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A sociologia no contexto do sistema de pós-graduação brasileiro
Soraya Maria Vargas Côrtes
Soraya Maria Vargas Côrtes
A sociologia no contexto do sistema de pós-graduação brasileiro
The sociology in the context of the Brazilian graduate system
Revista Brasileira de Sociologia, vol. 6, núm. 13, pp. 5-7, 2018
Sociedade Brasileira de Sociologia
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Editorial

A sociologia no contexto do sistema de pós-graduação brasileiro

The sociology in the context of the Brazilian graduate system

Soraya Maria Vargas Côrtes
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Revista Brasileira de Sociologia, vol. 6, núm. 13, pp. 5-7, 2018
Sociedade Brasileira de Sociologia

O dossiê publicado neste número da Revista Brasileira de Sociologia congrega artigos de autores participaram ativamente na construção do campo da pós-graduação em sociologia stricto sensu no país. São estudiosos do tema, mas são também protagonistas em uma comunidade acadêmica que defende o ensino e a pesquisa em sociologia de boa qualidade, a internacionalização da área e a criação de critérios compartilhados e transparentes para a avaliação do mérito dos cursos de pós-graduação. Nas instituições de ensino superior a que pertencem, nos cargos que ocuparam na diretoria da SBS, como membros do comitê de assessoramento da área no CNPq, na coordenação da área e nos comitês para a avaliação da pós-graduação da Capes, esses autores agiram no sentido de defender esses objetivos comuns. Os estudos aqui reunidos são fruto de décadas de dedicação à consolidação da pós-graduação em sociologia e de investigação sobre o tema. Esse duplo tipo de engajamento com a temática – como prática e como pesquisa acadêmica – produziu conhecimentos tácitos, memórias transformadas em reflexão sociológica que agregadas a dados de pesquisa e provenientes da literatura sobre o tema deram origem um substrato peculiar e rico que fundamenta os artigos aqui oferecidos aos leitores.

O dossiê é composto por seis artigos. O texto que abre o dossiê, de Carlos Benedito Martins, intitulado “Origens pós-graduação nacional (1960-1980)” trata do contexto geral da formação da pós-graduação no país, no qual a sociologia viria a se inserir. O artigo aborda as diversas iniciativas que antecederam a demarcação legal que institucionalizou a pós-graduação no Brasil ao final dos anos 1960. O período inicial de consolidação do sistema de pós-graduação é caracterizado pelo autor como uma longa e tortuosa luta desencadeada por diversos atores visando a superação de um padrão de organização do ensino superior centrado em escolas isoladas em que a formação era dissociada da atividade de pesquisa.

Na sequência o artigo “A pós-graduação em sociologia no Brasil: conquistas e desafios em tempos de globalização”, de Clarissa Eckert Baeta Neves e Josefa Salete Barbosa Cavalcanti, também realiza uma contextualização histórica, porém com o foco na área de sociologia. O estudo tem três propósitos principais: compreender o processo de implementação da formação pós-graduada em sociologia no Brasil; analisar a complexidade dos desafios enfrentados pelos programas de pós-graduação na área; e explicitar as realizações que elevaram a sociologia brasileira ao reconhecimento internacional nos tempos atuais da globalização.

O terceiro artigo, de Irlys Barreira, Soraya Vargas Côrtes e Jacob Carlos Lima, denominado “A sociologia fora do eixo: diversidades regionais e campo da pós-graduação no Brasil” também adota uma perspectiva histórica para analisar a estruturação da pós-graduação em sociologia no país, mas desenvolve um argumento original. Os autores afirmam que houve uma concentração inicial da formação pós-graduada stricto sensu em sociologia no eixo São Paulo-Rio Janeiro, mas destacam a importância das ações de pesquisadores pioneiros, fora desse eixo, que contribuíram para a formação de centros de pesquisa e de ensino de pós-graduação em diversas regiões do país.

O artigo seguinte, “A pós-graduação em sociologia e a experiência de avaliação da Capes”, de Sérgio Adorno e José Ricardo Ramalho relata a experiência de avaliação dos programas e cursos de pós-graduação, acadêmicos e profissionais, no período de 2004 a 2009, enfatizando as principais inovações que foram introduzidas nesse período, em especial, a construção de dois instrumentos fundamentais: o Qualis Periódicos e o Qualis Livros. Apesar deste foco, os autores debatem também sobre os desafios enfrentados pela avaliação da pós-graduação.

O quinto estudo, escrito por Celi Scalon e Richard Miskolci, intitulado “Internacionalização: balanço e desafios para a sociologia brasileira” apresenta um panorama da produção sociológica brasileira e sua disseminação, com ênfase nas características da internacionalização em curso. Ao examinar a internacionalização os autores estabelecem comparações com outros países e discute alguns dos desafios para que a produção brasileira na área alcance maior reconhecimento internacional.

O último artigo, “As teses da área de sociologia no Brasil: padrões de inflexões temáticas e metodológicas”, de Marina Melo, Ana Cláudia Bernardo e Selefe Gomes, analisa a utilização metodológica de perspectivas qualitativa e quantitativa em trabalhos acadêmicos da sociologia a partir de uma amostra de 282 teses de doutorado defendidas no Brasil no triênio 2012-2014. O estudo examina ainda algumas dimensões analíticas, tais como: sexo dos autores; temáticas mais frequentes dos trabalhos; experiências de intercâmbio, entre outras.

Examinado o conjunto dos artigos, observa-se que há a recorrente discussão sobre as origens e trajetórias da pós-graduação em sociologia no país, sobre as bases institucionais e sistêmicas, bem como sobre as inciativas governamentais e de pesquisadores e sociólogos que vieram a constituir o sistema de pós-graduação no país e na área de sociologia. Os estudos procuram ainda explicitar o modo como se estruturou o processo, baseado em critérios acordados, de avaliação por pares da pós-graduação em sociologia. Os artigos que tratam dessa questão são particularmente interessantes para aqueles que querem entender como é o processo avaliativo feito a cada três anos e, atualmente, a cada quatro anos. Entretanto, os estudos não se furtam de discutir os desafios presentes e futuros da área, particularmente a questão da internacionalização. Os temas tratados pelos autores dos textos que integram o dossiê oferecem aos leitores não apenas uma visão sobre o ‘estado da arte’ da pós-graduação em sociologia no Brasil, mas também um panorama sobre os antecedentes e os desafios a serem enfrentados em um futuro próximo.

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