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O papel da cidadania na atuação do ativista midiático da Rede folkcomunicacional através da difusão dos grupos de cultura popular na sociedade midiatizada
Niutildes Batista Pereira; Luiz Custódio da Silva
Niutildes Batista Pereira; Luiz Custódio da Silva
O papel da cidadania na atuação do ativista midiático da Rede folkcomunicacional através da difusão dos grupos de cultura popular na sociedade midiatizada
The role of citizenship in the performance of the media activist of the folkcomunicacional network through the dissemination of popular culture groups in the mediated Society
El papel de la ciudadanía en la actuación del activista mediático de la red folkcomunicacional a través de la difusión de los grupos de cultura popular en la sociedad mediatizada.
Revista Internacional de Folkcomunicação, vol. 20, núm. 44, pp. 204-221, 2022
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Resumo: No âmbito da cultura popular, dentro do conceito da folkcomunicação criado por Luiz Beltrão, em 1967, observou-se que os grupos populares tinham dificuldades de acesso aos meios de massa, mas que tinham uma forma peculiar de comunicação através das manifestações culturais. Hodiernamente, com as transformações da sociedade midiatizada e a globalização, surgem novas ambiências nas relações comunicacionais entre os grupos culturais da sociedade com acesso mais democratizado. Por conseguinte, os ativistas midiáticos da rede folkcomunicacional, grupos de culturais e ONG's, tiveram papéis importantes na interpenetração dos campos da cultura e comunicação na sociedade atual. Resultando em ações de cidadania nas relações comunicacionais, criando ressignificações e proporcionando sustentabilidade dentro dos grupos culturais.

Palavras-chave: Cidadania, Folkcomunicação, Ativista midiático, Sociedade midiatizada.

Abstract: In the context of popular culture within, the concept of folkcommunication created by Luiz Beltrão, in 1967, it was observed that popular groups had difficulties in accessing the mass media, but that they had a peculiar form of communication through cultural manifestations. Nowadays, with the transformations of the mediatized society and globalization, new ambiences arise in the communicational relationships between cultural groups in society with more democratized access. Therefore, the media activists of the folk communicational network, collectives, cultural groups and NGOs played an active and important role in the interpenetration of culture and communication in today's society. Resulting in citizenship actions in communication relations, creating new meanings and providing sustainability within cultural groups.

Keywords: Citizenship, Folkcommunication, Media activist, Mediatized society.

Resumen: En el contexto de la cultura popular dentro del concepto de comunicación popular creado por Luiz Beltrão en 1967, se observó que los grupos populares tenían dificultades para acceder a los medios de comunicación de masas, pero que tenían una forma peculiar de comunicación a través de manifestaciones culturales. En la actualidade, con las transformaciones de la sociedad mediatizada y la globalización, surgen nuevos ámbitos en las relaciones comunicacionales entre grupos culturales en una sociedad de acceso más democratizado. Por lo tanto, los activistas mediáticos de la red de comunicación popular, colectivos, grupos culturales y ONG jugaron un papel activo e importante en la interpenetración de la cultura y la comunicación en la sociedad actual. Dando como resultado acciones ciudadanas en las relaciones comunicacionales, creando nuevos significados y brindando sustentabilidad al interior de los grupos culturales.

Palabras clave: Ciudadanía, Folkcomunicacion, Activista de los medios, Sociedad mediatizada.

Carátula del artículo

Artigos e ensaios

O papel da cidadania na atuação do ativista midiático da Rede folkcomunicacional através da difusão dos grupos de cultura popular na sociedade midiatizada

The role of citizenship in the performance of the media activist of the folkcomunicacional network through the dissemination of popular culture groups in the mediated Society

El papel de la ciudadanía en la actuación del activista mediático de la red folkcomunicacional a través de la difusión de los grupos de cultura popular en la sociedad mediatizada.

Niutildes Batista Pereira1
Universidade Federal da Paraíba , Brasil
Luiz Custódio da Silva2
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Brasil
Revista Internacional de Folkcomunicação, vol. 20, núm. 44, pp. 204-221, 2022
Universidade Estadual de Ponta Grossa

Recepción: 19/11/2021

Aprobación: 23/05/2022

Introdução

O pesquisador Luiz Beltrão (1980) percebeu nas suas pesquisas que mesmo com a exclusão de grupos da sociedade marginalizados pela comunicação, havia uma articulação comunicacional através das manifestações culturais e folclóricas, onde percebeu agentes atuantes nas comunidades que faziam as mediações dos grupos populares com as mídias de massa. Ele conceituou esses agentes de comunicadores folk, que atuavam como líderes de opinião em suas comunidades e/ou grupos sociais, através da decodificação da informação que vinham das mídias de massa para o âmbito local, possibilitando um debate entre os seus pares, do que era posto pelas mídias tradicionais, fazendo com que os grupos selecionassem o que era de proveito para sua comunidade.

Hodiernamente, com a globalização e os avanços digitais inseridos na sociedade midiatizada, se possibilitou o surgimento de novos agentes e novas ferramentas de acesso à comunicação, isso fez com que os cidadãos se tornassem personagens mais atuantes em suas comunidades. Nesse contexto, surge o conceito de Ativistas Midiáticos (TRIGUEIRO, 2008), com finalidades que vão além da mediação do comunicador folk. Esses ativistas midiáticos, através de seu conhecimento prático e afinidade com os recursos midiáticos, atuam a partir de seu lugar de fala, registrando as manifestações socioculturais de seu grupo e comunidade, ressignificando através da relação e afetação com as mídias na difusão da cultura popular local, através dos recursos tecnológicos da internet para o âmbito global. Percebemos que esse papel propicia um canal de voz ativa e interativa no clamor à cidadania desses grupos socioculturais, que tem como objetivos perpetuar sua cultura e arte.

O desenvolvimento da cidadania no mundo

A cidadania é um fator que na atualidade se almeja por uma maior justiça social, na participação com equidade e equilíbrio de todos que vivem em sociedade sem distinção de classes, etnias, gênero dentre outros fatores. Uma forma de cidadania é o direito de inserir- se de uma maneira ativa e participativa nos rumos da sociedade. Houve um longo caminho no amadurecimento da cidadania ao longo dos tempos e que ainda se transforma pontualmente nas necessidades de grupos excluídos socialmente, que batalham por seus direitos enquanto cidadão.

A origem do termo cidadania, advém da Grécia Antiga (1.100 a.C. / 146 a.C.) que retrata o indivíduo que habita a cidade (civitas). A cidadania partia de um ideal coletivo dos cidadãos com sua comunidade e que só poderia exercer cidadania o homem considerado livre para executar sua vontade na sociedade e assumir suas responsabilidades coletivas. O direito à cidadania só abrangia poucas classes sociais e excluíam mulheres, crianças, escravos e os pobres que precisavam trabalhar para sobreviver. Na Roma Antiga a cidadania era negada aos descendentes dos estrangeiros considerados plebe, aos escravos, aos devedores, traidores e prisioneiros do império romano. Entretanto, com a expansão do império romano foi revisto a postura do direito à cidadania de alguns excluídos que lutaram em prol de Roma, assegurando assim sua cidadania através da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.).

Na modernidade (séc.XVI), com a revolução francesa e a revolução americana, o cidadão burguês luta para se libertar do poder absolutista, baseando-se em ideais humanistas, públicos urbanos, pensando num conceito mais amplo de cidadania baseado na educação, para fortalecer a identidade burguesa. Contudo, a força política continuava na mão da nobreza e do clero. No século XVIII, ocorrem avanços consideráveis na sociedade inglesa, nos campos dos direitos civis que abordam o direito à vida, liberdade, propriedade e igualdade, que progridem para os avanços importantes do século XIX com os direitos políticos, que fez com que parcela da população tivesse o direito mais ativo na sociedade com o voto.

A cidadania contemporânea do séc.XX têm a contribuição do britânico Thomas Humphrey Marshall (1893 -1981), com características liberais, seu conceito tratava que só seria atingida a cidadania através dos direitos humanos nos contextos sociais, econômicos, civis e coletivo. Marshall propõe uma forma de cidadania que amenize as desigualdades, mas não excluía a ideia que devia existir as classes sociais, no entanto, que se discutisse os níveis aceitáveis de pobreza. O pensador Karl Marx levanta uma crítica aos Direitos Humanos Universais, pois considera que teria o intuito de interesse da classe burguesa na hegemonia da sociedade, deixando excluída a classe proletária. Nessa visão de Marx, o burguês separa a sociedade civil como lugar de interesses próprios e o Estado político os de interesses coletivos, dando a noção que podem dispor de bens se tornando proprietários. Nesse ponto, Marx fala que a cidadania é um direito político da ordem burguesa, e que não se trata de uma liberdade plena do cidadão comum, pois ele fica submisso à regência do capital.

Na era da modernidade, as sociedades se fortaleceram fundamentadas na experiência da política cotidiana presente na crescente urbanização das cidades. Na década de 1970, a luta pela cidadania se fortaleceu embalada pelos direitos civis e os movimentos sociais no mundo. Se reivindicava dentro do Estado de direito o exercício da igualdade na sociedade, dentro das diversidades de classes, etnias, gênero e política, era a voz dos movimentos das minorias na luta pelo direito à cidadania na sociedade. Podemos perceber vários movimentos de liberdade como movimentos contra diversas ditaduras que eclodiram na Espanha, Grécia e América Latina, guerras em prol da independência das colônias portuguesas na África, movimento afro-americano (Pantera – negra) que luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, o movimento Hippie contra a inserção dos americanos na guerra do Vietnã e movimento feminista pelo mundo.

No Brasil o pesquisador Florestan Fernandes3 (1989) percebeu que na democracia brasileira havia dominações na sociedade pelas lutas de classes em contextos econômicos, sociais, políticos e culturais, que sobreporiam a cidadania. Segundo Fernandes (1989) isso se devia a forma de construção do capitalismo brasileiro dissociado da democracia, que ainda mantém resquícios da servidão, sendo incapaz de aceitar uma sociedade pluriclassista, sacrificando os direitos do proletariado condenado à miséria e opressão, destituídos dos direitos sociais. Nesse contexto os movimentos sociais tentam clamar por cidadania e passam a se organizar, através de uma consciência crítica, reforçando a autonomia das organizações populares. Diante dessa exclusão à cidadania em nosso país, Lima et al. (2017) discorre:

Assim, se enraízam as lutas pelo exercício da cidadania em nosso país, em que a classe dominante sempre explorou e se apossou da força produtora da classe dominada, consolidando uma democracia restrita, funcional apenas para as classes que detém o poder social, econômico e político, excluindo a maioria do povo, classe despossuída da arena política e dos direitos de cidadania. (LIMA et al. 2017, p.9).

A participação ativa dos cidadãos nesses espaços disponibilizados na sociedade é de grande valia para fazer com que as lutas sociais sejam incansáveis, na observação e na cobrança ao Estado, refletindo na democratização dos direitos que estão descritos nas leis e na constituição. Dessa forma, podemos fazer com que a cidadania se cristalize gradativamente na sociedade e não fique só na declaração formal. No Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988, houve avanços no ponto de vista democrático, já que sairíamos de uma ditadura militar repressora que ceifou muitos direitos civis, tanto os sociais quanto os políticos. Essas articulações para o acesso à cidadania não se resumem só no direito de votar e ser votado, mas, de uma participação ativa na sociedade. Dessa forma, Gomes (2016) discorre que:

[...] participar em audiências públicas, participar de Orçamentos Participativos, participar de conselhos dentro do Estado – como os Conselhos Municipais de Saúde ou os Conselhos Municipais de Habitação –, participar de organizações comunitárias locais – como Associações de Moradores ou Organizações Não-Governamentais –, participar de manifestações nas ruas: enfim, participar. Ou seja, tomar parte, fazer parte, sentir-se parte de algo maior que um indivíduo ou um grupo, algo maior que é a própria sociedade. (GOMES, 2016, p.46).

Em 2011 podemos destacar momentos significativos de avanços sociais no Brasil com o governo de Lula do partido dos trabalhadores - PT (2003 - 2011), já que foi um período de grande crescimento econômico onde o Brasil ocupava a 13ª posição em 2002, e em 2011 avançou para a 6ª maior economia do ranking global de economias segundo o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional). Neste período, houve uma maior abertura aos diálogos com a sociedade, às instituições da sociedade civil e organizações não – governamentais (ONG´s) em diversas áreas de reivindicação da sociedade brasileira. Segundo o site BBC Brasil:

Também é destacado o aumento da escolaridade no país e avanços no combate à miséria, o que vai ao encontro da avaliação de especialistas consultados pela BBC Brasil, que veem nas políticas sociais o maior legado positivo dos 13 anos do PT no poder no Brasil. (Grifo de matéria no site da BBC Brasil4)

Dentro desse modelo de gestão participativa, o aparato estatal dialoga com setores e organizações da sociedade civil de forma a contemplar os interesses públicos como as reivindicações do ponto de vista plural na sociedade. Isso é reflete nas políticas públicas que são aplicadas na política de Estado, atendendo grupos minoritários que estão desassistidos socialmente. Dessa forma, houve uma implementação do direito à cidadania, possibilitando uma participação ativa e equilibrada da população no acesso às políticas públicas.

Cidadania e folkcomunicação

Observando a evolução do termo cidadania em diversos setores sociais, damos conta de que a participação na sociedade é fundamental para o cidadão se sentir incluído de seus direitos e deveres, porém sabemos que, na prática grande parcela da sociedade é marginalizada nesse sentido e é vetada de muitos direitos fundamentais. O professor Luiz Beltrão (1980), percebe que além das necessidades sociais básicas, a comunicação é um dos problemas existentes na sociedade brasileira, com isso ele passa a estudar nas comunidades: as lideranças comunitárias, o nível econômico e cultural, as políticas que são aplicadas e a influência das elites sob esse grupo. É percebido que tão quanto os veículos de comunicação necessitam de avaliar suas estratégias para se manter vivos, os grupos culturais organizados buscam formas de canais de comunicação para exprimir sua voz de cidadania, pois, sem esses espaços estarão fadados ao limbo. Beltrão nota que a mídia massiva de valores culturais elitistas, faziam com que as classes populares tivessem dificuldades no acesso à comunicação formal. No entanto, ele percebeu nesses grupos marginalizados, canais alternativos imbricados em suas culturas locais para estabelecer uma comunicação, um diálogo social. É nesse contexto que surge a folkcomunicação em 1967, onde Luiz Beltrão apurou a dimensão jornalística nos personagens populares e nas manifestações folclóricas, dentre elas: os cantadores, folhetos de cordel, queima de Judas, mamulengo, bumba meu boi, artesanato, artistas de feira, cirandas, coco, grafites, grupos de hip-hop, etc.

Esses canais folkcomunicacionais eram mediados por agentes, líderes de opinião, que tinham certo prestígio nos seus grupos e que se destacava pelo acesso a outros grupos sociais através de intercâmbios, como também aos meios massivos sem se desvincular de suas referências culturais. Eles faziam a decodificação das mensagens massivas para as suas comunidades, uma função de grande importância no processo de construção do conceito das estratégias comunicacionais utilizadas nos segmentos populares.

O acesso à cidadania na ação dos ativistas midiáticos na era da sociedade midiatizada

Com o processo de midiatização das sociedades, surgem novas possibilidades de comunicação intercruzadas nos diversos campos sociais. Há uma crescente inserção da população no processo de globalização através dos surgimentos das novas tecnologias digitais, viabilizados pelas redes. Mediante essa expansão na inserção midiática Satuf et al. (2019) discorre:

A midiatização de práticas sociais e culturais é uma consequência da ubiquidade de múltiplos dispositivos tecnológicos de comunicação interconectados e de sua crescente penetração no tecido social. Trata-se, portanto, de um fenômeno diretamente relacionado à globalização responsável por expandir rapidamente novas práticas e processos midiáticos, afetando um número cada vez maior de territórios e culturas. (SATUF et al; 2019, p.214).

Através do acesso aos novos mecanismos digitais, surge no campo folkcomunicacional um agente mais atuante que vai além do líder de opinião, atuando como um militante que organiza, planeja, produz e transita pelas práticas tradicionais e modernas, se apropriando das novas tecnologias de comunicação para divulgar os seus interesses e do seu grupo social no contexto global. Estamos falando do ativista midiático (TRIGUEIRO, 2008) da rede folkcomunicacional, conceituado pelo professor Osvaldo Meira Trigueiro, como um bom contador de histórias no seu lugar de fala, um narrador do cotidiano, da memória e identidade de seu grupo, inserindo os valores sócio - culturais na nova ambiência comunicacional que é a internet, dando vez e voz através das redes sociais aos invisibilizados pelas mídias tradicionais de massa. Isso viabiliza a participação ativa das fontes no processo comunicativo desses grupos de cultura popular, que antes faziam parte da audiência local e com o advento dessa nova ambiência, vão produzindo conteúdos digitais, imprimindo visões críticas e percepções humanizadas mediante a proximidade do seu lugar de fala, provocando ressignificações das manifestações culturais. Nesse ponto Trigueiro (2008) reflete que:

Rompe a compreensão do interlocutor intermediário que ocupava os possíveis “espaços vazios” da recepção. Na audiência midiática ou folkmidiática, não existe o “espaço vazio”, não existe o sujeito ausente ou sem capacidade de decodificar o grande volume de mensagens chegadas através da comunicação hipermidiática. (TRIGUEIRO, 2008, p.50).

Mediante essa nova “arquitetura comunicacional” (FAUSTO NETO, 2015), a midiatização é o território onde acontece os intercruzamentos das relações da cultura popular e a cultura de massa, onde os ativistas midiáticos permanecem fiéis aos princípios e objetivos da cultura popular e o folclore, viabilizando as inserções das camadas populares no direito à cidadania. Paulo Freire (1977, apud TRIGUEIRO, 2008, p.55) fala da importância das interações comunicacionais no aspecto cultural: “Na sociedade humana moderna a cultura é uma relação constitutiva da história, e o que a caracteriza são as intersubjetividades e as comunicabilidades produzidas pelas diversas mediações.” Essas apropriações pelas mídias provocam projeções globais que resultam em identificações e renovações nos movimentos culturais, que segundo Trigueiro (2008, p.54): “A mídia reinventa novos espaços na sua programação para abrir os processos transformativos culturais travados entre o local e o global, o popular e o massificado.” A cidadania desses grupos culturais é restabelecida quando eles conseguem atuar na sociedade através de suas tradições folclóricas. Um bom exemplo são as quadrilhas juninas, o carnaval e o boi de Parintins, que se projetam de suas localidades para o mundo com o auxílio das lives, através das plataformas da internet. Em relação a ressignificação da cultura popular por meio dos ativistas midiáticos imersos na midiatização, Trigueiro (2008) observa que:

Ao se apossar e incorporar os conteúdos e dispositivos das novas tecnologias da comunicação, o ativista midiático, reinventa modas, grifes, estilos de vida; reinventa esses bens simbólicos e econômicos, para o reconhecimento e o uso do seu grupo de referência e por isso é doutrinador porque faz da sua atividade a essência da realidade. (TRIGUEIRO, 2008, p 53).

Mediante esses intercruzamentos nas linguagens midiáticas, destaca-se o papel dos ativistas midiáticos exercendo novas relações com seu público através de mecanismos de comunicação interativa, com possibilidades colaborativas da audiência.

O fortalecimento da cidadania na articulação dos grupos culturais populares com a midiatização

Os ativistas midiáticos no contexto da sociedade midiatizada tem um papel importante de cidadania, pois eles tanto são emissores como produtores culturais, que projetam suas manifestações e seus produtos na mídia, estabelecendo relações de comunicação com outros grupos da cultura popular. Agregam suas ideias aos movimentos sociais, a política, a educação, religião, as festas populares, e as mídias, uma rede de cooperação cultural onde se solidarizam com outros grupos de mesma proximidade, de sua localidade ou região. Dessa forma, Trigueiro (2008) destaca o papel dos ativistas midiáticos inseridos na sociedade midiatizada:

Nesse novo espaço se reconhece a importância dos ativistas midiáticos dos sistemas folkcomunicacionais que atuam nos movimentos participativos da cidadania, que utilizam estratégias, que legitimam a sua participação como cidadãos conscientes do seu papel na organização da sociedade civil. (TRIGUEIRO, 2008, p.54).

Nesse novo espaço se reconhece a importância dos ativistas midiáticos dos sistemas folkcomunicacionais que atuam nos movimentos participativos da cidadania, que utilizam estratégias, que legitimam a sua participação como cidadãos conscientes do seu papel na organização da sociedade civil. (TRIGUEIRO, 2008, p.54).

Na projeção dessas comunidades antes esquecidas pelas mídias de massa, percebemos a aquisição de voz e cidadania pela inserção midiática, possibilitando um novo tecido social na difusão da cultura popular através das vias estratégicas dos ativistas midiáticos (TRIGUEIRO, 2008) pela rede global. Podemos também destacar a importância na luta pela democratização da comunicação pelos vários movimentos, grupos socioculturais da sociedade brasileira, grupos culturais e ONG´s, que reivindicam através de canais democráticos a participação de comunidades, culturas e ideologias excluídas. Dessa forma ajudam nas articulações dos campos da comunicação, cultura e da política, se fazendo mais presente e atuante nas negociações dos interesses de seus grupos.

Percebemos nos últimos anos que houve um avanço através das implementações de políticas públicas no Brasil, pois dentro do contexto sociocultural possibilitou uma participação cidadã de grupos e comunidades antes invisibilizados, que não participavam da agenda dos governos e muito menos da sociedade. Portanto, para que haja avanços na implementação das políticas públicas deve-se “levar em conta que sociedade e cultura não estão isoladas e precisam ser trabalhadas de maneira integrada.” (PESTANA, 2011, p.12).

A cultura deve ser vista como algo essencial na evolução de nossa sociedade, e que as políticas públicas atuem na perspectiva de valorizar nossa identidade, os saberes populares e a cultura local. É preciso o reconhecimento dos governos na valorização de pluralidade dos cidadãos, para que não haja equívocos na implementação dessas políticas. Uma questão negativa são governos que querem priorizar em suas políticas, identidades e expressões das classes hegemônicas para toda sociedade, dessa forma devemos seguir o caminho do direito, partindo do princípio da dignidade humana, dentro da diversidade de pensamentos. No contexto das imposições da cultura hegemônica na sociedade, Boaventura de S. Santos (2002 apud Pestana 2011, p.14) enfatiza que: “[...] as pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”.

A ação do ativista midiático na sociedade midiatizada

Os ativistas midiáticos atuam na sociedade midiatizada com proximidade aos seus aos seus grupos culturais, utilizando recursos midiáticos para uma interação do local para o global. Nesse contexto, podemos citar Marco di Aurélio, um cidadão aposentado, artista, natural de Bodocó (PE), que faz um trabalho de ativismo midiático na valorização da cultura interiorana. Mesmo residindo na capital paraibana, João Pessoa-PB, sempre retorna ao contexto sertanejo através das viagens constantes ao interior. Com uma considerável atuação na produção de cordéis, poesia, fotografias, produção de curtas com abordagens e temas culturais do imaginário sertanejo, além de uma diversificada produção audiovisual de séries documentais da arte e cultura popular do Cariri paraibano, que traz a riqueza dos valores artísticos, reforçando a memória e a identidade local.

Desse modo, destacamos os registros dos artistas na série: “Os Tesouros do Cariri”5 que tem repositório na plataforma audiovisual Youtube6. Esse conteúdo deriva de observações e pesquisas locais para identificar e registrar em vídeo, artistas populares diversos como: poetas, músicos, compositores, bandas de pífanos, tocadores de oito baixos, escritores, dentre outros. São captados através de entrevistas, abordando um resumo biográfico da vida do artista, a sua vivência, influências e performance in loco. Esse trabalho desperta na audiência muitos sentimentos e valores de sua terra natal, trazendo a volta das “tristes partidas”, já que muitos tiveram de migrar para os grandes centros urbanos. Outro exemplo de sua atuação multifacetada no ativismo midiático são os saraus poéticos7 que ele realiza nas cidades do sertão paraibano. Ele fundou uma espécie de “trupe”, chamado de “7 Bocas de Luz8” que são formados por artistas de seu ciclo de amizade, que variam de acordo com as disponibilidades de viajar para os eventos. Esses saraus são realizados de formas colaborativas e com a ajuda de cidadãos da própria cidade, preocupados em mobilizar a arte e a cultura local. Esses saraus são realizados em praças, associações, teatros, ginásios municipais, universidades, podendo também acontecer performances em eventos de cultura que recebem convite. Uma particularidade desses saraus poéticos, é a forma de provocar e aglutinar cidadãos e artistas locais para que participem dos eventos, abrindo espaços para seus espetáculos. Esse evento possibilita que muitos cidadãos saiam de sua rotina das comunicações de massa e propiciem conteúdos culturais na atuação cidadã, interagindo nos campos sociais, comunicacional e pedagógico.

Outra extraordinária provocação cultural de Marco di Aurélio é o que ele chama de zuada na feira9, a feira como palco simbólico das manifestações da cultura popular, o congraçamento do povo local com a diversidade do rural e o urbano dentro de suas manifestações culturais. Marco convida algum grupo ou artista cultural da cidade, como banda de pífano, grupo de forró e musicistas, mostrando a reação popular através dos registros da arte nativa daquele local.

Marco consegue realizar esses eventos através de uma rede colaborativa que não envolve dinheiro de prefeituras nem do governo, pois, o intuito é fazer uma espécie de propagação da arte através da cidadania e da responsabilidade cidadã, dando sua contribuição social, e que eventualmente são postados os registros desses eventos nas plataformas digitais. Podemos destacar a grandeza e enaltecer o trabalho desses ativistas midiáticos através desses registros na visibilidade e feedback, dando possibilidades do povo conhecer mais sobre sua cultura e identidade em forma de resistência, na prática do direito de cidadania dos grupos culturais.

Grupos socioculturais organizados no acesso à cidadania através de uma comunicação midiatizada

Na importância do direito de comunicar-se, como um ato de cidadania, muitos grupos socioculturais desenvolveram projetos com intuito de dar visibilidade às comunidades que atuavam fortemente com a cultura popular, e perceberam que a inserção cultural e social seria através da possibilidade de novos canais de comunicação. Um modelo que merece destaque é o projeto Tangolomango10, o qual tinha intuito de dar abrangência ao conceito de cultura popular incorporando novas linguagens e estéticas, promovendo diálogos na difusão dos saberes e práticas culturais dos grupos. O projeto Tangolomango percebeu que para o fortalecimento do objetivo primordial, era necessário viabilizar a comunicação dos grupos através do acesso a novas ferramentas de comunicação, logo, haveria transformações sociais.

A essa maior abrangência geográfica, entretanto, correspondeu uma nova concepção da noção de periferia. Antes muito associada a critérios sociológicos de exclusão, como áreas de população de baixa renda, a ideia de periferia adotada a partir desse momento nas ações do Tangolomango é associada a critérios relativos à comunicação, como menores condições de acesso à circulação do conhecimento e às formas de divulgação de produtos culturais. Essa mudança foi fundamental para a diversificação dos grupos e enriquecimento do intercâmbio promovido em rede. (Grifo11 da matéria).

Com o acesso à midiatização o projeto tomou proporções territoriais, expandindo para outros estados e até países da América Latina. Esse crescimento comunicacional foi reverberado pelas políticas públicas na área cultural, através das criações dos pontos de cultura, proporcionando a diversidade de grupos sociais com suas ações na rede midiatizada.

Os trabalhos de resistência dos grupos sociais no âmbito das reivindicações pelos seus direitos à cidadania, advém das políticas públicas entendendo que: “[...] não é mais possível pensar na mudança social de qualquer país, localidade ou mesmo do planeta sem considerarmos as realidades culturais”. Moreira e Faria (2005, apud PESTANA, 2011, p.12). Na Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da UNESCO12, podemos destacar a importância das garantias da circulação e vias de expressão das culturas na sociedade em prol da cidadania:

Artigo 6 – Rumo a uma diversidade cultural acessível a todos ---Enquanto se garanta a livre circulação das idéias mediante a palavra e a imagem, deve-se cuidar para que todas as culturas possam se expressar e se fazer conhecidas. A liberdade de expressão, o pluralismo dos meios de comunicação, o multilingüismo, a igualdade de acesso às expressões artísticas, ao conhecimento científico e tecnológico – inclusive em formato digital – e a possibilidade, para todas as culturas, de estar presentes nos meios de expressão e de difusão, são garantias da diversidade cultural (UNESCO, 2001).

Percebemos a importância dos ativistas midiáticos (TRIGUEIRO, 2008) em suas ações de comunicação com outros grupos culturais no contexto da sociedade midiatizada, utilizando-se de recursos midiáticos dentro de uma nova arquitetura comunicacional (FAUSTO NETO, 2015), resultando em acesso à cidadania para pessoas excluídas dos direitos fundamentais. Dessa forma, o acesso à comunicação horizontalizada faz com que se discuta os vários temas sociais e se implemente um debate público resultando na percepção das demandas da sociedade. A possibilidade de comunicação é fundamental para que haja o acesso à cidadania, pois como dizia o sociólogo Herbert de Souza13, “o termômetro que mede a democracia numa sociedade é o mesmo que mede a participação dos cidadãos na comunicação” (SOUZA, apud GUARESCHI, 2000). Deste modo, Sgoti e Peruzzo (2015) discorrem:

No contexto de todo esse movimento histórico em torno dos direitos sociais e em sua especificação para o nível de respeito às diferenças dos diversos segmentos sociais é que se explicita o avanço da sociedade, principalmente através de organizações no terceiro setor e de movimentos sociais, na utilização de meios de comunicação segundo suas finalidades e necessidades de comunicação. Cidadania não se dá se não houver comunicação, no sentido de partilhar o comum entre os indivíduos de uma sociedade e publicitar suas demandas. Há necessidade de uma participação explícita em ouvir e ser ouvido. (SGOTI, et al. PERUZZO, 2015, p.3).

Por isso, observamos que com a midiatização se deu novas possibilidades de se comunicar e se relacionar dentro das realidades distintas, partindo do individual no seu contexto sociocultural possibilitando defesas de causas de seus pares nos seus lugares de fala, onde se articulam para um clamor de causas e reivindicações de sua comunidade no acesso à cidadania. Essa midiatização da sociedade pós-moderna, precisamente com a digitalização dos recursos de comunicação, possibilitou o ativista midiático se conectar em tempo real, com mobilidade de seus registros culturais e comunicação dos grupos populares, diante dos acontecimentos em suas comunidades e nos seus cotidianos.

Considerações finais

Dentro da percepção de Beltrão (1980) com a folkcomunicação, percebido pela atuação dos comunicadores folk com seus grupos socioculturais e o advento da midiatização com as atuações dos ativistas midiáticos (TRIGUEIRO, 2008), observamos a importância que para a realização plena dos direitos à cidadania, além de outros direitos da nossa constituição de 1988, devemos ter também o acesso democrático e horizontalizado à comunicação. Pois, é com a comunicação que, grupos excluídos socialmente podem participar e cobrar ao Estado por mais políticas públicas para suas comunidades, como também o direito de expor sua diversidade sociocultural para a sociedade.

Para que haja a cidadania no contexto da comunicação devemos estar inseridos numa democracia ampliada que se permita a discussão dos conflitos, dos problemas das classes subalternas, para que ocorra as reformas e mudanças sociais na superação das injustiças que existem ainda hoje em nossa sociedade brasileira. Neste contexto, diversos movimentos sociais, ONGs, grupos culturais e ativistas midiáticos da rede folkcomunicacional, lutam resistentemente na sociedade para o acesso livre e democrático à comunicação, na garantia dos seus espaços de expressão de suas identidades, diversidades e culturas, resultando ao acesso à cidadania em suas atuações cidadãs na sociedade. Dessa forma, muitos grupos sociais falam através de suas manifestações culturais, seus eventos sociais, e através de intercâmbios com outros grupos inseridos na midiatização, com uma abrangência global, fazendo com que criem mecanismos e ressignificações de suas culturas, produtos e cursos, para a sustentabilidade de suas comunidades através de suas tradições culturais.

Por fim, percebemos que dentro do Estado democrático, o direito à voz, ou seja, à comunicação na sociedade deve abranger a todos, independente das classes sociais, etnias, nível de escolaridade e gênero, e que esse acesso se torne um ponto importante na implementação à cidadania, onde todos possam participar em seu campo social, concebendo um mundo mais democrático e justo.

Material suplementario
Referências
ARANTES, Elaine. Ética e cidadania. Curitiba Paraná, 2013- rede e-tec Brasil.
BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados. São Paulo: Cortez, 1980.
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Notas
Notas
3 Florestan Fernandes foi um sociólogo, antropólogo, escritor, político e professor brasileiro. Fernandes dedicou-se, no início de sua carreira, ao estudo etnológico dos índios tupinambá. Após a década de 1950, o sociólogo passou a estudar os resquícios da escravidão, o racismo e a difícil inserção da população negra na sociedade altamente dominada por pessoas brancas. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/florestan-fernandes.htm.
4 Matéria da BBC Brasil - “O Legado dos 13 anos do PT no poder em seis indicadores internacionais”, escrito por Ruth Costas. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/05/160505_legado_pt_ru.
5 Tesouros do Cariri são registros audiovisuais que resultam num documentário audiovisual sobre relatos dos artistas do Cariri de forma biográfica e performática postadas nas plataformas autorizadas por esses artistas. Entrevista do poeta e artista Marco di Aurélio ao “Programa Diversidade” da TV Itararé. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Xeh5rlp32bY&list=PLE7EC7DBED43C7885.
6 “O Youtube foi criado em fevereiro de 2005, por Chad Hurley e Steve Chen, dois funcionários de uma empresa de tecnologia situada em São Francisco, EUA. O site surgiu em virtude do inconveniente que era compartilhar arquivos de vídeo, já que estes eram muito grandes, o que dificultava seu envio por e-mail. O site permite que os usuários coloquem seus próprios vídeos na rede, sendo visualizados por qualquer pessoa no mundo inteiro”. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/informatica/youtube.htm.
7 Saraus Poéticos – Movimentos culturais organizados pelo poeta e artista Marco di Aurélio nas cidades do cariri paraibano, realizando apresentações do grupo “7 Bocas de Luz” e abrindo espaços para os cidadãos locais exporem os seus talentos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7Pw69uTNGRM.
8 7 Bocas de Luz é um grupo de artistas brincantes formados pelo artista Marco di Aurélio de maneira espontânea e colaborativa que participam dos saraus e das zoadas nas feiras das cidades do Cariri paraibano.
9 Zuada na feira são apresentações improvisadas do grupo cultural “7 Bocas de Luz” nas cidades que visitam em inserções nas feiras dessas cidades como brincantes da cultura popular. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UstEqvSlDTw&t=103s.
10 Criado em 2002, o Tangolomango é um projeto pioneiro de tecnologia social de produção colaborativa. A partir de um conceito de cultura popular abrangente, que incorpora diferentes linguagens e estéticas, o Tangolomango promove o intercâmbio de saberes e práticas culturais, valorizando o diálogo como via de produção de novas ações e produtos. Disponível em: https://politics.org.br/edicoes/cultura-compartilhada-e-forma%C3%A7%C3%A3o-de-redes-locais-experi%C3%AAncia-do-tangolomango.
11 Texto: Cultura compartilhada e formação de redes locais: a experiência do Tangolomango, por Marina Vieira, jornalista, idealizadora e coordenadora do Tangolomango e a presidente da organização Ilana Strozenberg, antropóloga, professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ. Diretora acadêmica d’ O Instituto Projetos e Pesquisa e coordenadora editorial do fanzine do Tangolomango. Publicado em Novembro de 2009. Disponível em: https://politics.org.br/edicoes/cultura-compartilhada-.
12 Biblioteca Virtual de Direitos Humanos - Universidade de São Paulo-USP. Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural e Plano de Ação – 2001. Aprovada na 31ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2001. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/UNESCO-Organiza%C3%A7%C3%A3o-das-Na%C3%A7%C3%B5es-Unidas-para-a-Educa%C3%A7%C3%A3o-Ci%C3%AAncia-e-Cultura/declaracao-universal-sobre-a-diversidade-cultural-e-plano-de-acao.html.
13 “Herbert José de Souza, popularmente conhecido como Betinho, foi um homem de grande atuação em trabalhos sociais no Brasil. [...] Em 1993 fundou a Ação da Cidadania, programa de luta pela vida e contra a miséria, combatendo a fome e o desemprego através da democratização da terra. [...]o sociólogo jamais deixou de exercer sua cidadania, apontada para os interesses da população carente. Sua luta incansável caminhava rumo aos direitos humanos e para ideais de solidariedade, a fim de tornar a sociedade mais justa.” Texto produzido por Jussara de Barros, graduada em Pedagogia, equipe Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/herbert-souza.htm.
Notas de autor
1 Graduado em Comunicação Social- Radialismo UFPB, Especialização em Arte, Educação e Sociedade/CINTEP-PB e discente do programa de pós-graduação(mestrado) em Jornalismo profissional PPJ/UFPB. Correio eletrônico: niubp@hotmail.com.
2 Formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (1974), possui mestrado em Administração Rural e Comunicação Rural pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1983) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1991). Atualmente, é professor titular da Universidade Estadual da Paraíba. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação e Comunicação Comunitária, atuando principalmente nos seguintes temas: cotidiano e informação, imprensa regional, informação e cidadania, folkcomunicação e cultura popular, pesquisa na Paraíba e ensino de pesquisa. Correio eletrônico: custodiolcjp@uol.com.br.
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