Ensaio fotográfico

A cidade do Serro, localizada no Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais, possui uma população com 21.400 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2013. A área está compreendida em um 1.217.645 km2, numa altitude máxima de 2.002 metros e mínima de 835 metros. O município foi fundado em 29 de janeiro de 1714 na categoria de vila e, no dia 06 de março de 1838, torna-se cidade. Ali, no ano de 1701 foram descobertas jazidas de ouro por portugueses, que posteriormente também encontram na região minas de diamantes, entre as atuais cidades vizinhas de Diamantina, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras.
O Serro, cidade histórica, relembra e conserva construções do século XVIII. Na época denominada como Vila do Príncipe. Atualmente, além de capelas e igrejas da religião católica, ostenta antigos casarões e preserva o patrimônio histórico. Uma das principais festividades da cidade acontece anualmente no mês de julho em homenagem à santa padroeira do município: Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Em pelo menos sete dias acontecem manifestações folclóricas, distribuição e venda de comidas típicas, cortejos pelas ruas, missas e feiras de artesanatos e produtos diversos.
No passeio pela cidade, as calçadas são estreitas, as ruas planas e as muitas ladeiras são revestidas de pedras. Uma das ilustres personalidades da cidade, a professora aposentada serrana Maria Lúcia Clementino Nunes, nascida em 21 de novembro de 1932, conhecida como Dona Lucinha, costuma dizer: “Essas pedras são documentos. Levaram daqui o ouro e o diamante, mas deixaram os cascalhos da história”. Mãe de onze filhos, ela e a família atuam na gastronomia mineira, em Belo Horizonte e em São Paulo, com importante conhecimento sobre a história daquela região.
Nestes caminhos de pedras, ou cascalhos, numa ladeira denominada Avenida da Saudade, que leva a um dos pontos mais altos da cidade, bem ao lado do histórico Cemitério do Serro, este fundado em 1882, localiza-se a casa do escultor José Dias. Ele não revela a idade, pouco fala, mas expõe na varanda da casa térrea onde vive, e também diante da residência, esculturas que chamam a atenção de quem passa. Todas produzidas com “Pedra Sabão”. O artista conta que a inspiração para realizá-las vem das silenciosas observações que faz do cotidiano social e político da cidade. Na maior parte das vezes com teor crítico.












Referências
BENJAMIM, Roberto. Folkcomunicação: Da proposta de Luiz Beltrão à Contemporaneidade. In: Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, ano 5, nº 8 e 9, p. 281-287, jan. e dez. 2008.
CORNIANI, Fabio. Afinal, o que é Folkcomunicação? 2005. 8f. Artigo.
MAIA, Tom, LINS, Miguel, MAIA, Thereza Regina de Camargo. Serro do Frio Vila do Príncipe. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979.
QUEIROZ, Maria da Graça Soto. Serro, Minas Gerais (imagens). Belo Horizonte: Editora Iphan, 2010.