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Aos leitores
Maria Ataide Malcher; Iluska M. da Silva Coutinho
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Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, vol. 43, núm. 3, pp. 15-17, 2020
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM)
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Aos leitores

Aos leitores

Maria Ataide Malcher
Universidade Federal do Pará, Brasil
Iluska M. da Silva Coutinho
Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, vol. 43, núm. 3, pp. 15-17, 2020
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM)

Luta é uma das palavras que podem definir a nossa passagem pelo ano de 2020. Luta para encarar a perda de mais de 160 mil brasileiros e brasileiras, vitimados(as) pela COVID-19. Luta para nos atentarmos às mudanças no mundo e a elas nos adaptarmos. Luta para não nos conformarmos com situações de injustiça social, de falta de condições de vida. Luta pela autonomia da universidade pública, que vem sofrendo nefastos golpes, dentro de um contexto em que a educação e a ciência, como um todo, são atacadas, vistas como inimigas e não aliadas, pelos mais poderosos. Luta, sobretudo, para mantermos alguma esperança de que conseguiremos passar por isso, de que a saída dessa situação passa, em grande parte, pelas nossas mãos, e que seremos capazes de fazer escolhas diferentes. Que tenhamos fé e forças para mantermos espaços de livre circulação de ideias, como é o caso deste periódico.

Neste fascículo da Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, publicamos 11 artigos científicos, uma entrevista internacional e uma resenha crítica. Ao todo, temos 25 autoras e autores envolvidos, além da pesquisadora entrevistada. Entre aqueles de instituições brasileiras, temos representantes de três regiões: Nordeste, Sul e Sudeste. Entre os que atuam em instituições estrangeiras, temos pesquisadores atuantes na Alemanha e na China. Três eixos temáticos organizam a nossa leitura: Análises e Propostas Metodológicas em Comunicação; Mídia, Imagem e Tecnologias; e Comunicação e História.

No primeiro eixo, artigos que propões estratégias de pesquisa, novas perspectivas de análise, de escrita de textos e de visões sobre fenômenos comunicacionais contemporâneos. Começando com Análise cultural-midiática como protocolo teórico-metodológico de pesquisas em comunicação, no qual Lauren Santos Steffen, Mariana Nogueira Henriques e Flavi Ferreira Lisboa Filho, recorrendo aos Estudos Culturais, apontam possíveis apropriações do protocolo da análise cultural-midiática em estudos de comunicação. Já em Tessituras discursivas e midiáticas da atividade empreendedora no Brasil, Vander Casaqui discute as relações discursivas entre o empreendedorismo e o empreendedorismo social, no Brasil contemporâneo. No artigo Por um mapa das dissidências: os estudos de gênero nas teses e dissertações em Comunicação do Brasil (1972-2015), Tainan Pauli Tomazetti apresenta os resultados de um mapeamento das interfaces entre os estudos de gênero e as investigações de mestrado e doutorado em comunicação do Brasil. Em Histórias de vida como método: estudo da narrativa biográfica do jornalista Lira Neto, Monica Martinez e Aline Albuquerque propõem o uso do método de história de vida, muito usado nas Ciências Sociais, como forma de apuração, compreensão dos fatos e fio condutor na redação no campo da Comunicação, sobretudo no Jornalismo. Fechando o eixo, no trabalho Base Nacional Comum Curricular e competências infocomunicacionais: uma análise de correlação, Daniela Silva e Jussara Borges analisam se existe correlação entre as competências gerais previstas na BNCC e conceitos acadêmicos, nomeadamente no âmbito das competências infocomunicacionais.

Para o segundo eixo, reunimos artigos que discutem as interações entre pessoas e mídias por meio das tecnologias, trabalhando questões identitárias e de representação. Em A imagem do Brasil na imprensa alemã antes da crise político-econômica, Regina Cazzamatta investiga a imagem do Brasil produzida pela imprensa alemã de 2000 a 2014, por meio de análise quantitativa de conteúdo, com base em uma amostra de 742 artigos. Já em Abrindo a caixa preta: análise exploratória da rede bolsonarista no WhatsApp, Victor Piaia e Marcelo Alves buscam entender as dinâmicas comunicativas e as estratégias eleitorais que foram utilizadas pelo, então, candidato, em sua campanha para presidência pelo aplicativo de mensagens instantâneas. Em Autofotografia e relato de si: materialidades digitais e audiência algorítmica na prática de selfie, Leonardo Pastor investiga, por meio de uma perspectiva atenta às experiências, as relações material-discursivas desenvolvidas através da prática de selfie. Por fim, em A violência na “trilogia da frieza” de Michael Haneke, Luiz Baez e Gustavo Chataignier buscam entender, por meio de uma abordagem teórica que recorre a diversos ramos do conhecimento, a apresentação imagética da violência e de suas relações com as mídias na chamada “trilogia da frieza” do cineasta.

No terceiro e último eixo, temos dois artigos que lançam um olhar histórico a fatos que constroem nosso passado, nos ajudam a pensar melhor em nosso presente e futuro. Em Cinco estratégias de participação política do movimento de democratização da mídia na Nova República, Theófilo Machado Rodrigues e Marina Schneider, por meio de análise em fontes documentais e da imprensa, analisa as estratégias de participação política do movimento social pela democratização da mídia ao longo da Nova República no Brasil. No fechamento do eixo, temos Dossiês da ditadura militar sobre José Marques de Melo como revivais temáticos e abonadores biográficos, no qual Álvaro Nunes Laranjeira apresenta uma extensa pesquisa nos documentos do Serviço Nacional de Informações (SNI), guardados no Arquivo Nacional, que menciona, o professor José Marques de Melo. O autor se debruça, especialmente, sobre prontuários e dossiês encontrados no Banco de Dados Memórias Reveladas, que apresentam interessantes informações a respeito da história do fundador da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) durante o período de ditadura militar.

Na entrevista internacional deste fascículo, intitulada Mídia, comunidade e a pedagogia da mudança social, e realizada por Veneza Mayora Ronsini, Laura Roratto Foletto, Marco Marão, Rafael Ferreira Medeiros, Mauricio Rebellato e Lucas Reineh, a pesquisadora Vicki Mayer, professora titular no Departamento de Comunicação da Tulane University, nos Estados Unidos, fala sobre a possibilidade de mudança social através de práticas pedagógicas associadas à mídia, trazendo apontamentos para pensarmos as potencialidades da comunicação diante da atual onda fundamentalista que marca a conjuntura sociopolítica tanto dos EUA quanto do Brasil. Já a resenha crítica Um estudo global sobre as questões de gênero no jornalismo, de Ricardo Henrique Almeida Dias, discute o livro “Journalism, gender and power” (2019), organizado por Cynthia Carter, Linda Steiner e Stuart Allan, com pesquisas sobre as questões de gênero no jornalismo a partir do ponto de vista de distintas culturas.

Agradecemos à todos e todas os(as) pareceristas, integrantes do Conselho Editorial Científico ou avaliadores ad hoc, que dedicaram momentos preciosos de tempo para avaliarem os artigos submetidos para a revista, fornecendo contribuições que, certamente, serão valiosas ao crescimento e avanço das pesquisas de todos(as) os(as) autores(as), independentemente de resultado favorável ou desfavorável para publicação, ajudando as ciências da comunicação a continuarem se movimentando em nosso país.

À todas e todos, uma boa leitura!

Material suplementar
Notas
Autor notes
Maria Ataide Malcher

Universidade Federal do Pará, Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas a Ensino e Extensão, Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior. Belém – PA, Brasil. Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz, Programa de Pós-Graduação em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde. Rio de Janeiro – RJ, Brasil.

Iluska M. da Silva Coutinho

Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Juiz de Fora – MG, Brasil.

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