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VIOLÊNCIAS VERBAIS NAS RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO: CONFLITOS, CONFLITUALIDADES E O RECONHECIMENTO SOCIAL

VIOLENCIAS VERBALES EN LAS RELACIONES PROFESOR- ALUMNO: CONFLICTOS, CONFLICTUALIDADES Y RECONOCIMIENTO SOCIAL

VERBAL VIOLENCES IN PROFESSOR-STUDENT RELATIONS: CONFLICTS, CONFLICTUALITIES AND SOCIAL RECOGNITION

Maria Cecília LUIZ 1
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Brasil
Jéssica Veloso MORITO 2
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Brasil

VIOLÊNCIAS VERBAIS NAS RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO: CONFLITOS, CONFLITUALIDADES E O RECONHECIMENTO SOCIAL

Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, vol. 17, núm. 1, pp. 297-313, 2022

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação 2022

Recepción: 18 Agosto 2020

Recibido del documento revisado: 28 Septiembre 2021

Aprobación: 17 Noviembre 2021

Publicación: 02 Enero 2022

Resumo: Este artigo teve como objetivo compreender como as situações de violência ocorrem nas relações professor-aluno, na visão de estudantes do Ensino Fundamental (ciclo II), em uma escola de ensino integral. Como metodologia desenvolveu-se uma pesquisa-intervenção, com ateliês utilizando a arte para ouvir e compreender as relações em sala de aula. Com as análises percebeu-se que o reconhecimento social foi essencial e propiciou à escola a função de socializar as relações em seu cotidiano, com formação cidadã e democrática; a forma autoritária de alguns docentes propiciou conflitos geracionais, pois não levou em consideração a ampla conexão de diferentes estudantes e suas diferenças; o autoritarismo na escola intensificava as violências simbólicas, estabelecendo tensões nos discentes humilhados e, por vezes, violentos; por fim, na paisagem sonora escolar e nos tipos de situação que ocorrem em seus espaços coletivos percebeu-se um potencial de transformações nas relações, encarando os conflitos sociais como positivos.

Palavras-chave: Violências escolares, Relação professor-aluno, Conflitos, Reconhecimento social, Pesquisa-intervenção.

Resumen: Este artículo tuvo como objetivo comprender cómo las situaciones de violencia ocurren en las relaciones profesor-alumno, en la visión de los estudiantes de primaria (ciclo II), en una escuela integral. Como metodología, se desarrolló una investigación de intervención, con talleres que utilizan el arte para escuchar y comprender las relaciones en el aula. Con los análisis se percibió que el reconocimiento social era esencial y proporcionaba a la escuela la función de socializar las relaciones en su vida cotidiana, con formación ciudadana y democrática; la forma autoritaria de algunos maestros propiciaba conflictos generacionales, porque no tenía en cuenta la amplia conexión de los diferentes estudiantes y sus diferencias; el autoritarismo en la escuela intensificaba la violencia simbólica, establecer tensiones en estudiantes humillados y a veces violentos; finalmente, en el panorama sonoro escolar y en los tipos de situaciones que ocurren en sus espacios colectivos, se percibió un potencial de transformaciones en las relaciones, considerando los conflictos sociales como positivos.

Palabras clave: La violencia escolar, Relación profesor-alumno, Conflictos, Reconocimiento social, Investigación-intervención.

Abstract: This article aimed to understand how situations of violence occur in teacher-student relations, in the view of elementary school students (cycle II), in a full-time education school. As a methodology, an intervention research was developed, with workshops using art to listen and understand relationships in the classroom. With the analyses it was noticed that social recognition was essential and provided the school with the function of socializing relationships in their daily lives, with citizen and democratic education; the authoritarian form of some teachers led to generational conflicts, as it did not take into account the wide connection of different students and their differences; authoritarianism at school intensified symbolic violence, establishing tensions in humiliated and sometimes violent students; finally, the school sound landscape and the types of situation that occur in its collective spaces, a potential for transformations in relationships was perceived, taking social conflicts as positive.

Keywords: School violence, Teacher-student relations, Conflicts, Social recognition, Research-intervention.

Introdução

Este texto derivou das observações e diálogos com o corpo discente feitos durante uma pesquisa-intervenção realizada em uma escola de Educação Básica, com reflexões sobre a temática das violências. As discussões são desencadeadas a partir da óptica do olhar dos estudantes do Ensino Fundamental – ciclo II, de uma escola estadual de ensino integral, no interior de São Paulo/Brasil, no recorte das relações conflituosas com professores; com a hipótese de que o estudante é vítima, mas, também, protagonista de violências no meio escolar.

Buscou-se, de início, referenciais teóricos a respeito de situações de violências escolares na perspectiva de quatro autores: Dubet (1994) e a sociologia da experiência; Honneth (2003) e o reconhecimento social; Simmel (1977; 1983 e 2006) e conceito de conflitos sociais; Tavares dos Santos (2009) e a concepção da sociologia das conflitualidades. A escolha desses autores se pontuou no impacto dos estudos dos mesmos sobre a mundialização de problemas sociais – como é o caso das violências sociais e escolares –, mas em nenhum momento houve a intenção de fazer interrelação entre as teorias ou comparação entre os autores, até porque estes estabelecem seus conceitos em épocas e locais distintos.

A educação é um processo dinâmico, portanto sempre vai estar em transformação contínua, assim como educadores e educandos. O ensino possibilita meios de estruturar uma construção interna – que pode ser positiva ou negativa, dependendo dos direcionamentos das práticas pedagógicas – dos sujeitos, principalmente quando se sustenta um ambiente democrático em que todas as vozes podem manifestar suas verdades e particularidades – com possibilidades de fazer críticas, ter opiniões e criatividade na esfera educacional. O objetivo deste artigo foi, a partir deste aporte teórico, analisar as violências escolares como um fenômeno social plurifacetado, portanto, amplo e, ao mesmo tempo, particular – conforme o local e os sujeitos –, com atenção especial às situações de conflito, principalmente, nas relações entre professor e aluno, sob a percepção dos discentes.

Referenciais teóricos

Para entender como ocorriam os conflitos e violências nas relações professor-aluno, como já foi dito, utilizou-se de quatro teorias distintas: a sociologia da experiência; o reconhecimento social; os conflitos sociais; e as conflitualidades.

Segundo o sociólogo francês François Dubet (1994), a sociologia da experiência dá enfoque à reflexão sobre as diferentes gerações e suas experiências sociais e práticas. As várias transformações ocorridas nas sociedades capitalistas – principalmente, as influências da tecnologia na economia, política, cultura e educação – têm proporcionado a diversidade das lógicas de ação, bem como as exigências da individualidade de cada um, em proporções desiguais.

Neste sentido, muito mais do que as influências do entorno imediato existem as de um mundo globalizado, cujas fronteiras, valores, alcances relativos às formas de pensar, desejar, atuar são estendidas pelas novas tecnologias de comunicação e de interação com o mundo virtual. Essa ação propiciada pela internet e redes sociais conecta os sujeitos em tempo real e interfere na construção da subjetividade, assim, diferentes gerações se apropriam dos princípios culturais e sociais de forma heterogênea, de forma singular.

Para além da escola, educadores e educandos fazem parte de vários mundos virtuais que exercem influências em suas subjetividades – a partir de normas e valores – e, também, no cotidiano escolar. O autor afirma (1994) que é justamente no exercício destas experiências que surgem os conflitos. Algo que foi levado em conta nesta investigação.

Para o filósofo Axel Honneth (2003) – vinculado à tradição da Teoria Crítica –, a teoria do reconhecimento social aponta para a intersubjetividade existente na vida comunitária como uma importante fonte de formação do sujeito na e para a vida coletiva. Com base em Hegel, o autor (2003) compreende que o reconhecimento social atribui de forma positiva um valor a outro sujeito ou grupo social, cujos valores, crenças, forma de ver, conceber e estar no mundo são respeitadas.

Honneth (2003) encontra, também, na psicologia social de Mead (1972), o processo de reconhecimento recíproco entre os sujeitos. Desta forma, existem dois pontos fundamentais: o reconhecimento intersubjetivo – determinante na formação da identidade e no processo evolutivo da sociedade – e o reconhecimento dos sujeitos – a luta do reconhecimento social. Tendo como premissa o respeito às diferenças, o reconhecimento social torna-se fundamental nos momentos de conflitos cotidianos escolares, visto que reconhecer no outro um sujeito igual – mesmo sendo diferente em suas particularidades – propicia à escola um papel socializador de formação cidadã e democrática.

Segundo o sociólogo alemão George Simmel (1977; 1983; 2006), a teoria sociológica do conflito social trata os conflitos como eventos positivos para a sociedade. O autor afirma que os conflitos sociais representam uma interação entre sujeitos e grupos, e podem propiciar alternativas para a equalização de problemas na sociedade. É uma abordagem que analisa todo o tipo de situação que ocorre na vida coletiva, com potencialidade de transformações nas relações e como fator de reconstrução e de reestruturação social.

Denomina-se conflitos sociais as situações que se originam de diferenças entre os pensamentos e opiniões dos sujeitos, isto é, referem-se ao caráter diversificado, as motivações para a ação e as percepções relacionadas aos valores. Mesmo adotando uma perspectiva otimista sobre os conflitos sociais e escolares, sabemos que estes podem se transformar em espaços de produção e reprodução de ações violentas.

Pensar que os conflitos escolares sempre existirão, visto que as regras e hierarquias se contrapõem às vontades individuais dos estudantes, significa incluir perspectivas democráticas na cultura organizacional da escola, caso contrário, a tendência é aumentar, ainda mais, os desentendimentos e as violências.

Para o sociólogo gaúcho José Tavares dos Santos (2009), a sociologia das conflitualidades nasce a partir de dois problemas sociais: a criminalidade e a violência. Segundo Santos (2009), a sociologia das conflitualidades é um paradigma explicativo que busca compreender as práticas sociais consideradas violentas e que são características próprias da sociedade moderna ocidental. Do reconhecimento de processos e conflitos sociais – como fenômenos históricos e temporais – Santos (2009) elabora uma perspectiva relacional em que as classes e grupos sociais são construções práticas e simbólicas posicionadas na estrutura social.

Este ponto de vista compreende a existência de violências no âmbito sociopolítico, mas, também, no cotidiano, como: questão de gênero, homossexualismo, racismo etc. Estas estão presentes em todos os espaços sociais e projetam seus reflexos na escola, podendo ser vistos no conjunto geral de ações de estudantes, familiares e equipe escolar (gestores, docentes, funcionários).

Ao compreender-se a questão dos conflitos, na perspectiva de autores como Simmel (1977; 1983; 2006), Honneth (2003) e Dubet (1994), entende-se que existem momentos de tensão, mas estas propiciam o reconhecimento do outro em sua singularidade, ao mesmo tempo em que por meio do diálogo construtivo se transformam em motor de novos arranjos sociais. Já as violências, que estão presentes na realidade social e, também, no cotidiano escolar, referem-se a situações de opressão e dominação, situações extremas, para as quais já não há possibilidade de diálogo e de compreensão entre os sujeitos e/ou grupos sociais.

A violência verbal se caracteriza pela inércia prescrita abruptamente, pela passividade imposta à força e pelo silêncio, de modo que, quando a atividade e a fala de outrem são impedidas ou anuladas, há agressão;

[...] caracteriza-se essa violência como uma atitude oral ou escrita agressiva, bem como a utilização de palavras danosas, que tem a intenção de ridicularizar, manipular, silenciar, ameaçar etc. Esta prática pode estar velada sob a perspectiva de brincadeiras que deixam os sujeitos sem graça, envergonhados e, muitas vezes, sem condições de defesa (MORITO; SILVA; MOURA, 2019, p. 141).

Ainda nesse ponto, conceitualizaremos além, a violência verbal é concebida como a ruptura do viés comunicativo, fazendo com que ocorra o distanciamento dos corpos do discurso que por resistência respondem à força imposta com uma força equivalente; assim há uso do verbo para transgredir a sensação de coibição, rebaixamento, indiferença ou limitação pela imposição de poder; utilizando de meios diversos correlacionados aos corpos, espaços e tempos e suas expressões ao todo, havendo ou não alteridade nesse enlace.

Basicamente, a violência verbal será adota como uma falha no princípio da comunicação que é a interlocução dos sujeitos; na utilização da verbalidade, e todos os compostos, como corpo, espaço, tom, gestos, reações físicas e afins; para retribuir uma imposição, a fim de tentar se igualar ou ferir o outro na mesma proporção de agressão sentida; ou seja, o uso do verbo para resolver uma situação de conflito agravada pela falta de diálogo e resoluções.

A lógica de educadores e educandos não são as mesmas – e nem poderiam ser – (TAVARES DOS SANTOS, 2009), mas por meio do diálogo entre as diversas subjetividades, ou intersubjetividades (HONNETH, 2003), poderia ocorrer uma articulação dessas diferenças, possibilitando um ambiente de socialização na escola, com melhor preparação cultural para os discentes e mais respeito entre as gerações, isto é, menos conflitos e violências (DUBET, 1994).

O reconhecimento social (HONNETH, 2003) pode propiciar a visão de que conflitos não são ameaças ao bom convívio (SIMMEL, 1977), ao contrário, possibilitam que o outro seja reconhecido em suas singularidades e por elas seja respeitado. Com base nestes aportes teóricos realizou-se uma pesquisa-intervenção como procedimento metodológico. O problema estava nas relações entre professor-aluno, principalmente, no processo de comunicação entre eles e as violências verbais que aconteciam na escola.

Procedimentos metodológicos

A pesquisa-intervenção foi realizada devido à possibilidade de ministrar uma disciplina eletiva chamada “Já sofreu violência na escola? Reflexões práticas em ateliês”, sendo que o levantamento de dados aconteceu no segundo semestre de 2019, com 35 alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental de uma escola estadual de ensino integral. Fez-se uso de ferramentas metodológicas como: observação participante; grupos de discussão; produções artísticas e análise de material produzido pelos discentes.

Trabalhar com grupos juvenis com diversos contextos intersociais e culturais exigiu rigor na coleta de dados, cuja confrontação de códigos de comunicação e estilos de identificação poderia causar, a princípio, distanciamento e/ou estranhamento. Para Bohnsack e Weller (2006), os grupos de discussão adquirem processos interativos, discursivos e coletivos e, para serem analisados, devem-se considerar as representações e os significados elaborados pelos sujeitos.

Para poder ouvir melhor os estudantes, dividiu-se a turma em quatro grupos de discussão. Esses grupos foram constituídos por no máximo dez alunos e seguiam alguns princípios, como: estabelecer um contato recíproco com todos os sujeitos, proporcionar uma base de confiança mútua, dirigir as perguntas ao grupo como um todo, iniciar a discussão com uma pergunta que estimulasse a interação entre os integrantes, permitir que a ordenação de falas seja feita pelo coletivo, formular questionamentos narrativos, permitir que a coletividade dirija as formas dos debates e intervir somente quando solicitado ou perceber que é necessário (BOHNSACK; WELLER, 2006).

Toda semana, no decorrer do semestre, desenvolveram-se várias atividades na escola durante os ateliês, abarcando as violências verbais com o enfoque nas artes – uma oportunidade de evidenciar a violência que, muitas vezes, não é percebida no cotidiano escolar. As várias ações, nos ateliês, foram elaboradas e executadas por pesquisadores (professores e estudantes de graduação e pós-graduação) e por docentes da escola de Educação Básica.

A pesquisa foi submetida na Plataforma Brasil, seguindo todas as questões éticas. Durante os grupos de discussões, a pergunta norteadora era: “como vocês veem a violência verbal?”. Neste aspecto, também, compreendeu-se como a violência ocorria no mundo, na escola e nas relações interpessoais (neste texto abordam-se somente as violências verbais na escola).

Conforme as opiniões e concepções dos discentes foram sendo constituídos os espaços de partilhas, as narrativas de experiências, as reflexões sobre a violência verbal nas relações, e a forma como estilos culturais globalizados eram apropriados e ressignificados dentro do ambiente escolar pelos jovens. Com a concretude de exercícios artísticos, por meio de imagens – fotografias ou audiovisuais –, desenhos, narrativas literárias, teatro etc., em ateliês, os alunos puderam vivenciar e repensar suas relações em sala de aula, ao invés de apenas relatarem um acontecimento.

Ao participarem dos grupos de discussão com frequência, conforme as semanas iam passando, os adolescentes tiveram oportunidades de abordar suas experiências de desintegração, exclusões e inseguranças no âmbito escolar, muitas vezes, geradas a partir de situações de violência verbais ou silenciamento. Esses grupos de discussão tornaram-se espaços comunicativos onde se documentou as questões da coletividade, além de propiciar reflexão sobre os modelos que orientavam as ações dos sujeitos.

Ao perceberem a naturalização das violências, durante os ateliês, os alunos relatavam e manifestavam suas visões a respeito dos casos ocorridos em sala de aula e percebiam as relações hierárquicas estabelecidas entre professores e alunos. No cotidiano escolar, por vezes, vivenciavam uma relação vertical, um relacionamento repressivo e autoritário, tornando-se focos de violências.

O grito oprimido na ausência de diálogo

No ateliê denominado “A” foi possível analisar as questões de conflitos e violências por meio da representação ilustrativa. Este momento oportunizou aos estudantes representar a realidade em que estavam vivendo, imprimindo seus sentimentos e posicionamentos, expondo algumas violências registradas na memória. Ao desenhar, um aluno revela a forma como enxerga as relações interpessoais. O desenho é uma forma de expressão, de verbalização por representações visuais, e por isso revela uma expressão e contribui em distintos aspectos, inclusive, na organização do pensamento e na comunicação.

A ilustração permite a expressão, o controle/exposição das emoções, além de se configurar com uma função terapêutica: espaço seguro para um desabafo ou diálogo sobre algo que o fere. Ao incentivar as atividades artísticas, também se cria vínculos e proximidades, o que por si só já auxilia no diálogo para a desnaturalização da violência. Essa proposta de linguagem possibilitou aos alunos retratarem conflitos e rupturas do seu dia a dia. Como se vê:

Desenho de aluno(a) expressando violência verbal
Figura 1
Desenho de aluno(a) expressando violência verbal
Fonte: Ateliê A: aluno nº 3

Uma característica muito forte nos desenhos e nas falas dos estudantes estava relacionada com a impossibilidade de expressarem o que pensavam, sentiam, ou mesmo de conseguir se defender:

As coisas se não é do jeito que eles [referindo-se aos professores] querem, vira sempre confusão, a gente não pode falar nada que já gritam para a gente calar a boca. E o pior é que ninguém acredita na gente (Aluno nº 3: Discussão em grupo durante o ateliê A, grifo nosso).

Verificou-se, várias vezes, a expressão “cala boca”, que ficou estampada no desenho acima e em outras ilustrações durante o ateliê A.

A [diz o nome de uma professora] grita muito... Para tudo, tudo pede gritando. Ela manda calar a boca. Quando a diretora chega, ela [referindo-se à professora] fica falando... A direção só dá valor para o que a professora fala. E a professora nunca fala o que ela fez (Aluno nº 5: Discussão em grupo durante o ateliê A, grifo nosso).

O fato de docentes exigirem silêncio aos estudantes – como forma de reprimi-los – acarretava grande desconforto, tendo como consequência o início de vários ciclos de violências verbais nas suas relações. Baseando-se na teoria do reconhecimento social (HONETH, 2003), foi evidenciada, a partir das queixas dos alunos, a importância do reconhecimento do outro.

Durante os ateliês, os discentes foram reconhecidos como sujeitos distintos que, às vezes, pensam de maneira diferente do professor, ou de outros discentes. Esta perspectiva propiciou nos espaços de partilhas a ideia de uma escola socializadora, que buscava formação cidadã e democrática. Com essa intervenção, os relacionamentos na escola passaram a melhorar, devido a não padronização de estudantes, ao reconhecimento social de cada um, ao respeito às infinitas interpretações da mesma situação; criaram-se laços de confianças.

Outro problema percebido, durante a sala de aula, foi trazido por uma aluna que entregou um desenho como tarefa escolar, mas a professora não o aceitou. Ela desabafa, durante o ateliê A:

Semana passada eu fiz um desenho e simplesmente a professora me disse que não era do modo que ela queria. Aí quando fiquei sem fazer nada ela me levou para a vice para tomar uma ocorrência. Não pude falar, e o pouco que pude a professora que estava gritando antes, ficou falando como se eu fosse a pior pessoa. Às vezes cansa... (Aluno nº 2: Discussão em grupo durante o ateliê nº A, grifos nossos).

Conforme a declaração do aluno nº 2, os estudantes, geralmente, vivenciam abusos no relacionamento interpessoal, e por não serem ouvidos acostumam-se a não reclamar sobre certas situações. Percebeu-se que as relações professor-aluno possuíam certas violências verbais estabelecidas, que só puderam ser reveladas devido aos laços de confiança estabelecidos entre pesquisadora e discentes.

Um dos motivos deste tipo de relacionamento é o conflito geracional, visto que o professor identifica o aluno como alguém imaturo, e constitui relações cotidianas por meio da imagem de que um adulto sabe o que é melhor para os estudantes, de forma autoritária, com postura de quem possui um cargo institucional.

A sociologia da experiência de Dubet (1994) trata desta reflexão a respeito de diferenças entre gerações e suas experiências sociais e práticas. Sabe-se que os alunos possuem diversas conexões presenciais e virtuais, estabelecem laços comunicativos com diferentes sujeitos, devido à ampliação de contatos, e isso promove mais conflitos, se não tiver o diálogo entre educadores e educandos, se não houver o interesse, de ambas as partes, de reconhecer o outro (HONNETH, 2003) para o entendimento.

Conforme alguns estudos (SOUZA, 2012; ROCHA; COLS, 2012), o professor tem se visto como vítima, e não se percebe como alguém que comanda a sala de aula e, por vezes, culpabiliza os alunos. Isto é percebido no ateliê A, na afirmação dos alunos nº 5 e nº 2.

No ateliê “B” foi possível analisar algumas manifestações subjetivas através da fotografia, a ideia era que o estudante pudesse reproduzir o seu sentimento por meio desta outra linguagem. No ato de fotografar os alunos tiveram oportunidade de se comunicar e subjetivar algumas situações. A maneira como fotografaram a realidade da escola, incentivados pelas situações de violências verbais, ficou registrada nas múltiplas produções de alunos. A figura 2 esboça um pouco de suas opiniões:

Fotografia com sombras: expressando violência verbal
Figura 2
Fotografia com sombras: expressando violência verbal
Fonte: Ateliê B – aluno nº 4

As violências verbais foram retratadas nas fotografias como um registro de olhares que estavam atentos às conduções autoritárias de educadores. Com as fotografias houve a manifestação de fatos importantes que estavam afetando os discentes, assim, por meio delas foi possível identificar algumas violações naturalizadas, algo que deveria ser debatido na escola.

O aluno nº 4 retratou em sua foto a figura de um professor exigente, utilizando-se da conduta autoritária e às vezes da violência verbal para estabelecer e manter a ordem, o dedo apontando demonstra a coesão nos afazeres pedagógicos. Para Tavares dos Santos (2009), este autoritarismo imposto nas escolas traduz as violências no âmbito sociopolítico. Em geral, questão de gênero, homossexualismo, racismo etc., aparecem em espaços escolares e são naturalizados, tornando-se violências simbólicas, isto é, violências veladas que estabelecem relações tensas de discentes humilhados por professores impiedosos.

Neste contexto, é importante relembrar a constante insatisfação e desgaste mental dos professores em suas atividades pedagógicas. Segundo Castro e Souza (2012), os docentes brasileiros reclamam que falta apoio em suas práticas cotidianas e, muitas, tornaram-se sujeitos pessimistas e desacreditados por conta disso. O resultado é visto em ações mais agressivas no cotidiano escolar, gerando mais dificuldades e abusos nas relações professor e aluno, o que dificulta a quebra deste ciclo.

As violências verbais na escola resultam em relações não saudáveis entre professor-aluno, aluno-alunos etc.; estes cenários agressivos são momentos prejudiciais na trajetória escolar, pessoal e social dos estudantes, além de serem difíceis de superar (BENETTI et al., 2014; GROSSI; SANTOS, 2009). Vários autores têm se preocupado com o crescente caráter sistemático das violências escolares e suas consequências para a vida de discentes. Segundo Forlim, Stelko-Pereira e Williams (2014), as chances do surgimento de quadros depressivos e de sintomas de perturbações maiores como o suicídio em ambientes agressivos é cerca de cincos vezes maior do que em ambientes saudáveis. O aluno nº 7 fez uma foto de algo que julga ser bom e consegue manifestar seus desejos para relações interpessoais:

Fotografia expressando o que é bom
Figura 3
Fotografia expressando o que é bom
Fonte: Ateliê B – aluno nº 7

No recorte pequeno colado pelo aluno nº 7, estava escrito: “somos unidos e amigos, desejamos e amamos como nos tempos antigos; ficamos fiéis um ao outro”. Uma forma de extravasar relações que deveriam ser desejadas não só na perspectiva de alunos e professores, mas, também, de estudantes para estudantes. Este tipo de conduta percebida nos ateliês, em geral, revelou jovens que acreditavam que “sempre é bom ser bom”, desta forma, a escola precisava ter pessoas com atitudes boas em seus relacionamentos, algo almejado pelos estudantes.

Paisagem sonora na escola: enxergar com a audição

No ateliê “C” identificou-se outro tipo de violência verbal: a produção de sons indesejáveis, isto é, a sonoridade escolar. Na perspectiva de Schafer (2001, p. 214), paisagem sonora é o “lugar onde todos os sons ocorrem”. Esses sons podem ser agradáveis ou desagradáveis, conforme o local e o momento.

Para Tuan (1980), os estímulos sensoriais tornam os sujeitos mais vulneráveis do que as imagens. O autor afirma que as sonoridades tendem a resgatar lembranças, por isso trazem à memória situações de afetividades e de repulsas. No cotidiano da escola existem vários sons que ora se intensificam, ora se silenciam, um universo sonoro amplo que causa sentimentos bons e ruins.

O espaço coletivo da escola, também, possui estímulos auditivos, como: sinais de entrada e saída da escola; campainhas para propiciar a troca de professores; sujeitos que gritam ou falam alto – dentro ou fora da sala de aula –; sons de carteiras arrastando; sons de sujeitos cantando ou escutando música no pátio etc., todos esses sons têm características, geralmente, de serem muito altos e perturbadores. Neste aspecto, a ausência de som pode se tornar, também, agressiva, pois onde há ausência de diálogo e presença do silêncio impositivo há um desconforto que é comparado a um ato violento.

A falta de espaços democráticos, em que não importa o que os estudantes pensam ou desejam, também é uma violência e pode gerar mais violências. O ateliê “C” foi desenvolvido para identificar a paisagem sonora da escola e tinha como propósito incitar os alunos a serem ouvintes conscientes, com percepção de que o som pode produzir o bem-estar ou o desgaste emocional e psicológico. Assim, ao identificar ruídos na escola – aqueles sons que atrapalhavam, ou aqueles desejáveis: ruído, agressividade, silêncio, som intencional, forte fraco suave, agudo grave, áspero suave, rítmico arrítmico, contínuo e curto – houve, também, reflexão sobre a dimensão sonora das relações interpessoais dentro da escola.

Segundo Simmel (1977; 1983; 2006), os conflitos podem ser encarados de forma positiva, pois a partir deles surge a interação entre sujeitos e grupos. Ao analisar a paisagem sonora da escola e os tipos de situação que ocorrem em seus espaços coletivos, percebeu-se um potencial de transformações nas relações.

Por vezes, havia necessidade de compreender as situações de convivência para, também, entender os conflitos sociais e interpessoais que se originavam de diferenças entre pensamentos e opiniões. O importante era possibilitar uma visão democrática e participativa, com intuito de diminuir desentendimentos e violências.

Fotografia de uma aluna vedada, ouvindo os sons da escola.
Figura 4
Fotografia de uma aluna vedada, ouvindo os sons da escola.
Fonte: Ateliê C: paisagem sonora da escola

Com intenção de ouvir os diferentes sons dos espaços escolares foi proposto que um aluno – do mesmo grupo – fosse conduzido por outro, e andasse pela escola com os olhos vendados. A ideia foi construir uma nova percepção sensorial, visto que o aluno que atuou como guia permitiu ao colega que (re)conhecesse sua escola. Após todos terem vivenciado a experiência, simultaneamente, eram incentivados a preencher um croqui da escola com representação dos sons que eles conseguiram perceber, utilizando legenda de palavras escritas, desenhos ou rabiscos.

A ação propiciou elencar categorias de sons agradáveis/desagradáveis, fortes/fracos, humanos/não-humanos, adicionando uma legenda coletiva para cada categoria. Averiguou-se, também, quais foram os locais mais silenciosos ou barulhentos, identificando os ruídos, as sensações, os incômodos etc. Neste exercício foi possível refletir sobre os sons que afetavam e/ou modulavam os relacionamentos interpessoais entre professores, alunos, diretores etc.

Encenações e expressividades comunicativas

No ateliê “D” foi possível analisar as violências verbais através das peças teatrais. Os discentes tiveram que elaborar e executar pequenas peças teatrais para serem filmadas pelo celular. Ficou visível a intensidade das relações professor-aluno quando os alunos começaram a representar situações de sala de aula, logo apareceram lugares, perspectivas de falas etc. Os jovens atores tiveram que compor uma pequena encenação com diferentes personagens da vida real – representaram personagens fictícios que, também, se caracterizavam por sujeitos reais –, e por meio da representação cênica atuaram enfatizando as violências verbais que aconteciam na escola. As encenações teatralizadas foram propícias para expor as problematizações que ocorriam nas relações interpessoais.

Destaca-se, neste texto, uma encenação que contava a história de uma bruxa, retratando uma professora. No roteiro, os alunos contaram a história, que resultou no pedido de desculpas de uma aluna para essa professora. Houve um debate sobre a visão imparcial e o julgamento que a escola faz com relação à convivência do professor e do aluno. Durante a encenação, a professora sempre negava ao diretor da escola o uso da violência verbal com os alunos.

A ideia principal era revelar um viés comunicativo, certa manipulação dos fatos que aconteciam em sala de aula, sendo que a falta de diálogo entre professor e aluno propiciava ao docente um sentir-se o tempo todo ofendido pelos discentes, que por sua vez lhe permitia ofender. A percepção dos alunos era de existir uma hierarquia estabelecida pelas pessoas segundo suas funções na escola e, portanto, os estudantes, estando no mais baixo grau da pirâmide, eram injustiçados. Em suas falas:

E quando a direção vem, eles (referindo-se aos professores) nunca contam a parte deles, é sempre sobre o que a gente fez, mas nunca sobre o que eles fazem. Se a gente grita é ocorrência, mas se eles gritam, não gritaram, só estão falando alto. É tipo muito injusto porque eles sempre vão ter razão, então acabam por falar o que querem, fazem o que querem, e isso fica por isso mesmo. Nós estamos sempre errados e eles certos (Aluno nº 7: Discussão em grupo durante o ateliê D, grifos nossos).

A gente leva ocorrência, eles pegam seu nome e manda para a diretoria, mas os professores fazem o que querem e não tem ocorrência para eles, isso é muito injusto (Aluno nº 1: Discussão em grupo durante o ateliê D, grifos nossos).

Por causa de situações em que ocorriam violências verbais, o aluno, às vezes, se sentia conduzido a uma negação de si mesmo e dos outros, tendo como consequência uma fuga. A encenação, em que a arte imita a vida, proporcionou vivenciar algumas interpretações e questionamentos, com êxito nas análises de determinados contextos.

Se algo não havia sido dito, ou faltou oportunidade durante o período de aula, no teatro, durante o ateliê D, os alunos não eram espectadores – agora faziam parte das cenas teatrais – e conseguiam externar com ações e diálogos o que sentiam. A atuação evidenciou algumas reflexões sobre os conflitos entre professores e alunos e, principalmente, as possibilidades de suas resoluções.

Para Dubet (1994), os alunos se apropriam de princípios sociais e culturais de forma particular, assim, possuem várias experiências e até mesmo recebem influências dentro e fora do ambiente da escola. Se as escolas, os educadores, em geral, não levarem em conta este fato, haverá, com certeza, conflitos nas relações interpessoais. Ao deixar de considerar a contextualização e a própria história de vida do aluno, o professor deixa de valorizar aquilo que significa muito para o estudante: domínio sobre suas próprias experiências singulares. Isso foi percebido durante o ateliê D.

Considerações finais

Quando os conflitos, brigas, gritos ocorrem dentro e fora da sala de aula, também aparecem as violências verbais, como xingamentos, expressões preconceituosas e agressões, com palavras que atingem tanto estudantes como professores. Este tipo de relação pode ser evitado, como foi percebido pela pesquisa-intervenção, se houver uma perspectiva mais democrática nos relacionamentos, com diálogos horizontais.

Uma vez a violência instalada nas relações entre os diversos agentes da escola, faz-se necessário pensar ações que auxiliem a solucionar tais situações. É importante lembrar que as violências se diferem de uma escola para outra, portanto, não se trata de criar padrões de prevenção, ou estratégias universais, pois se acredita que cada caso é um caso.

Os dados obtidos nesta pesquisa-intervenção revelam a ocorrência de múltiplas violências no espaço escolar e a existência da sua naturalização, com vitimização tanto de alunos como de professores. Neste contexto, existe uma alternativa baseada em três lógicas: no cotidiano escolar a articulação dessas lógicas pode propiciar um espaço privilegiado de socialização, de formação cultural, por meio de compartilhamento de experiências sociais e interpessoais.

Segundo a sociologia da experiência de Dubet (1994): lógica da integração, em que o aluno é levado a interiorizar os valores instituídos na escola e compreende a função de cada um em seus espaços. A lógica estratégica, em que o estudante tem status modificável de acordo com as situações experimentadas, por isso é importante pré-estabelecer e divulgar as regras escolares. A lógica da subjetivação, em que o discente se percebe parte do coletivo, por isso não pensa somente em seus interesses.

Concluiu-se que a violência verbal pode ser manifestada de maneira estrutural, em que professores e alunos se confrontam e resistem às situações cotidianas da sala de aula e aumentam seus problemas. Ainda seriam necessários outros estudos, com aprofundamento nesta temática tão ampla, mas acredita-se que investir em formação continuada para professores e equipe gestora ajudaria muito e diminuiria casos de violências, assim como, haver mais investimento na utilização da arte como forma de abordar as situações violentas. Enfim, o importante é compreender que os conflitos cotidianos e as violências na escola podem propiciar possibilidades de reorganizar a convivência, quando existe dinamização e discussão sobre as regras e mecanismos de ajustes de atitudes.

REFERÊNCIAS

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Notas de autor

1 Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), São Carlos – SP – Brasil. Professora Associada do Departamento de Educação e credenciada no Programa de Pós em Educação da UFSCar. Doutora em Educação Escolar (UNESP).
2 Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), São Carlos – SP – Brasil. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação.

Información adicional

Como referenciar este artigo: LUIZ, M. C.; MORITO, J. V. Violências verbais nas relações professor-aluno: Conflitos, conflitualidades e o reconhecimento social. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0297-0313, jan./mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i1.14067

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