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Literatura de cordel e narrativas ambientais¹
Míriam Cristina Carlos Silva; Gisele Gabriel
Míriam Cristina Carlos Silva; Gisele Gabriel
Literatura de cordel e narrativas ambientais¹
Cordel literature and environmental narratives
Literatura de cordel y narrativas ambientales
Revista Internacional de Folkcomunicação, vol. 17, núm. 38, pp. 217-233, 2019
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Resumo: Neste artigo, procuramos refletir sobre a literatura de cordel, visualizada como um canal de folkcomunicação para a construção de narrativas que abordem as questões ambientais. Acessível às classes populares e com linguagem aparentemente simples, o cordel é capaz de abordar diversos assuntos com humor e criatividade, elementos importantes para a construção de narrativas que, mais do que simplesmente informacionais, repercutem e são mais perenes e transformadoras. Nosso método consistiu essencialmente em explorar o nível narrativo dos cordéis selecionados.

Palavras-chave:Literatura de cordelLiteratura de cordel,FolkcomunicaçãoFolkcomunicação,Educação ambientalEducação ambiental,Narrativas ambientaisNarrativas ambientais.

Abstract: In this article, we try to reflect on the cordel literature, visualized as a channel of folkcommunication for the construction of narratives that address the environmental issues. Accessible to the popular classes and with simple language, the cordel is able to approach several themes with humor and creativity, important elements for the construction of narratives that, more than simply informational, may have repercussions and be more perennial and transformative. Our method consisted essentially in exploring the narrative level of the selected cordels.

Keywords: Cordel literature, Folkcommunication, Environmental education, Environmental narratives.

Resumen: En este artículo, buscamos reflexionar sobre la literatura de cordel, visualizada como un canal de folkcomunicación para la construcción de narrativas que aborden las cuestiones ambientales. En el caso de las clases populares y con lenguaje aparentemente simple, el cordel es capaz de abordar diversos temas con humor y creatividad, elementos importantes para la construcción de narrativas que, más que simplemente informacionales, repercuten y son más perennes y transformadoras. Nuestro método consistió esencialmente en explorar el nivel narrativo de los cordels seleccionados.

Palabras clave: Literatura de cordel, Folkcomunicación, Educación ambiental, Narrativas ambientales.

Carátula del artículo

Artigos e Ensaios

Literatura de cordel e narrativas ambientais¹

Cordel literature and environmental narratives

Literatura de cordel y narrativas ambientales

Míriam Cristina Carlos Silva
Universidade de Sorocaba, Brasil
Gisele Gabriel
Universidade de Sorocaba, Brasil
Revista Internacional de Folkcomunicação, vol. 17, núm. 38, pp. 217-233, 2019
Universidade Estadual de Ponta Grossa

Recepção: 19/11/2018

Aprovação: 22/06/2019

Introdução

A Literatura de Cordel, trazida pelos portugueses (DIÉGUES JÚNIOR, 1977), aprimorada e regionalizada pelos brasileiros, é um gênero literário popular escrito em forma de rima e métrica. Seu nome tem origem na maneira como os folhetos eram colocados à venda, pendurados em cordas. As histórias rimadas, em versos, por sua característica híbrida, na qual a musicalidade, a visualidade e a performance se somam, conquistaram os lares nordestinos. Cordéis e cordelistas divulgavam as notícias pela comunidade. Portanto, o poeta cordelista abarcava também o ofício de jornalista ou, no mínimo, de cronista de seu tempo (RODRIGUES, 2013).

Apesar de ter suas raízes no norte e nordeste brasileiros, o cordel hoje é disseminado por todo o país. Em 1988, no Rio de Janeiro, foi fundada a Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) com o intuito de resgatar e preservar os cordéis (ABLC, 2018). Em 19 de setembro de 2018, esse gênero literário teve seu reconhecimento e tornou-se Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão foi tomada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

De baixo custo e acessível às classes populares, o cordel é capaz de abordar questões políticas e ideológicas, com uma linguagem simples e objetiva. O comunicador folk está incorporado no papel do poeta de cordel, pelo fato de que este poeta transita em distintos universos de linguagem, o erudito e o popular; o didático e o prático, cotidiano; o histórico e o ficcional.

Em 1967, em sua tese de doutorado, Luiz Beltrão define folkcomunicação como um processo de intercâmbio de informações, ideias, opiniões e atitudes de grupos marginalizados (BELTRÃO, 2001). Thífani Postali (2010) inclui ainda indivíduos de baixa renda, com pouco estudo, excluídos da cultura erudita e das atividades políticas. Desta forma, fica patente a importância do líder folkcomunicacional, pois ele é o meio, a ponte que une mundos separados por um abismo: da cultura iletrada, subalterna, precarizada, estigmatizada, ao mundo hegemônico, letrado, capitalizado e inalcançável a não ser pelos mecanismos subversivos que nascem também da poesia, neste caso, a poesia popular dos folhetos de papel barato, expostos em varais de barbante.

O sujeito subalterno, de acordo com Gayatri Chakravorty Spivak (2010, p. 12), pertence “as camadas mais baixas da sociedade constituídas pelos modos específicos de exclusão dos mercados, da representação política e legal, e da possibilidade de se tornarem membros plenos no estrato social dominante”. A autora refere-se também à tática de neutralização do outro, seja o sujeito subalterno ou colonizado, consiste em invizibilizá-lo, privando-o de qualquer possibilidade de representação, silenciando-o.

A folkcomunicação é um processo complexo de interação, no qual ocorre troca de informações interpessoais e grupais, mediadas por um líder de opinião ou líder folk. O objetivo é a transmissão de valores e atributos de determinada cultura. De acordo com Beltrão, a liderança está ligada à credibilidade e à habilidade do agente comunicador em codificar a mensagem ao nível do entendimento dos seus receptores (BELTRÃO, 2001).

Para Cristina Schmidt (2008, p. 6):

Brinquedo, religião, trabalho, vestimenta, artesanato, dança são meios de delimitar a cultura e de transmitir informações e conhecimentos. O pensar, o sentir e o agir do povo de uma localidade, um conhecimento que muitos estudiosos denominam de folclore. Dos afazeres do dia-a-dia ao extraordinário das festas, as manifestações folclóricas são registros criativos, influenciam e transmitem de uma geração à outra, ou entre pares, o conhecimento comunitário e popular.

As manifestações folclóricas de diversas localidades, nacionais ou internacionais, se acentuam como pauta para a formatação e criação de produtos midiáticos, adquirindo, assim, valor comercial e reconhecimento enquanto produto (SCHMIDT, 2008).

Néstor Canclini salienta que o folk é visto, em geral, de forma semelhante na Europa e na América Latina. Ele destaca que nestas abordagens “interessam mais os bens culturais – objetos, lendas, músicas– que os agentes que os geram e consomem” (CANCLINI, 2008, p. 211), o que consideramos uma perspectiva redutora, pelo quanto descarta a importância da comunicação vista por seu viés de transformação social. Assim, vale ressaltar que, na abordagem aqui tratada, a dos processos folkcomunicacionais, interessam os produtos enquanto formas de visibilidade, de empoderamento e de voz para as populações colocadas à margem, tanto economicamente quanto culturalmente, dos processos oficiais de comunicação.

A própria segregação social impôs aos grupos populares – rurais e urbanos –, durante toda a história, uma condição de busca de mecanismos para diálogo e resistência. Processos culturais próprios mesclados com valores hegemônicos foram sendo ressignificados pelas comunidades e recriadas para atender uma necessidade de posicionamento social. Canais próprios de comunicação e transmissão de informação e, outros ainda, para a formação social e política. Mesmo o reposicionamento mercadológico atual do capital faz com que manifestações populares se multipliquem envolvendo um número grande de jovens, deixando de lado a referência do folk, como algo antigo ou ultrapassado. Algumas delas transformam-se em mercadorias para a sobrevivência – quiçá, para a autonomia – dos grupos populares (SCHMIDT, 2007, p. 37).

A obra de Beltrão é permeada por seu fascínio pela cultura e manifestações populares; nela, o pesquisador busca compreender como se desenvolvem os processos comunicacionais de indivíduos que são silenciados pelo sistema, aqueles considerados marginalizados. Assim, ao analisar esses processos, percebeu que os grupos marginalizados reinventam a sociedade e suas relações, expondo uma visão própria ao seu grupo, diferente e, às vezes, questionadora (SCHMIDT, 2008).

Em termos gerais, pode-se dizer que a folkcomunicação é uma comunicação popular, a voz dos grupos marginalizados. Contudo, a folkcomunicação não trata do estudo da cultura popular, mas sim dos meios de comunicação presentes na esfera da cultura popular e com forte conexão com o folclore. Sob a ótica de Beltrão, o folclore é um arcabouço de conhecimentos do povo. Portanto, folkcomunicação é a comunicação artesanal, alternativa e ímpar que se constrói em grupos sociais excluídos dos meios e/ou canais comunicacionais hegemônicos, tradicionais (BELTRÃO, 1980).

A partir de uma reflexão antropofágica (na perspectiva do conceito criado crítica e poeticamente por Oswald de Andrade), perpassando pela Literatura de Cordel, apreendemos que a arte de deglutir e reinventar a cultura de outras partes do mundo em nossas criações é um fazer cultural mestiço, e pode transformar-se numa ferramenta de inovação ou de resistência, visivelmente defendida por Andrade, sobretudo para a compreensão de quem é o brasileiro. Para ele, “só a antropofagia nos une” (1990, p. 47), máxima que abarca o entendimento dos processos de alteridade e de incorporação crítica para a transformação do valor alheio como pressuposto de nossa cultura.

Entre as marcas da antropofagia, estão o humor crítico e os valores assimilados a partir do reconhecimento do outro, valores estes que são ingeridos, digeridos e transformados (SILVA, 2015), não de forma acrítica e tampouco não conflituosa, harmônica.

O mais importante deste modo de pensar antropofagicamente, talvez, seja o reconhecimento de que não pode haver hierarquia quando se fala em confluências culturais, embora possamos reconhecer a hegemonia canibalista, e não antropofágica, existente nestes processos. Isto pode ser percebido na expressão crítico-poética de Oswald de Andrade, que na mesma medida em que insere o humor como um elemento chave para a compreensão do processo dito civilizatório da descoberta do Brasil, desnuda com ironia as mazelas oriundas de uma relação verticalizada e eurocentrista, na qual os saberes e a comunicação privilegiam a cultura do outro, do invasor, menos aberto à ruptura e à novidade do que o colonizado, o nativo, que pode sobreviver por se deixar devorar, ou, apesar de se deixar devorar:

Quando o português chegou

Debaixo de uma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio tinha despido

O português (ANDRADE, 1925 [1974], p. 177).

A poesia de Oswald é marcada pelo senso de humor, ironia, provocação, linguagem simples e direta, tal qual é o cordel, que se utiliza do humor, do olhar crítico e das tradições culturais. São formas textuais que expõem a fissura de verdades ditas históricas, invertendo a relação entre vencedores e vencidos, dando visibilidade ao discurso do subalternizado.

Reforçamos a perspectiva antropofágica oswaldiana com as palavras de Pichiguelli e Silva (2017, p. 6, grifo no original):

A metáfora do antropófago serve para caracterizar a necessidade de devorar o alheio, em uma postura crítica, autocrítica e de alteridade. Os valores do outro devem ser ingeridos, digeridos e transformados. Por isso a frase: “só me interessa o que não é meu”. É no processo de devoração do alheio que reconheço a mim mesmo, ao outro e que celebro a possibilidade de transformação que o contato com esse outro oferece. Na devoração, tornamo-nos mais ricos, porque não somos os mesmos, a partir do outro, e o outro, também, está transformado dentro de nós. Neste sentido, a antropofagia oswaldiana serve-nos para a compreensão dos contatos produtivos entre a religiosidade, a poesia e a comunicação, como espaços singulares, mas não fechados, dentro do grande tecido da cultura. São formas que se confundem e operam com mútuas traduções.

Amparados em Oswald de Andrade e na poética da antropofagia, podemos afirmar que a Literatura de Cordel é um processo tradutório, no qual o poeta, aqui considerado um líder folkcomunicacional, realiza profundas mediações entre culturas, oferecendo informações e saberes a mundos distintos: das culturas tradicionais à cultura de massa, do universo do saber escolarizado, da comunicação de massa, à linguagem das ruas e mercados. Trata-se de uma alquimia capaz de criar conexões entre os mundos que as desigualdades sociais separaram e continuam a separar.

O fundamento da antropofagia e do pensamento oswaldiano, de uma forma geral, é utópico. Uma utopia antropofágica, que passa pela compreensão do outro e pela riqueza que o outro tem e que eu posso tomar para mim. O outro é sempre visto pelo seu valor.

Com o poema O capoeira (2000, p. 87) Oswald opta novamente pela economia sintética realizada com a utilização da metonímia, presente na voz dos interlocutores (“Qué apanha”, voz do capoeira e “O quê”, voz do sordado) e em seus corpos, “pernas e cabeças”. O que ele constrói é uma espécie de quebra-cabeça em que as peças vão se juntando aos poucos, jogo que retorna ao título e alude à própria capoeira, dança em processo, desenhos dos movimentos que riscam, por meio dos corpos, o espaço geográfico. A imagem só é possível com a participação lúdica do receptor, que recria o texto ao recebê-lo. Oswald oferece um novo universo oferece um novo universo, ao operar com a inversão. O “sordado” é incorporado ao universo cultural do capoeira, por meio de uma apropriação linguística que coloca os dois, capoeira e soldado, em igualdade de condições. Assim, revertem-se conceitos: a língua do povo nomeio o soldado, que, “sordado”, é provocado pelo capoeira. Na imagem metonímica, vista ao aberto, na rua, soldado e capoeira entrelaçam-se, passam a pernas e cabeças, pertencentes a não se sabe mais quem. Na rua, ao aberto, as linguagens da comunhão antropofágica com o proibido, o vulgar, o popular: comunhão subversiva e erotizante de encurtar distâncias e fazer díspares um par perfeito.

- Qué apanha sordado?

- O quê?

- Qué apanha?

Pernas e cabeças na calçada (SILVA, 2007, p 121-122, grifos no original).

Quando o Oswald de Andrade faz esse poema, ele usa a teoria antropofágica e desierarquiza os lugares de fala do institucional e do marginal. O capoeira, ele fica não apenas no mesmo patamar que o soldado, como ele está até acima do soldado. Oswald dá um lugar de fala para o considerado marginal. Esse processo é parte de um diagnóstico da realidade brasileira e de um prognóstico que subverte essas relações já instituídas (SILVA, 2007).

A poesia popular no cotidiano escolar

Ensinar não deve ser apenas um processo mecânico de memorização. É preciso adaptar os indivíduos, por meio da leitura, da observação, do reconhecimento, da criatividade, fortalecendo suas identidades dentro do contexto social-político em que estão inseridos (FREIRE, 2001).

A Literatura de Cordel, patrimônio histórico do povo brasileiro, retrata a cultura, o cotidiano e a realidade. Versando sobre conteúdos sortidos, a poesia popular pode ser usada como uma ferramenta pedagógica eficaz no âmbito escolar ao projetar novas formas de ver o mundo, bem como ao proporcionar reconhecimento, identificação e valorização de comunidades em seus aspectos culturais singulares, em seus traços distintivos, que fortalecem um modo de ser, estar e perceber o universo, o mundo sensível, a realidade social e comunitária.

O cordel também pode atuar como um instrumento de incentivo à leitura, por possuir uma característica lúdica que pode motivar a criatividade, além de contribuir para a construção de conhecimentos a partir de diálogos interculturais (ARAÚJO, 2009).

Segundo Beltrão (2001), durante muito tempo, a Literatura de Cordel desempenhou o papel de jornal e também o de romance do homem rural. A relação entre cultura e comunicação popular constituiu o que chamamos de folkcomunicação. Os poetas cordelistas utilizam estratégias folkcomunicacionais, mesclando o real, o ficcional e o lúdico.

Destacamos ainda o fato de que por trás de uma linguagem que se reveste de aparente simplicidade, há uma trama complexa que envolve texto, imagem, som. Do ponto de vista do conteúdo, envolve imagens endógenas e exógenas, conteúdos míticos, científicos, cotidianos e da esfera das mídias. Dialogando com os mais variados temas, o cordel é capaz de esclarecer e reduzir a distância entre a população e a ciência.

Sendo assim, essa manifestação folkcomunicacional é um veículo de informação que permite construir e reconstruir reflexões voltadas, também, às questões ambientais. O cordel pode ser uma ferramenta de educação ambiental, pois informa, esclarece e orienta a população.

Como exemplos, apresentamos alguns trechos de dois cordéis que falam sobre a natureza, sendo o primeiro o Cordel Ambiental, do ambientalista Antídio S. P. Teixeira, e o segundo A Seca do Ceará, cordel escrito por Leandro Gomes de Barros - pioneiro na publicação de folhetos rimados. Importante destacar que o primeiro autor mencionado, Antídio Teixeira, não é exatamente um comunicador popular, dada sua posição social, sua formação etc. Porém, trata-se de um ambientalista diretamente interessado nas causas relacionadas à preservação e conscientização sobre o meio ambiente, e sabedor da importância dessa ferramenta, o cordel, como forma de chegar à população em linguagem acessível e com a qual essa possa se identificar de modo imediato.

O primeiro cordel, criado por Teixeira, foi publicado em um blog em dezembro de 2010 e relata o contexto atual. Como forma de protesto, ele alerta para as urgências ambientais que estão ocorrendo em nosso planeta. É como se fosse um grito de socorro do meio ambiente. Um grito para tomarmos consciência da situação em que nos encontramos e para que possamos trabalhar em prol de ações que sejam benéficas tanto para a natureza quanto para os seres que nela habitam. E isto nos inclui, os seres humanos, pois, conforme descrito no cordel, os recursos naturais podem se esgotar, o que torna nosso amanhã incerto. Outro alerta presente na narrativa é sobre a ganância, a ambição e o poder – o que resulta na desigualdade social e na destruição do nosso planeta.

Com uma dimensão utilitária, o Cordel Ambiental é também uma lição moral. Como um catalisador de experiências, nosso narrador – conforme descrito por Benjamin (1994) – dá conselhos, partilha vivências e emoções, como no seguinte trecho:

O amanhã é incerto,

Não se faz previsão,

Os homens de hoje,

Perderam a noção,

Da finalidade da vida,

E da sua missão.

Sonham com crescimento contínuo como dever,

Ignorando ser impossível, sem limites crescer,

Necessitam de um solavanco para despertar.

Para uma realidade que não se pode mais duvidar.

Finitos os recursos terrestres,

Estão prestes a se esgotar,

E a disputa pela sua posse,

Fazem a violência aumentar,

Eliminando dos menos providos,

O direito de se beneficiar.

Guerras nucleares poderão acontecer,

Movidas por ambição pelo poder,

Os fortes, desconhecem limites,

Pois, não têm a quem obedecer,

Sacrificam povos inocentes,

Para a eles submeter.

O lixo em todo mundo se acumula,

Já não se tem onde jogar,

A Natureza reclama,

Procurando se reequilibrar;

Manda calor, ventos e chuvas,

Na tentativa de se recuperar (TEIXEIRA, 2010, on-line).

Destaca-se ainda que, o cordel está alinhado ao IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o que mostra a força subjetiva da avaliação da realidade a partir de vieses tradicionais e saberes populares.

Para analisarmos o segundo cordel, primeiramente, devemos contextualizar sua época. Levando em conta a data de nascimento (1865) e morte (1918) do seu criador, podemos concluir que ele retrata a seca que assolou o sertão nordestino em 1915.

Diante desse cenário, o governo cearense resolveu se precaver criando campos de concentração, que também ficaram conhecidos como currais humanos ou currais do governo, a fim de evitar que os nordestinos migrassem para as grandes cidades. A razão disso foi o medo de invasões e saques dos flagelados da seca em Fortaleza – o que já acontecera na seca de 1877, quando sertanejos famintos invadiram a capital cearense, aterrorizando a população urbana (NEVES, 1995).

A seca de 1915 – além da implantação do primeiro campo de concentração no Ceará, no Alagadiço, ao oeste de Fortaleza – também foi o cenário da obra O Quinze, de Raquel de Queiroz, na qual a autora narra as dificuldades do sertanejo durante a seca. Para Neves (1995, p. 95, grifo no original), “o romance, sem apelar para a sociologia da literatura nem para a teoria literária, é uma representação do real socio-histórico e, como tal, sujeito a apropriações que não correspondem necessariamente à ideia tradicional de “ficção” como algo irreal ou ilusório”.

O cordel A seca do Ceará, em sua narrativa, traz à tona imagens que traduzem a fatalidade nordestina, ocorrida em 1915, e como registro histórico folkcomunicacional, é de enorme importância no reforço da compreensão de que os problemas ambientais brasileiros são de longa data, e poucos têm sido os avanços para efetivamente solucioná-los. A paisagem – cenário do inevitável padecimento da natureza e do ser humano; a desigualdade social; a fome; o descaso dos governantes; tudo compõe um relato da difícil situação nordestina frente a um problema natural vivido pelo sertanejo, que é o castigo pelo flagelo da seca, como se vê no trecho a seguir:

Seca as terras as folhas caem,

Morre o gado sai o povo,

O vento varre a campina,

Rebenta a seca de novo;

Cinco, seis mil emigrantes

Flagelados retirantes

Vagam mendigando o pão,

Acabam-se os animais

Ficando limpo os currais

Onde houve a criação.

Não se vê uma folha verde

Em todo aquele sertão

Não há um ente d’aqueles

Que mostre satisfação

Os touros que nas fazendas

Entravam em lutas tremendas,

Hoje nem vão mais o campo

É um sítio de amarguras

Nem mais nas noites escuras

Lampeja um só pirilampo.

Santo Deus! Quantas misérias

Contaminam nossa terra!

No Brasil ataca a seca

Na Europa assola a guerra

A Europa ainda diz

O governo do país

Trabalha para o nosso bem

O nosso em vez de nos dar

Manda logo nos tomar

O pouco que ainda se tem.

Os habitantes procuram

O governo federal

Implorando que os socorra

Naquele terrível mal

A criança estira a mão

Diz senhor tem compaixão

E ele nem dar-lhe ouvido

É tanto a sua fraqueza

Que morrendo de surpresa

Não pode dar um gemido (BARROS, s.d., on-line).

Em ambos os cordéis apresentados, há o registro de uma denúncia: a desigualdade social. Junto a esta denúncia, fica patente, ainda que implícita, a ideia de que é necessário educar para transformar, pois é da educação que brota a ética, a responsabilidade e o cuidado com o futuro da Terra, da natureza e da humanidade. Neste caso, o próprio cordel, por sua intenção de comunicar, quebrando barreiras, amplia-se de ferramenta folk a potência educativa.

Os educadores ambientais possuem o papel de posicionar os alunos em relação à crise socioambiental, além de transformar hábitos e práticas sociais. A introdução da educação ambiental numa perspectiva crítica acontece quando o professor assume uma postura reflexiva que possibilita motivação e sensibilização frente às questões ambientais (JACOBI, 2005). Ao fazer isto, o professor se torna um educomunicador. Ao utilizar a ferramenta do cordel, usa uma narrativa mediada por um líder folkcomunicacional. Ele insere, ao mesmo tempo, uma nova linguagem e informações sobre o meio ambiente. Insere, ainda, a possibilidade de compreensão de realidades semelhantes e distintas da sua, já que a narrativa exerce uma função mediadora, como produto da sociedade e sua cultura, servindo como modo de representar, interpretar, criticar e mesmo de inventar novos modelos para os fenômenos do mundo que nos cerca (SILVA; SANTOS, 2015).

Narrativas fabricam parte da cultura, bem como são produtos culturais. Elas possuem um papel importante de mediação, pois ajudam a identificar, selecionar e interpretar os fatos, além de possibilitar a organização, análise, crítica e transformação da experiência, com base no jogo, na fábula. Narrador, espaço, personagens e tempo relacionam-se com o objetivo de produzir sentido e memória (SILVA; SANTOS, 2015).

Quem narra, narra o que viu, o que viveu, o que presenciou, porém, narra também o que imaginou, o que sonhou, o que almejou. Narração e ficção nascem juntas (LEITE, 2002).

Na Literatura de Cordel, os poetas populares resgatam memórias, tradições e também reinventam o contexto em que vivem e o mundo que os cerca. Por meio do lúdico, essas narrativas transportam o real para o imaginário e acrescentam o imaginário ao real, daí a capacidade de uma narrativa poética oferecer uma nova perspectiva para se pensar e, ainda, para se transformar o real.

Para Míriam Cristina Carlos Silva (2007, p. 161), o olhar antropofágico oswaldiano “desliza pelo mundo devorando todas as coisas”. Para a autora, Oswald de Andrade nos ensina a saborear o tempo presente. Sua linguagem híbrida convida o receptor a participar com todos os seus sentidos. A linguagem ganha corpo.

O que Oswald consegue, através da poesia é, então, o resgate do corpo e da cultura, ou o resgate do corpo na cultura e de ambos na linguagem, ao reproduzir a eroticidade da voz na letra, ao dar ao poema o ritmo que simula a dança dos corpos no espaço e o movimento das cidades, sua geometrização, sua paisagem e seus vazios. Oswald reacomoda o texto à página como o homem reacomoda-se à cidade, interferindo e apropriando-se dela. Negar a presença das séries extralinguísticas na escrita poética é renegar o corpo. Oswald, colocando o corpo na poesia, resgata um pouco do poético que há em cada um de nós (SILVA, 2007, p. 94).

Enfatiza-se aqui, que a antropofagia propõe um olhar descolonizar, no sentido de que o que é produzido como modelo artístico e assimilado acriticamente pela cultura brasileira por meio de modelos impostos numa perspectiva eurocentrista é deslocado pelo olhar oswaldiano, que desierarquiza as culturas dessa perspectiva eurocentrista. Nesse sentido, a aproximação da antropofagia com a folkcomunicação é grande, pois Oswald de Andrade opera como um tradutor entre as diferentes esferas culturais, colocando o negro, o índio e o europeu alinhados, assim essas três culturas ganham pesos hierarquicamente parecidos, ou seja, é retomado o valor das culturas marginalizadas, elas são recolocadas num lugar central. Ao dar voz ao que estava a margem, Oswald faz o papel de um líder folkcomunicacional.

Para Martín-Barbero (2014), a reconfiguração veloz da comunicação sugere inúmeros desafios à educação, pelos saberes e narrativas que propagandeia. A educação/comunicação desempenha um papel importante, que é o de construir a cidadania, com base em um mundo editado.

O conceito de educomunicação parte do princípio de que todos temos direito a nos comunicar e a compreender a comunicação, que é fabricada, entre tantas outras funções, inclusive a da sobrevivência, para administrar – e fomentar – nossos hábitos de consumo (SOARES apud ROVIDA, 2017).

O processo de alfabetização, para Martín-Barbero (2014), divide-se em duas etapas: 1ª) a que prepara para o mundo da escrita fonética; 2ª) a que permite uma capacidade de ler e compreender diferentes tipos de textos. Esta segunda é de extrema importância para o desenvolvimento da cidadania.

Para Morin (2016), um dos principais objetivos da educação é doutrinar valores, o que não está sendo feito. O sistema educacional não engloba discussões e fragmenta a realidade, simplificando o complexo, separando o inseparável, ignorando a multiplicidade e a diversidade. A educação deveria exibir as relações entre os saberes, a complexidade da vida e dos problemas atuais.

Morin defende que devemos aprender a conviver em comunidade, a lidar com as obrigações das quais não gostamos e a desenvolver nosso lado lúdico e poético.

Para além da narrativa: A construção do conhecimento

As narrativas têm a capacidade de criar e recriar o mundo que nos cerca (SILVA, 2015), uma forma artesanal de comunicação, na qual o narrador “deixa sua marca” na narrativa contada (BENJAMIN, 1994).

A narrativa é uma forma de texto muito mais duradoura que a mera transmissão de informação. Entre a realidade e a ficção, a Literatura de Cordel, por exemplo, soube vincular elementos da cultura de massa e da cultura popular, extraindo histórias que podem ser contadas e recontadas.

O cordel, tecido em versos, relatando atitudes heroicas, contos de amor e o cotidiano do povo, tendo a xilogravura como forma de representação visual – ilustração que na maioria das vezes pode resumir todo o conteúdo presente no folheto –, pode ser considerado uma forma diferente e encantadora de narrar histórias.

A contação de histórias, assim como as narrativas ambientais dentro do contexto escolar, pode contribuir para a construção do conhecimento, pois contar histórias é uma arte, e a Literatura de Cordel é poesia popular, com histórias contadas em versos e rimas. É por meio dos contos narrados que o poeta popular revela a realidade e a transforma, de forma lúdica, em versos. Perpassando as expressões culturais, o cordel pode representar diversas possibilidades nos âmbitos educacionais e comunicacionais.

Morin; Ciurana e Motta (2003) alertam para a urgência de educar para a era planetária, em que o principal objetivo é o despertar de uma sociedade-mundo, que tem como finalidade o desenvolvimento do ser humano. O termo planetarização é mais complexo que globalização, pois se trata de um termo radicalmente antropológico, que expressa a ideia de aventura da humanidade. Para eles:

A palavra “planetarização” contém, assim, a aventura grega de Odisseus, mas hoje Odisseus é toda a humanidade errante, situada num pequeno planeta localizado num subúrbio do cosmos. Mostra que essa errância é uma itinerância, uma aventura incerta. Aventura desconhecida em busca de seu destino. (MORIN; CIURANA; MOTTA, 2003, p. 64, grifo no original).

Para os autores, a relação do ser humano com a natureza e o planeta não deve ser reduzida, tampouco separada, a partir dessa perspectiva, é imperativo ressignificar os saberes para a educação ambiental. A Literatura de Cordel pode ser um condutor entre as narrativas e os conhecimentos científicos para a construção de uma educação com o intuito de promover o desenvolvimento de uma consciência planetária, que se mova em direção à compreensão das diferenças, não à sua exclusão pela força.

Considerações finais

A Literatura de Cordel, bem-humorada e criativa, visualizada como um canal de folkcomunicação, pode ser uma ferramenta importante para a propagação de mensagens em prol de questões ambientais, pois tomando como base o olhar do poeta cordelista, acreditamos que o diálogo que ele propõe a respeito da natureza, por meio de suas narrativas e versos, pode nutrir novos saberes e significados, que incluem uma tradução voltada às camadas populacionais desprovidas do conhecimento científico necessário à compreensão da urgência das questões ambientais, materializadas de forma sensível e poética.

Por se tratar de uma linguagem antropofágica, que mistura formas de culturas, consiste em um processo tradutório, inclusivo e não hierarquizante, no qual o poeta, entendido como líder folkcomunicacional, faz a convergência entre saberes distintos, mediando possibilidades mais complexas de conhecimento, por meio das narrativas, que são a representação da experiência por se tratarem de narrativas poéticas, possibilitam, ainda, um olhar sensível para a realidade que nos cerca, com a finalidade de transformá-la.

Acreditamos no cordel como uma forma rica de comunicar a necessidade de se questionar as nossas práticas de consumo e a nossa relação com a natureza, da qual somos parte. Acreditamos na riqueza do cordel como forma folkcomunicacional capaz de produzir processos de alteridade do homem consigo mesmo, ao valorizar e criar identidade quando dá voz às classes populares; ao promover o encontro do homem com os seus iguais e diferentes; ao instaurar processos tradutórios que combinam elementos de culturas distintas; ao trazer aos homens saberes ancestrais e atuais, de forma lúdica, poética e sensível, numa didática da simplicidade, cujas narrativas servem também para perenizar o conhecimento e transformar a relação entre os homens e dos homens com o mundo.

Material suplementar
Referências bibliográficas
ABLC - Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Disponível em: <http://www.ablc.com.br/>. Acesso em: 18 mar. 2018.
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Notas
Notas
1 Uma versão deste artigo foi apresentada no 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom.
4 Informação disponível no site http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4824. Acesso em 10 nov. 2018.
5 Antídio S. P. Teixeira é ambientalista, aposentado, ex-administrador de empresas industriais e de instituição beneficente, ex-empresário do ramo de máquinas e materiais rurais agropecuários.
6 Leandro Gomes de Barros (19 de novembro de 1865 - 4 de março de 1918) nasceu na Fazenda Melancia, no município de Pombal, na Paraíba. Foi um poeta de Literatura de Cordel brasileiro, autor de uma obra vastíssima.
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