Temática livre
Recepción: 03 Noviembre 2021
Aprobación: 21 Mayo 2022
DOI: https://doi.org/10.33871/nupem.2023.15.36.211-223
Resumo: Este texto é fruto de uma pesquisa realizada com 12 jovens de uma instituição de educação profissional e tecnológica sobre suas experiências nos tempos escolares. Nele, busco abordar os relatos desses(as) estudantes acerca de suas participações na própria pesquisa realizada de outubro a novembro de 2016. Na fundamentação teórica, utilizei Larrosa (2003), Skliar (2011) para abordar a experiência, o relato e a conversa; Connelly e Clandinin (2008) para a metodologia Investigação Narrativa. Os relatos dos(as) discentes evidenciaram que a pesquisa foi um movimento que os(as) fizeram pensar em si, lembrar de acontecimentos e dimensionar como a história de cada um(a) foi sendo tecida, permitindo-lhes fazer uma autoavaliação. Além disso, refletiram e ressignificaram a própria história, aprendendo mais sobre si no processo narrativo, destacando sua dimensão formativa. Desse modo, pude com os(as) jovens, considerar sua alteridade, legitimando-os(as) como seres capazes de refletir sobre suas práticas.
Palavras-chave: Experiência, Jovens, Pesquisa.
Abstract: This paper is the result of research conducted with 12 young people from a professional and technological education institution about their experiences in school times. Here, I seek to address the reports of these students about their participation in the research conducted from October to November 2016. For the theoretical foundation, I consulted Larrosa’s (2003) and Skliar’s (2011) views to address the experience, the report, and the conversation, and Connelly and Clandinin’s (2008) for the Narrative Research methodology. The students' reports made evident that the research was a movement that made them think about themselves. By remembering events and dimensioning how their histories were being woven, they were allowed to self-evaluation. Besides, they could reflect and give new meaning to their past, learning more about themselves in the narrative process, and highlighting its formative dimension. In this way, I was able to consider their otherness, legitimating them as capable beings to reflect on their practices.
Keywords: Experience, Young people, Research.
Resumen: Este texto es el resultado de una investigación en Educación realizada con 12 jóvenes de una institución de educación profesional y tecnológica sobre sus experiencias en tiempos escolares. En este artículo busco acercarme a los relatos de experiencias de estos jóvenes estudiantes sobre su participación en la investigación de Investigación Narrativa. En la discusión teórica utilicé Larrosa (2003), Skliar (2011) para abordar la experiencia, el relato, la conversación; Connelly y Clandinin (2008) para apoyar la metodología de Investigación Narrativa. Los relatos de los estudiantes mostraron que la investigación fue un movimiento que les hizo pensar en sí mismos, recordar hechos, medir cómo se iba tejiendo la historia de cada uno, haciendo una autoevaluación de sus vidas. Reflejaron y resignificaron su propia historia, aprendiendo más sobre sí mismos en el proceso, destacando la dimensión formativa de la investigación. Con los jóvenes pude considerar su alteridad, legitimándolos como seres capaces de reflejar sus experiencias.
Palabras clave: Experiencia, Joven, Buscar.
Determinado filósofo tinha uma tábua que não tem nada escrito e que durante o tempo a gente vai escrevendo a nossa história nela através das experiências da vida (Bem, Entrevista, 2016)1.
Este texto2 faz parte de uma pesquisa em Educação que foi desenvolvida com jovens alunos(as) de uma instituição de educação profissional e tecnológica acerca de suas experiências com os tempos escolares. Os tempos escolares estão relacionados às ações experienciadas no processo pedagógico.
Este artigo vincula-se a esta pesquisa da tese e busca apresentar os relatos dos(as) jovens estudantes sobre suas experiências de participações na pesquisa de Investigação Narrativa. Uma pesquisa construída e tecida entre nós em cada conversa; uma pesquisa tecida no meu tempoespaço3 de trabalho, a partir de minha prática pedagógica. Para mim, como pedagogapesquisadora, foi muito rico e importante estudar os tempos escolares, a partir dos olhares dos (as) jovens, alunos (as) dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio de Eletromecânica e de Metalurgia dessa instituição de ensino.
Expresso que quando começamos a pesquisa junto com os (as) praticantes do cotidiano (Certeau, 2008), damos início ao contar e viver novas histórias. Quando iniciamos cada pesquisa, vamos para o campo vivendo nossas histórias. Os (as) praticantes também, ao entrarem no campo, vivem suas histórias: “Suas vidas não começam no dia em que chegamos, nem terminam quando partimos. Suas vidas continuam” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 99-100).
Quando vivenciamos o campo de pesquisa, encontramos vidas em movimento. Mergulhados (as) no campo de pesquisa, “vivemos histórias, contamos histórias advindas dessas experiências e as modificamos ao recontá-las e ao revivê-las” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 108). Os (as) praticantes também experienciam o mesmo processo do(a) pesquisador(a).
Quando pesquisadores narrativos estão em campo, eles nunca estão ali como mentes (sem corpo) registradoras da experiência de alguém. Eles também estão vivenciando uma experiência, qual seja: a experiência da pesquisa que envolve a experiência que eles desejam investigar. Se o pesquisador está investigando sobre a vida numa ala de hospital, ele torna-se parte da vida desse lugar, e, consequentemente, da experiência que está sendo estudada. A experiência da narrativa do pesquisador é sempre dual, é sempre o pesquisador vivenciando a experiência e também sendo parte da própria experiência (Clandinin; Connelly, 2015, p. 120).
Como experiencio o mesmo tempoespaço dos (as) jovens, sinto-me no entremeio das histórias (Clandinin; Connelly, 2015) de cada um(a), pelo fato de trabalhar com eles(as). Como não é fácil contar uma história, não é fácil também recontar as histórias que permitem desenvolvimento e mudança, assim como não é fácil fazer uma escrita narrativa.
Isso porque a ciência moderna assumiu uma escrita dominante despersonalizada e formal, impelindo-nos à busca por outras formas de expressão que possam dar acesso aos elementos que a escrita científica não consegue captar ou expressar: “Assim, para expressar conhecimentos em seus aspectos qualitativos, ou conhecimentos não aprisionáveis por esse modelo, são requeridas outras fontes, outras formas de dizer e fazer perceber o mundo que transcendem os limites da cientificidade escriturística” (Oliveira; Geraldi, 2010, p. 22).
Digo que escrever é dizer da minha prática pedagógica, das minhas experiências e noções educacionais. É colocar-me no movimento de exercitar minhas ideias e meus entendimentos, defendendo-os como posicionamentos possíveis de um ser humano que está em constante construção. Freire (1996, p. 50) me ensina que o “inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento”.
Os relatos de vida dos(as) jovens foram produzidos nas conversas, no que se refere às suas experiências, como uma forma de contribuir com os estudos das juventudes na educação. Para isso, utilizei a Investigação Narrativa (Connelly; Clandinin, 2008) como metodologia da pesquisa.
A Investigação Narrativa é considerada um caminho para pensar sobre a experiência e uma forma de compreendê-la (Clandinin; Connelly, 2015). Ela vem sendo trabalhada na experiência educativa. Isso porque os seres humanos são contadores de histórias e vivem vidas relatadas: “El estudio de la narrativa, por tanto, es el estudio de la forma en que los seres humanos experimentamos el mundo” (Connelly; Clandinin, 2008, p. 11). Para esses estudiosos, a narrativa é o nome da qualidade que estrutura a experiência que vai ser estudada e os nomes dos padrões da investigação que serão usados para seu estudo: “La narrativa está situada en una matriz de investigación cualitativa puesto que está basada en la experiencia vivida y en las cualidades de la vida y de la educación” (Connelly; Clandinin, 2008, p. 16).
Connelly e Clandinin (2008, p. 43) compreendem a Investigação Narrativa tanto como o fenômeno que se investiga e o método da investigação: “La narrativa y la vida van juntas y, por tanto el atractivo principal de la narrativa como método es su capacidad de reproducir las experiencias de la vida, tanto personales como sociales, en formas relevantes y llenas de sentido”.
A educação e os estudos na educação são formas de experiência, de modo que a narrativa se tornou um caminho para representar e entender a experiência (Clandinin; Connelly, 2015). A “experiência é o que estudamos, e estudamos a experiência de forma narrativa porque o pensamento narrativo é uma forma-chave de experiência e um modo-chave de escrever e pensar sobre ela” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 48). Portanto, a Investigação Narrativa constitui-se uma “forma de experiência narrativa” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 49).
A noção de experiência está relacionada ao vivido, a algo que se viveu nas histórias de vida. Clandinin e Connelly (2015, p. 27) colocam que “experiências são as histórias que as pessoas vivem. As pessoas vivem histórias e no contar dessas histórias se afirmam. Modificam-se e criam novas histórias”. Esses pesquisadores compreendem a experiência como sendo temporal. Larrosa (2004, p. 13) diz que:
Esas historias están construídas en relación a las historias que escuchamos y que leemos y que leemos y que, de alguna manera, nos conciernen. Por otra parte, esas historias que nos constituyen están producidas y mediadas en el interior de determinadas prácticas sociales más o menos institucionalizadas: un confesonario, un tribunal, una escuela, un grupo de terapia, uma relación amorosa, uma reunión familiar, una investigación, una entrevista, un programa de televisión, etc.
A Investigação Narrativa, no campo de pesquisa, é uma maneira de viver, é uma forma de vida, numa tentativa de fazer sentido da vida como vivida (Clandinin; Connelly, 2015, p. 51). Enquanto vivemos, contamos e recontamos nossa vida. Logo, a Investigação Narrativa “são histórias vividas e contadas”.
No início do processo de Investigação Narrativa é fundamental que os(as) praticantes interajam com o(a) pesquisador(a): “En la investigación narrativa es importante que el investigador escuche primeiro la historia del practicante, y es el practicante quien primero cuenta su historia. Pero esto no quiere decir que el investigador permanezca en silencio durante el proceso de la investigación” (Connelly; Clandinin, 2008, p. 21). Ao começar ouvir a história compartilhada, o(a) pesquisador(a) constrói uma relação de escuta e de diálogo com os(as) praticantes.
A Investigação Narrativa é relacional. Os(as) pesquisadores(as) narrativos(as) se “estabelecem, vivem e trabalham ao lado dos participantes e chegam a experimentar não somente o que pode ser visto e contado diretamente, mas também as coisas não ditas e não feitas, que moldam a estrutura da narrativa das suas observações e das suas conversas” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 104).
Os pesquisadores precisam estar atentos para os detalhes do lugar, para as nuances modificadas pelo tempo, para as mudanças complexas entre as observações pessoais e sociais e para as suas relações. E precisam fazer isso por eles, e por seus participantes, e devem estar conscientes da interação mútua. [...] Um pesquisador sensível, espontaneamente, quase sem premeditações, vive essas mudanças no lugar e no tempo unido aos aspetos pessoal e social. Conversas animadas, por exemplo, simplesmente acontecem (Clandinin; Connelly, 2015, p. 132).
Na Investigação Narrativa, construímos relatos, tanto em nível de histórias pessoais como de histórias compartilhadas e construídas coletivamente, recontando histórias e revivendo experiências de vida: “Este ‘contar el relato de la investigación’ requiere que el investigador construya otra voz, otro ‘yo’” (Connelly; Clandinin, 2008, p. 43).
La narrativa y los relatos, tal como creemos que funcionan en la investigación educacional, generan nuevos temas sobre las relaciones entre la teoría y la práctica. Una parte de esos temas es dejar que la experiencia y el tiempo trabajen a su manera en la investigación. El relato, que es inherentemente temporal, lo requiere (Connelly; Clandinin, 2008, p. 50).
Trabalhei com o entendimento de relatos de vida de jovens sobre suas experiências com os tempos escolares. Larrosa (2004) diz que o tempo da vida humana é relato. O que foi relatado foi elegido pelos(as) estudantes para contar suas experiências nos tempos escolares até os dias de hoje.
La relación entre el sujeto y el relato tiene que ver con la temporalidad intrínseca a la vida humana, con el hecho de que la vida humana está temporalmente constituida entre un principio y un fin (entre el nacimiento y la muerte), y en el interior de una temporalidad supraindividual en la que hay un tiempo que la precede y un tiempo que la sucederá (Larrosa, 2004, p. 15).
Optei por escutar os relatos de vida dos(as) jovens, porque quis me aproximar de suas experiências de vida relatadas por eles(as), escutar seus relatos acerca de suas experiências com os tempos escolares. Para Connelly e Clandinin (2008, p. 16), “las narrativas de vida son el contexto en el que se da sentido a las situaciones escolares”. Considero importante escutá-los(as) para pensar as juventudes, os tempos escolares: “Entendiéndonos a nosotros mismos y a nuestros alumnos desde un ponto de vista educativo, necesitamos entender a las personas con una narrativa de las experiencias de vida” (Connelly; Clandinin, 2008, p. 16).
Inspiro-me nas palavras de Larrosa (2004, p. 20) no que se refere à escuta dos relatos: “Así, la historia de la historia de la vida es la historia de los modos en que los seres humanos han construídos narrativamente sus vidas, la historia de las narraciones que hemos oído y leído y que, de algún modo, hemos puesto en relación con nosotros mismos”. O ser humano é um ser que se interpreta e para essa autointerpretação utiliza formas narrativas.
De hecho, el sentido de lo que somos o, mejor aún, el sentido de quién somos, tanto para nosotros mismos como para los otros, depende de las historias que contamos y que nos contamos y, en particular, de aquellas construcciones narrativas en las que cada uno de nosotros es, a la vez, el narrador y el carácter principal, es decir, de las autobiografias, autonarraciones o historias personales (Larrosa, 2004, p. 13).
A escolha metodológica de considerar os (as) jovens como praticantes da investigação é também um pressuposto da pesquisa, considerando os(as) jovens alunos(as) como interlocutores(as) válidos e privilegiados para relatarem suas experiências de vida. Jovens que têm condições de produzir seus próprios relatos sobre o tempoespaço da escolarização no qual estão imersos e que têm condições de refletir suas experiências nos tempos escolares.
Por eso, la historia de nuestras vidas depende del conjunto de historias que ya hemos oído y, en relación a las cuales, hemos aprendido a construir la nuestra. La narrativa no es el lugar de irrupción de la subjetividade, sino la modalidad discursiva que establece la posición del sujeto y las reglas de su construcción en una trama. Por tanto, el desarrollo de nuestra autocomprensión dependerá de nuestra participación en redes de comunicación donde se producen, se interpretan y se median historias (Larrosa, 2004, p. 19).
O trabalho junto com os (as) praticantes contribuiu para a construção de caminhos interessantes e possíveis na tessitura da pesquisa. De modo que “quando os sujeitos narram a si próprios, eles falam de suas experiências historicamente constituídas desde o lugar que ocupam, e são essas histórias que produzem uma identidade particular, diferente” (Costa, 2002, p. 112). Sendo assim, é muito importante que o outro relate suas experiências.
Neste contexto, a dimensão do tempo encontra-se presente no relato, na narrativa, na experiência, na vida: “La vida humana es, en su misma esencia, tiempo. Por eso vivir la vida es, esencialmente, vivir el tiempo de la vida” (Larrosa, 2004, p. 15). O tempo da vida é o tempo narrado: “es el tiempo articulado en una historia; es la historia de nosotros mismos tal como somos capaces de imaginarla, de interpretarla, de contarla y de contar(nos)la” (Larrosa, 2004, p. 16).
Em consonância com isso, Connelly e Clandinin (2008, p. 22) colocam que nós estamos vivendo as histórias do outro num contínuo contexto experiencial e, ao mesmo tempo, estamos contando suas histórias com palavras, enquanto refletem sobre suas vivências e explicam aos demais: “Una misma persona está ocupada, al mismo tiempo, en vivir, en explicar, en re-explicar y en re-vivir historias”.
Desse modo, podemos pensar que, na construção de narrativas de experiências vividas, há um processo reflexivo entre o viver, contar, reviver e recontar de uma história de vida. [...] nós como pesquisadores já estávamos engajados no viver e contar de nossas histórias - nossas próprias, de nossos participantes e das nossas questões de pesquisa que compartilhamos com todos (Clandinin; Connelly, 2015, p. 108).
Nesse processo, a narrativa está sempre em construção, as histórias serão recontadas uma e outra vez e as vidas serão revividas de novas formas.
Aprendimos que también nosotros necesitamos contar nuestras historias. No erámos sólo escribas; también nosotros éramos contadores de historias y vividores de relatos. Y en nuestro contar relatos, los relatos de los participantes emergían junto con los nuestros para contar nuevos relatos, unos relatos a los que pusimos el nombre de relatos colaborativos (Connelly; Clandinin, 2008, p. 51, grifo no original).
As narrativas são tecidas no contexto social do qual faço parte e da paisagem na qual vivo (Clandinin; Connelly, 2015).
Os relatos foram produzidos a partir de nossas conversas. Pus-me no movimento de pensar com os relatos, escutá-los, pensar a partir deles, com toda invenção, incerteza, potência que a pesquisa pode se apresentar. Conversas que se fizeram com os(as) praticantes do cotidiano. Quem com mais apropriação do que estes(as) para narrarem o que se vive cotidianamente nos tempos escolares?
Cada conversa foi única. Até porque as pessoas são únicas, assim como as experiências são singulares. Cada acontecimento foi levado a outro e a outro, constituindo-se numa composição dos relatos de vida.
E, mais ainda, o valor de uma conversa não está no fato de que ao final se chegue ou não a um acordo... pelo contrário, uma conversa está cheia de diferenças e a arte da conversa consiste em sustentar a tensão entre as diferenças... mantendo-as e não as dissolvendo... e mantendo também as dúvidas, as perplexidades, as interrogações... e isso é o que a faz interessante... por isso, em uma conversa, não existe nunca a última palavra... por isso uma conversa pode manter as dúvidas até o final, porém cada vez mais precisas, mais elaboradas, mais inteligentes... por isso uma conversa pode manter as diferenças até o final, porém cada vez mais afinadas, mais sensíveis, mais conscientes de si mesmas... por isso uma conversa não termina, simplesmente se interrompe... e muda para outra coisa... (Larrosa, 2003, p. 212-213).
O texto de campo (Clandinin; Connelly, 2015), ou seja, os dados da pesquisa foram produzidos a partir de nossas conversas: “Os textos de campo auxiliam o pesquisador a mover-se retrospectiva e prospectivamente em um completo envolvimento com os participantes e também distanciamento deles” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 119). As histórias vividas e contadas deram forma à natureza do texto de campo. Neste texto de pesquisa (Clandinin; Connelly, 2015), há uma mistura gradual de vozes, minha e dos(as) jovens, numa interligação de relatos de experiências.
Quem são estes(as) jovens alunos(as) com os quais estou conversando nessa pesquisa? Para Larrosa (2004, p. 18), “a la pergunta de quién somos sólo podemos responder contando alguna historia. Es al narrarnos a nosotros mismos en lo que nos pasa, al construir el carácter (el personaje) que somos, que nos construímos como individuos particulares, como un quién”.
Escolhi pseudônimos com base nos personagens do filme “Escritores da Liberdade” para me referir aos(às) jovens. Cada jovem teve a sua forma de falar de si. As conversas com os(as) alunos(as) partiram da seguinte questão: “Relate-me sua vida escolar desde a infância até os dias atuais”. A partir dessa pergunta, outras foram emergindo nas conversas entre nós.
Com os pressupostos da Investigação Narrativa, ao investigar os relatos de vida sobre os tempos escolares de 12 jovens alunos(as) de dois Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, no segundo semestre de 2016, pude perguntá-los (las) como foi participar da pesquisa. A partir dessa pergunta, ouvi relatos que se entrelaçaram às discussões teóricas da pesquisa.
A maioria das conversas foi individual. Nas conversas individuais, perguntei aos(às) jovens como foi participar deste momento de pesquisa e ouvi os seguintes relatos:
Eu acho que é bom, porque eu não sou de falar de mim, foi diferente, e assim, porque todas essas lembranças que tive de tudo que aconteceu dá um sentimento de saudade. De um tempo que foi tão gostoso aquilo. Podia fazer isso de novo (Ângela, Entrevista, 2016).
Legal, legal, achei legal sim, refletir, pensar na vida, às vezes eu faço isso meio instintivamente, sabe? Do nada eu paro assim, olho para algum ponto e penso um monte de coisas, mas foi muito legal sim (John, Entrevista, 2016).
Foi interessante, eu acho legal a gente conversar com outras pessoas o que a gente fez e é isso. Sei lá, eu sou uma pessoa que eu não tenho medo de falar, porque eu sou o que eu sou, eu gosto, eu achei até interessante mesmo (Robin, Entrevista, 2016).
Olha eu pensei que ia ser pior, eu não sabia o que você ia falar, eu falei, nossa, o que eu vou falar gente, se eu vou falar alguma coisa errada [risos], mas eu gostei, foi legal, primeira vez a oportunidade, gostei mesmo [risos] (Lisa, Entrevista, 2016).
Ah, gostei, porque, igual, eu gosto muito de conversar, acabo me abrindo com você, é bom você passar as suas experiências para as outras pessoas, você vê que não é só você que tem determinados problemas que todo mundo tem [...]. Gostei bastante (Bem, Entrevista, 2016).
Uma experiência singular. Nunca participei de nada parecido, eu achei muito bacana, poder lembrar das coisas que aconteceram, poder lembrar de como eu fui me construindo, sabe, acho muito importante a gente parar e, olha, eu estou aqui hoje, porque eu aprendi isso lá atrás, olha, como que esse pensamento veio, isso que aconteceu comigo me ajudou a estar pensando como eu estou hoje, sabe, acho muito interessante a gente parar, refletir sempre, acho uma experiência muito interessante a se fazer com as pessoas, uma experiência incrível (Marcus, Entrevista, 2016).
Ah, eu achei muito bom, e bom, primeiro porque é muito bom colaborar com a sua pesquisa, porque eu fico muito feliz em poder ajudar e colaborar com alguma coisa; então, sempre que chega uma questão para mim, só se eu não tiver meio nenhum de ajudar que eu não vou, mas se eu conhecer alguém que ajuda eu vou pegar essa pessoa, olha essa pessoa pode te ajudar. Eu me sinto feliz em poder ajudar, colaborar; então, só de poder colaborar com a sua pesquisa eu já fiquei feliz e eu também achei assim um privilégio de você ter me convidado para participar e contar as experiências da gente; assim, é sempre bom, sempre poder ajudar uma outra pessoa que precisa baseado na vida de cada um, das experiências de cada um, a gente pode ter noções do que pode ser a nossa vida, porque todo mundo passa por uma situação parecida com alguém uma vez na vida, pelo menos, então mesmo não sendo esse o caso, assim contar as nossas experiências, é sempre bom para quem ouve e para quem conta também, porque como eu chorei aqui dá uma aliviadinha, né? A gente lembra de coisas boas, é sempre bom [Risos] (Eva, Entrevista, 2016).
Uma conversa aconteceu em dupla. As alunas colocaram sobre a participação na pesquisa:
Para mim foi muito bom, porque olha só, foram perguntas, a gente se faz essas perguntas na nossa cabeça, mas a gente elabora? Não. A gente não elabora a resposta, a gente não procura pontinhos ali, a gente escuta a coleguinha e vê o ponto de vista da coleguinha e vê que bate tudo [risos]. Para mim foi ótimo, foi muito bom (Luana, Entrevista, 2016).
Foi, foi bom relembrar o passado, poder falar e perceber como a minha vida mudou daquela época até agora, poxa que mudança legal, muito bom poder falar sobre isso e não chorar, estou me sentindo muito feliz (Laura, Entrevista, 2016).
- Eu pensei que você iria chorar (Luana, Entrevista, 2016).
- Eu também pensei. É como um incentivo olhar para a minha própria história, narrada por mim mesma, foi como um incentivo para poder continuar, para poder pensar um pouco o que eu estou fazendo, é, é isso aqui que eu quero (Laura, Entrevista, 2016).
Narrar um pouco da minha história me fez ver, analisar como se tivesse um quadro na minha frente nessa confusão de adolescência, eu olho para esse quadro e consigo ver exatamente como eu lidei com cada fase, sabe? Desde pequenininha, entrei no IFET... daqui a vinte anos a gente faz essa entrevista de novo [risos] (Luana, Entrevista, 2016).
A outra conversa aconteceu com três alunas, de modo que cada uma falava e continuava ou completava sua fala a partir da fala da colega. No início, houve uma indecisão quanto a quem começaria. Depois todas estavam mais à vontade, descontraídas e sorridentes. No final da conversa, as alunas disseram sobre como foi para elas participarem da pesquisa juntas:
- Foi bom a gente fazer em grupo, porque aí a gente vai complementando e não fica muito, porque eu ia ficar muito tímida em fazer sozinha, então eu acho que assim fica melhor também para a gente se relacionar, conversar, porque como a gente é muito próxima tem coisa que às vezes eu falo e eu esqueço e aí ela lembra. Eu acho que isso também foi bom (Karen, Entrevista, 2016).
- Fez a gente também descobrir algumas coisas que a gente não sabia uma da outra (Carolina, Entrevista, 2016).
- É, verdade, verdade (Karen, Entrevista, 2016).
Para essas três jovens, indaguei como foi participar deste momento de pesquisa. As alunas Karen, Sindy e Carolina expressaram suas considerações sobre isso:
- Eu acho que foi muito bom, porque foi bom também as coisas que a gente passou até aqui, lembrar as experiências e das coisas que a gente também às vezes esquece, mas seria bom ter essa lembrança. Coisas que a gente saiu daqui, pensou, poxa, podia ter feito isso, poxa isso é tão interessante, então assim, foi bom, porque ajudou a gente a ver o quanto a nossa jornada foi importante para a gente estar aqui, como foi o processo mesmo, como foram fases da nossa vida, acho que foi muito bom também pela questão da análise, de a gente analisar como está a nossa postura, socialmente, politicamente, como pessoas, como estudantes, então eu acho que foi bom para a gente pensar e por assim falar mesmo como que a gente se sente também é bom. Eu acho que é isso (Karen, Entrevista, 2016).
- Eu gostei muito dessa experiência, porque proporciona a gente a repensar nos atos que a gente tem feito, nas coisas, na nossa história em geral, não só aqui dentro da instituição, mas desde a infância até como nós estamos nos desenvolvendo agora, então, eu acho que é muito importante; faz a gente, realmente, perceber e dar valor a muitas coisas que anteriormente a gente pode às vezes nem ter reparado no valor que aquilo teria e eu achei muito interessante em participar da pesquisa (Sindy, Entrevista, 2016).
- E outra coisa, a questão que ela falou de repensar, eu acho que até foi dos pais, igual eu estava falando aqui agora, eu não dou tanto valor, eu fico no celular em vez de conversar, é uma coisa que eu tenho que pensar, então também ajuda a gente a ver o que está errado e o que precisa ser mudado, o que está bom e o que pode melhor; então, eu acho que foi muito boa a experiência (Karen, Entrevista, 2016).
- Eu acho que a experiência foi ótima, porque fez a gente refletir toda a nossa trajetória, o que a gente passou, todos os momentos, experiências que a gente teve e também fez a gente pensar o que a gente está fazendo de errado, o que a gente pode melhorar, igual a Karen falou do momento em família, que a gente pode melhorar isso, a gente pode acrescentar mais coisas, fez a gente refletir desde a nossa infância, como a gente se comportava, eu acho que foi muito bom (Carolina, Entrevista, 2016).
Nos momentos das conversas, percebi que uma grande expectativa estava presente nos rostos dos(as) alunos(as). Foi um momento de muita expectativa para mim também. Senti alguns(mas) jovens apreensivos(as), outros(as) tranquilos(as). Mas as conversas foram fluindo de acordo com as questões sobre as experiências nos tempos escolares relatadas pelos(as) alunos(as). No final das conversas, os(as) alunos(as) me deram um carinhoso e um afetuoso abraço como uma forma de agradecimento pela parceria no trabalho educacional.
A partir dos fragmentos relatados pelos(as) jovens, pude perceber que estes(as) gostaram de participar da pesquisa. Consideraram legal, interessante, muito bom, uma experiência singular, incrível, ótima. Foi um movimento que os(as) fizeram refletir, pensar em si, lembrar de acontecimentos vividos, ver as mudanças, os avanços, os crescimentos na vida, dimensionar como a história de cada um(a) foi sendo tecida e hoje fazem uma autoavaliação de suas vidas. Relataram questões pessoais que, ao falarem, puderam redimensioná-las, chegando a sentirem um alívio para algo que não estava confortável.
As conversas permitiram aproximações entre nós e entre as jovens Laura e Luana; Karen, Sindy e Carolina, oportunizando-as a conhecerem mais as próprias companheiras de turma no curso, uma pôde ajudar a outra a lembrar de fatos, uma completou alguma questão dita pela outra. Isso foi muito significativo para elas, o que permitiu mais tranquilidade para participarem da conversa. Os relatos de vida produzidos nas conversas permitiram “compreender uma vida, ou parte dela, como possível para desvelar e/ou reconstituir processos históricos e [...] vividos pelos sujeitos em diferentes contextos” (Souza, 2006, p. 24).
Percebi que os(as) jovens buscaram olhar suas trajetórias, analisar, refletir o processo vivido, os momentos na vida, suas posturas, falar o que sentem e pensam sobre as questões que perpassam suas histórias, compreender a formação que estão tendo tanto pela família como pela escola, ampliando a compreensão de si e visualizando projetos de vida. Tiveram condições de ressignificar a própria história pessoalacadêmicaprofissional, aprendendo mais sobre si no processo, refletindo a própria história em contexto, favorecendo o autoconhecimento.
Os(as) jovens destacaram em seus relatos de vida a dimensão formativa da pesquisa e do pensar. Pensar constitui-se uma das ações fundamentais de nossa existência. Pensamos com palavras; pensar é dar sentido ao que somos e ao que nos acontece, o que faz com que nos coloquemos diante de nós mesmos e diante dos outros (Larrosa, 2002).
As palavras determinam nosso pensamento porque não pensamos com pensamentos, mas com palavras, não pensamos a partir de uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir de nossas palavras. E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. E isto, o sentido ou o sem-sentido, é algo que tem a ver com as palavras. E, portanto, também tem a ver com as palavras o modo como nos colocamos diante de nós mesmos, diante dos outros e diante do mundo em que vivemos (Larrosa, 2002, p. 20).
Esteve presente nos relatos dos(as) jovens a ideia de que contar experiências é bom para quem ouve e para quem conta também. Isso é mencionado por Clandinin e Connelly (2015) sobre o ouvir e contar histórias ao outro. Os relatos de vida desses (as) jovens entrelaçam-se nos dizeres de Larrosa (2004, p. 14-15):
Lo que somos no es outra cosa que el modo como nos compreendemos; el modo como nos compreendemos es análogo al modo como construímos textos sobre nosotros mismos; e cómo son esos textos depende de su relación con otros textos y de los dispositivos sociales en los que se realiza la producción y la interpretación de los textos de identidad.
Os(as) jovens relataram cada qual uma história singular que a Investigação Narrativa permite trabalhar, com respeito à especificidade que marca suas trajetórias, destacando seus percursos de formação. Os relatos são, por vezes, autobiográficos, e a escrita autobiográfica é uma maneira de escrever sobre o contexto de uma vida. Com a Investigação Narrativa, “podemos pensar que, na construção de narrativas de experiências vividas, há um processo reflexivo entre o viver, contar, reviver e recontar de uma história de vida” (Clandinin; Connelly, 2015, p. 108).
Os relatos produzidos nas conversas oportunizaram olhar para e com as juventudes, de modo a levar em conta a alteridade juvenil, legitimando os (as) jovens como seres capazes de refletirem sobre sua história de vida, relatando suas experiências.
A história de vida narrada é, assim, uma mediação do conhecimento de si na sua existencialidade que oferece, para a reflexão do seu autor, oportunidades de tomada de consciência dos vários registros de expressão e de representação de si, assim como sobre as dinâmicas que orientam a sua formação (Josso, 2008, p. 19, grifo no original).
Fazer da vida uma história significa para quem relata integrar elementos do passado que possibilitam compreender o presente e pensar o futuro. A compreensão parte do sentimento, ou seja, ao sentir se compreende e se conhece. As três ações sentir, compreender e conhecer constituem-se uma postura de vida inacabada com humildade, afeto, confiança, ética.
A metodologia tecida na pesquisa “constitui estratégia adequada e fértil para ampliar a compreensão do mundo escolar e de práticas culturais do cotidiano dos sujeitos em processo de formação” (Souza, 2006, p. 26). Ela proporciona condições teóricaspráticas de compreender possíveis lógicas de pensarsaberfazer. Essa opção metodológica possibilitou um movimento de investigação sobre o processo de autoconhecimento, sendo possível a compreensão dos sentidos e dos significados atribuídos ao processo de formação e de autoformação, ressignificando no processo vivido a compreensão das próprias aprendizagens.
Com leituras bem atentas do texto de campo produzido nas conversas, busquei sinalizar as experiências nos tempos escolares relatadas pelos(as) jovens que perpassam a história de vida de cada praticante. Nossas experiências me permitiram tecer uma discussão teórica, entrelaçando-as aos relatos de vida de jovens.
Fontes
Ângela. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Bem. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Carolina. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Eva. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
John. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Karen. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Laura. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Lisa. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Luana. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Marcus. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Robin. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Sindy. Entrevista concedida à Cristiane Elvira de Assis Oliveira. Juiz de Fora, 2016.
Referências
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2008.
CLANDININ, Jean; CONNELLY, Michael. Pesquisa narrativa: experiências e história na pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2015.
CONNELLY, Michael; CLANDININ, Jean. Relatos de experiencia e investigación narrativa. In: LARROSA, Jorge (Org.). Déjame que te cuente: ensayos sobre a narrativa y educación. Cuidad Autónoma de Buenos Aires: Alertes, 2008, p. 11-59.
COSTA, Marisa Vorraber. Pesquisa-ação, pesquisa participativa e política cultural da identidade. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Caminhos investigativos II: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 93-117.
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LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, jan./abr. 2002.
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OLIVEIRA, Inês Barbosa de; GERALDI, João Wanderley. Narrativas: outros conhecimentos, outras formas de expressão. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; et al. (Orgs.). Narrativas: outros conhecimentos, outras formas de expressão. Petrópolis; Rio de Janeiro: DP et Alii; FAPERJ, 2010, p. 13-28.
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SOUZA, Elizeu Clementino de. A arte de contar e trocar experiências: reflexões teórico-metodológicas sobre história de vida em formação. Revista Educação em Questão, v. 25, n. 11, p. 22-39, jan./abr. 2006.
Notas