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OS JOVENS E AS PRAÇAS DOS INDIGNADOS: TERRITÓRIOS DE CIDADANIA
Maria da Glória Gohn
Maria da Glória Gohn
OS JOVENS E AS PRAÇAS DOS INDIGNADOS: TERRITÓRIOS DE CIDADANIA
YOUTH UPRISINGS AND PUBLIC SQUARES: TERRITORIES OF CITIZENSHIP
LES JEUNES ET LES PLACES DES INDIGNÉS : TERRITOIRES DE CITOYENNETÉ
Revista Brasileira de Sociologia, vol. 1, núm. 2, pp. 231-248, 2013
Sociedade Brasileira de Sociologia
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RESUMO: Na antiguidade, as praças eram locais de oradores. Na Idade Média, no início do processo de urbanização, as praças reuniam os artesões, o comércio, a arte de rua, e os símbolos do poder. Na Idade Moderna, as praças centrais ganharam status, reuniam os casarões das elites, hotéis, a prefeitura, igreja, câmaras, e o comércio crescente. Em todas essas diferentes épocas, uma função comum: a praça como lócus de manifestação, protesto, reivindicações. Marchas, concentrações, ocupações: as praças tornaram-se lócus por excelência de espaço público para o exercício da cidadania. A partir do século XX estas manifestações ganharam um dado novo: a expressiva participação dos jovens, e recentemente, o uso das novas tecnologias na organização e realização dos protestos. Este trabalho tem como referência manifestações de jovens em territórios distintos: Praça Tahrir, no Cairo/Egito, Praça Mohammad Bouazizi em Túnis/Tunísia, Praça da Puerta del Sol, em Madri/Espanha, Praça Syntagma, em Atenas/Grécia, praça do Parque Zuccoti/Wall Street, em Nova York/Estados Unidos, e Willy-Brandt Platz, em Frankfurt/Alemanha; manifestações de junho de 2013, no Brasil, na Av. Paulista e Largo da Batata, em São Paulo. Nesses territórios, têm ocorrido protestos dos indignados, sob várias formas. Apesar da intensa participação dos jovens, seus impactos na sociedade nem sempre têm sido visíveis, seus resultados nem sempre duradouros para a organização dos movimentos que constroem. O diálogo com os poderes constituídos é tenso ou inexiste. As questões implícitas neste paper são: quais as possibilidades dessas manifestações sob a perspectiva das lutas emancipatórias? Quais desafios teóricos esses movimentos apresentam? Qual o papel simbólico das praças que têm acolhido estas manifestações e movimentos?

Palavras-Chave:Manifestações de jovensManifestações de jovens,ReivindicaçõesReivindicações,BrasilBrasil.

ABSTRACT: In the ancient world, squares were the place of orators. As the process of urbanization began in the Middle Ages, squares brought together artisans, traders, street performers and symbols of power. In the Modern Era, central squares acquired status as they became surrounded by the mansions of the elites, hotels, City council offices, churches, chambers and the ever-increasing commerce. During all of these different periods, though, the same function appears: the square as a focal point for demonstrations, protests and demands. Marches, rallies, occupations: the squares became the locus par excellence of public space for exercising citizenship. From the twentieth century these manifestations acquired a new factor: the expressive participation of young people, and, more recently, the use of new technologies in the organization and realization of protests. The reference point for this work are youth demonstrations in various regions of the world: Tahrir Square in Cairo/Egypt, Mohamad Bouazizi Square in Timisnunisia, Puerta del Sol in Madrid/Spain, Syntagma Square in Athens/Greece, Zuccotti Park PlazaAVall Street in New York/United States, and Willy-Brandt Platz in Frankfurt/Germany; demonstrations in June 2013 in Brazil in the Avenida Paulista and Laleo da Batata in Sâo Paulo. In these regions protests have taken place in a variety of forms. Despite the intense participation of young people, their impacts on society have not always been visible, or their results particularly long-lasting for the organization of the movements responsible for them. The dialogue With public authorities is tense or non-existent. The questions implicit in this paper are: what potential do these demonstrations possess from the viewpoint of struggles for freedom? What theoretical challenges do these movements present? What symbolic role is played by the squares that have been occupied by these demonstrations and movements? Keywords: Youth demonstrations; Demands; Brazil.

Keywords: Youth demonstrations, Demands, Brazil.

RÉSUMÉ: Dans l’Antiquité, les places étaient le lieu des orateurs. Au Moyen-Age, au début du processus d’urbanisation, les places ont réuni les artisans, le commerce, l’art de rue et les symboles du pouvoir. A l’époque moderne, les places centrales ont acquis un statut, s’y rassemblaient les demeures l’élite, les hôtels, les mairies, églises, diverses chambres et le commerce croissant. En toutes ces différentes époques, les places avaient une fonction commune : elles étaient le lieu de manifestations, de protestations, de revendications. Marches, concentrations, occupations : elles sont devenues par excellence des lieux publiques où exercer la citoyenneté. A partir du 20éme siècle, ces manifestations ont été la scène de deux phénomènes nouveaux : la participation expressive des jeunes, et plus récemment, l’emploi de nouvelles technologies dans l’01ganisation et la réalisation de protestations. Ce travail fait référence aux manifestations de jeunes sur différents territoires : la place Tahrir, au Caire/Egypte, la place Mohammad Bouazizi à Tunis/Timisie, a place de la Puerta del Sol à Madrid/Espagne, la place Syntagma à Athènes /Grèce, celle du parc Zuccoti/Wall Street / Etats-Unis et Wily-Brandt, à Frankfort/Allemagne ; et enfin les manifestations de juin 2013 au Brésil, dans l’Avenida Paulista et sur le Largo da Batata, à Sâo Paulo. Sur ces territoires, on a vu se dérouler plusieurs formes de protestations d’indignés. Malgré la forte participation des jeunes, leurs impacts sur la société n’ont pas toujours été visibles, leurs résultats pas toujours durables pour l’organisation des mouvements qu’ils ont constitué. Le dialogue avec les pouvoirs en place est tendu ou inexistant. Les questions implicites dans cet article sont : quelles sont les possibilités qu’ouvrent ces manifestations dans la perspective de luttes émancipatrices ? Quels défis théoriques ces mouvements présentent-ils ? Quel est rôle symbolique des places qui ont été le théâtre de ces manifestations et de ces mouvements ?

Mots-clés: Manifestations de jeunes, Revendications, Brésil.

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OS JOVENS E AS PRAÇAS DOS INDIGNADOS: TERRITÓRIOS DE CIDADANIA

YOUTH UPRISINGS AND PUBLIC SQUARES: TERRITORIES OF CITIZENSHIP

LES JEUNES ET LES PLACES DES INDIGNÉS : TERRITOIRES DE CITOYENNETÉ

Maria da Glória Gohn
Universidade de São Paulo, Brasil
Revista Brasileira de Sociologia, vol. 1, núm. 2, pp. 231-248, 2013
Sociedade Brasileira de Sociologia

Recepção: 25 Novembro 2013

Aprovação: 19 Dezembro 2013

Apresentação
Os Jovens na Sociedade Moderna

A hipótese básica norteadora deste texto é: quando os jovens entram na cena pública, mudanças significativas estão ocorrendo na sociedade, do ponto de vista cultural e político. Usualmente a categoria jovem se refere a indivíduos que vivenciam processos específicos de socialização, dentro de uma dada faixa etária. Às vezes, ela é citada via uma de suas representações, a juventude, categoria relacional que posiciona os indivíduos como pertencente a uma dada faixa etária. Embora possam ter até mais idade que essa faixa compreende, o indivíduo teria atributos daquela faixa. Os jovens são vistos com dotados de certas características que geram ações e produzem impactos; são, portanto, atores coletivos que desempenham papéis específicos na sociedade (Weisheimer, 2009). O conceito de juventude, associado à condição de ser jovem, aparece na literatura sociológica sob dois eixos articulatórios de questões, problemas e características. O primeiro, decorrente do pertencimento a uma dada faixa etária (em que também não há consenso), com ênfase nos aspectos geracionais de uma determinada fase de vida. O segundo destaca aspectos socioeconômicos e culturais determinados pela situação de classe social. Alguns autores afirmam que se deve falar no plural, juventudes, porque há múltiplas diferenças. Sposito constrói outras dimensões para a categoria jovem, tais como: condição juvenil e situação juvenil. Essas categorias referem-se ao modo como a sociedade constitui e atribui significados à juventude em determinadas estruturas sociais, históricas e culturais, dentro de escalas e hierarquias sociais (Sposito, 2003). Em síntese, quer se destaquem os atributos positivos da juventude, associados à inovação e criatividade, portadores de mudança social; quer se destaquem os atributos negativos, associados a problemas “da idade” ou a condições de vulnerabilidade socioeconômica (galeras da periferia) ou, ao contrário, (superproteção aos “mauricinhos”, que em passado remoto também já foram denominados como “Juventude Transviada”, imortalizada em filme protagonizado por James Dean), os jovens e a juventude na atualidade continuam a desafiar teóricos e teorias nas análises. Talvez devêssemos acreditar nas palavras de Oscar Wilde quando nos disse: “Os velhos acreditam em tudo, os maduros desconfiam de tudo, os jovens sabem tudo” (citação de Kevin Delaney, The New York Times/Folha de São Paulo, 13/02/2012, p. 1). Outra consideração advinda do mundo de produtores das artes sobre os jovens é a da escultora Maria Martins. Nos anos de 1960, em diálogo com Clarice Lispector, ela disse a respeito das manifestações daquele período: “A juventude sempre tem razão e isso de querer fazer deles uns robôs não vai dar certo e nem eles se submeterão. É a minha esperança”. (Entrevista de Maria Martins ‘Diálogos Possíveis’ com Clarice Lispector. Revista Manchete, Dez. 1968). Esses jovens, enquanto participantes de coletivos organizados em movimentos sociais, podem ser estudados sob vários papéis sociais, tais como: enquanto estudantes, produtores de arte, nas galeras, nos blogs e redes sociais etc. Essas práticas e comportamentos levam, tanto em 1968 como na atualidade, à temática dos movimentos sociais e constituem uma forma de renovar os estudos na Sociologia dos Movimentos Sociais.

Slavoj Žižek é um dos intelectuais-filósofo que tem influenciado jovens que participam de movimentos sociais na atualidade, como o Occupy Wall Street. Ele afirmou: “não basta saber o que não se quer, é preciso saber o que se quer. O povo, de acordo com ele, sempre tem a resposta, o problema é não saber a pergunta” (Žižek, 2012). Nossa pergunta inicial é: o que acontece quando os jovens entram em cena? Para respondê-la, buscamos localizar quem são os jovens que têm entrado em cena, em movimentos sociais e manifestações públicas de protesto: o que demandam, quais as características do tipo de associativismo que eles têm construído?

Como ponto de partida, o texto tem uma premissa: há um novo momento e um novo modelo de associativismo civil dos jovens no mundo contemporâneo. Ele é diferente das rebeliões dos anos de 1960, assim como é distinto das ações coletivas dos movimentos altermundialistas recentes, que têm o Fórum Social Mundial como principal exemplo. As diferenças passam pelos campos temáticos tratados, pelos repertórios, formas de comunicação, identidades criadas, pertencimentos de classe e sociocultural e as formas como aproveitam as oportunidades políticas que surgem.

Na década de 1960, e mais especificamente, em 1968, inúmeros analistas afirmam que houve uma grande revolução cultural, comportamental nos costumes e hábitos de uma geração que estava muito além de seus pais e antepassados, no sentido de anseios por um novo modo de vida, buscavam “viver sem tempos mortos”. Criaram utopias e buscaram o engajamento na política de forma diferente das formas então vigentes – pela aliança entre estudantes e camponeses, por exemplo –, pensados como atores sociais básicos para uma nova sociedade. Essa aliança motivou alguns intelectuais a saírem pelos campos pregando a revolução. Che Guevara será o símbolo máximo desta frente. Criaram identidades político-cultural, no sentido de pautarem novos temas de gênero, etnia, ser estudante, ser jovem, ser mulher etc. e queriam ser ouvidos. Não queriam ser mais conduzidos pelo passado, pela tradição, pelos velhos, pelos “tempos mortos”. Dentre as formas de comunicação, na época destacou-se o uso dos muros de Paris e as frases emblemáticas do movimento.

Na década de 1990, movimentos alter ou antiglobalização irromperam no cenário internacional, especialmente após os eventos nos Estados Unidos, em Seattle, em 1999. Eles demarcaram territórios e tempos específicos para suas ações – os locais de grandes reuniões de cúpulas – as cimeiras econômicas, como a OMC Organização Mundial de Comércio; reunião de líderes, como o tradicional encontro anual em Davos; ou reuniões políticas, como as reuniões do GB países mais influentes na época etc. A partir do final dos anos 1990, o campo temático deixou de lado a cultura e os valores de um tempo, como nos anos 1960, assim como não voltou ao tema das lutas operárias e o internacionalismo proletário. Os repertórios focalizaram as políticas macroeconômicas e seus efeitos no mundo globalizado, clamaram: “outro mundo é possível”. As formas de comunicação alteraram-se muito nos anos 1990 em relação às dos anos 1960. A era dos computadores já predominava, unindo jovens de diferentes partes do mundo em ideais e ações comuns. As manifestações da década de 1990 focalizaram o processo de globalização e os efeitos das políticas do modelo neoliberal, estruturados, segundo Boito (2012), no tripé: a) desregulamentação do mercado de trabalho, b) privatização e c) abertura comercial e financeira. Segundo o autor, esse modelo levou “a aumento do desemprego, no corte de direitos trabalhistas e sociais, na reconcentração da renda, nas privatizações, na hipertrofia da acumulação financeira, na abertura comercial e na desindustrialização forçada de países” (Boito, 2012:1).

Portanto, os fundamentos que dão base aos movimentos altermundialistas iniciados nos anos 1990 estão na economia, especialmente nos efeitos perversos da globalização econômica. Mas estão também no saldo organizatório das lutas identitárias das décadas anteriores. O chamado essencialismo da luta de classes foi substituído pelo pluralismo das lutas antirraciais, feministas etc. (ver Žižek, 2012:16). Não são os operários os sujeitos principais, ainda que sindicatos participem, por exemplo, do Fórum Social Mundial, e posteriormente, nas grandes manifestações públicas dos Indignados europeus. Os sujeitos destas manifestações têm sido organizados sob múltiplas formas – etnia, raça, gênero, idade, tipo de atividade do trabalho (rural ou urbana), unidades produtivas da economia solidária etc. E a forma de protesto também é diferente, tanto das fórmulas clássicas (greves, ações sindicais, passeatas etc.), como das formas de 1968 (protestos nas ruas). Nas formas dos anos 1990, ainda que tenham ocorrido protestos nas ruas, predominaram Fóruns, Assembleias, grandes encontros, longas caminhadas etc., a exemplo do Fórum Social Mundial – FSM. Essas formas se mantêm até 11 de setembro de 2001, à queda das torres gêmeas em Nova York. Após esta data, o movimento altermundialista teve de mudar de tática, passou a ser visto pelas autoridades, mídias etc. como ameaça à ordem, suspeito, especialmente nos Estados Unidos. Ele diminuiu suas ações no mundo. Os altermundialistas que continuaram a apostar no FSM advêm de sua face mais pacífica, das propostas alternativas. Os questionamentos e debates a cada ano foi se esvaziando. Mas outras formas de protesto transnacionais foram se criando, como veremos:

Doug Bevington e Chris Dixon, estudantes de pós-graduação em sociologia e ativistas da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, fizeram recentemente um inquérito informal junto de ativistas antiglobalização, com vista a fazer um levantamento dos recursos intelectuais e dos discursos teóricos que os norteavam. As conclusões a que chegaram confirmam a crítica que aqui faço: a bibliografia atualmente existente sobre a sociologia dos movimentos sociais não ocupa um lugar prioritário nas listas de leitura dos ativistas, [...]. Mais importante do que isso, no entanto, é o inventário esboçado por Bevington e Dixon da discussão teoricamente relevante disponível em “websites” de ativistas e em publicações vocacionadas para a reflexão sobre os movimentos. Para além de se centrarem em questões relativas à estratégia, à táctica e à construção dos movimentos, estas discussões revelam uma grande preocupação com o modo de assegurar a sua permanente democratização (apudFlacks, 2005: 59).

De maneira geral, os movimentos altermundialistas seguem na trilha de recriar novas formas de ação, de negar não apenas as políticas governamentais tradicionais como também as formas antes tidas como “clássicas” das ações coletivas, via partidos e sindicatos. Michel Löwy faz análise na mesma direção quando afirma:

O movimento altermundialista é sem dúvida o fenômeno mais importante de resistência anti-sistêmica do início do século XX. Esta vasta nebulosa, esta espécie de “movimento dos movimentos”, que se manifesta de forma visível por ocasião dos Fóruns Sociais – regionais ou mundiais e das grandes manifestações de protesto – contra a OMC, o G8 ou a guerra no Iraque – não corresponde às formas habituais da ação social ou política. (Löwy, 2008:32).

De fato, ao final da primeira década deste século, especialmente após 2008, os movimentos e mobilizações sociais mudaram novamente seus territórios e o eixo de seus repertórios discursivos. Passaram da antiglobalização (ou alterglobalização) para a negação da globalização e seus efeitos sobre a economia e o social, especialmente após a crise econômico-financeira de 2008. Estão tomando escala global como Movimentos de Indignados contra a globalização. A indignação  categoria que pode ser analisada em vários planos, especialmente o da moral, dos valores, da ética e da justiça social – tem ganhado centralidade nas ações coletivas dos jovens e atuado como um dos principais parâmetros de avaliação dos comportamentos dos grupos dominantes, tanto econômicos como os políticos. Moore (1987), no passado, já tinha alertado para estes aspectos ao publicar “Injustiça: as bases sociais da obediência e da revolta”. Portanto, o campo temático das lutas e protestos contemporâneos continuou a destacar o plano macroeconômico, mas foi mais detalhista: focalizou nesse cenário o capital financeiro, contestam os resultados das políticas econômicas para a vida dos cidadãos, a financeirização como norma reguladora do cotidiano dessas vidas, via gestão das dívidas de seus cartões de crédito, o desemprego e falta ou má qualidade de serviços públicos. “Precariado” é a nova denominação que está sendo dada aos cidadãos deste novo século, os filhos de uma sociedade precária onde impera a desigualdade social e econômica, onde há perda de direitos sociais e políticos, exclusão de imigrantes etc. É um novo proletariado, do setor informal, trabalhando em empregos terceirizados, flexibilizados, sem garantias legais. (ver Alves, 2012).

A forma de comunicação entre os jovens manifestantes também se alterou e saber se comunicar online ganhou status de ferramenta principal para articular as ações coletivas. A comunicação não ocorre só via computadores e a internet. Os celulares e diferentes formas de mídia móvel passaram a ser meios de comunicação básicos, o registro instantâneo de ações transformou-se em arma de luta, ações que geram outras ações como resposta. Twitter, Facebook, Youtube, Likedin, Zynga etc. acionados principalmente via aparelhos móveis, como BlackBerry, iPhone etc. são ferramentas do ciberativismo que se incorporaram ao perfil do ativista. Manuel Castells, em entrevista sobre o ciberativismo, disse:

No meu livro Comunicação e Poder dediquei muitas páginas para explicar, a partir de uma base empírica, como a transformação das tecnologias de comunicação cria novas possibilidades para a auto-organização e a automobilização da sociedade, superando as barreiras da censura e repressão impostas pelo Estado. Claro que não depende apenas da tecnologia. A internet é uma condição necessária, mas não suficiente. As raízes da rebelião estão na exploração, opressão e humilhação. Entretanto, a possibilidade de rebelar-se sem ser esmagado de imediato dependeu da densidade e rapidez da mobilização e isto relaciona se com a capacidade criada pelas tecnologias do que chamei de “auto comunicação de massas”... O importante das “wikirrevoluções” [as que se autogeram e se auto-organizam) é que as lideranças não contam, são puros símbolos. Símbolos que não mandam nada, pois ninguém os obedeceria e eles tampouco tentariam impor-se. Pode ser que, uma vez institucionalizada, a revolução coopte se algumas destas pessoas como símbolos de mudanças ainda que eu duvide muito que Ghonim queira ser político. Cohn Bendit era também um símbolo, não um líder. Foi estudante e amigo meu em 68. Ele era um autêntico anarquista: rechaçava as decisões dos líderes e utilizava seu carisma (foi o primeiro a ser reprimido) para ajudar a mobilização espontânea. Walesa foi diferente, um vaticanista do aparato sindical. Por isso, tornou-se político rapidamente. Cohn Bendit tardou muito mais e ainda assim é, fundamentalmente um verde, que mantém valores de respeito às origens dos movimentos sociais (Castells, A era das wikirrevoluções apud Jordi Rovira, Observatório da Imprensa, 08/03/2011 reproduzido do IHU Instituto Humanitas Unisinos, 2/3/2011).

Jovens, Movimentos e Manifestações Contemporâneas

A novíssima onda de movimentos sociais que assola a Europa, o Oriente Médio, os Estados Unidos, Canadá e América Latina, via ocupações de praças, parques e ruas, é a novidade no cenário das lutas sociais deste século; eles diferem, conforme assinalamos acima, dos movimentos dos anos de 1990 e diferem muito mais ainda de 1968, embora tenham várias características comuns, como o uso dos espaços públicos, o uso de diferentes formas de comunicação etc. São os movimentos dos Indignados europeus, os Occupy praças e ruas iniciado em Wall Street, e a Primavera Árabe. Embora com grandes diferenças e especificidades históricas, esses movimentos estão reformulando a pauta das demandas identitárias para demandas grupais focadas em problemas da vida cotidiana-emprego, finanças/salário, dívidas, serviços sociais como educação e saúde, terra para viver e plantar (demanda já secular, agora em confronto com o agronegócio e outros) etc. A maioria desses movimentos é composta por jovens. O repertório de ações dos novos movimentos retomam as ocupações em praças, parques e locais estratégicos simbólicos ao capital financeiro, como o Parque Zuccotti, perto da Bolsa de Nova York, ou a Praça em frente ao Banco Central europeu, em Frankfurt. Assembleias populares voltam a ser espaços de decisão dos rumos e passos a seguir, aliadas à intensa conectividade pelas redes sociais. Oposição ao mercado financeiro, especialmente ao capital especulativo que atua em escala global, e as grandes corporações financeiras, são alvos dos protestos. Segundo Geoffrey Pleyers (2011), estes movimentos são simultaneamente reativos (à crise econômica); criativos (porque são espaços de experimentação, criatividade expressão da subjetividade dos ativistas), assim como são movimentos democráticos (por seus valores, práticas e inovações). (vide também McDonald, 2006).

Marchas, manifestações e ocupações na atualidade são promovidas por coletivos organizados que estruturam, convocam/convidam e organizam-se online, via redes sociais. A participação nos eventos acontece via agregação ad hoc. De simpatizantes da causa, os sujeitos que atendem às chamadas para os atos de protesto poderão se tornar ativistas de um novo movimento social. A sensibilização primeira é a uma causa, vista como um problema social, seja a corrupção de políticos, a ganância de banqueiros, o preconceito contra gays etc. As manifestações, os atos, são o chamariz, que poderão se transformar em motivação prioritária na vida dos sujeitos mobilizados. E o movimento ganha novo ativista. As pedagogias alternativas utilizadas também se recriam, se reinventam, porque a conjuntura sociopolítica, econômica, cultural, tecnológica, é outra. Predominam nas marchas e ocupações as encenações, os dramas e representações visuais, porque importa atrair a atenção da grande mídia. Nelas também temos pedagogias de aprendizagens e construção de saberes, e o desenvolvimento de mídias próprias, nos blogs e mensagens.

As marchas como recurso para mobilizações populares já são bastante antigas. Nos séculos XVIII e XIX, na Europa, já se recorria às marchas para protestar, fazendo uso também das músicas e palavras de ordem, formas básicas de se comunicar, pois a maioria da população era analfabeta. Nas marchas e passeatas, havia a figura dos “repetidores”, homens que ficavam em altos postes gritando palavras de ordem, repetindo o discurso das lideranças etc. Essa estratégia possibilitava que o grito das massas ecoasse conjuntamente, pois as pessoas repetiam; ou que os manifestantes, em silêncio, ouvissem o conteúdo dos discursos. No século XX, com a escrita e acesso de muitos à escolarização, com os gramofones e autofalantes, os “repetidores” foram sendo substituídos por instrumentos de som, surgiram os jornais de categorias, boletins, cartilhas, e imagens do cinema (antes mudo, depois os vídeos). As marchas tornaram-se mais barulhentas. Vieram ainda o carro de som, o trio elétrico. Neste século, surgiram as mobilizações online, organizadas via blogs, Twitter, Facebook, monitores online, torpedos e mensagens de celulares – ferramentas poderosas e econômicas para acessar as redes sociais etc. Também se criam recursos para mapear não só o trajeto, mas também os principais pontos de repressão. Curiosamente, em 2011, em momentos de repressão, como ocorreu com o movimento Occupy Wall Street, quando os megafones foram proibidos, os manifestantes usaram as antigas estratégias: “o microfone humano”. A multidão próxima dos oradores repetia as frases dos oradores.

As Manifestações de junho de 2013 no Brasil

Em junho de 2013, ocorreu em 12 capitais brasileiras, e em várias outras cidades de médio porte, uma onda de manifestações populares que reuniu mais de um milhão de pessoas, com similares em apenas em três momentos da história do país: em 1992, no impeachment do ex-presidente Collor de Melo; em 1984, no movimento Diretas Já, no período do regime militar, em luta pelo retorno à democracia; e nos anos de 1960, nas greves e paralizações pré- golpe militar de 1964, e nas passeatas estudantis de 1968. Os protestos rapidamente se espalharam e se transformaram em revolta popular de massa. Até agosto de 2013, estima-se que cerca de mais de 2 milhões de pessoas foram às ruas em 438 municípios protestar, na condição de cidadão indignado, contra a qualidade de vida urbana, problemas nos transportes, saúde e educação.

A cidade de São Paulo tem diferentes marcos territoriais que se transformaram em zonas de protestos na cidade. Até a década de 1980, o centro antigo, histórico, era o ponto usual, tendo a Praça da Sé como sítio principal. A cidade cresceu, deslocou seu centro comercial e financeiro e os protestos também seguiram as mudanças. A Avenida Paulista passou a ser o novo marco, tanto para protestos como para celebrações (Copa, Réveillon, passeatas GLBTTS etc.). Os protestos até junho de 2013 transcorriam na avenida de forma tradicional: carros de som puxados por centrais sindicais, MST e outros movimentos sociais. Bandeiras, cartazes, balões, longos discursos, a maioria em tom de gritos altíssimos, irados. São protestos planejados, muitos convocados nas portas das fábricas e feitos pelos sindicatos, com infraestrutura de transporte aos participantes que incluía, às vezes, até o lanche/alimentação. As manifestações de junho trouxeram para a avenida outro tipo de protesto e outros atores sociais, assim como fizeram renascer um novo ponto para as manifestações e protestos, fruto das transformações da cidade – o Largo da Batata, em Pinheiros, local de uma nova estação de Metrô, espaço de articulação de várias regiões, tais como: a Av. Faria Lima, a Praça Pan Americana, que se liga à Cidade Universitária da Universidade de São Paulo, e conexões próximas com o centro e Av. Paulista via Av. Rebouças, Teodoro Sampaio, Cardeal Arcoverde etc. Dentre as manifestações ocorridas em São Paulo em junho de 2013, a do dia 17, no Largo da Batata, foi a maior e a mais expressiva, por demarcar uma virada na opinião pública, favorável às manifestações.

Considerações finais: os jovens nas praças e os novos paradigmas do protesto social

O que demandam as atuais marchas e ocupações em diferentes partes do globo? No exterior, há dois eixos temáticos centrais: democracia e liberdade de expressão no Oriente Médio (Tunísia, Egito, Síria, Iêmen, Argélia, Turquia Líbia, Síria, Arábia Saudita etc.) e, na Europa, contra as recentes reformas econômicas, os acordos fechados com o FMI e a rejeição à categoria dos políticos-tidos como corruptos e desvinculados dos interesses da população (especialmente Espanha, Portugal, Grécia, Islândia, França, Inglaterra, Alemanha etc.). Ou seja, nessas regiões e países, as marchas retomam bandeiras socioeconômicas e políticas, um tanto quanto esquecidas desde os anos de 1960. As possíveis explicações para esse retorno são muitas, a maioria delas passa pelas políticas socioeconômicas excludentes da fase do capitalismo globalizado, que aumentou as desigualdades sociais e desequilibrou regiões que antes mantinham certo equilíbrio na condução de suas políticas sociais nacionais. No Brasil, o ponto denotador em junho de 2013 foi a questão do aumento da tarifa dos transportes públicos, levantada pelo movimento Passe Livre – MPL. A ela seguiu-se uma extensa pauta de reivindicações, todas vinculadas aos serviços públicos, especialmente educação e saúde, e o mau uso dos recursos públicos (na ocasião, milhões eram destinados aos estádios e preparativos para a Copa das Confederações de 2013 e Copa Mundial de 2014).

Um fato comum nas manifestações, nos diferentes locais destacados neste texto, é o uso do espaço público para realizá-las, em praças, parques e ruas ou avenidas emblemáticas para a memória da população local, e lugar estratégico de acesso – perto de estações de metrô, por exemplo Citamos: Praça Mohammad Bouazizi, Túnis, na Tunísia, Praça Tahrir no Cairo, Egito, Praça da Puerta del Sol, em Madri e praça Catalunha, em Barcelona, na Espanha, Praça Syntagma em Atenas, na Grécia, escadarias da igreja de Saint Paul, em Londres, na Inglaterra, Parque Zuccoti/Wall Street, em Nova York, nos Estados Unidos, Willy-Brandt Platz, em Frankfurt, na Alemanha, e Av. Paulista e Largo da Batata, em São Paulo, no Brasil, etc. Em alguns casos, a praça não é somente local de acolhimento das manifestações – ela é o fato político que impulsiona os protestos, como no caso da Praça Taksim, em Istambul/Turquia e a defesa do Parque Gezi, anexo a ela. David Harvey destaca que o uso da praça como espaço público é mais importante que o fluxo de comunicação pela internet, por meio do uso das novas tecnologias pelos manifestantes. Ele denomina este fato de “união dos corpos no espaço público” (Harvey, 2012: 61). Marion Strecker, jornalista e cofundadora do UOL, fez uma comparação interessante. Diz ela: “Occupy é política movida pela pólvora da má economia. Democracia voltando às origens: à praça pública. Mas me lembra demais a internet: não tem um poder central, se desenvolve de modo imprevisível, em direções e em ritmos que não conhecemos antes de acontecer” (M. Strecker, Occupy Wall Street e a web, Folha de São Paulo, 17/10/2011, Mercado, B9).

Vários analistas destacam que faltam a esses movimentos definições estratégicas, programáticas e teóricas (ver Mike Davis, Žižek, etc. 2012); Destacam também o cenário sombrio crise econômica e desemprego. Observa-se, nessas análises, que muitos dos que não encontram programa ou estratégias claras nas manifestações o fazem sob a ótica teórica da esquerda, da luta de classes etc., que certamente não é a mesma de uma grande parte dos manifestantes. Ao contrário desses analistas, encontramos nas manifestações muitas matrizes no anarquismo, em várias de suas leituras ao longo da história. Além de ocorrerem em tempo histórico comum, de terem nas redes e mídias sociais um poderoso aliado, e contarem com grande participação de jovens, há grandes diferenças entre as novas formas mencionadas. Por isso, concordamos com a crítica feita por Contardo Calligaris, que disse: “esses movimentos e manife9 tações tem uma só coisa em comum: todos juntos, eles permitem uma espécie de ‘pauta projetiva’. Ou seja, eles não têm pauta comum (e, às vezes, não tem pauta alguma), mas, uma vez reunidos, constituem um conjunto suficientemente incerto para que nós, observadores, possamos lhes atribuir uma pauta que é da gente.” (C. Calligaris, A pauta dos jovens sem pauta comum, Folha de São Paulo, 17/11/2011, E14.).

Alain Badiou (2012) trata de entender a repolitização das lutas nesta nova década deste século segundo os tipos de revoltas existentes. Ele subdivide as revoltas em três tipos: 1 - imediatas (destacam-se os jovens, com sua capacidade de reunião, mobilidade, invenção linguística e táticas, em um dado território), 2 - latentes (criação de diferentes tipos de resistência a ações de controle ou medidas impopulares, a partir de sentimento e subjetividade das pessoas, gerando uma unidade de tipo novo), e 3 - históricas (as que possibilitam novos estágios na história da política, resultado de uma revolta imediata, é uma revolta pré-política, como a Primavera Árabe) (Badiou, 2012: 36). Para Badiou, sem engajamento dos indivíduos enquanto sujeitos, nada acontecesse, não há progresso.

Para Castells (2013), movimentos sociais como os tratados neste artigo são parte de um movimento coletivo e global, que não é político e sim social, incorporam componentes emocionais que lutam pela dignidade perdida ou aviltada, trazem a esperança de volta. Segundo Castells, esses movimentos realizam uma transformação cultural, que está na base de qualquer transformação de poder e constroem significados na mente das pessoas. Eles começam na internet, mas não são essencialmente digitais. Vão para as ruas e praças e, quando saem do espaço público, continuam no ciberespaço, porque adquiriram capacidade de autocomunicação de massa. Eles são “fonte da mudança social, e portanto da constituição da sociedade” (2013:17).

Material suplementar
Referências
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