EDITORIAL

O número 17 da revista deve consistir motivo de orgulho para quem nela tem trabalhado tão arduamente. Ele representa a clara consolidação de um projeto académico ambicioso, que pautou pela adequação de toda a estrutura editorial aos exigentes padrões internacionais (entrada nos mais relevantes indexadores internacionais, edição em parceria com a Imprensa da Universidade de Coimbra, internacionalização dos colaboradores, entre outros aspectos). Prova desse sucesso será a qualificação máxima (A1) obtida na última avaliação Periódicos Qualis da CAPES, que, por um lado, nos deixa com o sentimento de missão cumprida, mas, por outro, nos obriga a manter o padrão que tão árdua e merecidamente conquistámos.
Do ponto de vista temático, este número representa uma satisfação acrescida, pelo facto de se dedicar quase integralmente a Platão. Temos, em primeiro lugar, o desafiante Artigo de Luiz Rohden, que propõe uma (re)leitura gadameriana da famosa Carta VII. Contamos também com a segunda parte do Dossiê organizado por Dennys Xavier, o qual resultou do último encontro da Sociedade Brasileira de Platonistas, que tinha por objeto de estudo o Fédon. Neste bloco temático poderá o leitor encontrar contributos de alguns dos mais renomados platonistas nacionais (Anastácio Borges, Edrisi Fernandes, Guilherme da Motta e José Trindade Santos) e também internacionais (Francesc Casadesús e Giovanni Casertano).
Igualmente digna de nota é a Tradução do importante (embora pouco estudado) tratado de Górgias sobre A Defesa de Palamedes. O texto foi exemplarmente traduzido pela jovem pesquisadora Gabrielle Cavalcante.
São ainda de notar duas Resenhas: uma, por Lucía Romero Mariscal, a propósito de um livro sobre a mulher em Eurípides; outra, por Luca Pitteloud, dedicada a uma importante coletânea de artigos sobre Platão.
Tratase, pois, de um número recheado de contributos assaz importantes e relevantes para a comunidade científica. Que as leituras sejam profícuas!