Ensaio fotográfico
As imagens que compõem o presente ensaio evidenciam ações de folkmarketing na região denominada Campos Gerais2, no estado do Paraná. Primeiramente, três fotos (de 01 a 03) são relacionadas a um folkmarketing aplicado à política, depois à linguística (04 e 05), e à etnia holandesa (de 06 a 10). Na acepção de Lucena Filho (2011, p.79) folkmarketing é a junção dos termos folk que significa povo e marketing como um conjunto de meios que uma empresa ou organização dispõe para vender seus serviços e produtos. Lucena Filho (2011, p.79) ainda pondera que o folkmarketing “significa o conjunto de apropriações das culturas populares com objetivos comunicacionais, para visibilizar produtos e serviços de uma organização para os seus públicos-alvo”.
Dito esses conceitos, deve-se dizer que o presente ensaio expressa um conjunto de ações de folkmarketing das cidades de Ponta Grossa e Carambeí a começar pela estratégia de um ex-prefeito da cidade de Ponta Grossa que acabou virando até uma expressão da linguagem coloquial do referido município. Luiz Carlos Stanislawczuk, mais conhecido como “Zuk”, virou um cumprimento falado até hoje. Os moradores mais antigos e até mesmo os mais jovens costumam dizer: “Firme co Zuk?”, cujo significado era de afirmação de voto ao candidato, mas que hoje virou uma espécie de “tudo bem?”.
O folkmarketing de “Zuk” permeia o imaginário ponta-grossense até os dias de hoje e mesmo tendo passado mais de 45 anos ainda são produzidos materiais com esse discurso. Recentemente, no ano de 2020, a casa noturna Cavan3 fez um copo colecionável com a frase “Firme co Zuk, piazada?”, para alegria dos falantes locais.
Já as outras imagens deste ensaio expressam ações de folkmarketing na área da linguística como, por exemplo, com o livro intitulado “Jacu Rabudo”. Esta obra foi escrita pelo professor aposentado de língua inglesa Hein Leonard Bowles e se tornou verdadeiro sucesso editorial com várias edições esgotadas. O livro contém 177 páginas com expressões usadas na cidade de Ponta Grossa, muitas delas, faladas nas propagandas locais como, por exemplo, o uso dos diminutivos em determinadas palavras4. A estratégia de folkmarketing é explorada também pelo viés propagandístico da obra, que é reconhecida pelos habitantes de Ponta Grossa como uma fiel representação da oralidade popular utilizada pelos falantes locais.
A finalização do ensaio se pauta pelo uso do folkmarketing da cidade de Carambeí, tanto no espaço museal chamado “Parque Histórico” quanto do espaço gastronômico Frederica's Koffiehuis. O município é conhecido pela forte presença da imigração holandesa e possui diversas atrações como a “Festa do Imigrante” além, é claro, das comidas típicas (Bitterballen e Stroopwafel). Percebe-se o folkmarketing desta cidade expresso tanto nas roupas (tipicamente holandesas), quanto na arquitetura (moinhos) ou através das comidas e bebidas (bem conhecidas da Holanda).










Referências
BOWLES, Hein Leonard. Jacu Rabudo: A Linguagem Coloquial Em Ponta Grossa. 3 ed. Ponta Grossa: Toda Palavra, 2012. 177 p.
CAMPOS GERAIS. In. UEPG, Dicionário Histórico dos Campos Gerais. Ponta Grossa, 2022. Disponível em: https://www2.uepg.br/dicion/os-campos-gerais-do-parana/.
LUCENA FILHO, Severino Alves de. Folkcomunicação no contexto da comunicação. Anuário Unesco/Metodista, v. 15. 15 p, 2011. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/AUM/article/viewFile/4732/4018.
MAACK, R. Notas preliminares sobre clima, solos e vegetação do Estado do Paraná. Curitiba, Arquivos de Biologia e Tecnologia, v.2, 1948, p. 102-200.
Notas