Temática livre
Ensinar em tempos de pandemia: diálogos docentes na tríplice fronteira
Teaching in pandemic times: teachers’ dialogues in the triple border
Enseñanza en tiempos de pandemia: diálogos docentes en la triple frontera
Ensinar em tempos de pandemia: diálogos docentes na tríplice fronteira
Revista NUPEM (Online), vol. 16, núm. 37, e2024016, 2024
Universidade Estadual do Paraná
Recepción: 16 Febrero 2023
Aprobación: 20 Junio 2023
Resumo: Este artigo apresenta investigações iniciais e reflexões acerca das experiências vivenciadas e compartilhadas em encontros de estudos que reuniram professores de três cidades fronteiriças - Foz do Iguaçu (BR), Puerto Iguazú (AR) e Ciudad del Este (PY) -, com o objetivo de criar uma rede de diálogos, reflexões e troca de experiências sobre os desafios de ensinar durante a Pandemia da covid-19. Como metodologia, adotamos uma pesquisa qualitativa vinculada a um projeto de extensão, organizado em encontros online que congregaram professores de diferentes localidades para conhecer a realidade das escolas e estudar as formas como cada comunidade, cada governo, se organizou para implantação das aulas remotas, bem como os desafios e possibilidades da inserção das mídias como aparato pedagógico. Discuti-mos os resultados obtidos por meio dele, as articulações entre os docentes, de forma breve, por se tratar de um estudo em andamento, em caráter inicial.
Palavras-Chave: Ensino remoto, Pandemia de Covid-19, Fronteira.
Abstract: The article presents primary investigations and reflections on experiences shared in a study group that gathered teachers from three border cities - Foz do Iguaçu (BR), Puerto Iguazú (AR), and Ciudad del Este (PY). The aim was to create a network of dialogues, reflections, and experience exchanges on teaching challenges during the COVID-19 pandemic. Regarding the methodology, we adopted qualitative research linked to a university extension project, organized in online meetings connecting teachers from different locations to learn about different school realities and to study how each community and each government organized itself for remote class implementation, their challenges, and the possibilities of different media as pedagogical tools. We briefly discussed the project results and the teachers’ deliberations, as it is an ongoing study in its initial stages.
Keywords: Remote teaching, COVID-19 pandemic, Border.
Resumen: El artículo presenta investiga-ciones iniciales y reflexiones sobre las experiencias vividas y compartidas en encuentros de estudio que reunieron a profesores de tres ciudades fronterizas - Foz do Iguaçu (BR), Puerto Iguazú (AR) e Ciudad del Este (PY) -, con el objetivo de crear una red de diálogos, reflexiones e intercambio de experiencias sobre los desafíos de la docencia durante la pandemia de Covid-19. Como metodología, adoptamos un enfoque cualitativo, vinculado a un proyecto de extensión. Se organizaron encuentros en línea, que reunieron a docentes de diferentes lugares, para conocer la realidad de las escuelas y estudiar las formas en que cada comunidad, cada gobierno, se organizaba para implementar clases remotas, así como los desafíos y posibilidades de insertar a los medios de comunicación como dispositivo pedagógi-co. Se discuten los resultados del proyecto y las articulaciones entre los profesores, brevemente, por ser este un estudio en curso, en su etapa inicial.
Palabras clave: Enseñanza remota, Pandemia, Frontera.
Introdução
Este estudo, ainda em andamento, é parte de uma pesquisa de doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras, um programa interdisciplinar, alocado na Unioeste (PR), campus de Foz do Iguaçu. Apresenta o itinerário da pesquisa realizada por meio de diálogos em rede de colaboração com professores e professoras acerca das dificuldades, desafios e propostas para o ensino em tempos de pandemia e consequente fechamento das escolas, bem como o retorno às aulas presenciais, sem que a pandemia tenha sido eliminada. Este projeto englobou cidades fronteiriças: Foz do Iguaçu (Brasil), Puerto Iguazú (Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai). A formação de professores sempre foi a tônica da investigação, portanto, expandir o diálogo, ouvir colegas de outros países e realidades foi o objetivo que permeia o trajeto desta pesquisa.
A pandemia apresentou ao mundo um panorama até então inimaginável, com início no ano de 2020, rapidamente se espalhou, sendo que a educação foi fortemente impactada, pois foi obrigada a fechar as portas e reorganizar-se de forma emergencial para enfrentar essa “nova” realidade. Desde então as escolas e suas comunidades passaram por novas reconfigurações, onde ensinar e aprender exigiu novas práticas, tanto do ponto de vista físico quanto metodológico e novos modelos de ensino passaram a fazer parte da vida escolar, inexoravelmente. A mudança foi abrupta, pois o ensino eminentemente presencial foi substituído às pressas pelo ensino remoto, que difere da Educação a Distância (EaD), por se tratar de uma mudança temporária no desenvolvimento e na entrega dos conteúdos e atividades escolares para os alunos. É uma alternativa para promover a continuidade das atividades escolares.
Na perspectiva de apresentar as ações diante desse cenário, bem como, problematizar junto aos professores e professoras dos diferentes países os limites e possibilidades dessa implantação do ensino remoto, diante de tantas dificuldades impostas pela realidade, essa pesquisa deu início a configuração dialógica de uma rede de debates acerca da escola, pela voz dos professores e professoras participantes.
Com isso, essa investigação foi implementada por meio de um projeto de extensão, no modelo de grupo de estudos, cuja temática central foi a relação de ensino e aprendizagem em tempos de pandemia, as dificuldades impostas e as ações possíveis, bem como do retorno às escolas, no Brasil, na Argentina e no Paraguai. Esse projeto de extensão está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Foz do Iguaçu, sendo aprovado nas instâncias correlatas da universidade bem como pelo Comitê de Ética em pesquisa da Instituição. Ao final dos encontros os participantes receberam um certificado expedido pela Pró-reitoria de extensão da Unioeste, no total de 40 horas. Esses certificados, em sua maioria, podem ser utilizados pelos professores e professoras participantes, para avanços na sua carreira do magistério.
Os encontros se deram na modalidade online, como um grupo de estudos internacional, foi importante que houvesse momentos de apresentação de vida e trabalho dos participantes, já que todos são professores e professoras das escolas públicas dos seus respectivos países. Houve um cuidado entre o coletivo de falar de forma pausada por conta do idioma, mesmo quem vive na fronteira e ouve o espanhol com certa frequência, ainda existe dificuldade em falar de forma fluida com nossos colegas argentinos e paraguaios. Fomos nos adaptando ao pensar colaborativo.
Os professores e professoras inicialmente, se mostraram surpresos com um projeto como esse, para uma boa parcela dos colegas o convite foi realizado de forma pessoal em cada cidade fronteiriça, diretamente em conversa nas escolas, com as equipes pedagógicas e diretivas. A receptividade foi muito boa, já que houve a inscrição de 30 pessoas. Os encontros de diálogos foram organizados em seis momentos, com temática central a pandemia e as experiências político-pedagógicas junto aos educandos nesse período específico bem como, no retorno às escolas de forma presencial.
Dessa forma, a proposta de estudos teve como premissa discussões e debates coletivos a fim de que os participantes pudessem expor suas vivências e seus planejamentos pedagógicos que foram sendo fundamentados por leituras teóricas e projeções futuras. Os encontros se deram em turno contrário ao do funcionamento das escolas, após o trabalho dos colegas. O que, sabemos, não é o ideal, já que a função docente é desgastante, entretanto, foi uma maneira de estabelecer uma rede colaborativa on-line.
A pesquisa que encampa o projeto com os professores tem como marco axiológico os Estudos Culturais e aborda as questões relacionadas à educação em meio a pandemia do Covid-19 em uma região específica de fronteira trinacional. Ainda, na perspectiva dos Estudos Culturais, é preciso estudar a mídia na educação, não apenas como recurso didático, é preciso ir além e problematizá-las, pois conhecer suas potencialidades pode contribuir para formar uma geração crítica e engajada socialmente, que promova ações de alteridade nos espaços coletivos. A escola é um espaço rico para presenciar tais alterações.
Entretanto, o quadro que se apresenta é caótico, e carece de maior investigação, já que é uma pesquisa ainda em fase inicial que tem demonstrado a fragilidade tanto das políticas públicas como da formação continuada dos professores da Educação Básica no que tange ao uso das tecnologias e artefatos midiáticos nos países pesquisados, cada qual com sua dificuldade e peculiaridade.
O trabalho está organizado em três seções: na primeira, exposição do referencial teórico, base deste estudo; na sequência, um breve apanhado sobre a fronteira em questão e os desafios de manter o ensino na escola pública durante a pandemia; e na terceira seção, o projeto de extensão e seus resultados iniciais, pois a pesquisa encontra-se em andamento.
Fundamentação teórica
Para a discussão teórica da temática, como já citado acima, buscamos fundamentos nos Estudos Culturais (EC), área de conhecimento em que os questionamentos envolvem a diversidade cultural e a comunicação, cujas bases estão assentadas na interdisciplinaridade que permite a compreensão das mídias e da tecnologia no ambiente escolar como componentes pedagógicos contribuintes ao processo de ensino e aprendizagem.
Paraskeva (2011) afirma que, por ser teórico e prático, esse campo interdisciplinar proporciona o local central para que os esforços acadêmicos compreendam a experiência educativa dentro e fora da escola. Trata-se de uma defesa deste campo teórico a análise bem como, aproximação do contexto, especialmente em relação ao campo educativo.
Sobre o desenvolvimento dos EC no currículo escolar, o mesmo autor destaca que o importante é “o reconhecimento de que a realidade material afeta o mundo social em que as pessoas - ou no nosso caso, os alunos e os professores- vivem, pensam e trabalham” (Paraskeva, 2011, p. 49). Percebe-se, assim, a escola como um local de formação de identidades, um espaço coletivo de encontro, de disputas, de trocas de experiências e diálogos entre agentes com histórias de cultura e poder complexas.
A este respeito, Giroux (2013, p. 94) expressa que os EC rejeitam o pressuposto de que os professores são simples transmissores de conhecimento existente, em vez disso, defende que são intelectuais que produzem conhecimento que “precisam desenvolver uma aprendizagem baseada no contexto e que leve em conta as experiências dos estudantes e suas relações com a cultura popular e o terreno de prazer”. Ele expressa que:
os Estudos Culturais exigem que os/as professores/as sejam educados/as para serem produtores/as culturais, para tratar a cultura como uma atividade inconclusa e aberta a contestação. Isso sugere que os/as professores/as deveriam estar criticamente atentos/as às operações do poder, na medida em que ele está implicado na produção de conhecimento e autoridade em suas salas de aula. Isso significa aprender a ser sensível a considerações de poder, uma vez que ele está inscrito em todas as facetas do processo de escolarização (Giroux, 2013, p. 98).
Os Estudos Culturais é um campo teórico que auxilia os professores a repensarem suas práticas didáticas e problematizarem, no espaço escolar, as relações entre cultura, conhecimento e poder, levantando questionamentos sobre a mídia como produtora de cultura, e da escola como espaço de crítica e contestação da ideologia dominante.
Para essa teoria, a leitura do contexto é fundamental para perceber as culturas que transitam plurais, como expressa Williams (2007), a cultura é tudo o que nos move, faz parte intrínseca das nossas vidas, parte de nós, portanto não é um movimento isolado, mas vivo. Nesse campo axiológico dos EC, buscamos em Freire (2010, p. 57-58) e sua educação libertadora a explicitação e importância de partir da realidade, para que haja concretude nas ações, ou seja, “estar no mundo, com o mundo e com os outros”.
Em consonância com Freire, os EC evidenciam a educação e a escola, como espaço de ressignificação, e colocam em xeque o que já estava sedimentado em relação à cultura. Nessa esteira o trabalho que os precursores dos EC desenvolveram inicialmente com adultos e a forma de ação de sempre ouvir a voz das pessoas, estabelecerem contato com a oralidade, extrapola o currículo escolar institucionalizado. Portanto, esse é o marco escolhido por essa peculiaridade, dialogar com as minorias sem distinção, problematizar e ao mesmo tempo, debater questões acerca da cultura que ainda não estão plenamente transparentes para a grande parcela do povo que se sente excluído pela ideia normalizada de cultura.
Acreditamos assim, que a formação docente não acontece apenas no processo inicial, mas deve acontecer onde o professor estiver, pois é contínua e necessária. E, como processo contínuo, é no espaço de formação docente que se faz a autorreflexão e se pensa no processo educativo como totalidade. Para Freire (2001) a reflexão é o movimento realizado entre o fazer e o pensar, entre o pensar e o fazer. Desta forma, a reflexão crítica permanente deve constituir-se como orientação prioritária para a formação continuada dos professores que buscam a transformação através de sua prática educativa.
Sobre esta orientação, Imbernón (2001 p. 48-49) afirma:
A formação terá como base uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, de modo a permitir que examinem suas teorias implícitas, seus esquemas de funcionamento, suas atitudes etc., realizando um processo constante de autoavaliação que oriente seu trabalho. A orientação para esse processo de reflexão exige uma proposta crítica da intervenção educativa, uma análise da prática do ponto de vista dos pressupostos ideológicos e comportamentais subjacentes.
Sob essa premissa foi constituído o grupo de estudos, uma rede de diálogos com professores dos países vizinhos que oportunizou a troca de ideias, o debate e posicionamentos acerca das tomadas de decisão nos três países e que encampou o trabalho colaborativo como pressuposto. Esse projeto tem seu ineditismo, pela possível integração que oportunizou, e a percepção da necessidade de dialogar sobre um desafio comum, como lidar com tantas mudanças em tempos difíceis como o que estamos vivendo.
A pandemia do Covid-19 e os desafios para o ensino em região de fronteira: breve contextualização
Três cidades concentram o que chamamos de tríplice fronteira, formada do lado argentino pela cidade Puerto Iguazú, do lado paraguaio por Ciudad del Este e, do lado brasileiro pela cidade de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná. Essa fronteira trinacional, é a principal fronteira da América do Sul em termos de população, circulação de pessoas e relações internacionais. Da mesma forma, esta região é reconhecida como uma das principais rotas de turismo de natureza e de compras.

Em 2020, como nos demais países, as fronteiras foram fechadas, a pandemia ocasionada pela Covid-19 rapidamente se espalhou pelo mundo e provocou inúmeras consequências em diversos setores da sociedade. A educação foi um dos setores fortemente impactados, pois uma das medidas sanitárias adotadas foi de distanciamento social, pela urgente necessidade de evitar aglomerações, a fim de que o vírus não se propagasse, isso fez com que escolas fossem fechadas e as aulas suspensas.
Lembremos, por exemplo, com os professores Suzuki e Araújo (2020, p .15),
que, por se tratar de uma enfermidade [...] a Covid-19 exigiu dos governos globais diferentes medidas de contenção da circulação e mobilidade de pessoas. Essas estratégias foram divididas em estágios de aplicação, a depender do quadro de avanço da doença, indo do distanciamento social, passando pelo isolamento e, por fim, em casos extremos, como o italiano, o espanhol e o de algumas capitais brasileiras, o fechamento total de vias de circulação, comércio e mobilidade de pessoas, também chamado de lockdown.
Quando pensamos na pandemia da Covid-19 é instantâneo considerar os reflexos negativos que ela causou, também na educação. Esses impactos são preocupantes não somente em relação à aprendizagem, mas, também, quanto ao número de crianças e jovens que abandonaram os estudos, pois não tiveram como participar do ensino remoto, sentindo-se distantes das possibilidades de acesso, foram “forçados” a desistir.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), no mês de maio de 2020 mais de 1.200 milhões de estudantes de todos os níveis de escolaridade, em todo o mundo, deixaram de ter aulas presenciais nas escolas (UNESCO, 2020).
Conforme divulgado pela CEPAL (2020), na América Latina e Caribe, foram mais de 160 milhões de estudantes nesta situação que, no período de encerramento das atividades escolares onde as aulas passaram a ser ofertadas por ensino remoto, por meio de internet, e plataformas especiais para esse fim, ficaram alheios de uma educação real em torno de 40% das crianças e jovens, pois não tiveram acesso a um simples computador, ainda mais com uma rede de qualidade para a transmissão das aulas e um pretenso diálogo com professoras e professores. Seguindo nessa esteira, ao analisar a educação no período pandêmico, divulgou um informe especial expondo o tamanho da desigualdade de acesso e conectividade com a internet:
El uso de soluciones de educación em línea solo es posible para quienes cuentan com conexión a Internet y dispositivos de acceso, y en América Latina el 46% de los niños y niñas de entre 5 y 12 años vive em hogares que no están conectados Internet. Em los países respecto de los que se cuenta com información, esto implica La exclusión de más de 32 millones de niños y niñas. El acceso de los hogares a los dispositivos digitales es también desigual em La región: mientras entre el 70% y el 80% de los Estudiantes em los niveles socioeconómicos más altos tiene computadoras portátiles en sus hogares, solo entre el 10% y el 20% de los Estudiantes pertenecientes a los quintiles de menores ingresos cuentan com estos dispositivos (CEPAL, 2020, p. 9).
Os dados alarmantes revelados pelo órgão de monitoramento internacional apontam para a necessidade dos governos de garantir e universalizar a conectividade e a acessibilidade às tecnologias digitais para enfrentar os impactos causados pela pandemia do coronavírus, visto que “as diferenças entre os estratos econômicos mais altos e os mais baixos condiciona o direito à educação e aprofunda as desigualdades socioeconômicas” (CEPAL, 2020, p. 7).
Na outra ponta, professoras e professores tiveram que, de forma imediata, adequar sua organização pedagógica ao uso das tecnologias e mídias disponíveis para esse fim, isso significou um esforço hercúleo para dar conta de uma realidade para muitos ainda distante.
Vale ressaltar que nem todos os professores estavam familiarizados com o formato do ensino remoto, e não tiveram os tempos e espaços necessários para uma transição imediata, pois a vida de todos também mudou, e não apenas a organização dos trabalhos escolares.
Diante dos desafios impostos pela pandemia, discutir educação e escola nos incita a problematizar a leitura crítica da realidade, bem como redirecionar pesquisas e ações que vão além de garantir conteúdos às crianças, jovens e adultos escolares. Conforme expresso por Pretto (2017), os desafios passam pela reelaboração de um currículo novo, formação de professores para o uso das tecnologias e mídias digitais como aporte teórico-metodológico:
Dessa forma, pensamos que os processos formativos dos professores precisam superar a tradicional dicotomia entre formação nos conteúdos específicos e formação pedagógica formativa, com uma radical transformação dos currículos na educação básica e, claro, das licenciaturas. Nessa transformação, ganhará muito mais espaço a leitura e a discussão do mundo contemporâneo, nas suas singularidades e complexidades. Nesse contexto, as demandas por transformações na educação passam, entre outros aspectos, por discussões relacionadas a um repensar os currículos de formação dos professores (Pretto, 2017, p. 37).
Efetivamente o que se verificou com a determinação de suspensão das aulas foi o despreparo do poder público em prover o acesso aos estudantes à educação escolar, já que muitas crianças, jovens e adultos não contaram e não contam, com o mínimo de acesso a qualquer aparato tecnológico em seus lares, e isto significa uma grande parcela que permanece alijado do ensino e da aprendizagem nas escolas, especialmente neste período pandêmico.
Desde então as escolas e sua comunidade passam por novas configurações, onde ensinar e aprender exigiu novas práticas, tanto do ponto de vista físico quanto metodológico e novos modelos de ensino passaram a fazer parte da vida escolar, inexoravelmente, adaptações estas que exigem formação docente específica para a realidade que se apresenta.
Moraes (2016) expressa que a formação de professores e professoras não contempla, em sua grande maioria, o exercício teórico e prático, considerando a experiência de cada um. Entretanto, não podemos nos esquecer de que a vida humana tem sido bastante impactada pelo acesso às mídias, áreas como a saúde, finanças, mercado de trabalho, produtividade industrial de comunicações, governo, etc. Os avanços tecnológicos e a internet vêm alterando a arquitetura social, principalmente quanto às relações humanas, fazendo com que o conhecimento seja multiplicado e distribuído quase que instantaneamente através da internet.
Nesta direção, é preciso defender um processo de formação de professores e professoras que difere de formação treinamento, mas em que as escolas sejam concebidas como instituição essencial para o desenvolvimento de uma democracia crítica e também para a defesa dos professores como intelectuais que combinam a reflexão e a prática, a serviço da educação dos estudantes para que sejam cidadãos reflexivos e ativos (Giroux, 1997).
Ainda neste contexto, ao tratar da crueldade do vírus e sua implícita relação pedagógica que de certa forma aprendemos, ou ainda estamos no percurso, Santos (2020, p. 10), expressa que os debates do nosso tempo têm ficado opacos diante da distância que tem da cotidianidade da vida, e isso surge muito forte nesses períodos de pandemia. O resíduo desse diálogo tem a ver com as necessidades e interesses do mercado:
De repente, a pandemia irrompe, a luz dos mercados empalidece, e da escuridão com que eles sempre nos ameaçam se não lhe prestarmos vassalagem emerge uma nova claridade. A claridade pandêmica e as aparições em que ela se materializa. O que ela nos permite ver e o modo como for interpretado e avaliado determinarão o futuro da civilização em que vivemos. Estas aparições, ao contrário de outras, são reais e vieram para ficar.
Infelizmente, a pandemia desnuda e mostra a crueldade com que o capitalismo neoliberal tem agido e dificultado o Estado para que este responda às emergências sociais, assim vimos essa incapacidade na tomada de decisões que exigiram celeridade. Vimos ainda, escancarada a ausência de políticas públicas que priorizasse o povo, em questões de saúde, segurança alimentar, educacional, sanitárias, enfim cuidado com a vida humana. Na escola, não foi diferente, portas fechadas, distanciamento e acesso desigual ao ensino e a aprendizagem para as populações periféricas e pobres.
Neste contexto, a proposta do projeto de extensão, fundamentado na metodologia colaborativa, buscou compartilhar as principais mudanças ocorridas, bem como, práticas escolares exitosas desde o início da pandemia até o retorno e reabertura das escolas. Dentre seus objetivos está a aproximação de áreas interdisciplinares, formando uma rede colaborativa de ação e de pesquisas, podendo contribuir para pautar políticas públicas neste espaço fronteiriço por meio de um desenho da realidade no que tange à educação e a formação de professores e professoras. Este esforço se configura em uma aproximação da tríade que forma a universidade pública, em que o ensino e a extensão se coadunam à pesquisa científica como forma de contribuir com a sociedade de forma legítima.
O projeto de extensão: reflexões formadoras
A proposta desta investigação foi efetivada por meio de um projeto de extensão intitulado: “Ensinar em tempos de Pandemia: diálogos transfronteiriços” que, após os trâmites de submissão e autorização, teve início em abril de 2022 com 30 inscritos (13 da Argentina, 11 do Brasil, 6 do Paraguai), cujo objetivo central foi congregar professoras e professores da Educação Básica de escolas públicas da tríplice fronteira para debater as práticas escolares de ensino e aprendizagem realizadas durante a pandemia da Covid-19 e como está sendo reestruturado o retorno ao ensino presencial nos países dessa fronteira trinacional.
Os encontros aconteceram via aplicativo Google Meet, quinzenalmente, com 2h de duração, iniciando às 19h. Foram encontros prenhes de diálogos, círculos de cultura, de aprendizado, troca de experiências, sobre as dificuldades, avanços e recuos no uso das tecnologias na escola e em seu cotidiano de trabalho nestes quase dois anos de aulas remotas.
Fundamentado na metodologia de pesquisa colaborativa (Ibiapina, 2008), por se tratar de uma prática conjunta entre o pesquisador e professores que almejam o desenvolvimento profissional por meio da reflexão e problematização da sua prática, buscou-se promover estudos e debates de forma coletiva, compartilhar as principais mudanças ocorridas no período citado, bem como, dialogar acerca de práticas escolares desde o início da pandemia até o retorno e reabertura das escolas.
Esta modalidade de pesquisa destaca, sobretudo, a valorização das atitudes de colaboração e reflexão crítica entre pesquisador e professor, uma vez que estes, “calcados em decisões e análises construídas por meio de negociações coletivas, tornam-se coparceiros, cousuários e coautores de processos investigativos, delineada a partir da participação ativa, consciente e deliberada” (Ibiapina, 2008, p. 26).
Conforme Magalhães (2011), a metodologia colaborativa de pesquisa no âmbito da educação considera que o conhecimento é construído por meio das interações entre os sujeitos. Dessa forma, buscam-se transformações por meio de instrumentos que permitem aos indivíduos refletirem sobre os sentidos e significados de suas próprias ações e as dos outros e, concomitantemente, contribuindo para que os saberes acadêmicos não se construam distanciados da realidade escolar.
Dessa forma, em cada um dos encontros do grupo foram realizados estudos de textos, com vídeos de apoio e debates, atividades estas que geraram diálogos e reflexões que contribuíram para pensar sobre os caminhos que serão traçados de agora em diante, visto que foram tempos difíceis e ainda são, pois a pandemia ainda não acabou, entretanto também houve aprendizagens sobre a vida e a nossa humanidade.
Nesse processo, os diferentes professores, com as dificuldades dos seus contextos de trabalho, ao participarem de momentos de colaboração e troca, mesmo ocorrendo após o seu trabalho, foram unânimes em dizer que tiveram dificuldades para essa readaptação às aulas.
Autores como Sampaio (2020); Blikstein et al. (2020); Moraes (2020) defendem que as medidas tomadas para que houvesse possibilidade de atender aos estudantes matriculados na rede pública de ensino, foram emergenciais e necessárias, dado a pandemia e seu potencial disseminador. Entretanto, a forma como foi organizada não levou em conta os contextos e as dificuldades de acesso aos aparatos tecnológicos, o que contribuiu ainda mais para a desigualdade social, já que uma parcela de estudantes em situação de vulnerabilidade social foi alijada do processo da educação on-line. Sobre este debate acerca da pandemia e das contradições que ela traz em seu bojo corroboram os pesquisadores (Suzuki; Araújo, 2020, p. 25):
As contradições sociais, econômicas e políticas afetaram e continuarão a afetar de maneira desigual a população ao redor do mundo e nas realidades locais e regionais. Trazer o debate pandêmico, epidemiológico, geográfico e de saúde para a esfera do olhar espacial é propor a correlação de tais contradições em meio ao momento do contexto da pandemia que vivemos e, principalmente, o mundo que enfrentaremos como desafio na realidade pós-pandemia em esferas de saúde pública, educação, economia etc.
Ainda, houve a percepção do quanto às pessoas são frágeis e, em relação à escola como o espaço que precisa ser solidário e acolhedor, o advento de uma pandemia mostrou isto de forma veemente, foi um repensar e reprogramar a vida docente nos lares, distante do espaço laboral, a escola. Isto não foi tarefa fácil, pois mesmo os professores e professoras não dispunham de aparato tecnológico e mesmo de conhecimento para o trato como apoio pedagógico e agora, como única fonte de acesso aos educandos.
A esse respeito, um aspecto importante discutido pelos participantes do projeto foi que, inicialmente, em virtude do distanciamento social, tanto o trabalho dos professores quanto dos alunos deveria ocorrer na própria residência, no contexto da vida familiar. Com isso, o trabalho remoto ocorreu no mesmo espaço que as atividades domésticas, dividindo o tempo de trabalho com o de cuidado de outros membros da família.
Assim, tiveram que se adaptar a uma situação sem precedentes, com consequências sociais e psicológicas de elevada complexidade.
Nesse enredo, outro tema gerador de diálogos pelo grupo foi em torno das condições econômicas, tanto das famílias dos alunos, quanto dos professores e professoras, para encarar o desafio. Com a necessidade do distanciamento social, sem escolas, alunos de todas as idades e de todas as camadas sociais permaneceram, teoricamente, em casa. Dizemos teoricamente, porque não podemos minimizar o debate a respeito das condições de habitação e de vida da população em países com uma enorme desigualdade social, caso do Brasil, Paraguai e Argentina. É necessário especificar que essa casa, para as classes média e alta, se constitui numa edificação com diversos cômodos; já para as classes populares, a casa é, muitas vezes, um único cômodo, onde convivem muitas pessoas, de pequenos a idosos, o que torna praticamente impossível permanecer nesse espaço o dia todo, ou desenvolver qualquer tipo de atividade que exija o mínimo de concentração e dedicação, como são geralmente aquelas ligadas à experiência educacional.
Santos (2020, p. 15), ao tratar da crise econômica e sanitária agravada pela pandemia da Covid-19 e intensamente sentida pelas classes mais vulneráveis explica,
qualquer quarentena é sempre discriminatória, mais difícil para uns grupos sociais do que para outros e impossível para um vasto grupo de cuidadores, cuja missão é tornar possível a quarentena ao conjunto da população. [...] São grupos que têm em comum padecerem de uma especial vulnerabilidade que precede a quarentena e se agrava com ela. Tais grupos compõem aquilo a que chamo de Sul. Na minha concepção, o Sul não designa um espaço geográfico. Designa um espaço-tempo político, social e cultural. É a metáfora do sofrimento humano injusto causado pela exploração capitalista, pela discriminação racial e pela discriminação sexual.
O autor evidencia ainda, a forma como a realidade pandêmica escancarou a desigualdade social e os prejuízos acumulam-se sobre as camadas mais pobres da população, como foi relatado pelos professores que participaram do projeto e demonstrado anteriormente pela CEPAL (2020).
No campo da escola, diante das limitações existentes, foi destacado o esforço dos professores e professoras em continuar com as aulas estando distantes fisicamente dos alunos, com poucos equipamentos disponíveis para o trabalho, como computadores e falta de rede de internet com capacidade para essa tarefa. Também, o esforço das escolas, situadas em locais mais afastados, onde o sinal de celular e internet eram precários, e a maioria dos alunos e suas famílias não tinham condições financeiras para se aparelhar e com isso estabelecer o contato com a escola, onde coube ao professor fazer a entrega do material impresso com as atividades escolares. Vale lembrar que, como relatado pelos participantes, distantes da escola, os estudantes quando não tinham acompanhamento poderiam apresentar mais dificuldades, principalmente para as famílias mais pobres com pouca condição material.
Não apenas dificuldades foram relatadas, também houve a exposição de práticas exitosas realizadas durante a pandemia que foram compartilhadas pelos participantes, como por exemplo, a significativa atuação dos professores e professoras, que além de produzir apostilas com conteúdo e atividades, realizaram a impressão e entrega aos alunos, muitas vezes indo até as residências. Também, dedicados em produzir vídeos com as explicações das aulas e enviar aos pais por WhatsApp, para as famílias que dispunham deste recurso.
Outros professores marcaram encontros on-line com os alunos, por chamada de vídeo, para realizar explicações de conteúdos e, mais do que isso, manter o vínculo, por meio de um contato mais afetuoso, tão importante em tempos de distanciamento social e de um grande número de pessoas vitimadas pela Covid-19.
Ademais, o que observamos nos diferentes países, relatados pelos colegas, foram políticas inóspitas para dar conta de tamanho desafio, uma luta do mercado para que não houvesse quarentena em detrimento da contaminação e morte. Cada país se posicionou de maneira diferente, mas o comum foi a ausência de políticas sociais mais amplas e efetivas para proteger o povo que mais sofreu e sofre com a pandemia.
Prova disso são os dados alarmantes revelados por órgãos de monitoramento regionais e internacionais, que apontam para a necessidade dos governos de garantir e universalizar a conectividade e a acessibilidade às tecnologias digitais para enfrentar os impactos causados pela pandemia do coronavírus, visto que “as diferenças entre os estratos econômicos mais altos e os mais baixos condiciona o direito à educação e aprofunda as desigualdades socioeconômicas” (CEPAL, 2020, p. 7).
Nesse contexto, no esforço para superar essas deficiências e a ausência de políticas efetivas, restou a cada professor e professora, individualmente, buscar soluções para atuar de maneira acolhedora, mediante contato à distância com seus alunos, na maioria das vezes, utilizando internet e aparelho celular pessoal. E ainda, na impossibilidade do contato, fazendo a busca ativa, indo até a residência dos alunos para entregar conteúdos e tarefas para os que não tinham acesso à tecnologia.
Estamos, com essa pesquisa, iniciando um trajeto novo que é a aproximação das cidades fronteiriças nesse campo específico da escola, das práticas escolares, de ensinar e aprender, de ouvir quem de fato a conhece e vive seu cotidiano. Percebemos que as dificuldades, anseios, necessidades e aspirações se assemelham, e que a presença do diálogo com demais colegas professores foi muito bem recebida, o que pavimenta novos rumos, à rede está construída, vamos aperfeiçoá-la, afinal são muitas aprendizagens recíprocas.
Considerações finais
O texto apresenta investigações iniciais e reflexões das experiências vivenciadas pelos professores da fronteira trinacional que se dispuseram a participar do grupo de estudos e debater acerca da implantação das aulas remotas no período da pandemia do Covid-19.
Nestes encontros formativos, por meio dos relatos de experiências e debates, foi sendo desenhado um panorama que tem semelhança nos três países, que os desafios para garantir a continuidade do ensino no período pandêmico foram muitos, principalmente pela falta de conexão de internet, e aparelhamento das escolas. Problema enfrentado, tanto pelos professores quanto pelas famílias, que muitas vezes não dispunham de rede de internet, computador ou aparelho de celular apropriado para essa função. E, além das dificuldades específicas em relação à conexão para acompanhar as aulas, a pandemia afetou gravemente às condições econômicas das famílias que vivem e dependem do comércio da fronteira, o que gerou um grande êxodo em busca de emprego em outras localidades e com isso, a evasão e o abandono escolar foram ampliados de forma preocupante.
Entendemos que a educação escolar é um direito inalienável, por vários motivos, dentre os quais é imprescindível à cidadania, que implica na participação do indivíduo nos espaços sociais e políticos (Brasil, 1988). Portanto, é exatamente no momento da pandemia da Covid-19 que a escola precisa cumprir sua função legal e legítima de oferecer as condições para o acesso das crianças e jovens estudantes aos conhecimentos científicos acumulados pela humanidade por meio dos diferentes componentes curriculares.
Assim sendo, este estudo, parte da pesquisa de doutorado, gerou reflexão acerca das condições do ensino em contexto de crise, revelou ainda a fragilidade das políticas públicas em garantir a educação à sua população mais pobre, e finalmente problematiza a importância da formação docente em serviço com condições de apoio epistemológico em detrimento da formação treinamento. É fundamental auxiliar os professores e professoras, nesse momento histórico, com aparato instrumental de qualidade para que possam exercer a sua função pedagógica. Há uma diferença abissal entre o que existe e o que é necessário em termos de condição de exercício da profissão docente, os estudos nos diferentes países apontaram isso. Urge uma formação que difere do treinamento, ao contrário, que seja colaborativa e autoral, ouvindo as vozes de quem está no cotidiano das escolas, sejam elas no Brasil, no Paraguai ou na Argentina.
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