Introdução

Narrar, relatar, descrever, explanar, explicar e recontar. Esses são alguns termos utilizados para se referir às narrativas (auto)biográficas, enquanto narrativas que fomentam e agregam os estudos acerca da formação de professores(as) na medida em que possibilitam diversos aspectos como a (re)construção da identidade docente e a reflexão crítica da sua prática educativa. Por meio delas é possível ter um novo olhar sobre o(a) outro(a) e sobre a nossa própria trajetória de vida e formação. Neste sentido, a abordagem (auto)biográfica partilha de um dispositivo importante para a pesquisa-formação, pois por meio dela, surgem novas perspectivas, ampliações, olhares e planejamentos voltados à docência (Carvalho; Medeiros; Maknamara, 2016; Maknamara, 2020).

Cruz, Paiva e Lontra (2021, p. 963) também apontam a narrativa (auto)biográfica como importante dispositivo de pesquisa-formação na indução da profissionalidade docente, uma vez que parte do princípio de que “o sujeito se constitui a partir das histórias que ele narra sobre si, a partir de suas experiências, viveres e saberes, em um movimento autobiográfico”.

Ao tratar sobre o conceito de formação (de professores/as) na abordagem (auto)biográfica, Bragança (2011) advoga sobre essas narrativas como alternativas teóricas e metodológicas que se configuram como processos que tematizam a própria vida, tornando-a um espaço/tempo da formação de docentes. Assim, as pesquisas que se ocupam em investigar as narrativas (auto)biográficas de professores(as) dos diversos níveis e modalidades de ensino têm possibilitado a problematização de um conjunto de elementos que competem a prática docente como as necessidades formativas, a constituição do ser docente nos variados campos disciplinares, as vivências nos cursos de formação inicial e continuada de professores(as), entre outros; fato que tem ampliado a produção do conhecimento tendo as narrativas (auto)biográficas enquanto abordagem e objeto de pesquisa.

Este trabalho trata-se de uma pesquisa constituída por um levantamento bibliográfico, do tipo revisão sistemática da literatura, realizado nos repositórios online das universidades federais no Nordeste brasileiro. O objetivo desta investigação consistiu em mapear as narrativas (auto)biográficas de professores e professoras do Nordeste do Brasil a partir dos seus trabalhos de conclusão de cursos de graduação e/ou pós-graduação, assim como outros tipos de produção que apresentassem narrativas (auto)biográficas de docentes.

A relevância desta pesquisa consiste em fomentar e expor o que vem sendo produzido no âmbito universitário federal por meio das narrativas de professores(as) que atuam em vastos contextos educacionais escolares e não escolares. Desta forma, conseguimos agregar à consciência e olhar de forma ampla aos horizontes que cercam esses espaços.

A delimitação no tocante a escolha da região Nordeste se deu por haver outras pesquisas a nível nacional realizadas pelos Grupos de pesquisa “ENSAIO: vida, pensamento e escrita em educação” (UFPB/CNPq) e “ESCRE(VI)VER: Grupo de Estudos e Pesquisas com Narrativas em Educação” (UFBA/CNPq), aos quais este estudo encontra-se vinculado, que indicaram a necessidade de desvelar a produção sobre narrativas (auto)biográficas em regiões que por vezes não têm demostrando um quantitativo expressivo de produções acerca do objeto de estudo (Carvalho; Medeiros; Maknamara, 2016; Maknamara, 2020).

Caso semelhante ocorreu com a escolha pela produção do conhecimento em universidades federais, pelo interesse e vínculo institucional dos pesquisadores e das pesquisadoras, autores(as) deste texto, no âmbito dos seus projetos de pesquisa vinculados aos grupos mencionados anteriormente, que a partir dos trabalhos mapeados nesta revisão sistemática da literatura deram seguimento as pesquisas específicas de Pós-Doutoramento em Educação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizada por Joaklebo Silva e de Mestrado em Educação na Universidade Federal da Bahia (UFBA), realizada por Laryssa Virgilio e Rayssa Nascimento, com supervisão e orientação de Marlécio Maknamara.

O que aqui apresentamos é a sistematização dos trabalhos obtidos com o desenvolvimento da pesquisa construída em diálogo com autores(as) que fundamentam e incentivam a investigação com as narrativas (auto)biográficas no campo da educação como Josso (1988); Goodson (1992, 1994); Bragança (2011); Carvalho, Medeiros e Maknamara (2016); Maknamara (2020); Cunha e Nunes (2017); Passeggi (2016), entre outros(as).

Metodologia

A presente pesquisa foi desenvolvida sob a égide da abordagem qualitativa uma vez que se dedica a analisar os processos e fenômenos que envolvem o objeto de estudo e seus respectivos significados (Minayo, 1994). O material empírico foi coletado por meio de uma revisão sistemática da literatura (RSL) cujo campo de pesquisa foram os repositórios institucionais online das universidades federais no Nordeste do Brasil, onde nos detemos a investigar as narrativas (auto)biográficas de professores(as) publicadas nos repositórios enquanto Trabalhos de Conclusão de Curso de graduação (TCC) e/ou de Pós-Graduação (Dissertações e Teses), como também de outros formatos (e-book, resumos, artigos etc.).

A RSL tem como objetivo mapear, avaliar criticamente e organizar resultados de pesquisas acerca de um determinado objeto de estudo, bem como sinalizar lacunas que precisam ser preenchidas em um campo de pesquisa (Gurgel; Maknamara, 2020; França Junior; Maknamara, 2019; Santos; Maknamara, 2019; Duarte; Maknamara, 2016; Morandi; Camargo, 2015). Okoli (2019, p. 4) define a RSL como sendo “um método sistemático, explícito, (abrangente) e reprodutível para identificar, avaliar e sintetizar o corpo existente de trabalhos completos e registrados produzidos por pesquisadores, estudiosos e profissionais”.

Utilizamos como etapas da RSL o processo de busca, elegibilidade, coleta e extração dos dados, e a análise e discussão proposto por Okoli (2019), enquanto possíveis etapas para a realização de uma RSL (Imagem 1).

Imagem 1:
Etapas da RSL
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023).

Na etapa de busca procuramos acessar os sites dos repositórios institucionais online das seguintes universidades federais no Nordeste indicadas no quadro 1.

Quadro 1:

Universidades federais no Nordeste brasileiro

Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023).

Das 20 Universidades Federais, três não dispõem de repositórios institucionais online, sendo elas as Universidades Federais do Oeste da Bahia (Bahia), do Cariri (Ceará) e do Delta do Parnaíba (Piauí). Para mais, não conseguimos acesso ao repositório da Universidade Federal do Sul da Bahia (Bahia) por ser restrito a docentes e discentes da instituição. Diante disso, tivemos acesso a um total de 16 repositórios online. A busca prosseguiu com a utilização das seguintes palavras-chave que serviram de descritores para o mapeamento do material empírico, sendo lançadas na barra de busca dos respectivos repositórios: “narrativa”, “pesquisa narrativa”, “(auto)biografia” e “pesquisa (auto)biográfica”.

A leitura dos resumos dos trabalhos constituiu a etapa de elegibilidade, considerando os critérios de inclusão e exclusão do material para análise. Enquanto critério de inclusão estabelecemos que os trabalhos localizados nos repositórios precisariam apresentar narrativas (auto)biográficas de professores(as), por outro lado, os critérios de exclusão consistiram no descarte de pesquisas cujas narrativas não tivessem uma abordagem (auto)biográfica e/ou que apresentassem narrativas de pessoas que não fossem docentes. Também foram excluídos os trabalhos que emergiam repetitivamente como consequência da utilização de diferentes descritores, contabilizando apenas um exemplar.

Para a etapa de coleta e extração de dados foi criado um Google Forms para sistematização dos seguintes elementos extraídos dos trabalhos: título do trabalho, ano de publicação, formato, instituição de origem, tipo de trabalho, nível de ensino, se o trabalho apresentava uma autobiografia do(a) autor(a) ou se tratava de narrativas biográficas de outros(as) professores(as), campo disciplinar, objetivo do trabalho, referencial teórico, e resultados.

Desses, consideramos para análise e discussão desta pesquisa os seguintes indicadores: a) ano de publicação do trabalho, b) formato dos trabalhos (resumo, e-book, artigo, resumo expandido, trabalho completo), c) trabalhos para titulação na graduação e/ou pós-graduação (Tese, Dissertação, TCC), d) instituição de origem, e) tipo de trabalho (coletânea de textos, relato de experiência, relatos de pesquisa), f) contextos de ensino/aprendizagem, g) método do trabalho (narrativas biográficas, narrativas (auto)biográficas etc.), h) campo disciplinar (Biologia, Geografia, Matemática, Química, Ensino Religioso, Sociologia etc.).

A etapa de coleta e extração dos dados contou com inferências qualitativas na medida em que fizemos a interpretação dos trabalhos e confrontamos com outras pesquisas postas na literatura, assim como utilizamos inferências quantitativas que auxiliaram na interpretação dos dados por meio do cálculo de porcentagens e contagem dos elementos relacionados aos indicadores.

Por fim, a análise e discussão do material empírico foram construídas a partir da descrição dos dados identificados em 406 trabalhos que compuseram nosso corpus de análise por meio de interpretações e diálogos estabelecidos com os referenciais teóricos da área. Esse quantitativo de trabalhos foi localizado em 12 repositórios online, dos 16 que foram acessados, uma vez que os repositórios da UFAPE e UNIVASF (Pernambuco), UFCG (Paraíba), UFMA (Maranhão) e UFSB (Bahia) não contabilizaram trabalhos com narrativas (auto)biográfica de professores/as na medida em que lançamos as palavras-chave na busca.

Resultados e discussões

Esta seção apresenta os resultados da RSL, realizada nos repositórios institucionais online das universidades federais no Nordeste do Brasil. O gráfico 1 comporta dados referente a quantidade de trabalhos que foram publicados anualmente pelas Instituições de Ensino Superior consideradas na pesquisa.

Gráfico 1:
Trabalhos produzidos anualmente pelas universidades federais nordestinas
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

O levantamento de dados realizado identificou 406 produções acadêmicas oriundas de universidades federais da região geográfica delimitada. O período que compreende a publicação dos trabalhos permeia os anos de 2000 a 2022. O presente recorte temporal apresentado não foi previamente estipulado, ele foi construído ao longo do mapeamento com os trabalhos encontrados.

Cabe ressaltar que o ano 2000 foi o que apresentou menor quantidade de produções, diferente do ano pandêmico de 2020, o qual obteve mais publicações. Já no período de 2001 a 2004, não houveram publicações encontradas. É importante pontuar que a partir de 2014 houve um aumento significativo na quantidade de trabalhos publicados pelas universidades federais, o que pode ter ocorrido em virtude da disponibilização de recursos financeiros para as pesquisas, pois segundo o jornal APUBH (2022) o referido ano contou com a disposição de 2,5 bilhões em verbas destinadas a pesquisa para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

No ano de 2020 identificamos um número expressivo de pesquisas científicas publicadas com relatos e narrativas de experiências docentes que descrevem ações educativas realizadas durante a pandemia de Covid-19, como é o caso dos estudos de Lima (2020) e Silva (2020). No que se refere à educação, muitos desses trabalhos relataram os enfrentamentos e percalços percorridos para que os(as) estudantes tivessem acesso às aulas no ensino remoto emergencial, assim como as dificuldades enfrentadas pelos(as) docentes em suas práticas pedagógicas, conforme descreve a pesquisa de Xavier (2020).

Sabemos que a pandemia surgiu de forma inesperada e mediante a isto foi necessário buscarmos meios para que as aulas fossem ministradas desde a Educação Infantil ao Ensino Superior (Nicolini; Medeiros, 2021). O autor e a autora explicitam que as experiências educacionais obtidas durante e após a pandemia são tema de grande importância para investigação. Mediante a isso, tem-se a compreensão da grande quantidade dos trabalhos desenvolvidos e publicados neste período.

Contudo, o orçamento destinado para pesquisas científicas tem sofrido grandes cortes, sobretudo nos últimos quatro anos (2019-2022). De acordo com Canuto (2022), a Câmara dos(as) Deputados(as) divulgou que, de 2014 a 2021 somaram-se R$ 83,0 bilhões em cortes. Devido a isso, logo após a pandemia nos anos de 2021 e 2022, houve um declínio significativo na produção e publicação de pesquisas científicas.

Referente à tipificação dos trabalhos publicados, o gráfico 2 mostra o perfil de cada trabalho, o qual foi separado entre resumo, e-book, artigo, resumo expandido e trabalho completo.

Gráfico 2:
Formato dos trabalhos publicados
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

Estes formatos geralmente são solicitados nos congressos nacionais realizados pelas universidades federais, que logo após o evento são publicados em seus repositórios. No total foram encontrados 133 trabalhos, distribuídos nos cinco formatos anteriormente citados. De acordo com o gráfico 2, o formato de trabalho com mais evidência é o trabalho completo com 93 publicações. Já o trabalho com menos evidência é o resumo (categoria simples) com apenas duas publicações. Vale salientar que esses trabalhos não são utilizados para titulação de graduação e/ou pós-graduação, mas sim para exposição das pesquisas que são concluídas ou que estão em andamento ao longo dos anos e que podem ser resultados de investigações realizadas no âmbito dos cursos de graduação e pós-graduação.

A seguir, no gráfico 3, apresentamos a quantidade dos trabalhos encontrados e utilizados para a titulação na graduação e na pós-graduação.

Gráfico 3:
Trabalhos para titulação na graduação e pós-graduação
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

Os trabalhos publicados como Trabalho de Conclusão de Curso de graduação (TCC), Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado, são utilizados para a titulação dos níveis no Ensino Superior (graduação e/ou pós-graduação), sendo titulados respectivamente como graduados(as), mestres(as) e doutores(as). O total foi de 273 trabalhos publicados nos repositórios online das universidades federais no Nordeste brasileiro para fins de titulação. Analisando o gráfico 3 é possível observar que no recorte temporal de 2000 a 2022 foram titulados(as) 32 graduados(as), 146 mestres(as) e 95 doutores(as) que trabalharam com as narrativas (auto)biográficas em suas pesquisas.

O gráfico 4 apresenta a quantidade de pesquisas encontradas levando em consideração os repositórios de cada uma das universidades federais nordestinas.

Gráfico 4:
Distribuição das pesquisas encontradas por Instituição de origem
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

A partir do gráfico 4 podemos observar qual a universidade federal no Nordeste brasileiro que mais produziu pesquisas sobre narrativa de docentes, conforme dados obtidos na RSL. A Universidade Federal de Sergipe (UFS) ocupa o primeiro lugar totalizando em seu repositório a quantidade de 109 trabalhos; verifica-se que as universidades federais da Bahia (UFBA), Piauí (UFPI) e Rio Grande do Norte (UFRN) apresentam números aproximados de pesquisas com intervalo de diferença menor. Em seguida, as universidades federais da Paraíba (UFPB), Pernambuco (UFPE) e Ceará (UFC) demonstram um quantitativo entre 39 a 26 trabalhos. Com menos de 10 pesquisas se apresentam a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA); a Rural de Pernambuco (UFRPE); a Federal de Alagoas (UFAL); a Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e a Recôncavo da Bahia (UFRB).

Os números de pesquisas que encontramos nas universidades federais nos leva a refletir sobre quais os fatores que diferenciam a produção acadêmica na perspectiva de trabalhos na linha de pesquisa (auto)biográfica. A UFS apresentou um alto número de pesquisas, e com isso ocupa o primeiro lugar com 109 trabalhos, fato que se justifica na medida em que identificamos que os “Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade” (EDUCON) são depositados para acesso público em seu repositório online. O EDUCON é um evento importante e consolidado nacional e internacionalmente na comunidade acadêmica e é promovido pelo “Grupo de Estudos e Pesquisa Educação e Contemporaneidade” da UFS que há mais de 14 anos vem contando com um eixo de pesquisa intitulado “Formação de Professores, Memória e Narrativas”, que reúnem trabalhos com foco nas narrativas (auto)biográficas de docentes.

Por uma recorrente demanda o EDUCON se transformou em uma revista internacional que possui periodicidade quadrimestral e adota o modelo de publicação em fluxo contínuo. Tal iniciativa acadêmica movimenta pesquisas em diferentes áreas e com quantidade e qualidade. É importante considerar que o número de pesquisas encontradas na UFS na perspectiva que buscamos, se justifica também pela realização do mencionado evento e os Anais que são inseridos em seu repositório.

Outros critérios que podem justificar o baixo número de pesquisas nas demais Instituições podem estar conectados com a oferta dos cursos de pós-graduação das universidades federais. Na inquietação de evidenciar a discrepância de quantidade de pesquisas, em uma investigação concisa, as instituições que apresentaram menos de 10 trabalhos na perspectiva (auto)biográfica se ampararam na oferta de cursos de pós-graduação. Por vezes as instituições ofertam Mestrado em Educação, ou não ofertam o curso de Doutorado, além disso, não contam com uma Linha ou Grupo que desenvolvem pesquisas de cunho (auto)biográfico tanto na graduação quanto na pós-graduação.

O gráfico 5 nos mostra os resultados encontrados dos tipos de trabalhos presentes nas pesquisas mapeadas na RSL.

Gráfico 5:
Distribuição dos tipos de trabalhos encontrados nos repositórios das Universidades investigadas
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

As 406 pesquisas classificadas no gráfico acima demonstram a quantidade de tipos de trabalhos que foram encontrados no mapeamento dos repositórios online das universidades federais nordestinas. Houve preponderância de 344 trabalhos do tipo “relato de pesquisa”, em seguida com menos da metade o tipo “relato de experiência” com 52 trabalhos. “Coletânea de textos” apresenta 10 trabalhos. Cabe ressaltar que o tipo “coletânea de textos” contabiliza na pesquisa como um trabalho encontrado, levando em consideração um único link de acesso.

Como exemplos de “relatos de pesquisa” podemos citar a Tese de Oliveira (2021) que investigou, a partir de memórias e narrativas, o percurso de escolarização e formação de professores(as) e alunos(as) dos anos finais da Educação Básica; como também a Dissertação de Gomes (2018) que discutiu prática docente na Educação Infantil no município de José de Freitas, no Piauí. No caso dos “relatos de experiência” temos a pesquisa de Girão (2020) que estudou, por meio das narrativas docentes, as experiências de pedagogas na promoção da educação inclusiva de crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em “coletâneas de textos” encontramos e-books organizados por pesquisadores(as) das narrativas (auto)biográficas no Brasil, como Elizeu Clementino de Souza que, em parceria com outros(as) pesquisadores(as), organizaram os livros intitulados “Memoriais, Literatura e práticas culturais de leitura” (Cordeiro; Souza, 2010) e “Ruralidades, práticas pedagógicas e narrativas docentes” (Souza et al., 2018).

O gráfico ainda nos permite observar que as pesquisas de cunho (auto)biográfico não são apenas um exercício de narração de si ou do(a) outro(a), mas uma metodologia e campo de pesquisa que se mostra consolidado. A predominância da quantidade de 344 trabalhos com o tipo “relato de pesquisa” evidencia que o campo amadureceu e que é possível trabalhar e pesquisar com as narrativas docentes.

Cunha e Nunes (2017) já apontavam as narrativas (auto)biográficas como uma tendência teórica e metodológica que vem se consolidando enquanto um campo rico de estudos e pesquisas na formação de professores(as) no Brasil. Para as autoras, isso se configura enquanto um dado relevante já que essas narrativas: “recorrem à escrita de memoriais que podem ser percebidos como uma ferramenta de reflexão biográfica a respeito da formação inicial e continuada, momento em que são expostos os desafios, as dificuldades e as crises da vida profissional, a partir de lembranças sobre o passado escolar e das reflexões sobre o presente e o devir” (Cunha; Nunes, 2017, p. 9).

O campo das narrativas atravessa o universo acadêmico de relato de experiências, e hoje é possível fazer das narrativas como campo de pesquisa um universo de possibilidades para distintas finalidades. A valorização da narrativa (auto)biográfica como objeto e método de investigação também ganha vez e voz enquanto método de formação em Educação quando observamos os resultados dispostos no gráfico 5. Aqui é possível dialogar com os autores Freitas e Galvão (2007) que apontam a contribuição das narrativas (auto)biográficas como método de investigação:

Olhar para o passado pode ajudar-nos a encontrar explicação para significados nas ações que temos hoje como pessoas que foram construindo um percurso pessoal e profissional rico de cruzamentos com os outros e a dar sentido ao nosso posicionamento como professores e formadores de professores. As nossas intenções são acadêmicas, mais do que pessoais, embora saibamos que a pessoa e o profissional se interligam e se expressam de um modo completo e integrado [apud] (MOITA, 1995). O recurso à narrativa autobiográfica inscreve-se na ideia de que, ao narrarmos episódios com significado, os analisaremos de uma forma contextualizada, tentando que essa análise ponha em evidência emoções, experiências ou pequenos fatos marcantes, dos quais antes não nos tínhamos apercebido (Freitas; Galvão, 2007, p. 2).

O ato da biografização na Educação é importante, porque direciona o olhar investigativo para as ações e experiências dos(as) profissionais, oferecendo possíveis meios de análise a partir das práticas e vivências que contribui para entender, problematizar e pesquisar a realidade da educação e da sociedade. Acreditamos na (auto)biografia como um recurso de investigação científica, que não se limita em descrever acontecimentos ou fatos, mas um trabalho de investigação e de reflexão sobre os momentos relevantes dos percursos pessoais e profissionais que ocasionam reflexão crítica (Nóvoa, 1992). Nóvoa (1992), assim como Josso (1988), Dominicé (1988) e Goodson (1992, 1994) enfatizam o papel que tal abordagem pode desempenhar no desenvolvimento de uma consciência individual e coletiva das professoras e dos professores nos diversos contextos de ensino e aprendizagem.

No mais, o contexto de ensino e/ou aprendizagem no qual os(as) participantes da pesquisa estavam imersos(as) também foi considerado na revisão sistemática da literatura. Vejamos o gráfico 6.

Gráfico 6:
Contextos de ensino/aprendizagem
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

Com base nos trabalhos constatamos que 55% dos(as) participantes das pesquisas estão/estiveram vinculados(as) a Educação Básica nos seus variados níveis de ensino como a Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e Ensino Médio, percentual que equivale a 223 dos 406 trabalhos analisados. Ainda relacionado à Educação Básica existem trabalhos vinculados a modalidades de ensino como o de Teixeira Neto (2014) na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e os de Melo (2018) e Menezes (2021) na Educação do Campo. Consequentemente identificamos que 37% dos trabalhos estão ligados ao Ensino Superior, mais precisamente a cursos de formação inicial de professores(as), contabilizando 151 dos 406, como é o caso da pesquisa desenvolvida por Santos (2022) que discutiu identidade docente nas narrativas (auto)biográficas de egressos(as) do curso de Licenciatura em Matemática do Centro Acadêmico do Agreste da UFPE. Os dados revelam que existe uma predominância de pesquisas cujo foco são as narrativas (auto)biográficas de docentes da Educação Básica, ficando em segundo plano as pesquisas que consideram enquanto sujeitos futuros(as) professores(as) e/ou docentes do Ensino Superior.

Silva (2021) advoga acerca da importância do desenvolvimento de pesquisas que considerem as narrativas (auto)biográficas tanto dos(as) professores(as) da Educação Básica quanto dos(as) estudantes em processo de formação inicial, uma vez que, no primeiro caso ocorre uma estimulação da autorreflexão por meio das memórias que levam os(as) docentes a um questionamento retroativo e prospectivo em torno de suas práticas, dos seus projetos de vida e das demandas de experiência no contexto escolar. No segundo caso, é possível refletir sobre sua própria trajetória na busca por referenciais, “experiências que contribuíram para o levar a profissão docente, seja uma vivência na escola, uma experiência com um professor na educação básica ou mesmo o desejo de querer contribuir com a sociedade por meio da educação” (Silva, 2021, p. 260).

No tocante ao estudo de narrativas (auto)biográficas de docentes do Ensino Superior, Freitas e Galvão (2007) já nos alertavam acerca da necessidade de compreendermos o trabalho com essas narrativas para o desenvolvimento profissional dos(as) professores(as) formadores(as), de modo a ressignificar e interpretar as concepções de si e de sua identidade enquanto docentes universitários(as).

Além dos contextos mencionados, surgiram pesquisas que tiveram como participantes docentes que atuam na Educação em Espaços Não Escolares, apresentando um total de 1% que equivale a cinco trabalhos. Esses espaços consistem em contextos hospitalares e aulas particulares de reforço escolar. Outros contextos de ensino/aprendizagem também surgiram nos trabalhos analisados, totalizando em 7% (27 trabalhos) equivalente a narrativas (auto)biográficas de docentes que atuam em cursos técnicos de Enfermagem, Escolas para Sujeitos Surdos, como também, trabalhos que não especificam o contexto de vínculo dos(as) participantes da pesquisa.

As pesquisas voltadas às narrativas (auto)biográficas de docentes atuantes em espaços não escolares de ensino/aprendizagem, como o contexto hospitalar (Sampaio, 2009; Sousa, 2020), têm contribuído com as discussões na pesquisa em Educação por permitirem que tanto professores(as) quanto estudantes possam refletir sobre o vivido de modo a empoderar-se por meio de um processo de reflexividade autobiográfica a partir do momento que se colocam como principais agentes da história, mesmo diante de um contexto de adoecimento (Passeggi, 2016; Silva; Passeggi, 2018). Entende-se por reflexividade autobiográfica a “disposição do humano para a reflexão sobre si mesmo” (Passeggi et al., 2018a, p. 49). Ela pode ser vista “como modo de inserção dos indivíduos na História, não apenas como espectadores do espetáculo da vida, mas também como autores e agentes dessa história” (Passeggi et al., 2018b, p. 105).

No processo de análise dos dados também consideramos o método dos trabalhos analisados de modo a evidenciar se o estudo trata-se de uma narrativa biográfica e/ou de uma narrativa autobiográfica de docentes. Abaixo temos o gráfico 7 que apresenta a porcentagem referente ao método.

Gráfico 7:
Métodos abordados no trabalho com as narrativas docentes
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

A partir dos dados empíricos identificamos que 80% dos trabalhos equivalem a narrativas biográficas de professores(as) e 14% apresentam narrativas autobiográficas também de professores(as), porcentagens que surgem em virtude da contabilização de 325 e 57 trabalhos, respectivamente. De um lado temos um percentual expressivo de pesquisas em que os(as) pesquisadores(as) apresentam narrativas biográficas de outros(as) docentes e, por outro lado, temos trabalhos que focaram em narrativas autobiográficas, ou seja, narrativas dos(as) próprios(as) pesquisadores(as)/autores(as).

Ainda contabilizamos que 3% (10 trabalhos) apresentam ambos os métodos, logo, contam com narrativas biográficas de outros(as) docentes como também narrativas autobiográficas dos(as) docentes autores(as) do trabalho. O mesmo percentual (3%) equivale a estudos que discutem teoricamente sobre as narrativas biográficas e autobiográficas como, por exemplo, levantamentos de pesquisas acerca da abordagem dos métodos (14 trabalhos).

Diante desse cenário, corroboramos com Marques e Satriano (2017) quando reconhecem e defendem as pesquisas narrativas de cunho (auto)biográfico como sendo viáveis, válidas e ricas para o estudo sobre o ser humano, já que “nós seres humanos experimentamos o mundo”, pois “somos organismos contadores de histórias” (Connelly; Clandinin, 1995, p. 11, tradução nossa). Quando se trata de narrativas (auto)biográficas “as pesquisas no campo educacional se destacam, principalmente as voltadas para a formação docente” (Marques; Satriano, 2017, p. 383) por possibilitar a análise e compreensão de diversas questões relacionadas às necessidades formativas, identidade docente, currículo, as relações de determinadas categorias no exercício do magistério como gênero, raça e sexualidade, as relações entre ações educativas e políticas públicas educacionais, tudo isso para procurar identificar nas trajetórias docentes as questões que interessam à pesquisa em Educação (Passeggi; Souza; Vicentini, 2011).

Ademais, identificamos quais eram os campos disciplinares, do ponto de vista do currículo oficial¹ e formal², que os trabalhos apresentavam como foco. Vejamos o Gráfico 8 com o quantitativo de pesquisas por campo disciplinar.

Gráfico 8:
Campos disciplinares das narrativas (auto)biográficas
Fonte: Elaborado pelos(as) autores(as) (2023), com base nos trabalhos mapeados.

Os trabalhos revelam um conjunto de campos disciplinares no qual se vinculam as narrativas docentes. Mais de 80 trabalhos transitaram na Pedagogia/Magistério por apresentar narrativas de professores(as) que atuam na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental na Educação Básica, assim como, no Ensino Superior em cursos de Pedagogia. Os trabalhos acerca da Pedagogia/Magistério na Educação Básica, em sua maioria, contemplam narrativas (auto)biográficas de professoras(es) no processo de alfabetização de crianças, início de carreira, formação continuada e prática docente na Educação Infantil, entre outros cenários que colocavam em cena as narrativas docentes. Como exemplos podemos citar os estudos de Gomes (2018) com foco na Educação Infantil e Silva (2022) com discussões sobre práticas de ensino e avaliação da leitura e da escrita (alfabetização). No caso do Ensino Superior, encontramos trabalhos cujas narrativas transitavam na formação inicial em Pedagogia e na formação de professores(as) universitários(as) atuantes nesses cursos.

No contexto escolar como um todo, 28 trabalhos focalizaram na disciplina de Ciências/Biologia, como o de Andrade (2021) que problematizou a formação de professores(as) no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na UFC por meio da sua narrativa autobiográfica. A Geografia totalizou 14 trabalhos seguida da Matemática com 13, Língua Portuguesa com 12, Língua Estrangeira (Inglês e Francês) com 11, a Educação Física com 10 e a Química com 8. Tanto História quanto Artes foram focos de 6 trabalhos cada uma, seguida da Física com 2, e da Sociologia e Ensino Religioso com apenas 1 trabalho cada.

Ramos, Oliveira e Santos (2017) desenvolveram um estudo sobre o estado da arte das pesquisas (auto)biográficas em artigos científicos e encontraram dados semelhantes ao nosso no que se refere aos campos disciplinares ao identificarem trabalhos com foco na Educação Física, História, Geografia, entre outros campos. Diante disso, concordamos com o autor e as autoras quando consideram que esses dados têm indicado a capacidade de articulação que as pesquisas (auto)biográficas vem proporcionando no âmbito das pesquisas em Educação (Ramos; Oliveira; Santos, 2017), surgindo em algumas áreas como Sociologia e Ensino Religioso e se consolidando em outras como a Pedagogia/Magistério, Ciências/Biologia, Geografia e Matemática.

Vale ressaltar que, além da Pedagogia/Magistério, a Ciência/Biologia se mostra como o campo disciplinar que mais apresentou trabalhos, o que indica uma possível consolidação do campo na produção de pesquisas com narrativas (auto)biográficas. Carvalho, Medeiros e Maknamara (2016) realizaram um levantamento acerca das narrativas (auto)biográficas nas pesquisas em Ensino de Biologia no Brasil e apontaram esse campo disciplinar ainda como incipiente e não consolidado, tendo em vista que encontraram poucas pesquisas que se limitam a dissertações de mestrado. Nessa perspectiva, podemos inferir que existe uma tendência de pesquisas que se voltam a investigar aspectos do ensino/aprendizagem de Ciências/Biologia por meio das narrativas (auto)biográficas.

A Geografia também foi um campo disciplinar em destaque com pesquisas que enfatizaram narrativas (auto)biográficas de professores(as). Ao discutir sobre narrativas (auto)biográficas na licenciatura em Geografia, Menezes e Costella (2019) afirmam que a produção e a socialização dessas narrativas docentes possibilitam a problematização de representações acerca da docência e do ensino de Geografia de modo a construir um arcabouço de conhecimentos propícios para a prática docente nesse campo disciplinar.

No contexto da Educação em Ciências, a Física enquanto campo disciplinar ainda não apresenta uma quantidade expressiva de pesquisas voltadas a narrativas (auto)biográficas de professores(as), fato que pode significar o não despertar do campo para estudos relacionados aos métodos biográficos. Situação semelhante encontra-se a Sociologia e o Ensino Religioso que embora tenham se mostrado exordial, apresentaram 1 trabalho cada campo.

Ainda podemos contar com um quantitativo de 95 trabalhos que não especificaram o campo disciplinar de atuação dos sujeitos da pesquisa. Por outro lado, 61 pesquisas transitam em mais de um campo disciplinar como Biologia e Pedagogia; História, Química e Física entre outras relações. Um total de 51 pesquisas abordam outros campos tidos como disciplinares em cursos técnicos e superiores, a saber: Informática, Música, Teatro, Dança, Computação, disciplinas no Bacharelado em Medicina, em Enfermagem e em Engenharias.

O trato com as narrativas (auto)biográficas em campos disciplinas na área da Saúde, por exemplo, tem se destacado na produção bibliográfica uma vez que, segundo Castellanos (2014, p. 1.065), essas narrativas “podem ser vistas como elementos centrais da construção social de experiências e trajetórias de adoecimento e cuidado”, e como os(as) agentes envolvidos nesse meio promovem os processos educativos. Do mesmo modo ocorre em cursos superiores de Teatro/Dança/Música que têm investido em estudos ancorados em narrativas (auto)biográficas que, conforme explicita Ostetto e Kolb-Bernardes (2015), o fato tem se dado em virtude da dimensão estética e poética dos movimentos que envolvem a produção de narrativas (auto)biográficas, mobilizando por meio do convite à imaginação no campo da sensibilidade a compreensão e a escrita de si como objeto de estudo.

Considerações finais

Procuramos, com essa pesquisa, mapear as narrativas (auto)biográficas de professores e de professoras do Nordeste do Brasil a partir dos seus trabalhos de conclusão de cursos de graduação e/ou pós-graduação, assim como, outros tipos de produção que apresentassem narrativas (auto)biográficas de docentes.

Os resultados encontrados nos permitem concluir que as pesquisas sobre narrativas de docentes no Nordeste brasileiro vêm sendo amplamente produzidas no campo educacional, mais especificamente na formação e prática de professores(as). Portanto, a linha de pesquisa na comunidade acadêmica é utilizada como metodologia e como campo de pesquisa que se mostra consolidado. O que nos chamou atenção na área das Licenciaturas das Ciências Exatas, é que a abordagem ainda não está sendo campo frequente de pesquisa das professoras e dos professores. Em outras palavras, observamos que apesar do estudo apontar uma quantidade considerável das produções acadêmicas, ainda é necessário transgredir alguns cursos de graduação em Licenciaturas específicas.

É notório também destacar que identificamos universidades federais que não possuem repositórios online ou que não apresentaram pesquisas em seus repositórios, o que pode significar que sua produção na linha de pesquisa das narrativas (auto)biográficas estejam presentes em suas bibliotecas/repositórios físicos, como é o caso da UFOB, UFCA e UFDPar que não localizamos o repositório online e a UFAPE, UNIVASF, UFCG, UFMA e UFSB que não apresentaram trabalhos com abordagem (auto)biográfica no repositório online. Por fim, como as pesquisas estão majoritariamente no campo da Educação Superior, é possível que ocorram futuros avanços para mais produções acadêmicas em nível de pós-graduação na linha de pesquisa das narrativas (auto)biográficas com docentes que usam sua voz e suas narrativas para fazer a ciência se ampliar por todo o Nordeste brasileiro.

Contudo, consideramos que a presente pesquisa contribui significativamente para a área das pesquisas de cunho (auto)biográfico, pois a revisão sistemática da literatura aqui realizada possibilitará que futuras pesquisas na região Nordeste do Brasil, em diferentes campos disciplinares, possam se aprofundar na discussão de modo a investigar o que os(as) docentes estão produzindo. Isso pode contribuir também para novas pesquisas nas demais regiões geográficas brasileiras. No mais, como os dados apontaram quais áreas ainda apresentam uma frequência menor de trabalhos, convidamos pesquisadoras e pesquisadores a realizarem investigações que focalizem a produção acadêmica em outras áreas do conhecimento.

Agradecimentos

Agradecemos a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ) pela Bolsa de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB (Linha de Pesquisa em Estudos Culturais da Educação) concedida ao primeiro autor via Edital de n. 17/2022 - Programa 22210.12.573.5011.1998. Agradecemos também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela Bolsa de Produtividade em Pesquisa 2 concedida ao quarto autor, supervisor/orientador da pesquisa.

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Notas