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Notas sobre o III CLUP – Colóquio Latinoamericano sobre Urbanização e Patrimonialização, Guadalajara, México
PatryTer, vol. 7, núm. 13, e51570, 2024
Universidade de Brasília



Recepción: 01 Agosto 2023

Aprobación: 01 Septiembre 2023

Publicación: 01 Noviembre 2023

DOI: https://doi.org/10.26512/patryter.v7i13.51570

O CLUP - Colóquio Latino-americano sobre Urbanização e Patrimonialização consolida-se como evento acadêmico bienal, que reúne pesquisadores da América Latina e Caribe, comprometido com a difusão e o debate de produções acadêmicas teórico e metodologicamente vinculadas à dinâmica contemporânea de territórios urbanos e rurais no continente, com vias a potencializar práticas territoriais alternativas.

O evento é dirigido pelo GECIPA (Grupo de Pesquisa CNPq sobre Cidades e Patrimonialização na América Latina e Caribe), do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília/UnB, fundado em 2011 e sob coordenação geral do professor Everaldo Batista da Costa.

O III CLUP deveria ocorrer em outubro de 2021. Porém, pelo contexto pandêmico da Covid-19, fez-se necessária a prorrogação do evento para setembro de 2022 - 3 anos após a realização do II CLUP (cuja sede foi a Universidade de Brasília). O III CLUP ocorreu na Universidade de Guadalajara – UdeG, com a direção também da Universidade de Brasília (GECIPA/Departamento de Geografia) e da Universidad Nacional Autónoma de México (Instituto de Geografía – SIECyT).

O evento realizado no Auditório Salvador Allende, do Centro Universitário de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade de Guadalajara - CUCSH/UdeG reuniu, entre 08 e 10 de setembro de 2022, cerca de 30 universidades e/ou institutos de pesquisa do Brasil, México, Cuba e Colômbia. Ocorreram 9 mesas, além das pesquisas comunicadas em formato de pósteres; foram 49 trabalhos de pesquisadores(as) das Ciências Humanas e Sociais, e de outras áreas do conhecimento, dos quais 11, depois de criteriosa avaliação do Conselho Científico, foram aceitos para publicação na nova edição da PatryTer – Revista Latinoamericana e Caribenha de Geografia e Humanidades (vol. 5, n. 10 e vol. 6, n. 11).

As temáticas discutidas buscaram, além de denunciar e criticar as resultantes da urbanização e da patrimonialização desenfreadas na América Latina e Caribe, apresentar teorias, metodologias e experiências empíricas de gestão e planejamento em favor dos sujeitos e contra as desigualdades socioespaciais ainda vigorantes nas cidades-campo do continente.

O III CLUP/Guadalajara teve início com o Ato Inaugural e palavras de boas-vindas dadas pela Dra. Katia Magdalena Lozano Uvario (representação do Dr. Juan Manuel Durán Juárez, Reitor da UdeG), pela Dra. Patricia Cordova Abundis (Diretora da Divisão de Estudos Históricos e Humanos da CUCSH) e pelo Mtro. Javier Rentería Vargas (Chefe do Departamento de Geografia da UdeG).

Posteriormente, Dr. Everaldo Costa (UnB), Dra. Ilia Alvarado (UNAM), Dr. Luis Felipe Cabrales (UdeG), Dr. José Omar Moncada Maya (UNAM), Dr. Fernando Araújo Sobrinho (UnB) e Dcte. Renata Montenegro (UnB) expuseram questões sobre o evento e sua relação com o GECIPA, assim como do movimento de colaboração atual e futura México-Brasil. Em seguida, o Dr. Everaldo Costa (Editor chefe da PatryTer) e a Dra. Ilia Alvarado (Editora associada), acompanhados por outros integrantes da comissão editorial executiva e do comitê científico, apresentaram a nova edição da revista e comunicaram o início da publicação do periódico em fluxo contínuo, desde janeiro de 2023.

No primeiro dia de apresentação (com 4 mesas), foram analisadas questões referentes à cidade, ao turismo e às políticas de intervenções em centros históricos, associados ao controle e usos do território na América Latina, como o caso de Brasília/Brasil (valorização da terra urbana e do mercado imobiliário), e dos bairros La Ermita de Santa Isabel e El Venado, respectivamente, em Yucatán e Guanajuato, México, nos quais a vida cotidiana ganha potência nas relações populares estabelecidas com os centros históricos constitutivos de memórias coletivas e inversão de capital pelo turismo.

Outras apresentações abordaram a interação rural-urbano na América Latina, o planejamento territorial e a produção de desigualdades. A transformação urbana-arquitetônica e socioeconômica em Comitán, Chiapas/México relacionadas às fazendas porfiristas; a análise de fontes e acervo documental recém-descoberto sobre o planejamento territorial em Guadalajara/México desde 1949, que contém informações de unidades imobiliárias, como valor do terreno, representados em cartogramas e tabelas. Estes são alguns exemplos dos destacados estudos apresentados nas mesas do primeiro dia do III CLUP.

No segundo dia, os trabalhos debatidos (em outras 5 mesas) trataram sobre arquitetura e urbanismo, da categoria paisagem associada a formas de representação espacial (como através da literatura), de formas de manutenção de ritos sagrados e profanos na história do território. Estes estudos comprovaram o vigor atual da Geografia e outras ciências sociais nos estudos sobre a paisagem, o território e a cultura. Outras apresentações se embasaram em discussões sobre os “utopismos patrimoniais” e o “patrimônio-territorial”, conforme proposição de Costa (2016, 2021), aplicado e revisado desde experiências empíricas brasileiras em Brasília (Queiroz, 2021; Araújo, 2022) e Recife (Fernandes & Fazito, 2022), por exemplo; debates que problematizam as desigualdades socioterritoriais e o território usado (Santos, 1994; Sousa, 2022).

Nas discussões que intercalaram as mesas do evento, questões referentes ao sujeito, à memória, aos utopismos, à valorização do lugar e do território ancestral indígena e/ou afrodescendentes estiveram no centro das reflexões, alçados como potenciais de transformação da realidade vivida por aqueles que seguem condicionados pela colonialidade do poder e do saber na América Latina e o Caribe (Quijano, 2005; Costa & Moncada, 2021).

Ao final do segundo dia, com a cerimônia de encerramento do III CLUP, após homenagens e agradecimentos às equipes organizadoras de Brasília (UnB) e de Guadalajara (UdeG), foram anunciadas as candidaturas para o IV CLUP (2024): Universidade de São Paulo (Brasil), Universidade Federal da Integração Latino-americana (Tríplice fronteira Argentina, Brasil e Paraguai); Universidade Nacional do Sul (Bahia Blanca, Argentina) e a Universidade Nacional da Patagônia (Comodoro Rivadavia, Argentina).

Constitui-se uma comissão de docentes que elegeu a Universidade Nacional do Sul (Bahia Blanca, Argentina) como sede do IV CLUP, que ocorrerá na última semana de setembro de 2024, com a direção geral de Everaldo Costa (UnB/Brasil), Ilia Alvarado (UNAM/México) e Roberto Bustos Cara (UNS/Argentina) entre outras razões, para levar o evento a mais um país latino-americano.

O terceiro dia de atividades foi dedicado ao trabalho de campo coordenado pelo professor Luis Felipe Cabrales, em Tlaquepaque (município da área metropolitana de Guadalajara fundado em 1530), onde o artesanato (em vidro, cerâmica, madeira e ferro) associado a museus e obras arquitetônicas deram notoriedade ao lugar enquanto destino turístico nacional e internacional.

Por fim, o III CLUP apresentou trabalhos capazes de refletir e propor ações no caminho da justiça espacial, do enfrentamento das desigualdades socioespaciais nas cidades-campo na América Latina e Caribe. Nesse sentido, convidamos aos e às estudiosas da urbanização e da patrimonialização em nosso continente a participar no IV CLUP, Bahia Blanca, Argentina, em setembro de 2024. A convocatória ou circular já foi publicada nas redes sociais da PatryTer (Instagram e Facebook) e também na página da revista.[I]


Figura 1
Encerramento do III CLUP - Guadalajara, México, setembro de 2022, com alguns dos participantes
Acervo GECIPA, 2022.

Referências bibliográficas

Araújo, R. (2022). Utopismos patrimoniais, discursos urbanos e hermenêutica: aproximações conceituais e de método. PatryTer, 5(10), 198–218. https://doi.org/10.26512/patryter.v5i10.42882.

Costa, E. (2016). Utopismos patrimoniais pela América Latina: resistências à colonialidade do poder. In Actas XIV Colóquio Internacional de Geocrítica (pp. 1-32). Barcelona: Universidad de Barcelona. http://www.ub.edu/geocrit/xiv_everaldocosta.pdf.

Costa, E. (2021). Patrimonio-territorial y territorio de excepción en América Latina, conceptos decoloniales y praxis. Revista Geográfica Venezolana, 62(1), 109–127. https://doi.org/10.53766/RGV/2021.62.01.05.

Costa, E. & Moncada, J. (2021). Decolonialidad originaria latinoamericana y condicionamiento barroco del territorio novohispano: conventos, presidios y pueblos de indios. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, 30(1), 3-24. https://doi.org/10.15446/rcdg.v30n1.80924.

Fernandes, B. & Fazito, M. (2022). Turismo y activación popular del frevo como ‘patrimonio-territorial’ de Recife, Pernambuco, Brasil. PatryTer, 5(10), 249–270. https://doi.org/10.26512/patryter.v5i10.41178

Queiroz, P. (2021). Patrimônio-territorial indígena na urbanização de Brasília e no Santuário Sagrado dos Pajés: contexto latino-americano (Dissertação de mestrado em Geografia). Universidade de Brasília, Brasília.

Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. CLACSO.

Santos, M. (1994). O retorno do território. Anpur/Hucitec.

Sousa, G. (2022). Espaço público como expressão ativa do território usado. PatryTer, 5(10), 273–295. https://doi.org/10.26512/patryter.v5i10.42743.

Notas

[I] Ver circular do IV CLUP em: https://periodicos.unb.br/index.php/patryter/coloquio


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