de cunho pessoal, culminaram em tentativa de suicídio (episódio em que ela cortou os pulsos), felizmente, malsucedida. Até hoje a professora P4 tem se mantido em constante acompanhamento psiquiátrico e terapêutico. Um fator que ela fez questão de ressaltar foi que, decorrente de seu afastamento e licença, sentiu-se isolada e, por vezes, julgada pelos colegas de trabalho e gestão da escola. A professora admitiu sentir-se culpada por não reagir ou enfrentar melhor seus problemas.
Em estudo sobre a depressão junto a professores da rede municipal de ensino de Feira de Santana, Bahia, Lima e Leite (2017) apontam, como principais justificativas para o diagnóstico de depressão, a insalubridade dos espaços físicos de trabalho e o estresse. Sobre um quadro de depressão, os autores afirmam que:
Os transtornos do humor podem ser considerados como uma das primeiras formas do adoecer mentalmente e o que possibilita por muitas vezes o diagnóstico precoce em alguns casos. Dentre os sinais e sintomas mais comuns estão: tristeza, falta de prazer, pessimismo, desesperança, angústia, medo excessivo, indecisão, isolamento social, inatividade, pensamento suicida, baixa autoestima, choro frequente, ansiedade, indecisão, cansaço exagerado, sonolência, insônia, alterações hormonais, baixa imunidade, dores físicas sem achado médico justificáveis, dificuldade de concentração até mesmo nas tarefas mais simples e rotineiras e alterações na memória (Lima; Leite, 2017, p. 10591).
Além de mostrar os principais sintomas que acometem os professores com quadros de depressão, as autoras ressaltam ser necessário enxergar a saúde e o bem-estar para além da prevenção de doenças, pois essa atitude cria possibilidades de os indivíduos se perceberem como importantes para o processo de cuidado consigo e com o outro. Para elas, esforços mobilizados nesse sentido podem diminuir os impactos da falta de professores nos ambientes escolares devido a processos de adoecimento.
Gontijo, Silva e Inocente (2013), que investigaram e descreveram o perfil de adoecimento de professores, concluíram que esses docentes apresentam perfis semelhantes, independentemente da região estudada. Constataram o adoecimento como um problema que acomete professores em âmbito nacional, que atuam nos diferentes níveis de ensino. Sendo assim, declararam como fatores que estariam contribuindo para o adoecimento: idade, carga de trabalho, número de alunos (quanto maior, menor a realização e maior o desencanto pelo trabalho), turno em que trabalham, violência escolar, relações interpessoais estabelecidas com pais e alunos e condições gerais de organização do trabalho.
Identificamos maior incidência de professores adoecidos com distúrbios psíquicos e prevalência alta de doenças mentais em docentes, tal resultado confirma os achados da literatura, principalmente os estudos de Baldaçara et al. (2015), Ferreira-Costa e Pedro-Silva (2018) e Gasparini, Barreto e Assunção (2005).
Investigamos se haveria maior propensão de problemas psicológicos entre as mulheres docentes e verificamos, com base no estudo de Justo e Calil (2006, p. 74), que, ao descrever aspectos epidemiológicos, biológicos, sociais e psicológicos associados a diferenças de gênero nas depressões, foi confirmada a predominância de depressão em mulheres, cuja prevalência foi de 72% dos casos.
No segundo grupo de patologias, elencamos as doenças de ordem física: relacionadas à voz e osteomusculares.
Em relação aos problemas da voz, foram evidenciados, nas respostas de sete participantes, casos de nódulos ou calos nas pregas vocais e rouquidão entre seis professoras e um professor. Dois docentes (P25 e P27) também sinalizaram que, associadas aos sintomas de rouquidão, alteração e fadiga vocal, vivenciam crises de depressão e ansiedade. Estudos como os de Medeiros e Vieira (2019) e de Valente, Botelho e Silva (2015) revelam que dificuldades no uso vocal apresentam elevada prevalência em professores, quando comparados a outros grupos ocupacionais, e que o problema está associado ao ambiente e à organização do trabalho.
Constatamos que a disfonia, rouquidão ou dificuldade na produção da voz relacionadas ao trabalho também podem estar associadas a sintomas de sofrimento mental em face das exigências vivenciadas em decorrência da organização do trabalho, resultado também presente no estudo de Hermes e Bastos (2015).
O outro grupo de patologias citado pelos participantes é o de doenças osteomusculares, tais como: fibromialgia, dores crônicas (lombar ou cervical), dores na coluna, bacia e joelho, tendinite, hérnia de disco, síndrome do manguito rotador8, artrose, rompimento do tendão, tidas como doenças do trato osteomuscular.
Esses problemas apareceram nas respostas de dez professores, os quais se encontram na faixa etária de 41 a 57 anos. Conforme as respostas, podemos inferir que o tempo em que permanecem sentados, as condições inadequadas do mobiliário, o tempo em que ficam de pé, o peso que tendem a carregar com bolsas, pastas, livros e atividades ou até o uso dos recursos tecnológicos (celular, notebook, etc.), acentuados inclusive no período de pandemia, além de provocar dores, podem estar intensificando-as.
A professora P29 relatou que possui doença autoimune e que, como consequência, teve sua mobilidade comprometida, o que a obriga a fazer fisioterapia regularmente. A doença e o tratamento dificultaram sua atuação em sala de aula, o que a levou a atuar em biblioteca após readaptação definitiva.
A respeito dos distúrbios osteomusculares em relação ao trabalho do professor, estudos como os de Ceballos e Santos (2015) e de Ferreira et al. (2015) indicam que os sintomas decorrem da realização de movimentos repetitivos de forma excessiva, sem um período para o relaxamento dos músculos. Os autores enfatizam que as regiões acometidas com maior frequência são a região da coluna vertebral (cervical, dorsal e lombar), parte superior das costas, pescoço e membros superiores (ombros, punhos/mãos/dedos) e inferiores (tornozelos e/ou pés).
Ao relacionar tais problemas às condições de trabalho, observamos que oito participantes afirmaram atuar em mais de uma escola. Entendemos que dobrar e até triplicar a jornada de trabalho, como é o caso das professoras P8, P12, P17, P19, P22 e P24, acaba tornando-se uma estratégia de sobrevivência para muitos docentes.
De acordo com os participantes, a sobrecarga de trabalho provoca a exaustão do corpo e da mente, pois não podemos esquecer, dentre outros aspectos, que o deslocamento entre as unidades escolares exige um tempo gasto com trânsito, que interfere, por exemplo, no horário que seria dedicado à refeição, ao descanso entre um turno e outro, ao planejamento e organização do trabalho. Enfim, como afirma a professora P24: “Final de semana era desmaiar de cansaço. Não tinha tempo para mais nada!”.
3.2 Expectativas de retorno à sala de aula
Para sabermos sobre as expectativas dos professores afastados acerca do retorno à sala de aula, apresentamos uma escala de 0 a 10, de modo que 0 indicaria nenhum desejo de retorno, e dez indicaria grande expectativa de retorno a esse espaço. Após assinalarem a opção na escala, os participantes deveriam justificar suas respostas.
Dos 31 participantes, nove apresentaram oscilações ou contradições em suas respostas e 22 registraram a opção 0 na escala apresentada, revelando não ter nenhuma pretensão de retorno à sala de aula.
Das participantes que apresentaram oscilações nas respostas, quatro professoras assinalaram a opção 6, que, na escala, indica alguma expectativa de retorno, mas elas justificaram que não iriam retornar à sala de aula pelas seguintes razões: “[...] para não piorar da depressão” (P23); “[...] não me vejo mais em sala de aula” (P6); “[...] mesmo diante da impossibilidade de retornar à sala, voltaria se pudesse hoje mesmo” (P14).
Duas justificativas oscilaram na escala entre a intenção de retornar, a falta que sente do trabalho, e, ao mesmo tempo, o nítido impedimento para o desenvolvimento de suas atividades em sala de aula, devido à condição de saúde. A participante P7, por exemplo, registrou que sente falta da sala de aula e reconheceu que sua situação de saúde impedia seu retorno: “[...] tenho muita saudade da sala de aula, mas infelizmente não tenho condições de voltar”. Essa professora registrou 3 na escala.
Outra docente, P8, que registrou 4 na escala, justificou que precisava assumir três horários e destacou como a intensificação do trabalho docente repercutia negativamente em sua saúde: “[...] não tenho mais como ficar os três horários por conta das cordas vocais”.
De acordo com o resultado, indicamos que apenas três docentes (P1, P12 e P17) revelaram algum desejo de retorno à sala de aula. Duas professoras justificaram que sentiam saudade da sala de aula, no entanto ressaltaram que seu estado de saúde as impedia de retornar às atividades. A participante P1, que registrou 10 na escala, justificou: “[...] quero muito retornar, mas só com a força de Deus. Tenho fé que conseguirei”, e a professora P12, que registrou 9 na escala, assim se posicionou: “Quero voltar a me sentir útil, mesmo sabendo que não estou podendo mais voltar”. A professora P17, que marcou 8 na escala e encontrava-se afastada por tendinite e depressão, revelou, em sua justificativa, um sentimento positivo para com a possibilidade de retorno à sala de aula, ao afirmar: “Tenho esperança na educação e que continuo uma ferramenta eficaz de mudança”.
A análise dessas respostas sugere que essas três participantes podem estar mobilizando estratégias de enfrentamento das situações que lhes causam mal-estar e adoecimento e que, apesar das adversidades, resistem e desejam permanecer na docência. Por exemplo, a participante P24, que marcou a opção 0 na opção de expectativa de retorno à sala de aula, apesar de uma justificativa que mostra seu aparente interesse pela docência, reconheceu não ter condições de retornar à sala de aula, que não via sentido em retornar à docência, ao afirmar:
[...] adoro dar aula, me dava super bem com meus alunos, mas, quando você se depara com o quantitativo de turmas que tem que assumir, cada uma com 35 a 40 alunos, veja só! E ainda tem aquele danado do ‘diabo on-line’, que a gente tem que alimentar essa quantidade de alunos por turma. Chegava a ficar sem ter como respirar! [...] Final de semana era desmaiar de cansaço. Não tinha tempo para mais nada! Mas, se eu pudesse, voltaria a dar aula (P24).
Pela resposta, deduzimos que, por mais que sentisse satisfação em dar aula e em estabelecer boa relação com seus alunos, a professora P24 demonstrou sentir as consequências do processo de intensificação do trabalho docente, de não ter mais saúde ou capacidade para o trabalho, inclusive ao ressaltar que assumia mais de seis turmas em três turnos alternados.
Do universo de participantes, 22 marcaram 0 na escala de expectativa para retorno à sala de aula. Destacamos algumas respostas: “Eu não consigo me ver de volta à sala de aula, pois me bate logo vontade de chorar e sair correndo da sala” (P10); “[...] não posso voltar a lecionar, me sinto insegura e ansiosa” (P18); “Não tenho mais condições físicas para o retorno” (P5).
Esses professores, apesar de estarem em readaptação temporária, demonstraram insegurança, que se sentiam incapazes e sem vontade de retornarem à sala de aula, espaço que se configura como aquele responsável pelo seu mal-estar e adoecimento, o qual, portanto, não lhes permitiav ter expectativa de retorno.
Um grupo, composto por nove professoras, justificou que se encontrava readaptado em definitivo. Eis algumas declarações: “Nenhuma vontade de retornar. Sou readaptada definitiva” (P21); “Já estou em função de readaptação definitivamente” (P13); “Zero, porque estou em readaptação definitiva, com isso não há previsão de retorno à sala de aula” (P11). Esse grupo, embasado no direito que obteve de readaptação definitiva, declarou não ter expectativas de retorno.
Conforme as pesquisas a que tivemos acesso, diante dos fatores que causam mal-estar e adoecimento (Brand, 2013; Domingues, 2018; Pezzuol, 2008), a readaptação funcional é indicada como uma das consequências desse processo. Notamos que esses estudos não abordam a expectativa de retorno à sala de aula.
Domingues (2018), que estudou as significações de professores readaptados sobre as condições de trabalho docente e suas implicações no processo de adoecimento, destaca, em seu estudo, as significações atribuídas pelo professor à sua condição profissional e às possibilidades de adoecimento com o trabalho. Os resultados apontaram que o enfrentamento do processo de tornar-se e manter-se um professor readaptado constitui um processo gerador de sofrimento, especialmente devido à experiência de invisibilidade descrita pelos participantes.
Brand (2013) estudou, com professores em situação de readaptação do município de Toledo, Paraná, os elementos que conduzem o professorado ao adoecimento e à readaptação. Seus resultados revelaram que relações de trabalho conflituosas, sofrimento e dores causadas pelas doenças, em consequência dos vários anos de atividade profissional, podem ser fatores desencadeantes da readaptação.
Pezzuol (2008) investigou, junto aos professores readaptados em escolas públicas do estado de São Paulo, como o processo de readaptação tem sido realizado. Para a autora, o modo como o processo de readaptação tem sido realizado acaba gerando novos fatores de sofrimento, pela exclusão e angústia sentidas por quem vivencia a readaptação, gerando um processo de ruptura da identidade profissional docente e o rebaixamento de sua autoestima.
4 Considerações finais
O objetivo deste artigo foi caracterizar os professores de educação básica pública de Pernambuco em readaptação funcional, indicando as patologias que mais os acometem, bem como suas perspectivas de retorno à sala de aula.
No que tange às patologias que mais afetam os professores, os resultados evidenciaram doenças do trato psicológico, vocal e osteomuscular. A depressão e a ansiedade foram as mais indicadas, seguidas dos nódulos e fendas nas cordas vocais e rouquidão. Em relação aos problemas osteomusculares, foram citados: fibromialgia, dores crônicas (lombar ou cervical, coluna, bacia e joelho), tendinite, hérnia de disco e doenças autoimunes. Os achados da investigação aqui apresentada confirmam o que circula na literatura sobre a temática, sobretudo em relação às patologias que mais atingem os docentes. O fato que chamou a atenção foi a Síndrome de Burnout não ter sido mencionada pelos professores, o que admitimos ser ainda um assunto pouco conhecido do grupo participante.
Os resultados confirmam que, ao vivenciarem o processo de mal-estar no âmbito laboral, os docentes se desestabilizam e vivenciam perdas de sentido nas áreas pessoal e profissional, ocasionando o adoecimento. E, quando adoecidos, os professores têm que permanecer afastados de sala de aula ou serem readaptados. A maior parte desses profissionais justifica sua não expectativa em relação ao seu retorno à sala de aula tomando como base suas condições limitadas de saúde de forma articulada ao processo de (des)valorização profissional.
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Notas
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