ARTIGO ORIGINAL
Recepción: 01 Junio 2024
Aprobación: 04 Noviembre 2024
DOI: https://doi.org/10.1590/psicodrama.v33.681
RESUMO: Este artigo aborda a evolução do entendimento humano sobre moderação e transcendência desde a Grécia antiga até os métodos terapêuticos contemporâneos enfatizando Moreno (2006), que propôs um modo de ultrapassar limitações pessoais sem reverenciar divindades ou autoridades, reconhecendo o potencial intrínseco de cada indivíduo. Tratou-se de uma abordagem de pesquisa-intervenção, com a participação de 210 estudantes, sem contato prévio com o psicodrama, cuja participação foi sintetizada em 610 perguntas, e tratadas com base na análise de conteúdos de Bardin (2016). Os resultados apontam a eficácia do psicodrama quando compreendida a profundidade de sua abordagem fenomenológica existencial como principal pilar para posterior compreensão das técnicas e instrumentos.
PALAVRAS-CHAVE: Psicodrama, Transcendência, Análise de conteúdo, Técnica de perguntas.
ABSTRACT: This article addresses the evolution of human understanding of moderation and transcendence from ancient Greece to contemporary therapeutic methods, emphasizing Moreno (2006), who proposed a way to surpass personal limitations without revering deities or authorities, recognizing the intrinsic potential of each individual. It was a research-intervention approach, involving 210 students with no prior contact with Psychodrama, whose participation was synthesized into 610 questions and analyzed based on Bardin’s (2016) content analysis. The results indicate the effectiveness of Psychodrama when the depth of its existential phenomenological approach is understood as the main pillar for the subsequent comprehension of techniques and instruments.
KEYWORDS: Psychodrama, Transcendence, Content analysis, Questioning technique.
RESUMEN: Este artículo aborda la evolución de la comprensión humana sobre moderación y trascendencia desde la antigua Grecia hasta los métodos terapéuticos contemporáneos, enfatizando a Moreno (2006), quien propuso una forma de superar las limitaciones personales sin reverenciar a deidades o autoridades, reconociendo el potencial intrínseco de cada individuo. Se trató de un enfoque de investigación-intervención, con la participación de 210 estudiantes, sin contacto previo con el psicodrama, cuya participación fue sintetizada en 610 preguntas, y tratadas con base en el análisis de sus contenidos de Bardin (2016). Los resultados indican la eficacia del psicodrama cuando se comprende la profundidad de su enfoque fenomenológico existencial como pilar principal para la posterior comprensión de las técnicas e instrumentos.
PALABRAS CLAVE: Psicodrama, Trascendencia, Análisis de contenido, Técnica de preguntas.
INTRODUÇÃO
A expressão reta não sonha. Não use o traço acostumado. O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
(Barros, 1996, p. 75)Na Grécia Antiga, a moderação era uma virtude a ser alcançada. Os humanos, sendo mortais, ou ánthropos, seriam orientados a seguir a conduta méden ágan: nada em excesso, e caso algum mortal ultrapassasse a métron (medida “humana” de cada um) despertaria a inveja dos deuses, a nêmesis, que resultaria numa cruel e inevitável punição divina, moira (Brandão, 2022).
Séculos mais tarde, na pragmática Europa pós-iluminista essa “orientação” era um tanto diferente, não mais ditada pelos deuses e, sim, pela Ciência. Sigmund Freud revolucionou a ciência e os rígidos costumes da época ao afirmar que os seres humanos não eram tão racionais como pensavam (ou desejavam), e foi além: anunciou que a razão explicava os desejos humanos apenas para convencer as pessoas da tal racionalidade (Baratto, 2009), rompendo com o ideal de moderação da Grécia antiga e com os repressores padrões morais da Era Vitoriana em que Freud crescera.
Como se isso já não fosse ousado o suficiente para a época, pouco depois, ainda no século XX, o médico romeno Jacob Levy Moreno impetuosamente incentivava os seres humanos a “sonhar” (Marineau, 1992) para, em seguida, propor um procedimento terapêutico comprometido com toda a humanidade, o psicodrama.
Na concepção moreninana, o ánthropos não somente deveria ultrapassar sua métron sem temer aos deuses, rainhas e cientistas, como também deveria reconhecer sua própria divindade. Sua proposta combinava arte e ciência para construir um espaço terapêutico em que o homem pudesse experimentar diversas possibilidades de ser e estar no mundo sem deixar de lado sua cosmodinâmica (Moreno, 2006). Moreno acreditava na potência cósmica do ser humano, acreditava que o psicodrama proporciona a possibilidade de transcender roteiros sentenciados, essa métron que recebem ao nascer (conserva cultural), para acessar sua divindade: seu potencial criativo – e isso não é pouca coisa, mesmo nos dias atuais.
Na verdade, seja antes ou depois dos filósofos, religiosos e cientistas, nunca foi fácil para os mortais lidar com sua cosmovisão, essa potência criadora que ora os ameaça, ora os abençoa com suas infinitas possibilidades de experimentar a vida. Seres humanos são uma tensão permanente. Desde os primórdios, a religião se prestou a preencher esse gap existencial atribuindo às divindades, personificadas pelos elementos da natureza, como agentes das suas ações impensadas e, também, como balança dessa divisão: razão e emoção.
Na Grécia antiga, por exemplo, havia o cortejo ao deus Dionísio. Tratava-se de um ritual de devoção ao deus feito fora dos limites das cidades que começava com um cortejo ruidoso, o komos, percorrendo a cidade, regado a vinho e música, do qual também participavam as mulheres e os escravizados. Segundo a peça teatral, “As Bacantes”, de Eurípides (2010), quando na floresta, as devotas do cortejo dionisíaco entravam em transe, e no ápice do frenesi religioso, dilaceravam um animal vivo e o devoravam em honra à Dionísio. Dessa forma, eram possuídas pela vitalidade e personalidade do deus e “(...) em comunhão com o deus, antecipavam uma vida do além muito diversa daquela que lhes era oferecida” (Brandão, 2022, p. 136).
Nesse transe, conhecido como o “êxtase dionisíaco”, havia uma dissolução do eu para dar lugar a uma composição entre a razão e a força disruptiva da natureza, ou como afirma Lesky (citado em Brandão, 2022, p. 130) “o elemento básico da religião dionisíaca é a transformação. O homem arrebatado pelo deus, transportado para seu reino por meio do êxtase, é diferente do que era no mundo quotidiano”. O resultado de tal ritual era o alinhamento da balança entre o bestial e o racional presente em toda a espécie humana, em outras palavras, fazia com que as pessoas “dessem conta” da realidade que viria depois.
No cortejo dionisíaco, o “eu” experimentava a dissolução, o rompimento das fronteiras da consciência e se fundia com o divino: o ser humano e o deus eram um só. Nietzsche (2011) em sua obra, “O nascimento da tragédia”, refere-se ao significado dos rituais dionisíacos como “festas de redenção liberadora do mundo” (p. 35) em que a música, originalmente pertencente a “arte apolínea”, se rendia ao “ditirambo dionisíaco” num rompimento simbólico da fina camada da ordem vigente para “experimentar as potências artísticas do seio da própria natureza” (p. 33).
Como todo ritual, essa celebração era carregada de simbologia e poder terapêutico: todo crescimento vem acompanhado de sofrimento, de experiências físicas e psíquicas de dor, difíceis de conviver e impossíveis de controlar. Nesse sentido, a integração com a divindade era uma experiência comum em práticas religiosas – religião vem de religare do latim – que tinham a premissa de fazer essa conexão do indivíduo com o cosmos.
No entanto, com o tempo, esses rituais dionisíacos foram considerados “desmedidos” para os deuses e para o estado. Percebendo o potencial subversivo desse cortejo, os governantes gregos da época habilmente o substituíram por vários festivais em homenagem ao deus Dionísio, em diferentes épocas do ano e dentro dos limites das cidades. Dessa forma, os cortejos deram lugar às festividades oficiais chamadas Festivais Dionisíacos, onde as famosas tragédias gregas eram apresentadas nos teatros (Brandão, 2022).
Por esse motivo, não surpreende Moreno (2006) negar que as raízes do psicodrama estariam no teatro antigo, afirmando que este, como era utilizado pelos gregos, alienavam ao invés de libertar, pois os Festivais Dionisíacos teriam transformado um ritual de libertação em conserva cultural.
Seguindo com a analogia, e entendendo que o arcabouço teórico do psicodrama foi sedimentado também pela cosmovisão disruptiva de Moreno, entende-se que utilizar o psicodrama apenas como técnica e ferramenta para trabalhar com grupos seria equivalente a estudar o teatro grego ignorando as origens dos rituais dionisíacos. Deste modo, a efetividade de trabalhos com grupos exige compreensão e submissão à teoria socionômica como caminho seguro e ético.
O psicodrama é um método de ação com base na fenomenologia existencial que exige “incorporação”, ou seja, um “estar junto” na relação com o outro (Serrano, 2023) consciente de que seu papel demanda uma composição de agir e ser no mundo muito além de uma técnica de instrumentalização para o manejo de grupos.
Este estudo tem como objetivo explorar as origens do psicodrama para responder à pergunta “Quem tem medo do psicodrama?”. Ao desvendar os fundamentos históricos e teóricos dessa abordagem, pretende-se oferecer contribuições significativas, especialmente para jovens psicodramatistas, a fim de evitar o risco de reduzir a teoria socionômica a um conjunto de técnicas desprovido de anima.
REVISÃO DA LITERATURA
A noção de que o psicodrama pode ser simplificado a “um conjunto de técnicas para atuar com grupos” não consegue abranger a essência fenomenológica proposta por Moreno (2006). O método psicodramático encontra suas bases na poesia, através da obra “Palavras ao Pai” (1992a), e no teatro. Portanto, considerar o psicodrama como “conjunto de técnicas” acaba transmitindo uma perspectiva superficial, ou méden ágan, que não faz jus ao legado de Moreno.
No início dos anos 20, Moreno residia na pequena cidade de Bad Voslau, interior da Áustria, e vivia uma fase de estabilidade financeira e ascensão profissional. Sua natureza carismática e insurgente o conduziu a praticar a medicina de maneira incomum, visitando pacientes em suas casas e atendendo gratuitamente os menos favorecidos, alcançando notável sucesso em seus tratamentos e, rapidamente, sua fama se espalhou pela região (Marineau, 1992).
Foi nessa época que Moreno conheceu Marianne, uma jovem professora que, segundo ele, reacendeu sua criatividade e foi “como uma parteira que liberou as palavras a serem ditas” (Marineau, 1992, p. 75). Inspirado pela comunhão com o ambiente bucólico do interior e pelo amor incondicional e irrestrito de sua companheira, começou a escrever os primeiros versos das palavras que ecoavam em sua alma. Assim, semelhante a um frenesi religioso, nasceu o livro “Palavras do Pai” (1992a), intrigante e incomum devido a forma como foi produzido (com trechos escritos nas paredes de sua casa) e à filosofia que defendia: a cocriação e corresponsabilidade; conceitos familiares atualmente, mas que provocaram perturbação na sociedade pós-guerra da época.
Moreno fundamentou seus princípios teóricos a partir da interseção entre religião, arte e ciência. De acordo com Guimarães (2020), Moreno mencionou em sua autobiografia possuir “dois compartimentos” (p. 14): um dedicado à ciência e outro à religião. Ele explicava que transitava entre esses dois compartimentos sem dificuldades e lamentava que seu método fora mal compreendido, já que muitos enfatizavam as técnicas em detrimento da filosofia que o sustentava. Conforme Marineau (1992) aponta, para compreender a obra de Moreno é necessária uma análise de seu desenvolvimento ao longo da vida, considerando seu vasto conhecimento intelectual, suas experiências pessoais e suas interações com as pessoas.
Diferentemente de muitos filósofos e cientistas da época em que viveu, Moreno não considerava o distanciamento científico como algo relevante para seus estudos e pesquisas; ao contrário, acreditava que tal distanciamento limitava a compreensão genuína e profunda do comportamento humano. Ele abraçava a subjetividade e a interação pessoal como essenciais para o desenvolvimento de sua teoria alegando que o homem é um “ser cósmico”.
A imagem de Deus pode tomar forma através de cada homem – o epilético, o esquizofrênico, a prostituta, o pobre e o rejeitado. Todos eles podem, a qualquer tempo, subir ao palco, no momento em que a inspiração chegar, dando sua versão de significado que o universo tem para eles. Deus está sempre em e entre nós. Em vez de baixar do céu, Ele entra pela porta do palco
(Moreno, 2006, p. 35).Portanto, aproximar-se das técnicas do psicodrama, sem levar em consideração as referências cosmológicas que fundamentam o método, assemelha-se a conhecer o teatro grego somente a partir dos Festivais Dionisíacos; desconhecendo sua origem, que ocorria no inverno, em que as pessoas buscavam sua potência e sua vitalidade na fusão com a Natureza e o Cosmos.
Nos tempos atuais, pode-se dizer que semelhante processo de resgate do “eu cósmico” ocorre no espaço protegido do palco psicodramático: isso porque um método que nasceu da arte, sendo indomesticável em sua essência, aproxima-se de uma experiência existencial através do olhar e da relação com o outro, resultando no sentimento de unidade, transcendendo assim, as noções de dentro e fora, de tempo e de espaço. Um sincretismo difícil de transpor em palavras sem o risco de aprisionar ou subjugar sua mais preciosa função oniabarcante que é o Encontro.
Em “Palavras do Pai” (1992a), é possível entender o “ritual moreniano” do Encontro – assim como a aparente incoerência semântica que muitas vezes unem as palavras em um poema, o Encontro seria uma espécie de dança de atração e repulsão com olhares do outro e de si. Olhares que treinam a mente humana a ver para dentro e para fora além de como cada indivíduo é visto no dia a dia, e, consequentemente, aprender a ver e ser vistos despidos do verniz limitante das conservas – com as infinitas possibilidades que esse novo olhar oferece.
Adentrar ou vivenciar esse processo é amedrontador, particularmente se for realizado somente a partir das técnicas. No entanto, se o processo incluir também a compreensão da perspectiva religiosa e filosófica do psicodrama, pode-se ter uma camada protetora capaz de reduzir o medo do Encontro.
Esse aparceiramento de ritmos, saberes e olhares, conscientes e inconscientes podem emergir em uma única sessão psicodramática, ou em várias. Semelhante à “transformação” das Bacantes, o encontro psicodramático promove o renascimento para a vida, como um chamado divino ao pertencimento e à criação conjunta, um código para acessar a divindade que habita cada indivíduo. “Todos os criadores estão a sós, até que seu amor pela criação forme um mundo ao seu redor” (Moreno, 1992a, p. 114).
Moreno (2006) afirmava que somente o psicodrama, como processo terapêutico, poderia promover essa experiência existencial de profunda revisão do papel diariamente desempenhado – que adoece na medida em que afasta a inerente capacidade humana de criar – e promove uma relação mais profunda e saudável, à potência criadora.
No espaço terapêutico do psicodrama, pode-se “brincar de ser Deus”, representar pessoas e situações vividas, temidas ou desejadas em um ambiente seguro e revivê-las sem o medo de errar, refazendo-as sempre que necessário. Nas palavras de Moreno (2006, p. 32) “o que conta é a expansão do homem em relação às necessidades e às fantasias que ele tem com respeito a si próprio”, e isso significa acessar inúmeras possibilidades de escolhas muito além das que são impostas pelo meio em que se vive, significa acessar a própria potência criativa cósmica, personificando o Deus transformador e inquieto que habita cada ser, para então retornar à realidade abastecido de energia para a autonomia.
Contudo, trata-se de um processo, de um longo caminho a ser trilhado que, por vezes, será incontrolável ou cruel como os cortejos ao deus Dionísio e, por vezes, delimitado e protegido como um teatro ateniense, mas será sempre um convite a prosseguir caminhando e criando.
Logo, o psicodrama não é um simples convite à condução de grupos e, justamente por isso, ele encanta e aterroriza. Quem seriam então, aqueles que temem o psicodrama? Provavelmente, aqueles que entendem o propósito da arte e da filosofia como revelador das incertezas e medos, ou como algo assustador, incerto e de perigo iminente sob o risco de aprisionamento em um labirinto de fragilidade e desconexão com a realidade. Temer o psicodrama seria temer a si próprio?
Entre os significados da palavra “protagonista” está “o primeiro a agonizar”, e, segundo Moreno, Blomkvist e Rutzel (2001), isso se refere ao fato de o protagonista no psicodrama, semelhante ao do teatro grego, passar por uma experiência de enfrentamento da morte, significando que “a vida não pode continuar dessa forma” (p. 130); e acrescentam que assim como Dionísio é movimento para renovação, uma sessão de psicodrama leva o protagonista a um estado de não-permanência para que ele possa “seguir o processo dionisíaco de desintegração, com posterior reconexão entre vida e alma” (p. 131). O objetivo de tal experiência no psicodrama, não é, portanto, a cura ou acabar com o sofrimento, mas sim, atrever-se a vivenciar as mazelas da vida no espaço terapêutico e honrá-las como parte da jornada do protagonista.
Dessa maneira, no palco psicodramático, revivendo suas experiências acumuladas, boas ou ruins, e entendendo-as como partes de um todo, o protagonista se exercita emocionalmente - como um atleta que prepara seu corpo para uma atividade esportiva – e volta à realidade com uma “prontidão não impulsiva” (Perazzo, 2010, p. 256) dando respostas mais saudáveis para a vida.
Nesse sentido, de acordo com Moreno, Blomkvist e Rutzel (2001), quando criticado por “confirmar” os pacientes em suas próprias doenças ao invés de mostrar-lhes somente o caminho da sanidade, Moreno afirmava: “Não é com a loucura que eu me preocupo, é com o controle. (...) no mundo, de modo geral, o controle é perigoso, antiterapêutico e punitivo” (p. 135).
A compreensão de que o método psicodramático foi gestado também com ingredientes da jornada de vida de Moreno – incertezas, medos e fragilidades – é importante para a compreensão das bases teóricas do psicodrama. Ele não nos apresentou um método finalizado, e sim o oposto. O psicodrama nos convida a um processo dinâmico de construção e desconstrução, e ao questionamento das normas e práticas estabelecidas inspirado também na maiêutica socrática; proposta essa que influenciou o método utilizado na presente pesquisa.
A ideia de relatar a experiência em formato de perguntas deve-se à influência que a maiêutica de Sócrates, a arte de fazer perguntas para estimular o pensamento crítico, teve na formação de Moreno. Ele chegou a afirmar que esse filósofo seria o mais próximo do pioneirismo do formato psicodramático pois “estava envolvido com pessoas reais, agindo como parteiro e clarificador, de forma muito parecida com a usada pelos psicodramatistas modernos” (Moreno, 1992b, p. 29).
Nesse sentido, Moreno comenta que a maiêutica socrática teria sido um poderoso instrumento para a sociedade ateniense se acaso Sócrates, na única vez que visitou um teatro, subisse ao palco e promovesse uma “inversão de papéis” com o personagem que o representava de forma sarcástica e debochada (Moreno, 1992b).
Moreno (1992b), refere-se à peça “As Nuvens”, de Aristófanes (1995), uma comédia em que Sócrates é apresentado de forma caricata – sabe-se que Sócrates assistiu à peça calado. Sobre isso, Moreno arremata: “[Ele] poderia ter revirado o teatro, o que talvez resultasse em ‘Sociodrama’ (...) Não viu que aquele novo método de ensino e de esclarecimento das relações humanas estava ao seu alcance” (Moreno, 1992b, p. 30).
A influência da técnica de fazer perguntas no método psicodramático é evidente no relato de Zerka Moreno (Guimarães, 2022), esposa e colaboradora de Moreno. Zerka descreve um episódio em que seu marido conduzia uma atividade de processamento de uma cena dramática com seus alunos e em vez de fornecer respostas diretas, Moreno usava perguntas para estimular os alunos a pensarem por si mesmos. No decorrer da aula, Moreno lançou uma pergunta ao grupo e, antes de respondê-la, foi interrompido por um telefonema. Nesse momento, levantou-se e colocou um aluno em sua cadeira e pediu que ele respondesse à pergunta, continuando o processamento até seu retorno.
Uma das características da pergunta é gerar movimento. No próprio som de uma pergunta, se falada em voz alta, de fato ou mesmo apenas imaginativamente, percebe-se que ela acaba num ponto de equilíbrio instável, em uma “beirinha”, iminência que convida a um próximo estado. Nesse estado transitório, ao ser explorado com mais profundidade, cabe um alerta: nem toda pergunta é fiel à sua própria essência (pois, algumas se perdem de si mesmas). Talvez seja necessário retomar à qualidade autêntica da pergunta para que sua intenção e verdade se revele e convide o ouvinte a curvar-se diante dela.
MÉTODO
Para percorrer um caminho metodológico que ajude a responder à pergunta síntese deste estudo, “Quem tem medo do psicodrama?”, e atender ao objetivo, optou-se por uma estratégia de pesquisa, tal qual propõe Contro (2009), chamada pesquisa-intervenção.
Trata-se de um relato de experiência cujo design inicial teve objetivo exclusivamente educacional e não de pesquisa. Tal perspectiva emergiu ao longo do processo e por esta razão não foi realizada a submissão prévia a um Comitê de Ética em Pesquisa. Entretanto, foram observados os aspectos éticos preconizados pela Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Ressalta-se ainda que o sigilo e a confidencialidade da identidade dos participantes, bem como o suporte para questões mobilizadas, foram assegurados durante todo processo (Clark et al., 2019; Vieira, Kamazaki & Dias, 2022).
Foram convidados estudantes do curso de Psicologia que não tivessem tido nenhum contato anterior com o psicodrama para participarem de uma sessão aberta de psicodrama público. Após a participação integral na atividade, os estudantes encaminharam às pesquisadoras um breve processamento sintetizado em forma de pergunta – tomando-se a pergunta como disparadora da reflexão e reveladora do primeiro encontro com o psicodrama.
As perguntas foram registradas anonimamente pelos participantes em um formulário on-line na plataforma Google Forms, gerando uma base de dados para análise a posteriori. As perguntas foram coletadas no período de agosto de 2019 a dezembro de 2021.
Para a análise dos dados, foi realizada a análise de conteúdo baseada nos pressupostos teóricos de Bardin (2016) em três etapas: a) organização – pré-análise e exploração inicial do material; b) codificação – identificação e registro das unidades temáticas; e c) categorização – tratamento e interpretação dos resultados.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A pesquisa contou com um total de 210 participantes e 631 perguntas registradas. Os participantes estudam e residem na região do Grande ABC paulista. A coleta foi realizada entre os anos de 2019 e 2021 e suas participações mesclam as modalidades presencial e on-line do psicodrama público. Não ocorreram participações híbridas, pois as sessões de psicodrama público migraram da modalidade presencial para a modalidade on-line em razão do decreto da pandemia por COVID-19 proferido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11/03/2020.
Na etapa de organização e pré-análise das unidades temáticas, recorreu-se ao recurso de nuvem de palavras para se obter uma aproximação inicial dos registros. As nuvens de palavras constituem representações gráficas visuais que ilustram o nível de frequência das palavras em um texto. A intensidade da representação de cada palavra no gráfico é diretamente proporcional à sua frequência no texto, tornando mais evidente o destaque das palavras mais utilizadas (Vilela , Ribeiro & Batista, 2020). Utilizou-se a ferramenta on-line WordClouds.com e os resultados estão apresentados na Figura 1:

Para a geração da representação visual de frequência vocabular ilustrada na Figura 1, o procedimento foi conduzido em duas etapas distintas. Na fase inicial, ocorreu a transferência da base de dados para a plataforma computacional disponibilizada pelo software WordClouds.com. Em seguida, procedeu-se à parametrização do sistema, bem como à execução de um processo de normalização lexical. Esse último consistiu na consolidação de variantes linguísticas relacionadas a uma mesma palavra, abrangendo aspectos como pluralização, variações temporais e diferenciação de gênero. Conforme evidenciado, as cinco expressões com as maiores frequências na base de dados são: diretor(a), participantes, sessão, ego-auxiliar e técnicas.
Na segunda etapa da análise do conteúdo, que consistiu na codificação das unidades temáticas, conforme proposto por Bardin (2016), e tomando por referência as palavras identificadas, foi possível extrair a essência de cada pergunta à luz da teoria socionômica, ou seja, viabilizar às pesquisadoras buscar na literatura moreniana as referências necessárias para responder à questão colocada. Desse modo, elencou-se sete categorias: conceitos, etapas, instrumentos, técnicas, objetos intermediários, psicodrama público e outros, cujas definições apresentam-se no Quadro 1:

Das categorias identificadas, pode-se observar as que concentram maiores e menores quantidade de perguntas, além de comprovar o método, como apresentado na Figura 2:

Pode-se observar um interesse significativo em compreender o conceito do psicodrama, com 26% das perguntas relacionadas a esse tema. O mesmo pode ser dito em relação ao interesse pelos instrumentos utilizados no psicodrama público, com 24% das perguntas, seguidos pelo interesse pelas etapas do psicodrama, com 21%. As técnicas utilizadas configuram o quarto lugar, representando 11% das perguntas.
A frequência significativa sobre o Conceito (26%) sugere o interesse dos participantes em compreender os princípios fundamentais do psicodrama. A proximidade do número de perguntas acerca dos Conceitos (24%) e Etapas (21%) indicam o interesse em entender a estrutura por trás desse conceito, e o desejo de compreender a aplicação prática do método e sua abordagem terapêutica com indivíduos e grupos processuais.
As perguntas com ênfase nos instrumentos e nas etapas como “Às vezes [sic] durante a dramatização, o Diretor entrava para encenar junto com os participantes como uma forma de encaminhar as coisas. Como saber qual é o momento certo para intervir e ajudar os participantes?”, revelam a intrigante reflexão entre teoria e prática comuns para quem vivencia o método pela primeira vez.
Outra inquietação comum recai sobre o alcance terapêutico da dramatização, como revelado na pergunta “Por que interpretar outras pessoas nas cenas ajuda entender melhor a situação, se a interpretação é sobre aquele que está interpretando a não realmente sobre aquele que foi interpretado?”. Essa pergunta refere-se a conceitos-base da metodologia que permeia toda sessão psicodramática: o encontro promovido pela tele que, segundo Perazzo (2010, p. 71), é “um fenômeno de interação [tele], sendo viabilizado entre seres em relação” que permite ao participante atingir um nível mais elevado de consciência e autoconhecimento ao vivenciar e ouvir diferentes experiências individuais e coletivas (Ronconi, Biancalani & Testoni, 2023). Ou então, nas palavras de Moreno (1992a, p. 249), melhor dizendo, em “Palavras do Pai”: “E quando estiveres perto/eu arrancarei teus olhos/ e os colocarei no lugar dos meus/ e tu arrancará os meus olhos/ e os colocará no lugar dos teus/Então eu te olharei com teus olhos e tu me olharás com os meus”.
Ao observar a frequência das perguntas desses alunos/participantes, pode-se reconhecer o impacto do método psicodramático, especialmente para alunos iniciantes, como sendo um impacto profundo e inquietante, como na pergunta “Por que se colocar no lugar do outro frente a uma situação não tão favorável para você pode se tornar algo tão difícil?”, e por se tratar de uma abordagem que tem a arte (teatro) como pilar fundante, não poderia ser diferente.
O que remete novamente ao título deste artigo, experiências impactantes e profundas trazem consigo medo e curiosidade que deveriam ser olhados mais esmiuçadamente durante a formação dos psicodramatistas, especialmente no início, quando o impacto do método é sentido com intensidade e quando ainda não se tem muito conhecimento de sua lógica e fundamentação conceitual, filosófica e também religiosa, a exemplo da pergunta “O que a teoria diz de pessoas que optam por cenas que envolvem fé e crenças religiosas ou seja que contracenam com Deus(es)?”.
Segundo Freire (1997), chega-se a uma pergunta quando se alcança o máximo da compreensão sobre algo e torna-se necessário transcender, quando esse algo atinge o auge da sua própria forma, e tal qual um ventre grávido, dá à luz a si mesmo, na forma de uma pergunta, que então leva ao próximo movimento. E qual movimento seria esse na formação do psicodramatista, especialmente quando se depara com o medo de si mesmo?
A curiosidade e o medo, por vezes angustiantes, podem impelir à busca por respostas pragmáticas e ordenadas, muitas vezes distanciadas da complexidade e do mistério que envolve a psique humana. Portanto, o movimento de questionar a si mesmo faz parte do crescimento profissional e pessoal do psicodramatista, mesmo após sua formação e, segundo Guimarães e Brito (2023, p. 9), “o psicodramatista está em constante luta do porquê de suas ações”.
Nesse sentido, pode-se considerar que um dos principais legados da teoria de Moreno seja a premissa de que a psique humana deva ter uma microrregião, um espaço diminuto e específico que abordagem alguma alcançará utilizando maneiras convencionais de pensar o ser humano e suas relações. É possível que, por esse motivo, ele tenha empregado o teatro e a poesia para desenvolver seu método e instrumentalizar sua prática, nas palavras de Moreno, Blomkvist e Rutzel (2001): “uma vez que você penetra no psiquismo de uma pessoa, atinge uma dimensão que vai mais além da realidade subjetiva e objetiva. É uma realidade cósmica”. Essa hipótese poderia oferecer uma resposta à uma pergunta intrigante de um aluno de psicologia no psicodrama público: “não consegui identificar nenhum teórico sendo usado como base, seria isso um ponto a ser observado?”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para atender ao objetivo proposto, buscou-se coletar as percepções de quem toma contato pela primeira vez com o psicodrama e identificar elementos que possam contribuir para a formação das gerações futuras de psicodramatistas brasileiros. Essa reflexão favorece tanto as instituições de ensino de psicodrama quanto os próprios estudantes, que se veem cada vez mais expostos a ofertas de cursos que variam desde formações ágeis e preços competitivos, sob o risco iminente da precarização tanto do ponto de vista da amplitude dos conteúdos, quanto de sua profundidade técnico-metodológica.
A solicitação aos estudantes participantes deste trabalho para apresentar o processamento de sua primeira experiência com o psicodrama em forma de perguntas abertas, propiciou que explorassem de forma autônoma essa perspectiva fenomenológica e gerundiva do método, alinhando-se com a proposta qualitativa da pesquisa que valoriza a construção de significados a partir da experiência vivenciada, evitando a imposição de categorias analíticas pré-definidas.
A análise das perguntas revelou, entre outros aspectos, o quão significativa pode ser uma experiência com o psicodrama, mesmo quando os participantes desconhecem seu referencial teórico. Nos tempos atuais, em que a busca por respostas rápidas e imediatas para problemas complexos reflete a incapacidade de lidar com a profundidade e a reflexão que diálogos profundos podem propiciar, uma experiência de uma sessão psicodramática comumente suscita duas reações: a curiosidade em compreender os conceitos subjacentes ao método experienciado e a inquietude provocada pelo medo diante de fenômenos potentes vivenciados pela primeira vez.
Foi possível, ainda, constatar que o método psicodramático tem um alcance profundo como abordagem da psicologia e, paradoxalmente, é pouco reconhecido como a ferramenta terapêutica transformadora que é. Esse fato advém da época em que Moreno trabalhava incessantemente durante sua vida nos Estados Unidos, país notoriamente pragmático e fortemente influenciado pela cultura competitiva, o que dificultava a compreensão de conceitos do psicodrama fortemente alicerçados nos princípios fenomenológicos existenciais da interdependência, da corresponsabilidade e cocriação entre os indivíduos.
Contudo, os desafios do contexto social, cultural e político da atualidade assemelha-se às circunstâncias das raízes do psicodrama, em Viena, quando Moreno, movido por suas inquietações, promoveu o primeiro Sociodrama na noite de 1o de abril de 1921 no Komodien haus, famoso teatro da época. Aproveitando a confluência dos tempos sombrios, particularmente no que se refere à violação dos direitos humanos, pode-se tomar o evento de 1921 como provocação para fomentar a criatividade e espontaneidade para uma nova proposta de ensino do psicodrama.
Das inspirações fundadoras do psicodrama às indagações suscitadas pelo primeiro encontro com essa abordagem, inferimos que o psicodrama, enquanto método de intervenção alicerçado na fenomenologia existencial, exige uma apropriação profunda desde o início da formação. Exige também um constante movimento de descolonização e análise crítica do status quo para promover a desconstrução de padrões normativos (Guimarães & Brito, 2023). Isso requer uma integração entre a ação e a própria existência do psicodramatista no mundo para além do simples domínio de uma técnica para manejo de grupos.
Dessa forma, o psicodramatista deve furtar-se do desejo de tentar rotular ou categorizar tanto as maravilhas quanto os horrores produzidos pelos grupos humanos. Tal esforço dificilmente conduzirá ao tão aspirado processo de cura da humanidade além de não ser compatível com a proposta gerundiva do método de Moreno.
Pessoas são seres únicos, indivisíveis, ou seja, não há separação possível, e o caminho formativo do psicodramatista requer o resgate profundo de si em primeiro lugar, de seu papel de criador, ou seja, de cocriador de si e do outro. Trilhar esse caminho misterioso é amedrontador. Quem tem medo do psicodrama? Todos aqueles que se propõem a percorrer o processo de evolução desde muito antes dos gregos antigos.
Justificam-se os medos das pessoas diante dos mistérios da alma humana. Entretanto, através da arte, da filosofia e do psicodrama, pode-se encontrar brechas entre as conservas culturais, permitindo-se vivenciar encontros e conexões infinitas e profundas, consigo mesmo e com o outro como propõe Moreno (1992a, p.43):
Mas Eu, preciso de todas as mãos
que existem,
nenhuma pode faltar.
Eu preciso de todas as almas
que existem,
nenhuma pode faltar.
Eu preciso de todas as terras
que existem,
nenhuma pode faltar
se é que Eu deverei levar teu peso,
até um certo lugar.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos sujeitos desta pesquisa por compartilharem suas percepções e questionamentos em forma de perguntas.
REFERÊNCIAS
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