Dossiê

Recepção: 16/10/2018
Aprovação: 25/10/2018
DOI: https://doi.org/10.5212/RIF.v.16.i37.0004
Resumo: No ano do centenário de Luiz Beltrão é importante demarcar o território da folkcomunicação como uma teoria genuinamente brasileira e uma crescente área de pesquisas em comunicação no Brasil, na América Latina e na Europa. Também é importante destacar os 20 anos de institucionalização da Rede Folkcom, com pesquisadores focados na difusão e fortalecimento dessa disciplina. Nesse sentido, o artigo que segue traz um levantamento representativo das produções em livros sobre Folkcomunicação nos últimos 20 anos. Esse material apresenta uma categorização das obras e oferece uma possibilidade para a compreensão das pesquisas nesse período. Para isso, foram retomados o método, as classificações e reflexões realizadas à pesquisa nacional “Cartografia da Folkcomunicação: análise das obras 1998-2008”, estruturada por Marques de Melo e traz os livros produzidos até 2018. Como resultado, fica evidente que os pesquisadores e as produções ampliaram significativamente o campo, e que muitos avanços teórico-metodológicos estão sendo demarcados à disciplina.
Palavras-chave: Folkcomunicação, Pesquisa, Produção científica, Metodologia.
Abstract: In the centenary year of Luiz Beltrão it is important to demarcate the territory of folkcommunication as a genuinely Brazilian theory and a growing area of communication research in Brazil, Latin America and Europe. It is also important to highlight the 20 years of institutionalization of the Folkcom Network, with researchers focused on the diffusion and strengthening of this discipline. In this sense, the article that follows brings a representative survey of the productions in books on Folkcommunication in the last 20 years. This material presents a categorization of the works and offers a possibility for the understanding of the researches in this period. To this end, the method, classifications and reflections made to the national research "Cartography of Folkcommunication: Analysis of Works 1998-2008", structured by Marques de Melo and brings the books produced up to 2018, have been taken over. As a result, it is evident that researchers and the productions have significantly extended the field, and that many theoretical-methodological advances are being demarcated to the discipline.
Keywords: Folkcommunication, Search, Scientific production, Methodology.
Introdução
Este ano de 2018 completa o centenário do nascimento de Luiz Beltrão e, nesse tempo, é importante demarcar o território da folkcomunicação como uma teoria genuinamente brasileira e uma crescente área de pesquisas em comunicação no Brasil, na América Latina e na Europa. Também é importante destacar que, resultante da jornada acadêmica desse pesquisador, 20 anos constituem a institucionalização de uma rede de pesquisadores que se articulam na Rede Folkcom – Rede Brasileira de Estudos e Pesquisas em Folkcomunicação, focados na difusão e fortalecimento dessa disciplina no campo da comunicação, nas ciências sociais aplicadas.
A Folkcomunicação é uma das principais contribuições de Luiz Beltrão para o campo da comunicação. Nessa área o estudioso faz um percurso acadêmico amplo, produzindo artigos, livros, ministrando cursos e palestras, formando seguidores/discípulos desde os anos de 1967 – por ocasião de sua defesa de tese. A disciplina vem ganhando destaque a cada dia, e conquistando sintomaticamente um número crescente de adeptos – pesquisadores e professores que trabalham com temáticas ligadas às manifestações populares e aos processos de comunicação não hegemônicos a luz da teoria da folkcomunicação, fazendo aproximações com outros campos e teorias, e contribuindo para a aproximação de diferentes disciplinas.
O crescimento dos estudos nessa área se deve a aspectos ligados ao quadro sócio-econômico delineado no final do século passado com a globalização acentuada e, com a ampliação das tecnologias de comunicação, configurando novos espaços e linguagens para a inserção do popular e do folclórico, muitas vezes como protagonistas e produtores de conteúdos/manifestações. O percurso de Luiz Beltrão na configuração da Folkcomunicação e os caminhos deixados para seus seguidores, bem como o panorama atual desse campo compõem o grande desafio para a constante demarcação do território – elucidando suas teorias, atualizando-as ao novo contexto e relacionando-as às novas teorias da comunicação e das ciências sociais aplicadas.
A Folkcomunicação vem ocupando múltiplos espaços institucionais e acadêmicos-científicos, com uma grande diversidade temática e de abordagens teórico-metodológicas, de modo a desenvolver-se interdisciplinarmente. Tem atraído pesquisadores em diferentes estágios de envolvimento acadêmico e profissional. As pesquisas na área também estão rompendo fronteiras geográficas e se expandem para alguns países da América Latina, da América Central e do Norte, e da Europa, e podem ser acessadas em anais de eventos científicos, e em publicações compartilhadas (algumas delas analisadas abaixo).
Tudo isso tem resultado em ampliação de espaço científico e fortalecimento da Rede Folkcom. Esta, por sua vez, estratégicamente mantém regularmente as conferências nacionais, os seminários regionais e os encontros internacionais; assegura participações representativas de pesquisadores em Grupos de Pesquisa nos eventos das principais entidades científicas da área da Comunicação como da Intercom Nacional e Regionais – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, do Pensacom – Conferência do Pensamento Comunicacional Brasileiro (Pensacom Brasil), da ALAIC – Associação Latinoamericana de Investigadores em Comunicação e do grupo de trabalho da Conferência IBERCOM - ASSIBERCOM – Associação Ibero-Americana de Comunicação.
Desde o início, os eventos da Rede FOLKCOM têm se preocupado em definir previamente um recorte de estudo dentro do âmbito da Folkcomunicação. A finalidade de tal postura está em estimular a reflexão e produção acadêmica com referenciais e parâmetros comuns, além de proporcionar uma concentração mais sistematizada em determinadas temáticas de acordo com os aportes contextuais e metodológicos dos centros de pesquisas que acolhem os eventos. Por essa ampliação de pesquisadores e de atuação transfronteira, a interdisciplinaridade se aguça, ora acentuando e reforçando o campo da Folkcomunicação; ora sobrepondo e evidenciando outro campo disciplinar.
Essa postura da Rede Folkcom, mais particularmente de alguns pesquisadores ortodoxos em demarcar o território e pontuar o percurso teórico-metodológico, busca superar o que Luiz Beltrão argumenta em seu texto “A pesquisa em folkcomunicação” de que o desconhecimento do contexto e da delimitação do objeto, ou melhor “o desconhecimento ou a não-consideração desses condicionantes é que tem, a meu ver, prejudicado o desenvolvimento de autênticas pesquisas em folkcomunicação” (1983, p. 72). Para ele, as pesquisas acabam em meras descrições superficiais de manifestações culturais, ou com interpretações preconcebidas. Elas não vão, além disso, para o “significado intrínseco e atual do pensamento do indivíduo ou grupo marginalizado” conforme preconiza o campo da folkcomunicação.
Nesse mesmo artigo, Luiz Beltrão (1983, p.70-73) argumenta em favor da demarcação da disciplina Folkcomunicação para o campo da comunicação no que se refere à formação e atuação do profissional e do pesquisador. Ele traz, desde o início e até os nossos dias, como a batalha acadêmica tem sido muito grande por parte de “poucos” para demarcar e elucidar uma metodologia. Além disso, fazer com que tal teoria – genuinamente brasileira – seja reconhecida e ganhe status de ciência da comunicação.
Ainda no mesmo texto, Luiz Beltrão, que dedica grande parte de seus estudos a conceber a teoria e aplicá-la em estudos empíricos, antes mesmo de escrever e defender sua tese (1967), identifica alguns pesquisadores como fundamentais para a continuidade de seus estudos e para a sedimentação da Folkcomunicação em grupos de pesquisa, publicações e eventos. Ele destaca os professores e pesquisadores Roberto Benjamim, Osvaldo Trigueiro, Alice Koshiyama, Joseph Luyten, José Marques de Melo, Veríssimo de Melo, Alberto Peres como sendo lideranças acadêmicas na atuação e disseminação da teoria no ensino e na constituição de núcleos e grupos de trabalho para realização de pesquisas nessa área.
Um aspecto importante para refletirmos está relacionado à delimitação que o termo folkcomunicação induz, ou seja, o estudo dos processos de comunicação existentes no folclore, nas palavras de Luiz Beltrão: “Folkcomunicação, é o conjunto de procedimentos de intercâmbio de informações, idéias, opiniões e atitudes dos públicos marginalizados urbanos e rurais, através de agentes e de meios direta ou indiretamente ligados ao folclore” (Beltrão, 2001, p. 70). Apesar de já trazer no próprio conceito a possibilidade e não a obrigatoriedade em ter ligação direta ou indireta, a interpretação recorrente e discriminatória está em ser um estudo voltado para o folclore e, por isso, um estudo ultrapassado e inferior.
José Marques de Melo esclarece que a perspectiva da Folkcomunicação de Luiz Beltrão causou incômodo e resistência em duas áreas de estudos:
(...) a dos folcloristas conservadores (que pretendiam defender a cultura popular das investidas midiáticas modernizantes) e a dos comunicólogos libertadores (que pretendiam fazer da cultura popular o cavalo de Tróia das suas batalhas políticas em lugar de apreender nessas manifestações o limite da resistência possível de comunidades empobrecidas cuja meta é a superação da marginalidade social) (MELO, 2003, p.3).
Trata-se, evidentemente, de um procedimento próprio e horizontal onde ocorre a comunicação interpessoal através de canais conhecidos pelos grupos mas em territórios variados – rural, urbano, rurbano -, mas inserido no contexto da “cultura dos marginalizados” dos processos hegemônico. Portanto, além desse aspecto geográfico-cultural, o folclore é tomado como um arcabouço de conhecimento dos diferentes segmentos sociais; ele compõe a diversidade cultural e vai sendo recriado no contexto social global (SCHMIDT, 2012).
Por isso, é fundamental acompanharmos as produções em folkcomunicação para garantir esclarecimentos, fundamentos e atualizações. É nesse sentido que este trabalho trouxe caracterizações e observações sobre as publicações nos últimos 20 anos.
Foi preciso identificar os referenciais científicos e políticos que usufruem o universo do popular, e se distanciar dos preconceitos acadêmicos inflados pelo eurocentrismo científico. Pois entendemos que nessa teoria encontramos uma atualidade para analisarmos as interações entre o local e o global nos processos culturais contemporâneos, muito em evidência nesse momento sombrio pelo o qual passa o Brasil, e propicia um olhar atento aos grupos marginalizados para uma atuação consciente e consistente em suas expressões e lutas.
A pesquisa
O estudo que segue traz um levantamento bastante representativo com apontamentos a cerca das produções em livros (obras completas) sobre folkcomunicação nos últimos 20 anos. Esse material traz uma categorização das produções e oferece uma possibilidade de diferentes análises para compreender o percurso das pesquisas em folkcomunicação. Para fazer as considerações retomei algumas reflexões e classificações que fiz à importante pesquisa coordenada pelo prof. José Marques de Melo, centralizada na Cátedra UNESCO/Metodista, denominada “Cartografia da Folkcomunicação: análise das obras 1998-2008”. Retomo também a classificação dos livros desse período, e que ainda não foi publicada, e acrescento – seguindo as mesmas orientações – a caracterização/análise dos livros produzidos até 2018.
Em 2008, a Cátedra UNESCO de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, mobilizou pesquisadores de todo o Brasil, atuantes naqueles dez anos, com a finalidade de descrever o estado da arte no campo da folkcomunicação, contribuindo para a formulação de diretrizes capazes de fazer avançar o conhecimento, a interpretação e a exegese dos fenômenos da cultura popular, determinados pelos fluxos midiáticos ou por eles intermediados. Para isso, buscou-se mapear os estudos folkcomunicacionais, identificando: a) marcos teóricos; b) suportes metodológicos; c) objetos de estudo; d) sujeitos investigantes; e) fontes embasadoras; f) canais de difusão; g) outras variáveis.
O corpus para a investigação foi delimitado em três grupos: Fontes impressas (Livros e fascículos, Artigos em periódicos, Verbetes em glossários); Literatura cinzenta .Artigos em anais; Teses e dissertações; Trabalhos de Conclusão de Cursos e Iniciação Científica); Fontes eletrônicas (Audiovisuais; Textos em portais digitais).
Os resultados desse levantamento geral foram apresentados em duas ocasiões, na Conferência Nacional de Folkcomunicação realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 2008, na cidade de Natal – RN; e na Conferência Nacional de Folkcomunicação de 2011, em Juiz de Fora - MG, com dados que demonstraram a rica produção da área e com oportunos tópicos que questionariam a atuação dos pesquisadores e os encaminhamentos da pesquisa dessa área. Por isso, agora em 2018, por ocasião do centenário de Luiz Beltrão e dos vinte anos da Rede Folkcom consideramos apropriado retomar e avançar nessa cartografia, a fim de verificar a situação das publicações e das questões que ainda se fazem pertinentes. A seguir, trazemos um levantamento e apontamentos sobre as fontes impressas em formato livro em duas partes: Acervo Inicial: 1998-2008; Acervo Atualizado: 2009-2016. Antes, porém, apresento quatro obras que constituem a gênese da folkcomunicação.
* Obras de origem (1971-2001)
Três anos após a defesa da tese de Luiz Beltrão, esse livro trouxe a Folkcomunicação como disciplina integrante do segmento das Ciências da informação individual ou grupal em um dos capítulos do livro de estreia acadêmica do Professor Marques. Essa obra faz uma grande contribuição no que se refere ao delineamento dos “fenômenos da comunicação de massa” situando-os no contexto da cultura brasileira. Marques de Melo já sai aqui em defesa desse território comunicacional, divulgando a teoria em seus conceitos iniciais.
Foi um livro que vendeu mais de 20 mil exemplares, e tornou-se referência por muitos anos para os estudiosos de comunicação, muito elogiado e aclamado por jornalistas e empresários da área, como bem destaca Waldemar Luiz Kunsch em sua resenha para a Revista Comunicação e Sociedade 34, que também apresentada vários depoimentos dessas autoridades, dentre eles o de Luiz Beltrão que fora publicada no Correio Braziliense (Brasília, DF), em 10/12/1972.
Poucos mestres de comunicação no País hão desenvolvido estudos e pesquisas da importância e em ritmo de um verdadeiro scholar como o Prof. José Marques de Melo [...] Ora sistematizando conceitos e apreciando-os criticamente, como no seu primeiro livro Comunicação social: teoria e pesquisa; ora aplicando teorias à realidade nacional, como em Comunicação, opinião e desenvolvimento; seja difundindo métodos e oferecendo modelos à investigação científica, como em Estudos de jornalismo comparado; ou seja indo às raízes do nosso jornalismo para reduzir aos seus limites os apregoados motivos políticos que retardaram o surgimento da imprensa no Brasil [...] o credencia a uma admiração que extrapola as limitações da terra e da língua (KUNSCH, 2000, p.34).

Este livro traz a segunda parte da tese de Luiz Beltrão. A tese completa com as duas partes só será publicada em 2001, pela editora da PUCRS, por uma persistência científica do Prof. Marques de Melo e colaboração dos professores Antonio Hohlfeldt e Juremir Machado da Silva, como veremos adiante.
Nesse livro faz a contextualização histórica-cultural que sustenta a teoria folkcomunicação, bem como apresenta os gêneros de informação utilizados pelos grupos populares. Contribui com uma sistematização teórica que até então não se fazia no campo da ciência da comunicação, estruturando e exemplificando as relações e os sistemas de comunicação no universo popular/folclórico. O livro é dividido em três grandes capítulos onde, no primeiro “Comunicação no Brasil Pré-Cabralístico”, é apresentada uma contextualização histórica da formação brasileira indígena em sua língua e meios de comunicação.
Em seguida, continua com a explanação sobre “A comunicação no Brasil Colonial”, também abordando modos de informação dos jesuítas e os modos de ocupação do continente. No terceiro capítulo expõe “A folkcomunicação: manifestações e veículos no Brasil” por meio de um percurso ainda histórico sobre a independência e a formação da “unidade nacional”, e aponta como problema aos estudiosos, políticos e veículos de comunicação o não reconhecimento “de nossa realidade social: é que nesses catimbós está a linguagem do povo rude da hinterlândia e das classes obreiras” (BELTRÃO, 1971, p.46).
E é nesse contexto que “as classes populares têm assim meios próprios de expressão e somente através deles é que podem entender e fazer-se entender” (idem, p.47). Nesse capítulo então, explica a linguagem popular e seus mecanismos de comunicação, e apresenta os gêneros encontrados: informação oral, informação escrita, folkcomunicação opinativa.
O livro é fundamentado principalmente em autores que trazem teorias voltadas ao estudo do folclore como Edison Carneiro, Sílvio Romero, Câmara Cascudo, Alceu Maynard Araújo, mas também traz teóricos de outras áreas como Pedro Calmon, Caio Prado Junior, Gilberto Freyre. E exemplifica ricamente com dados dessas pesquisas, de textos jornalísticos e muito de suas observações em campo.

É um livro de produção coletiva, de circulação restrita, por se tratar de uma série “Comunicações v.14” com 141 páginas em pequena tiragem. Traz contribuições de 11 autores: José Marques de Melo, Luiz Beltrão, Luis da Câmara Cascudo, Ariano Suassuna, Clarival Prado Valadares, Roberto Pontual, José Maria Tavares de Andrade, Mauro Mota, Mauro de Almeida, Hernani Donato, Claude Lévi-Strauss.
Cada um em sua área de formação e atuação acadêmica, contribuem para dimensionar o campo e as diretrizes da Folkcomunicação analisando a relação da comunicação com o folclore, a arte, a literatura, a antropologia, e a sociologia. Os artigos são, na ordem dos autores expostos acima: Folkcomunicação, O ex-voto como veículo jornalístico, Carta sobre o ex-voto, A arte popular no Brasil, Arte de formação e arte de informação, Notas sobre xilogravura popular, Música popular religiosa, Uma sociologia de rótulos de cigarros, Filosofia dos para-choques, Cem ditados rurais paulistas, Papai Noel suplicado.
Essa obra coordenada por Marques de Melo, da década de 1980, representa um momento em que a Comunicação enquanto área do conhecimento se consolidava no Brasil. E, por isso, haviam muitos desdobramentos em pesquisas, abertura de cursos de comunicação social nas diferentes habilitações por todo o país, vários movimentos sociais alavancando formas diferenciadas de comunicação, e muitos veículos de massa bem estruturados compunham um contexto emergente de demandas comunicacionais. Este cenário que se impulsionava pela diversidade de atores sociais no campo da comunicação, definiu um leque ampliado de objetos, teorias e metodologias apontando as tendências de investigações.
Nesse sentido, os 35 capítulos do livro, pontuam as linhas de pesquisa em comunicação no Brasil em nível de graduação e pós-graduação, o mercado de trabalho e a estruturação dos cursos de graduação dessa área.
Dentre os capítulos, dois são destinados à Folkcomunicação e escritos por Luiz Beltrão: “A pesquisa sobre Folkcomunicação”, já citado anteriormente, onde trata da composição do campo e do posicionamento necessário aos pesquisadores; e, “O interesse pela Folkcomunicação”, em que Beltrão relata uma experiência de pesquisa com alunos de graduação, aplicando sua teoria na investigação em campo e análise das temáticas “A comunicação da Fé”, “A comunicação da esperança” e “A comunicação do amor”.
Descreve mais sistematicamente a segunda, contrapondo os aspectos da teoria da folkcomunicação utilizados. Esse é um relato em que o pesquisador oferece esse conteúdo nas disciplinas de Teoria da Comunicação, Teoria da Opinião Pública e Sistemas de Comunicação no Brasil, mas já como indicativo de colocar a Folkcomunicação como disciplina dos Cursos de Comunicação Social.
* Acervo inicial: Mapeamento e identificação das obras (1998-2008)
Os livros analisados nesse período compõem um total de 18 títulos que nós tivemos acesso, dentre eles importantes obras que se tornaram referência para os pesquisadores da área no Brasil e no exterior, mesmo sendo em língua portuguesa. São eles:

Nesse livro, do mesmo modo que no Pesquisa em Comunicação no Brasil, Marques de Melo insere a Folkcomunicação como “Ideias em debate” ampliando para o contexto Latino-americano, fazendo um percurso conceitual que vai de Edgar Morin a Beltrão para o entendimento das comunicações próprias às culturas.
Nessa obra, o autor busca recuperar toda a história do pesquisador Luiz Beltrão, desde a sua infância, seu desenvolvimento profissional e sua vida familiar, até sua morte e seu legado comunicacional.
Ele adota como suportes metodológicos um levantamento bibliográfico e documental, com acesso a textos e acervo pessoal de Beltrão, descreve o percurso do pesquisador em seus vários aspectos – método biográfico por meio das produções. E trabalha com as teorias do próprio Beltrão, além de referências em teorias do campo do folclore.
O intuito dessa obra foi resgatar as imagens natalinas projetadas pela mídia brasileira durante as celebrações de 1996. Por meio de um estudo comparativo, iniciou com pesquisadores de oito universidades paulistas, ampliando-se para 25 instituições acadêmicas (48 pesquisadores) em diferentes regiões do país. A análise foi realizada a partir dos eixos temáticos – tradição/inovação, espaço/tempo, público/privado. E o referencial teórico foi construído a partir de marcos teóricos latino-americanos.
Têm base nas teorias de Luiz Beltrão, que parte do funcionalismo norte-americano, para identificação do duplo fluxo da informação e da existência dos líderes de opinião; também usam a teoria social brasileira. E respaldam em referências de Nestor Garcia Canclini, Jesús Martin-Barbero e, do próprio José Marques de Melo.
Como resultado de sua pesquisa de doutorado, a autora identifica as formas de organização da festa popular e as apropriações dos meios de comunicação de massa e da indústria do turismo. Entender o papel das manifestações populares nas localidades frente ao contexto globalizado.
Faz um estudo de caso profundo e detalhado da Festa de São Benedito da cidade de Aparecida (SP) por meio de um relato historiado, usa a observação participante dentro de uma abordagem etnológica, que consiste em olhar atento às expressões comunicacionais da cultura popular. O estudo traz referências da escola latino-americana de comunicação. Mas também adota autores da antropologia cultural, da sociologia e semiologia dentro dos parâmetros estruturalistas.
O autor retoma artigos que publicou ao longo de sua carreira e, dessa forma, fornece um panorama explicativo dos diversos prismas sobre a Folkcomunicação. Suas reflexões têm como marco os posicionamentos originados dos textos matrizes de Luiz Beltrão, que trazem características do difusionismo norte-americano de pesquisas de campo das décadas de 30 e 40, e dos estudos a respeito da comunicação em Lazarsfeld.
Por meio de método explicativo e descritivo, apresenta uma reflexão sobre o contexto da cultura folk, as aproximações e usos dos meios de massa, faz análises de casos, desenvolvendo o livro em tópicos e áreas de estudo como: a nova abrangência da folkcomunicação; a comunicação (interpessoal e grupal) ocorrente na cultura folk; a mediação dos canais folk para a recepção da comunicação de massa.
Nessa publicação, Marques de Melo oferece uma amostra da concepção teórica, metodológica e empírica do criador da disciplina Folkcomunicação, contribuindo para divulgar as teorias beltranianas. Ela traz doze textos escritos pelo próprio Luiz Beltrão, artigos sobre teoria e metodologia da folkcomunicação.
São estudos de caso que mesclam descrição e análise funcional e cultural sobre a teoria da folkcmunicação e as expressões populares que constituem formas de comunicação: cordéis, ex-votos, gravuras religiosas, curandeiros, líderes populares, o matuto, o vidente e o volante, o migrante. Inclui o estudo dos efeitos; do processo folkcomunicacional; de seus agentes, mediações e intermediações; de aspectos históricos, sociais e culturais; de relaçõesinterpessoais; movimentos cívicos, políticos, religiosos e festas populares.
Em um esforço compartilhado para dar maior visibilidade e acesso à teoria da Folkcomunicação, esse livro traz a tese de Luiz Beltrão. Trata-se de sua obra seminal
A teoria da Folkcomunicação emerge da realidade brasileira e latino-americana, de governo militar e repressão às ideias e manifestações populares da década de 60. A obra de Beltrão valoriza a interpretação, ao mesmo tempo em que conserva o interesse pela explicação – trabalho empírico exaustivo.
O livro é apresentado em duas partes: a primeira, Teoria da folkcomunicação, fundamentos teóricos e metodológicos; a segunda, pesquisa de folkcomunicação, com subdivisões contextualizando a comunicação no Brasil pré e durante o período colonial; as manifestações como veículos; informação oral e escrita, folkcomunicação opinativa.
O livro faz uma retrospectiva social, econômica e cultural das tradições da zona canavieira de Campos de Goytacazes, localizada no norte do Rio de Janeiro. E verifica as formas de divulgação dos movimentos artísticos tradicionais da cidade, tanto na mídia local quanto na comunidade na comunicação intergrupos. Aborda a visão da imprensa local sobre movimentos afro-portugueses, como o reisado, cânticos e festas religiosas aos santos padroeiros.
O autor constrói o texto buscando referências fundamentalmente em teorias ligadas a escola funcionalista, de Frankfurt, e estruturalista. Pesquisa de levantamento documental e bibliográfico.
Como resultado de um evento nacional de folkcomunicação, o livro propõe refletir e desvendar como a disciplina de Luiz Beltrão se traduz na sociedade globalizada. Entre ensaios, artigos e relatos de pesquisa, vários aspectos são definidos e abordados como: grupos Folk, Folkmídia, processos de folkcom, líder de opinião, identidade cultural, hibridismo.
O livro, dividido em duas partes, traz na primeira uma concepção teórica e metodológica. Na segunda parte, apresenta estudos de casos de diferentes autores com relatos de pesquisas realizadas de modo empírico, pautados pelos temas beltranianos e pelas demandas contemporâneas. Além da teoria beltraniana, sãocitadas teorias da Escola Latino Americana de Comunicação, da Semiótica, dos Estudos Culturais e de teorias ligadas ao estudo do folclore.
A publicação deste livro pela Cátedra UNESCO/Metodista teve como objetivo contribuir para o avanço dos estudos em folkcomunicação, dando continuidade às ideias de Luiz Beltrão. O livro aborda a comunicação dos marginalizados, expressões populares que propiciam intermediações/relações com sua própria audiência (interpessoal e intergrupal) e os líderes de opinião.
A partir de estudos já realizados por sociólogos e antropólogos, Beltrão procura fazer uma descrição analítica dos fenômenos culturais identificando os processos comunicacionais neles inseridos. Trabalha dentro da linha funcionalista norte-americano, identificando o duplo fluxo da informação e da existência dos líderes de opinião. Faz inserções na semiologia. O livro foi dividido em duas partes: Teoria da folkcomunicação, onde está a teoria e o sistema matriciais da folkcom; Metodologia da folkcomunicação, onde apresenta o formato da pesquisa e objetos de estudo na área.
Fruto da pesquisa e vivências cotidianas do autor no contexto da folkcomunicação, a obra traz objetos como literatura de cordel, festas populares, lendas, mitos, legislação e organização social para a preservação de bens imateriais, xilogravuras, folguedos, ex-votos = manifestações e expressões da cultura popular. Com teorias ligadas ao campo do folclore, e referências da antropologia e sociologia, o autor faz levantamento documental e bibliográfico de textos, nomes/autores, folhetos, poesias, contos e causos. Usa o método descritivo para apresentar os resultados das pesquisas, fruto do percurso acadêmico e visitas de campo pelo autor, no qual também traz evidências etnográficas.
Resultado da Conferência Nacional de Folkcom, esse livro amplia a reflexão sobre o texto originário da teoria da folkcomunicação: “o ex-voto como veículo jornalístico”, de Luiz Beltrão. E, divulga as pesquisas que permearam esse tema e foram apresentadas em 2005, na cidade Terezina, estado do Piauí.
A produção também é o marco do Grupo de Pesquisas “Caçadores de Milagres” liderado por Jaqueline Dourado, que faz investigações de levantamento bibliográfico e documental, com inserções etnográficas de caráter empírico, pelos estados do nordeste brasileiro.
O livro é apresentado seguindo as temáticas dos Grupos de trabalho da Conferência Brasileira de Folkcomunicação, e são: GT1: Teoria e Metodologia; GT2: Gêneros e Formatos. GT3: Folkcomunicação Midiática; GT4: Folkcomunicação Turística. GT5: Folkcmunicação política. GT6: Folkcomunicação religiosa (principal enfoque do livro), enfatiza a pesquisa etnográfica e o estudo descritivo das manifestações religiosas, principalmente as relacionadas ao ex-voto.
Este livro é referência aos estudiosos dessa área, e foi organizado com a finalidade de atualizar a teoria da folkcomunicação, esclarecer conceitos e processos, elucidar metodologias e técnicas possíveis, e temáticas de estudo na área. O livro reúne autores da segunda geração, mas traz também textos importantes dos discípulos de Luiz Beltrão.
A edição adotou quatro eixos temáticos: Teoria e metodologia, que traz a reflexão dos conceitos e dos processos relacionados ao arcabouço folkcomunicacional; Gêneros e formatos, desenvolve temas que estudam as formas tradicionais de comunicação das camadas populares (marginalizadas), conforme enunciadas por Luiz Beltrão; Política e contemporaneidade, discute formas e estratégias de ações que envolvem a folkcomunicação – como apropriações por organizações políticas e/ou partidárias, ou manifestações espontâneas de grupos na rede midiática; Festividades e turismo, expõe as análises sobre as festas populares, a apropriação pela indústria do turismo e as novas abrangências organizacionais.
A festa junina sob o ponto de vista do turismo e das organizações comerciais - um estudo de folkmarketing. Partindo desse foco o autor analisou os discursos das organizações públicas e privadas patrocinadoras e apoiadoras do evento, que se apropriam do universo simbólico do círculo junino (balões, comidas típicas, danças, matutos e músicas). Por meio de pesquisa empírica, bibliográfica e documental, adota a metodologia de análise do discurso. A pesquisa aconteceu de 2000 a 2004 no contexto da escola latino-americana, trabalha fundamentalmente com o referencial teórico de Luiz Beltrão, para situar o marketing Philip Kotler, na análise de discurso Dominique Maingueneu.
Trigueiro e Marques de Melo organizaram essa publicação com a finalidade de fazer um perfil de Luiz Beltrão por meio da reflexão sobre sua trajetória - vida, obra e teoria – e trazer as novas perspectivas metodológicas da folkcomunicação. Tomaram como objeto a biografia de Beltrão e toda sua ampla bibliografia, particularmente, aquelas relacionadas à Teoria da folkcomunicação.
Outra obra de referência sobre folkcomunicação, com edição esgotada, apresenta de modo simples e didático os principais marcos teóricos originalmente desenvolvidos por Luiz Beltrão, nos anos 1960.
Oferece um panorama dos principais conceitos, objetos e debates em torno deste campo de pesquisa em comunicação, em 35 verbetes escritos por pesquisadores de diferentes regiões do país e militantes em folkcomunicação.
Com respaldo em teorias latino-americanas, seguido da perspectiva dos estudos culturais, os autores fazem um levantamento de conceitos e referências vinculadas à disciplina da folkcomunicação desde a sua gênese. Buscam referências interdisciplinares. O livro está organizado em três partes: Principais conceitos de folkcomunicação; Objetos & expressões populares; Diálogos sobre comunicação e cultura.
Rio de Janeiro (Cidade). Secretaria Especial de Comunicação Social. Folkcomunicação – a mídia dos excluídos. (Cadernos Especiais de Comunicação) Rio de Janeiro/RJ: A secretaria, 2007.
Esse caderno, com apresentação do então prefeito Cesar Maia, faz uma apresentação da teoria da Folkcomunicação e homenageia Luiz Beltrão por seu mérito nas pesquisas e ensino na área da comunicação. Levanta a importância da teoria que discute a mídia de grupos excluídos desenvolvendo a reflexão em cinco textos, reunidos e sintetizados de outras publicações. A finalidade é trazer os principais aspectos para introdução a esse campo.
Dois textos iniciais, elaborados por Maria Cristina Gobbi, “Uma vida dedicada à comunicação” dedicado a uma breve descrição biográfica do pesquisador e a indicação da primeira teoria brasileira na área da comunicação; depois, “A mídia das comunidades periféricas” apresentando o contexto em que se insere as pesquisas nessa área, ou seja, uma sociedade com ampla diversidade cultural e os diferentes atores sociais e a ampliação dos canais de comunicação no século XX.
No terceiro, um texto do próprio Luiz Beltrão, “Folkcomunicação: conceitos e definições”, extraído do livro Folkcomunicação a comunicação dos Marginalizados. No quarto, extraído do mesmo livro, “A comunicação dos marginalizados” uma síntese do que são os grupos marginalizados e a audiência de folk. O quinto texto, de Marques de Melo, “Uma estratégia das classes subalternas” para situar o campo de pesquisa no cenário Latino-americano de pesquisa relacionada aos mecanismos de comunicação da cultura popular. Traz apontamentos sobre folkmídia diferenciando de folclore midiático, do mesmo modo faz com cultura popular, de massa e erudita. Mostra como as tradições se localizam na Aldeia Global de McLuhan.
O autor inova e avança nas teorias beltranianas ao trazer os “ativistas midiáticos” colocando-os como “intermediários” cognitivos entre os produtores da cultura erudita e de massa e os consumidores da cultura popular.
Na primeira parte, a publicação apresenta conceitos e um levantamento sobre os diversos processos de mediações dos ativistas midiáticos de São José de Espinharas. E, na segunda, traz ensaios com temáticas e objetos diferenciados, bem como abordagens e metodologias específicas. Trigueiro demonstra a confluência entre as teorias de Jesus Martin Barbero, sobre a teoria das mediações, com Luiz Beltrão, na teoria das intermediações. Trabalha com Muniz Sodré para a concepção da Comunicação; e com Gramsci, para a compreensão da hegemonia.
Outra grande obra de referência para a atualização e recuperação da trajetória da Folkcomunicação como disciplina. Este livro faz um mapeamento teórico cuidadoso. Marca cronologicamente os acontecimentos nos anos 1960 até a atualidade – eventos, produções acadêmicas, entidades, pesquisas realizadas e momentos diversos que foram responsáveis pela crescente institucionalização da disciplina.
Discute os fenômenos comunicacionais em suas relações entre a indústria da mídia e a cultura popular, ressalta aspectos históricos, ícones emblemáticos, perfis biográficos e elementos teóricos e metodológicos que configuram o pensamento folkcomunicacional. O autor propõe uma classificação dos gêneros, dividindo-os em folkcomunicação oral, visual, icônica e cinética, atualizando e reformulando a proposta original de Beltrão e mapeando ainda os principais formatos de cada gênero – constitui uma tipologia da folkcomunicação.
Acervo atualizado: Mapeamento e identificação das obras (2009–2018)
O grande destaque desse novo período é que, além dos veteranos pesquisadores da área, uma nova geração surge com entusiasmo, questionamentos e paradigmas diferenciados para atualizar e, mesmo, resgatar a disciplina de modo multidisciplinar envolvendo diferentes áreas das ciências sociais e humanidades, reforçando o legado de Beltrão e valorizando a metodologia no contexto contemporâneo. Tais pontos pode-se acompanhar nas publicações apresentadas abaixo.
Prof. Marques de Melo, na apresentação, destaca a importância deste ebook para a compreensão e adoção da folkcomunicação nas pesquisas do século XXI. Resultante da Conferência Nacional de 2008, este livro concentra o foco na identidade da disciplina, trazendo “os impasses teóricos e os desafios metodológicos”, dez anos após a primeira conferência. Traz reflexões de “veteranos estudiosos do campo” como Osvaldo Trigueiro e Cristina Schmidt; e também as considerações da “vanguarda atual”, como Maria Cristina Gobbi, Betania Maciel, Marcelo Pires, Karia Janz Woitowicz.
Esse livro é resultado de uma pesquisa realizada com base na teoria da folkcomunicação na comunidade quilombola Lagoa da Pedra, em Tocantins.
Objetivou-se registrar e descrever de modo sistemático as manifestações culturais dessa comunidade. Trabalhou na definição e verificação, dos agentes folk, seus canais de comunicação/manifestação como rituais religiosos, danças, alimentação, relação com a natureza. Seu arcabouço teórico se alinhava primeiro por um caminho “multidimensional” com teóricos como Frittjof Capra, Edgar Morin, Mircéa Eliade, Claude Lévi-Strauss entre outros. E, de “forma detalhada” aborda a teoria da folkcomunicação.
Para essa construção referencial adota Luiz Beltrão, Marques de Melo, Roberto Benjamin, Osvaldo Trigueiro, Cristina Schmidt, Sebastião Bregues e Antonio Hohlfeld.
Como apresenta a professora Maria Cristina Gobbi, a autora “faz sua análise evidenciando os estudos sobre os ritmos blues e hip hop, comprovando que os cenários comunicativos são formas de comunicação específicas de culturas”.
Traz uma revisão bibliográfica que traz autores como Canclini, Barbero, Beltrão no contexto latino-americano, mas também suporta seus fundamentos em Hall, Harvey, Castells e Baumann. Faz um percurso teórico bem definido em termos folkcomunicacionais e também contextualiza com clareza os movimentos culturais Blues e Hip Hop. Da música como prática comunicacional à resistência cultural, o teoria da folkcomunicação fica muito bem situada metodologicamente.
Os artigos reunidos neste livro abordam as novas realidades comunicacionais, sem perder o foco nas teorias fundamentadas de Luiz Beltrão. O objetivo dos pesquisadores neste livro - todos ligados à Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação (Rede Folkcom) - foi atualizar o pensamento beltraniano, abordando novos e antigos objetos de estudo sob outras óticas. As tecnologias da comunicação, as redes sociais e os mecanismos de convergência - além de aspectos ligados à defesa e à autoafirmação das identidades sociais e culturais, as práticas populares como o artesanato. Todas essas temáticas se fazem presentes nesta publicação, e são decorrentes da Conferência Nacional de Folkcomunicação realizada em Juiz de Fora-MG.
A partir de sua experiência com a Festa Junina de Campina Grande e a concepção do termo Folkmarketing, o autor segue para pesquisar e analisar a Festa Junina em Portugal. Como colocado no prefácio “O olhar de pesquisador de Severino A. Lucena Filho, somado às vivências e participação nas Festas Juninas, desencadeou um relevante problema de investigação: analisar e compreender a Festa Junina no Brasil e em Portugal, e suas interfaces culturais no contexto do folkmarketing.”
A obra foi organizada por José Marques de Melo e lançada em dezembro de 2012, como parte das comemorações de 35 anos da Intercom. Este dicionário bibliográfico de Luiz Beltrão contém resenhas críticas de suas obras impressas. Participaram desse mutirão intelectual mais de 30 pesquisadores de todo o Brasil.
Livro essencial para compreensão da folkcomunicação, traz textos fundamentais aos estudos dessa teoria. Apresenta as bases epistemológicas da comunicação, do folclore e da folkcomunicação para a compreensão do campo.
Na primeira parte, intitulada A Pré-história da Folkcomunicação, se subdivide em cinco sessões. Inicia com a exposição das matrizes teóricas nos “Estudos Científicos do Folclore brasileiro”: Gramsci, Edson Carneiro, Jorge Gonzales, Maria Izaura Pereira Queiroz. Na segunda as matrizes empíricas com Lévi Strauss, Raymundo Cantel, Antonio Cândido, Carlos Rodrigues Brandão.
Na terceira parte aponta os precursores e pioneiros em folkcomunicação com Câmara Cascudo, Alceu Maynard, Florestan Fernandes. Na quarta, uma cartografia cultural com abordagem folkcomunicacional e trabalha textos de Diégues Junior, Ecléa Bosi, Ruth Cardoso. Na quinta faz uma incursão nos estudo sobre as manifestações populares em autores como José Ramos Tinhorão e Olga Von Simson. Cada sessão é fechada com um texto de Luiz Beltrão que articula as temáticas.
Na segunda parte, intitulada História em Processo, na sessão VI Gênese esclarece os Sistemas da comunicação e da folkcomunicação por Marques de Melo e Joseph Luyten; e os veículos de manifestação da cultura popular por Roberto Benjamim. Na VII Configurações, trabalha os termos derivados da folkcomunicação como: folkmidia - Luyten, folk-ativismo – Osvaldo Trigueiro, folkmarketing – Severino Lucena, folkcturismo – Daniel Galindo, Folkpolítica – Sérgio Gadini, Folkficção – Eliane mergulhão, entre outras derivações. E nas VIII, IX e X traz os processos comunicacionais que grafam o Mapa cultural Contemporâneo, com Cristina Schmidt; a Institucionalização das pesquisas na constituição da Rede Folkcom, com Érica de Oliveira; e a sedimentação e expansão dos estudos por Junia Martins.
O destaque para esse livro está na inserção social que ele contém e o público que lhe acolheu na 4ª Mostra Internacional de Turismo – MIT, em Recife. Para o campo da Folkcomunicação, a contribuição está no capítulo sobre A Construção do Discurso na Terra dos Papangus: uma análise da política de turismo à luz dos atores envolvidos na produção do município de Bezerros – Pernambuco, de autoria da professora Signe Dayse Castro de Melo e Silva da Universidade Federal da Paraíba, que toma como principal referencial teórico, as teorias de Luiz Beltrão.
A obra é composta por três volumes: Colaborações para o Debate sobre Telecomunicações e Comunicação; Memória das Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação no Brasil; e Tendências na Comunicação. A teoria da Folkcomunicação ganhou destaque no volume 2 desse panorama, com as contribuições das pesquisadoras da Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação , Betania Maciel e Cristina Schmidt. A Folkcomunicação, primeira teoria da comunicação brasileira, foi resgatada por meio de histórico e das atividades institucionais da Rede Folkcom – Rede Brasileira de Estudos e Pesquisas em Folkcomunicação.
Publicação muito importante por representar uma sistematização da pesquisa em folkcomunicação no Amazonas. Os capítulos analisam como ocorrem os processos de comunicação nas manifestações populares amazonenses, particularmente do município Parintins, como o boi-bumbá e as danças, os rituais e práticas religiosas. Soriany Neves, organizadora do livro, também é responsável pelo processo de implantação da disciplina no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), campus Parintins.
A obra é de extrema relevância para a área da Folkcomunicação por apresentar a trajetória biobibliográfica de Luiz Beltrão, nascido em 08 de agosto de 1918, é considerado um dos mais importantes comunicólogos brasileiros. Com uma ampla produção acadêmica e militância profissional ímpar como jornalista, pesquisador e professor, este livro editado em três partes: primeiramente, O homem e o mito, evidencia sua biografia com as atuações nacionais e internacionais.
Em seguida, O Acadêmico Polifacético, apresenta suas contribuições no jornalismo, literatura, Relações públicas, Folkcomunicação. E, na terceira, O intelectual fora de série, pontua sua trajetória como fundador de Instituto de pesquisa, inovador educacional, renovador institucional, entre outras importantes façanhas.
Essa publicação traz, conforme apresentação do organizador:
“O legado do Mestre Beltrão em Comunicação & Problemas. Primeira revista acadêmica de Comunicação editada no Brasil. A edição inicial foi publicada em março de 1965, trazendo informações sobre o curso de Jornalismo da Unicap (Universidade Católica de Pernambuco), contendo registro das pesquisas, eventos, artigos, depoimentos, entre outras atividades realizadas pelo Icinform (Instituto de Ciências da Informação), primeiro centro de pesquisa nacional, também criado pelo mestre Luiz Beltrão.
Resultado da tese defendida por Mergulhão na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), no Doutorado em Comunicação Social, a obra traz uma análise da comunicação dos excluídos identificadas nas culturas dos grupos sociais periféricos, tendo como base a Teoria da Folkcomunicação. A autora seleciona e analisa textos literários de Luiz Beltrão, ao passo que verifica se as narrativas relacionadas à cultura popular configuram também elementos folkcomunicacionais. A obra inova na aproximação entre a folkcomunicação e a literatura beltraniana, ainda não tão conhecida no ambiente acadêmico.
O livro tem como tema central o processo de construção de um santo não canônico. Na localidade de devoção foi realizada a pesquisa empírica e, por meio de uma análise comparativa do discurso simbólico expresso pelos ex-votos, e análise do conteúdo da imprensa local.
É um estudo de folkcomunicação em que, para sua fundamentação, o autor recorre a análise europeia, com Barthes, Bakhtin e Lévi-Strauss. Trazendo para o contexto, utiliza procedimentos latino-americanos, de Jorge González, Osvaldo Trigueiro e Antonio Hohlfeldt. Essa articulação teórico-metodológica amplia as concepções beltranianas.
Com levantamento bibliográfico e documental, e acesso a textos e ao acervo da Revista Ave Maria, uma publicação da Igreja Católica. O livro analisa os ex-votos aí publicados, no período pós-ditadura militar, de modo a compreender o processo comunicacional relacionado a essa prática. Fazendo um percurso descritivo, com análise de conteúdo, o autor identifica “a disparidade funcional existente entre prática e religião” e fundamenta com a teoria da folkcomunicação a análise dos ex-votos, e teorias críticas à teologia da libertação, mostrando “a saga de uma comunicação perseguida”.
O livro Mídia e Políticas Culturais faz reflexões sobre políticas públicas voltadas à diversidade cultural e à comunicação. Apesar de não ser um livro específico de Folkcomunicação, traz textos que subsidiam e fundamentam estudos voltados a área. A coletânea debate em dois capítulos a folkcomunicação e as políticas públicas relacionando ao Patrimônio Imaterial, Indústria Criativa e Patrimônio material.
Obra abrangente no campo da comunicação tem o intuito de refletir sobre a pesquisa nos diferentes grupos de trabalho da Intercom. À luz das diferentes Teorias da Comunicação, traz diferentes temáticas, novas abordagens metodológicas, linhas de pesquisa, em autores que prescrevem a contemporaneidade. Dentre os capítulos, destaca-se “Desafios da pesquisa em Folkcomunicação: trajetória e fortalecimento da disciplina”, de Karina Janz Woitowicz e Cristina Schmid. Elas elencam marcos da consolidação da teoria da folkcomunicação no âmbito das Ciências da Comunicação, com base em pesquisa bibliográfica e levantamento de documental. E, apontam os espaços acadêmicos, os grupos de pesquisa e os grupos de trabalho em eventos científicos como sítios de referência de produção e difusão da pesquisa em folkcomunicação e indicadores de expansão da teoria.
A partir da experiência de internacionalização da Rede Folkcom (Rede de Estudos e Pesquisas em Folkcomunicação), em sua segunda Conferência Internacional, traz como resultado essa publicação em espanhol, editada em parceria entre Universidade de La Frontera e Universidade Austral de Chile. Reúne 23 capítulos em três seções: a primeira com textos clássicos sobre a teoria da Folkcomunicação, principais conceitos e possibilidade de pesquisas. A segunda contempla autores brasileiros com “textos contemporâneos”; e a terceira seção traz autores chilenos com textos que promovem “aproximações à folkcomunicação” em investigações do Chile.
A importância desse livro está no fato de reunir 22 textos originais de Luiz Beltrão, produções sobre folkcomunicação, jornalismo e literatura; que são analisados por estudiosos de várias instituições brasileiras.
E, ainda, traz reflexões do autor no cenário de transformações que o mundo e o Brasil vivenciaram durante as décadas de 1960, 70 e 80. As análises trazem contemporaneidade às teorias de Beltrão e contribuem para uma atualização dos referenciais e das pesquisas. Destes textos, 06 estão relacionados especificamente à folkcomunicação; sendo 02 capítulos de Luiz Beltrão que se desdobram em mais 04 com análises por Cristina Schmidt, Sérgio Luiz Gadini, Guilherme M. Fernandes e Iury Parente Aragão.
Considerações finais
Nesse acervo com 42 obras editadas em formato livro, 23 (vite e três) trazem a temática da folkcomunicação como totalidade da obra, 06 (seis) são textos do próprio Beltrão em reedição ou textos inéditos, 07 (sete) trazem capítulos dentro de livros relacionados à Comunicação, às Políticas Públicas ou ao Turismo; e outras 06 (seis) trabalham a folkcomunicação como metodologia aplicada.
Os marcos teóricos das obras, principalmente no Acervo Inicial, partem do difusionismo norte-americano (pesquisas de campo e de líder de opinião); depois caminham com os estudos culturais (que valorizam os elementos da cultura popular ou iletrada); e com os estudos da escola latino-americana de comunicação. E, os métodos adotados para a realização das pesquisas dão grande ênfase para estudos etnográficos, estudos de caso e estudos descritivos, pesquisa de levantamento documental e bibliográfico, e análise de conteúdo. Em menor grau aparecem pesquisas participantes, estudos comparados e análise de discurso.
Os objetos de estudo destacam as manifestações culturais dos grupos marginalizados urbanos e rurais, delimitados nos processos de comunicação aí localizados, as relações com a mídia e ainda a protagonização de líderes de folk e, a grande contribuição que está no ativista midiático.
Os pesquisadores com maturidade acadêmica (“discípulos de Beltrão”) e aqueles que já se dedicam há alguns anos à produção acadêmica na área, acabam liderando as publicações como autores individuais, ou fazendo parte das organizações dos livros. Enquanto que, novos pesquisadores também protagonizam uma série de textos que se voltam para publicações com objetos contemporâneos, não abordados por Beltrão – o que atualiza a disciplina quando sua aplicação a estes.
Em todas as obras o referencial de Beltrão é citado; e, compartilham também bibliografias relacionadas as áreas da sociologia, antropologia, semiótica e folclore promovendo uma reflexão multidisciplinar e, em alguns casos, interdisciplinar. Porém, ainda existe uma parte das pesquisas que se revelam mais direcionadas a estudos antropológicos e sociológicos do que comunicacionais. Apresentam metodologias e abordagens das ciências sociais aplicadas. Mas, fica evidente o amadurecimento das pesquisas no campo da Folkcomunicação que revela uma busca pela coerência metodológica, por um refinamento e precisão teórica (por isso os esforços de algumas publicações para delimitar conceitos e metodologias).
São poucos os trabalhos (livros ou capítulos) que apresentam uma reflexão efetivamente epistemológica da folkcomunicação. E, quando há um “estado da arte”, existe uma tendência à adoção de referências “européias” às latino-americanas, ocorrendo uma sub-valorização da teoria da folkcomunicação, principalmente nos textos mais recentes ou coautores não frequentes nesse campo.
Para finalizar, importante destacar o que Beltrão aponta em seu artigo, a persistência de alguns pesquisadores da primeira geração resulta nessa ampla bibliografia, com o estímulo e apoio permanente da Cátedra UNESCO/Metodista, capitaneada pelo professor José Marques de Melo.
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Notas