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Periódicos e a emergência de novos campos de pesquisa
Journals and the emergence of new fields of research
Esboços: histórias em contextos globais, vol. 26, núm. 41, pp. 5-6, 2019
Universidade Federal de Santa Catarina
Editado por: Flávia Florentino Varella

Editorial

Este artigo está licenciado sob a Licença Creative Commons CC-BY. Com essa licença você pode compartilhar, adaptar e criar para qualquer fim, desde que atribua a autoria da obra.

DOI: https://doi.org/10.5007/2175-7976.2019v26n41p5

Em 1994, surgiu a Esboços, com o modesto e engrandecedor propósito de servir como veículo de incentivo às discussões contidas nas dissertações em andamento no Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Com o sucesso da proposta editorial, a revista foi gradativamente se abrindo para novos horizontes, recebendo contribuições de pesquisadores dos mais diversos lugares e países e passando a ser gerida pelos membros credenciados ao PPGH da UFSC.

Há 24 anos encorajava-se a publicação de textos inacabados como forma de auxiliar os discentes na modelagem da dissertação, estimulando-os a perderem o medo do ensaísmo. Algumas das revistas discentes mais antigas em circulação, como Em Tempo de Histórias, da Universidade de Brasília, e Cantareira, da Universidade Federal Fluminense, foram fundadas a partir de 2002. Outras mais antigas, como História Social, da Universidade Estadual de Campinas, criada em 1994, já não existem mais (MALAQUIAS, 2018, s.p.). Havia na proposta nuances de vanguarda pelo estímulo aos alunos de pós-graduação a gerirem um periódico voltado para as discussões da produção discente.

Por outro lado, o nome escolhido como metáfora representativa das contribuições que a revista publicava mostra o quanto os periódicos brasileiros mudaram nas últimas décadas. Os periódicos científicos tiveram grande expansão em finais do século XIX e início do século XX europeu com a crescente profissionalização da História e a rápida expansão da área, que exigia formas mais ágeis de circulação da informação do que o demorado livro autoral (TESNIÈRE; BOUQUIN, 2014, p. 189; BENTIVOGLIO, 2017, p. 7-10). No contexto brasileiro, a normalização e consolidação dos periódicos são fenômenos que iniciaram entre as décadas de 1980 e 1990, ganhando, nos últimos anos, o desafio da internacionalização (ALPERIN; ROZEMBLUM, 2017 apud SILVEIRA; BENEDET; SANTILLÁN-ALDANA, 2018, p. 92-93). Nas últimas décadas, portanto, não só os periódicos discentes se avolumaram (tendo, talvez, formado um gueto recentemente por causa da restrição imposta pelo Qualis Periódicos, que limita que cheguem, no máximo, ao estrato B3), como também as revistas tornaram suas práticas editoriais mais profissionais.

De todo modo, a postura filosófica fundadora da Esboços mantém-se viva no próprio entendimento do que é um periódico, um produto inacabado surgido das profundas transformações decorrentes da profissionalização verticalizada dos séculos XX e XXI. Em 2018 foram remodelados o foco e escopo da revista para acompanhar a nova área de concentração do PPGH em História Global. No âmbito administrativo, a revista ganhou uma nova estrutura organizacional, o Conselho Executivo, e seus conselheiros foram renovados para melhor expressar a diversidade institucional, regional e global das pesquisas desenvolvidas em sua nova proposta editorial. Aliado a isso, também foi atualizado o projeto gráfico do periódico.

O primeiro número de 2019 da Esboços marca mais uma nova fase da revista. Este inclui artigos, na seção livre, de pesquisadores jovens e seniores como representantes das pesquisas desenvolvidas nas mais diversas regiões do Brasil. O número conta ainda com o dossiê “Virada global: tensões, limites e perspectivas”, organizado por Fábio Augusto Morales e Mateus Henrique de Faria Pereira, que busca ser a primeira paragem das discussões guiadas, amplas ou específicas, sobre história global nesse periódico. Além disso, duas resenhas de livros e uma entrevista mostram como a perspectiva global vem sendo articulada em diversos estudos. Em nome da revista, agradeço aos autores por terem escolhido a Esboços como meio de divulgação de suas pesquisas; e a todos os pareceristas, que contribuíram com suas leituras para o aprimoramento da qualidade dos textos publicados.

REFERÊNCIAS

BENTIVOGLIO, Julio. Revistas de história: objeto privilegiado para se estudar a história da historiografia? In: BENTIVOGLIO, Julio; ARRAIS, Cristiano Pereira Alencar (orgs.). As revistas de história e as dinâmicas do campo historiográfico. Serra: Milfontes, 2017, p. 7-30.

MALAQUIAS, Carlos de Oliveira. Revistas discentes de História: espaço de divulgação e formação acadêmica. Revista Horizontes Históricos [online], v. 1, n. 1, 2018.

SILVEIRA, Lúcia da; BENEDET, Lara; SANTILLÁN-ALDANA, Julio. Interpretando a internacionalização dos periódicos científicos brasileiros. Motrivivência, v. 30, n. 54, p. 90-110, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2018v30n54p90. Acesso em: 07 set. 2018.

TESNIÈRE, V.; BOUQUIN, C. Une morphologie de la circulation des savoirs: la revue depuis 1800. Revue de Synthèse, v. 135, n. 2-3, p. 175-202, 2014.



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