DEBATE: Colapso ambiental e histórias do capitalismo

QUEM TEM MEDO DA DISCIPLINA DA HISTÓRIA? BREVES REFLEXÕES SOBRE INTERDISCIPLINARIDADE E A HISTÓRIA DO CAPITALISMO EM DIÁLOGO COM LEONARDO MARQUES

Who’s afraid of the discipline of History? Brief reflections on interdisciplinarity and the history of capitalism in dialogue with Leonardo Marques

Waldomiro Lourenço da Silva
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

QUEM TEM MEDO DA DISCIPLINA DA HISTÓRIA? BREVES REFLEXÕES SOBRE INTERDISCIPLINARIDADE E A HISTÓRIA DO CAPITALISMO EM DIÁLOGO COM LEONARDO MARQUES

Esboços: Histórias em Contextos Globais, vol. 28, núm. 49, pp. 764-771, 2021

Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil

Recepção: 05 Agosto 2021

Aprovação: 01 Outubro 2021

RESUMO: Este artigo consiste em um diálogo com o historiador Leonardo Marques, com base no artigo de sua autoria Cadeias mercantis e a história ambiental global das Américas coloniais, publicado na seção debate da revista Esboços. Tendo em vista discutir o lugar da interdisciplinaridade no estudo da história do capitalismo, destaco basicamente três aspectos: a forma como o autor explora a metodologia delineada por Hopkins e Wallerstein em torno da noção de cadeia da mercadoria; o problema em torno da incorporação da perspectiva do sistema-mundo e das contribuições próprias da ciência da história para uma história ambiental global; o diálogo necessário com a geociências para a fundamentação da abordagem.

PALAVRAS-CHAVE: Capitalismo, História Ambiental Global, Disciplina da História.

ABSTRACT: This paper is a dialogue with historian Leonardo Marques, based on his article Commodity Chains and the global environmental history of the colonial Americas, published in the debates section of the journal Esboços: Histories in Global Contexts. In order to discuss the place of interdisciplinarity in the study of the history of capitalism, I basically highlight three aspects: the way in which the author explores the methodology proposed by Hopkins and Wallerstein around the notion of a commodity chain; the problem surrounding the incorporation of the world-system perspective and the contributions of the science of history to a global environmental history; the necessary dialogue with the geosciences to substantiate the approach.

KEYWORDS: Capitalism, Global Environmental History, Discipline of History.

Oaumento exponencial da capacidade humana de interferir nos processos de longo prazo do meio ambiente coloca na ordem do dia a análise integrada de fenômenos e escalas temporais humanas e planetárias, configurando, possivelmente, o que Dipesh Chakrabarty (2020, p. 7-67) chamou de regime antropocênico de historicidade. Com efeito, refetir sobre a escrita da história nos dias de hoje, em que o tempo do mundo se acelera de forma simbiótica com o colapso ambiental, é o que move em primeiro lugar o artigo de Leonardo Marques. A história segue filha de seu tempo.1

Para enfrentar o desafo de “desenvolver uma perspectiva global crítica que seja capaz de incorporar propriamente os tempos da natureza”, Marques (2021, p. 671) defende, antes de mais nada, a importância de se compreender a historicidade das relações com o planeta. Ele recusa a imagem generalista e teleológica de um ímpeto indistintamente predatório associado a toda a humanidade. Tomando o exemplo de interações transformadoras não destrutivas observadas entre povos indígenas, o autor se perfla entre os que compreendem ter sido sob o capitalismo que os seres humanos se tornaram “agentes geológicos”, sistematicamente danosos ao meio ambiente, capazes até de promoverem alterações climáticas em escala global. Portanto, estudar o desenvolvimento desse modo de produção — expressão tomada no texto segundo a ótica de Donald Worster (1990) —, sorvedouro insaciável de recursos naturais para a reprodução do Capital, impõe-se como tarefa essencial para uma história ambiental global.

Como proceder analiticamente para tal efeito? Como diria Fernand Braudel, mal formulamos a questão e a imensidão já nos devora. De todo modo, Marques procura tratar com objetividade o problema, o que é facilitado pelo fato de que ele não sofre do complexo de Édipo acadêmico que acomete muitos pesquisadores. Ao invés de tentar “inventar a roda” novamente, ele busca inspiração na perspectiva metodológica desenvolvida nos marcos da abordagem dos sistemas-mundo. Mais especificamente, nas formulações de Hopkins e Wallerstein sobre a noção de cadeia mercantil, assim como em desdobramentos posteriores nos trabalhos desses e de outros autores por eles inspirados. Em termos gerais, trata-se de se investigar de forma aprofundada e abrangente o nexo entre produção, circulação e consumo de mercadorias específicas.

Aprofundamento quanto à temporalidade histórica e abrangência quanto aos circuitos espaciais e ao conjunto de relações envolvidas na divisão internacional do trabalho, visando expor a interdependência transnacional das atividades produtivas. Nas palavras de Marques (2021, p. 675), “um retorno aos usos clássicos do conceito de cadeia mercantil pode oferecer um poderoso instrumento para compreendermos a pluralidade de tempos que forma o capitalismo enquanto sistema histórico e suas mudanças no tempo”. Contudo, quanto ao método empregado, o retorno promovido é parcial, incompleto. Hopkins e Wallerstein têm uma proposta metodológica mais complexa do que aquela efetivamente adotada por Marques, com uma ordem de procedimentos bem definida. Trata-se de uma espécie de método progressivo-regressivo pelo qual a reconstituição começa com a análise da operação final (os pontos para os quais o produto acabado foi enviado para consumo são anotados primeiro), voltando-se, no momento seguinte da análise, de forma sequencial e retroativa, até o momento da obtenção de insumos e matérias-primas (HOPKINS; WALLERSTEIN, 1986, p. 159-160).

A aproximação sobre a produção, esfera na qual os autores dispensam maior atenção, é realizada, em primeiro lugar, mediante a identificação das operações produtivas principais. Cada uma delas representa um nó da cadeia, com seus próprios desdobramentos. Mapeia-se então múltiplos subcomponentes, cada um com suas próprias cadeias. O tipo de mão de obra empregada também deve ser explicitado, indo-se da caracterização mais geral até o tipo de alimentação consumida. Todos esses procedimentos constituem somente a primeira etapa na metodologia de análise da produção. A segunda etapa consiste em se registrar e analisar quatro atributos para cada operação ou nó: (1) as características gerais dos fluxos envolvendo cada nó (processos que o antecedem e o sucedem); (2) os tipos predominantes de relações de produção no interior de cada nó; (3) a organização da produção, incluindo a tecnologia empregada e a escala da unidade produtiva; (4) a geografa das operações em questão. Como sustentam Hopkins e Wallerstein (1986, p. 161-162), um estudo com esse nível de detalhamento, além de identificar as feições assumidas pela divisão do trabalho na produção das mercadorias examinadas, permite que sejam avaliadas as transformações estruturais na organização da cadeia.

Um ponto importante é que os autores afirmam que retrocedem em vez de avançar em seu método por estarem muito mais interessados nas fontes de valor do produto acabado do que nos múltiplos usos das matérias-primas, o que, por si só, cria uma questão para a perspectiva da história ambiental. Leonardo Marques, por seu turno, adota uma análise linear da cadeia das mercadorias que seleciona, dando bastante destaque, logo de partida, para as matérias-primas empregadas no processo produtivo, explicitando sua transformação inicial e o impacto que gerado no meio ambiente. A análise então progride até as operações finais, abarcando alguns dos pontos de análise sinalizados por Hopkins e Wallerstein, como as características das relações de produção, tipo de mão de obra empregada e geografa das operações. A cobrança aqui não é pela replicação fdedigna da metodologia inicialmente elaborada para o estudo da cadeia das mercadorias, mas pela problematização da diferença e da eventual necessidade de adaptação metodológica tendo-se em vista o fim específico de uma história ambiental global.

Um segundo ponto do artigo ao qual chamarei atenção diz respeito ao comentário feito sobre o livro From Silver to Cocaine, uma coletânea que compreende estudos também dedicados à cadeia mercantil (TOPIK; FRANK; MARICHAL, 2006). Marques, embora reconheça os vários méritos do volume, observa um distanciamento em relação à proposta de Hopkins e Wallerstein, que veem a cadeia mercantil como um mote para a análise de processos sistêmicos mais abrangentes. Diferentemente, nos trabalhos que compõe o livro, a cadeia mercantil acaba sendo um fim em si mesmo. Marques atribui isso a uma “disciplinarização excessiva da abordagem”, cujos indícios são a ênfase no comércio — em detrimento das outras pontas extremas da cadeia, produção e consumo — em função da maior disponibilidade de fontes, bem como o abando da perspectiva teórica que sustentava a formulação original de Hopkins e Wallerstein, que oferece “um poderoso instrumento para compreendermos a pluralidade de tempos que forma o capitalismo enquanto sistema histórico e suas mudanças no tempo” (MARQUES, 2021, p. 675).

Sem sair em defesa de seu destinatário, destaco a substância da crítica. Chama atenção que empirismo exacerbado, redução da unidade de análise e abandono da teorização do tempo histórico são tomados por nosso autor como sinais de “disciplinarização excessiva da abordagem”. Muitas décadas atrás, a história desceu de sua árvore, procurando interpretar, explicar, em vez de somente reconstituir, nutrindo-se, para isso, da interdisciplinaridade. Retroceder neste aspecto representa indubitavelmente um problema, uma camisa de força epistemológica. Ademais, em termos mais específicos, não resta dúvida de que uma história ambiental global pode tirar muito proveito do modelo estabelecido no âmbito da sociologia histórica de Hopkins e Wallerstein. Mas tal proveito será limitado caso a contribuição de nosso ofício seja reduzida ao manejo de fontes de arquivo.

Nas palavras Marques (2021, p. 675), “um retorno aos usos clássicos do conceito de cadeia mercantil pode oferecer um poderoso instrumento para compreendermos a pluralidade de tempos que forma o capitalismo enquanto sistema histórico e suas mudanças no tempo”. É curioso um historiador de ofício procurar noutra seara justamente tal capacidade, sendo sua própria ciência que em essência se ocupa da dialética da duração. Inegavelmente, foi quando se enamoraram dos postulados de Fernand Braudel, que os artífices da perspectiva do sistema mundial puderam acessar em alguma medida a complexidade do tempo histórico. Nada mais sintomático que o centro de estudos da Universidade de Binghamton tenha levado o nome do célebre historiador francês.

William Sewell Jr. (2017, p. 20), em Lógicas da História, fez uma interessante reflexão sobre o intercâmbio possível entre historiadores e cientistas sociais. Além dos tópicos de pesquisa particulares e de um conjunto de saberes sobre os usos de fontes históricas, “os historiadores, qualquer que seja seu tópico particular, também sabem algo mais: como pensar sobre as temporalidades da vida social”. Neste ponto reside uma contribuição valiosa de nossa parte. No entanto, falta-nos muitas vezes sermos teoricamente autoconscientes e propositivos, qualidades proeminentes entre nossos colegas cientistas sociais. Mais importante que isso, porém, seria a forte inclinação deles para o pensamento estrutural. “Enquanto os historiadores tendem a se satisfazer com descrições multifacetadas, mas no fim casualmente difusas, os cientistas sociais tendem a escolher o que consideram ser as características casualmente mais importantes do mundo e a elaborar sua dinâmica sistematicamente” (SEWELL JR., 2017, p. 27).

Possivelmente, foi sobretudo esta última qualidade que atraiu Marques às proposições de Hopkins e Wallerstein. Mas faltou a contrapartida. Faltou fazer ressoar sobre a cadeia mercantil as trombetas de Clio. O caminho seguro estava dado no texto pelas referências diversas aos escritos de Fernand Braudel, que sem dúvida não padece dos “bloqueios” identificados por Sewell Jr. Todavia, suas proposições foram pinçadas apenas para respaldar argumentos empíricos, não para embasar formulações sobre a escrita da história tendo-se em vista a incorporação dos tempos da natureza, objetivo primário do artigo.

A história traz um olhar específico sobre o mundo social que ainda vale a pena cultivar, não pela sua superioridade, mas pela sua substância e alteridade. Isto pode ser constatado, por exemplo, por meio de uma breve comparação entre as obras magistrais de Fernand Braudel e Immanuel Wallerstein. O diálogo e a infuência mútua entre os autores são notáveis. Ambos se perfilam em torno da noção braudeliana de economia-mundo e exploram a história do capitalismo em escala global. Mas a configuração dos respectivos volumes segue orientações consideravelmente distintas, especialmente quanto às dinâmicas temporais.

A maneira como eles demarcam cronologicamente o nascimento da economia-mundo capitalista não coincide exatamente. Braudel chega a retroceder até o longínquo século 12, enquanto Wallerstein situa-o em um longo século 16. Mas o problema das origens, novamente, não é o mais importante. A questão é a concepção mais geral. O modelo do historiador, que se limita à era “pré-industrial”, compreende um esquema tripartite que concentra cada um dos três volumes de Civilização material, economia e capitalismo numa dimensão específica do vivido: as estruturas do cotidiano, a economia de mercado e o domínio propriamente do capitalismo. Tais dimensões se integram, mas de forma irregular, desigual e contraditória. Já a série de livros de Wallerstein descreve e analisa momentos sucessivos do desenvolvimento do sistema-mundo moderno, atingindo, no quarto volume, aquele citado por Marques, a antessala da Primeira Grande Guerra.

Embora haja notável sofsticação nas formas como Wallerstein delimita a cronologia de seu grande objeto, identifica e analisa fenômenos de ritmos temporais variados e teoriza a respeito da dialética envolvendo continuidades e transformações, seu enfoque é claramente etapista e, mais importante, reduz a temporalidade à dinâmica mais imediata do sistema capitalista (algo que contaminou, por assim dizer, o texto de Marques). Braudel, pelo contrário, pensa e considera ritmos temporais que extravasam muito a duração da economia-mundo capitalista, articulando tempo e espaço de forma muito mais profunda. Essa diferença não é nada trivial. Ela está relacionada, entre outros aspectos, à forma especifica como cada autor define capitalismo. Para o sociólogo, é a trama global que concatena produção, distribuição e consumo — o que evidentemente está na base da noção de cadeia da mercadoria — em benefício da reprodução incessante do Capital. Para Braudel, é apenas o nível superior das relações econômicas; aquela que se volta contra o mercado, encarna feitios monopolistas e atinge lucratividade extraordinária. Assim, temos enquadramentos, explicações e ganhos conceituais distintos a partir de perspectivas disciplinares, que dialogam, por vezes convergem, mas mantém suas especificidades.

Sem buscar a fusão completa, Marques poderia ter combinado elementos das duas abordagens, aprofundando a análise da multiplicidade temporal de seu objeto. Isso lhe permitiria avançar de fato na incorporação dos tempos da natureza, os quais, não obstante o anúncio do artigo, são escassamente tratados. Inegavelmente, e de forma profícua, questões ambientais aparecem no texto, especialmente na descrição de formas de apropriação das matérias-primas para a produção das mercadorias estudadas. Mas é muito pouco em termos de escala e profundidade. Nesse sentido, cabe salientar que, embora critique a “disciplinarização excessiva”, nosso autor ignora completamente os debates no campo das geociências.

Afinal, como fazer uma história ambiental global sem considerar o que geógrafos, geólogos e até paleoclimatologistas têm a dizer sobre as mudanças climáticas e o papel do ser humano? Existe consenso a respeito da força geológica humana nas geociências? Como o desenvolvimento do capitalismo se encaixa na escala do tempo profundo do planeta, para além de sua temporalidade imediata? O estudo da cadeia mercantil, embora tão promissor quanto há quarenta anos, precisa, nos dias correntes, estar associado a um aprofundamento da geo-história à luz da reflexão incessante sobre as temporalidades da história e dos avanços das Ciências da Terra. Como destaca Chakrabarty (2020, p. 52-53), “os processos planetários, inclusive aqueles em que os seres humanos interferiram, operam em cronologias diferentes, algumas compatíveis com os tempos humanos, outras vastamente maiores do que está envolvido em cálculos humanos”.

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Esboços pela oportunidade de contribuir ao debate e ao Leonardo Marques pela interlocução.

REFERÊNCIAS

CHAKRABARTY, Dipesh. O planeta: uma categoria humanista emergente. Traduzido por: Gabriela Baptista. Copenhague; Rio de Janeiro: Zazie Edições, 2020. p. 7-67. (Coleção TRAMA).

HOPKINS, Terence K.; WALLERSTEIN, Immanuel. Commodity Chains in the World-Economy Prior to 1800. Review [Fernand Braudel Center], Nova York, v. 10, n. 1, p. 157-170, verão, 1986.

MARQUES, Leonardo. Cadeias mercantis e a história ambiental global das Américas coloniais. Esboços, Florianópolis, v. 28, n. 49, p. 668-697, 2021.

SEWELL JR., William H. Lógicas da história. Teoria social e transformação social. São Paulo: Editora Vozes, 2017.

TOPIK, Steven; FRANK, Zephyr; MARICHAL, Carlos (org.). From Silver to Cocaine: Latin American Commodity Chains and the Building of the World Economy, 1500–2000. Durham: Duke University Press, 2006.

WORSTER, Donald. Transformations of the Earth: toward an agroecological perspective in History”. The Journal of American History, Bloomington, v. 76, n. 4, p. 1087–1106, 1990.

Notas

1 Tive a enorme satisfação de compor a mesa que discutiu a primeira versão do artigo em tela no I Simpósio de História Global da UFSC, em dezembro de 2018. Satisfação renovada pela oportunidade de tecer estes comentários para a revista Esboços sobre o texto final. O propósito aqui é provocar o debate em torno de alguns aspectos que chamaram especialmente minha atenção. Nenhuma das considerações aqui realizadas é capaz de solapar as evidentes e importantes contribuições do artigo de Leonardo Marques, dileto parceiro de trabalhos passados, presentes e futuros.
APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Não se aplica.

FINANCIAMENTO

Não se aplica.

DISPONIBILIDADE DE DADOS E MATERIAIS

Não se aplica.

PREPRINT

O artigo não é um preprint.

Autor notes

AUTORIA

Waldomiro Lourenço da Silva Júnior: Doutor. Professor Adjunto, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História, Florianópolis, SC, Brasil.

EDITORES

Fábio Augusto Morales

Flávia Florentino Varella (Editora-chefe)

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Departamento de História/CFH, sala 09, segundo andar, Bloco C, Campus Universitário, Trindade, 88.040-970, Florianópolis, SC, Brasil.

Declaração de interesses

CONFLITO DE INTERESSES

Nenhum confito de interesse foi relatado.

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