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Revista Internacional de Folkcomunicação, vol. 17, núm. 38, pp. 9-11, 2019
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Editorial

Editorial

Revista Internacional de Folkcomunicação, vol. 17, núm. 38, pp. 9-11, 2019
Universidade Estadual de Ponta Grossa

A presente edição da Revista Internacional de Folkcomunicação (RIF) aborda um tema fundamental na contemporaneidade: as questões amazônicas. Em um momento em que vivenciamos a destruição do ambiente e a perda de direitos dos povos originários no Brasil, bem como o interesse internacional pela exploração de recursos naturais, tematizar múltiplos aspectos das comunidades indígenas e ribeirinhas e das práticas socioculturais existentes na mais importante região de floresta tropical do mundo constitui uma contribuição para a construção e a difusão do conhecimento, em uma perspectiva transdisciplinar.

Foi com este propósito que os pesquisadores Renan Albuquerque, Allan Rodrigues e Jocélia Nogueira, docentes da Universidade Federal do Amazonas, propuseram a organização do dossiê “Amazonidades e Questões Folkcomunicacionais”, que permitiu retratar uma Amazônia multifacetada. São sete artigos que apresentam discussões sobre problemáticas relativas aos processos de folkcomunicação da região amazônica e revelam a diversidade de abordagens e a riqueza de objetos que a temática suscita.

Em “Cuestiones indígenas Sateré-Mawé/AM a partir de una mirada folkcomunicacional”, Rosibel Xavier Sousa, Hernán Gutiérrez Herrera e Renan Albuquerque desvendam os significados socioculturais das práticas alimentares e religiosas do povo Sataré-Mawé, caracterizando-os como processos comunicacionais. Já o processo de inclusão informacional junto à população do distrito de Calama, distante 205 quilômetros da capital de Porto Velho (RO), é abordado por Alessandro Lubiana, Monica Franchi Carniello e Lourival da Cruz Galvão Junior no artigo “As tecnologias da informação e comunicação como processo de inclusão dos ribeirinhos do Baixo Madeira em Porto Velho/RO”.

“Folkcomunicação e turismo cultural na Festa do Guaraná de Maués (AM)”, de Ivânia Vieira e Mônica Cybelle Ferreira de Figueiredo, apresenta os elementos tradicionais indígenas e as crenças populares amazônicas presentes na Festa do Guaraná como promotores do desenvolvimento local, em uma perspectiva baseada na folkcomunicação e no folkmarketing. A análise do processo de transmissão dos saberes indígenas por meio da obra do escritor Yaguaré Yamán, por sua vez, é tema do artigo “El libro indígena Puratig, el remo sagrado y sus narrativas folkcomunicacionales”, de Rozenilce Silva Santos, Renan Albuquerque e Hernán Gutiérrez Herrera.

O papel da banda de música do Comando Militar da Amazônia na interação com a sociedade manauara, a partir da apropriação de elementos do folclore amazônico, é tema do artigo de Jefferson Rodrigo da Silva e Jonas da Silva Gomes Júnior, intitulado “Da Cultura Militar à Folkcomunicação: a elasticidade da banda de música do Comando Militar da Amazônia”. As representações do imaginário amazônico também estão presentes na análise do website da Agência de Cooperação Internacional do Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia (IMAZON), tema do artigo “A imagem como elemento constitutivo do discurso da Agência de Cooperação Internacional”, de Douglas Junio Fernandes Assumpção e Analaura Corradi. E, para encerrar o dossiê, o artigo “Folkcomunicação: As ações micropolíticas estabelecidas no uso do audiovisual nas intervenções artísticas ‘The Giant Step’ em uma comunidade Makuxi de Roraima”, de Leila Adriana Baptaglin, Lisiane Machado Aguiar e Jaider Esbell, traz a discussão sobre o audiovisual como elemento potencializador da Folckcomunicação ao possibilitar a expressão da cultura indígena no contexto das mídias digitais.

Na seção de artigos gerais, a RIF traz ainda o artigo “Música e identidade cultural: O rap como a ferramenta de comunicação dos territórios urbanos marginalizados”, de Thífani Postali, que apresenta os rappers como líderes comunicadores que produzem identidades de resistência na sociedade contemporânea. Juliana Freire Bezerra e Severino Lucena Filho, no artigo “Comunicação, cultura e ciberespaço: Análise sobre o papel educativo do projeto folkmidiático Cordel Animado!”, observam a geração de um produto folkmidiático no contexto da educação infantil, relacionando o cordel no ambiente da internet como meio para o fortalecimento de uma formação cidadã.

A análise da cobertura jornalística realizada pelo JMTV 1° edição durante o período junino na cidade de Imperatriz/MA é tema do trabalho de Michele Goulart Massuchin, Regilson Furtado Borges, Sarah Dantas do Rego Silva e Suzete Gaia de Sousa, intitulado “Agendamento da agenda ou da cultura junina? Um estudo comparativo da cobertura sobre o Arraiá da Mira e o São João de Todos no Maranhão”. Em “Folkcomunicação Digital e Práticas Consumeristas da Tanajura em Tianguá (CE)”, de João Eudes Portela de Sousa, são abordados os impactos das redes sociais digitais na circulação de mensagens em torno das práticas alimentares presentes na localidade em questão, a partir de uma abordagem folkcomunicacional.

No artigo “Día de los Muertos no México: Uma análise folkcomunicacional”, de Daira Martins Botelho, Marina Darcie e Maria Cristina Gobbi, a tradição do Dia dos Mortos é descrita com base na observação dos aspectos tradicionais da celebração. E, por fim, Miriam Cristina Carlos Silva e Gisele Gabriel, no artigo “Literatura de cordel e narrativas ambientais”, apresentam o cordel como canal de folkcomunicação capaz de promover conteúdos educativos sobre temas relevantes na atualidade.

A edição da RIF também oferece aos leitores e às leitoras uma entrevista realizada por Bruna Franco Castelo Branco Carvalho com o professor Dr. Oswald Barroso, do Curso de Música da Universidade Estadual do Ceará, que discute a noção de cultura popular e aspectos da cultura regional. O ensaio fotográfico, intitulado “Santa que não é “santa” motiva fé em Tibagi (PR)”, de Edilene dos Santos Ogura, registra aspectos tradicionais da festa em louvor à Santa Pastorina, que atrai milhares de peregrinos até a localidade de Campina Alta, zona rural do município de Tibagi, na Região dos Campos Gerais, interior do Paraná.

A RIF traz ainda a resenha “Do caipira ao universitário: As evidências do sertanejo na formação social”, de Felipe Adam, que analisa o livro “Cowboys do asfalto: Música sertaneja e modernização brasileira”, do historiador carioca Gustavo Alves Alonso Ferreira, publicado em 2015.

Com este conjunto de contribuições, presentes nas diversas seções da Revista – dossiê, artigos gerais, entrevista, ensaio fotográfico e resenha – a publicação confirma o compromisso de difundir conhecimentos e produzir reflexões sobre os processos culturais e (folk)comunicacionais. Nossos agradecimentos aos organizadores do dossiê “Amazonidades e questões folkcomunicacionais” pela importante contribuição ao projeto editorial da RIF e a todos e todas que colaboraram com esta edição. Que a cada nova publicação a folkcomunicação cresça e se fortaleça!

Boa leitura!

Equipe Editorial RIF

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