Estudos Teóricos
Recepción: 18 Agosto 2021
Aprobación: 24 Noviembre 2021
DOI: https://doi.org/10.36517/revpsiufc.13.1.2022.10
Resumo:
O estudo tem o objetivo de apresentar os dados bibliométrico das teses e dissertações defendidas entre 2001 a 2019 nos programas de pós-graduação em Psicologia
O estudo tem o objetivo de apresentar os dados bibliométrico das teses e dissertações defendidas entre 2001 a 2019 nos programas de pós-graduação em Psicologia
brasileiros. Através de uma pesquisa bibliométrica permitiu constatar o número de estudos por Instituição de Ensino Superior, número de páginas, quantidade de estudos por ano
e as temáticas mais pesquisadas pelos autores. A contribuição mais importante é sobre as palavras-chave mais utilizadas, sendo as cinco mais frequentes: Psicanálise, Psicologia, Família,
Psicologia social e Saúde Mental. O artigo permite uma visão bem ampla do desenvolvimento da pós-graduação em Psicologia no período analisado.
Palavras-chave: Bibliometria, educação de pós-graduação, Psicologia, pesquisa, Brasil.
Keywords: Bibliometrics, graduate education, Psychology, research, Brazil
INTRODUÇÃO
O intuito do presente artigo é apresentar e analisar dados bibliométricos das dissertações e teses defendidas nos programas de pós-graduação stricto sensu em Psicologia das Instituições de Ensinos Superiores (IESs) brasileiras. Os dados são referentes ao número de trabalhos por IESs, número de páginas,
relação de trabalhos por ano e as temáticas mais trabalhadas pelos autores. Para possibilitar análises foram consultados textos sobre a pós-graduação e produção
científica em Psicologia no Brasil.
Em um levantamento bibliográfico na base de dados da Scielo e na ferramenta Google Scholar com os descritores: Bibliometria AND Psicologia, foi possível encontrar artigos que realizaram
estudos bibliométricos sobre um determinado tema de interesse para área da Psicologia (Agudelo, López, & Casal, 2003; Allik, 2013; Collares-da-Rocha, Wolter, & Wachelke, 2016; Espinosa, Lora, Rodriguez
& Ayala, 2010; Freitas, Prado, Mathias, Greschuck, & Neto, 2013; Guilera, Barrios, & Gómez-Benito, 2013; Haslam, & Kashima, 2010; Jarros, Dias, Müller, & Sousa, 2008; Leeuwen, 2013; Maroldi,
da Souza, & Lima, 2016; Oliveira, Lima, & Morais, 2016; Strapasson, Zuge, & da Cruz, 2017; Suehiro, Benfica, & Cardim, 2016), uma revista acadêmica específica (Ernesto, Contreras, Mejía,
& González, 2016; Franco-Paredes, Díaz-Reséndiz, Pineda-Lozano, & Hidalgo-Rasmussen, 2016; Canter, K. S., Amaro, C. M., Noser, & Roberts, 2018; Klappenbach, 2009; Morgado-Gallardo, et al.,
2018; Salas et al., 2018; Salas et al., 2019), as revistas acadêmicas de um país (Acevedo-Triana, Torres, Aguilar-Bustamante, Hurtado-Parrado, Silva, & López-López, 2018; Ávila-Toscano,
Marenco-Escuderos, & Orozco, 2014; Fradkin, 2017; García, 2006; Jaraba-Barrios, Guerrero-Castro, Gomez-Morales, & López-López, 2012; Polanco-Carrasco, Gallegos, Salas, & López-López,
2017), as revistas de determinado banco de dados (Quevedo-Blasco & López-López, 2010), recorte por tema em teses e dissertações (Silva, & Nakano, 2012; Takeiti, & Vicentin, 2015; Zanella,
& Titon, 2005) e estudos sobre citações e metodologias (Ariza, & Granados, 2012; Cordeiro, 2009; Sampaio, 2008). Entretanto, não foi encontrado um estudo bibliométrico englobando um amplo
número das teses e dissertações da pós-graduação brasileira em Psicologia sem restrição temática, por isso, o presente artigo se torna relevante, mesmo que se
restrinja a um recorte temporal.
A bibliometria, enquanto campo de estudo, se utiliza de diversos indicadores e métricas gerados através de procedimentos quantitativos e estatísticos sobre publicações
acadêmicas. Nos artigos encontrados apresentavam-se diversas técnicas e tipos de análises desta natureza: quantidades de artigos por período temporal, por idioma, número de autores, número
de páginas, divisão por áreas temáticas, catalogação das metodologias e instrumentos utilizados nas pesquisas, características dos autores (nacionalidade, gênero e instituição),
gráficos com índices e leis bibliométricas (Lawani, Subramayam, Lotka). Pimenta et al. (2017) afirmam que a pesquisa bibliométrica pode retratar a evolução e o comportamento de uma
área do saber.
MÉTODO
O método utilizado foi a pesquisa bibliométrica, e consistiu nos passos de: coleta, limpeza e análise dos dados sobre as teses e dissertações em Psicologia no Brasil. O processo possibilitou transformar dados disponíveis em bancos de dados em informações úteis, para uma melhor compreensão da área do conhecimento da Psicologia no nível de pós-graduação neste país.
A coleta de dados foi realizada primeiramente no banco de dados da página da internet intitulada Dados Abertos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Alguns dados estavam incompletos, havendo assim, a necessidade de recorrer aos arquivos na íntegra, acessando-os nos na Plataforma Sucupira, repositórios institucionais das universidades e páginas dos programas de pós-graduação. A área de avaliação da CAPES foi considerada o melhor classificador para englobar o maior número de itens de relevância ao objeto de estudo do artigo, sendo assim foram filtrados os itens que correspondiam a área da Psicologia e o recorte temporal foi de 2001 a 2019. O ano de início foi escolhido por ser o divisor do presente século e o último ano por ser o mais recente disponível no banco de dados.
A limpeza dos dados foi realizada através do programa de computador LibreOffice Calc, foi necessária a padronização em diversos aspectos dos itens, como por exemplo, as palavras-chaves apresentavam carácteres separadores diferentes, codificação de carácteres, retirada de ponto final após a última palavra-chave, e nesta etapa foram identificados itens faltantes, com erros de digitação ou preenchidos de forma indevida, as quais foram preenchidas com as informações corretas. Esta etapa foi necessária para aumentar a fidedignidade da pesquisa. As palavras-chave foram convertidas para letras minúsculas para aumentar a correspondência entre as mesmas.
Os dados foram processados, através da linguagem de programação R, onde foi possível realizar o quantificar dos dados inseridos e gerar gráficos. Para a maior parte das análises foi utilizada o pacote de programação Bibliometrix (Aria & Cuccurullo, 2017), desenvolvido para análises bibliométricas, este possibilita gerar diversos tipos de relatórios dos metadados de produções acadêmicas, adicionalmente, os gráficos foram gerados com o pacote Ggplot2 e com o software VOSviewer (Van Eck & Waltman, 2010).
As métricas levantadas em qualquer estudo quantitativo só demonstram sua importância quando existe a possibilidade de inferir conhecimento delas. E para possibilitar uma maior compreensão e um aprofundamento na discussão dos resultados obtidos, foi imprescindível, recorrer a uma bibliografia que abordava sobre a pesquisa em Psicologia e a pós-graduação brasileira.
RESULTADOS
Os resultados apresentados foram feitos da análise das informações sobre um total de 27.448 trabalhos, sendo: 6.599 teses e 20.849 dissertações, provenientes de 76 IES diferentes. Sobre a falta de informações sobre os itens, os dois campos que apresentavam dados incompletos ou com erros de digitação foram os das palavras-chave e número de páginas. Após procurar as informações faltantes, ainda restaram um número de 73 trabalhos que não continham palavras-chave em seu texto completo, ou os autores não entregaram a versão digital às respectivas instituições de origem.
Com relação ao número de teses e dissertações defendidas no período analisado as duas IES que mais tiveram defesas foram a Universidade de São Paulo (USP) e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Os números de defesas das dez IESs mais relevantes nesse aspecto podem ser consultados na tabela 1.
O número de teses e dissertações defendidas por ano pode ser vista na figura 1. A tendência de crescimento nestes anos se mostra evidente no gráfico. Foi possível verificar uma taxa de crescimento anual de 5,55% no total de produções. Os tipos de publicação aparecem discriminados por cores, sendo o crescimento visto tanto nas dissertações quanto nas teses.
Sobre a extensão dos textos foi possível identificar que as dissertações e teses apresentam o número médio de 120,2 e 189,3 páginas, respectivamente. A figura 2 apresenta o diagrama de caixa com a dispersão do número de páginas para cada nível da pós-graduação.
Foram encontradas no total dos trabalhos 29.377 palavras-chave diferentes, as vinte que tiveram maior ocorrência encontram-se na tabela 2. Apesar de apresentar palavras-chave ligadas a áreas teóricas como a Psicanálise, Psicologia Social e Representações Sociais, não se pode afirmar que essas são as linhas mais predominantes, pois, é possível que trabalhos dessas e outras áreas não tenham delimitado suas abordagens nos descritores. É possível encontrar diversos tipos de palavras-chave, representando: linhas teóricas, áreas de atuação, temas de interesse, fases do desenvolvimento humano, psicopatologias e outros.
Também foi realizada a análise de coocorrência de palavras-chave, possibilitando assim, apresentar uma representação gráfica das palavras-chave que obtiveram maior relevância, sendo os descritores que apareceram juntos conectados por linhas. Na figura 3 é apresentada a um gráfico da rede de coocorrência com as 1992 palavras-chaves mais frequentes, que tiveram no mínimo 7 aparições. A calibração do software, nesta configuração, resultou o gráfico com melhor divisão por grupamentos temáticos, é importante chegar na calibração mais próxima do ideal entre um gráfico com muitos itens e pouco inteligível, e, um gráfico simplificado, porém que represente poucos itens.
No momento em que foi gerado o gráfico, a palavra-chave “Psicologia” foi retirada, uma vez que todos os trabalhos são desta área, sua presença não agregaria na representação e ainda dificultaria a divisão temática em grupos. Na representação gráfica quanto maior o tamanho do “nó”, representando um termo significa que houve maior ocorrência deste, e também se gera um agrupamento de acordo com a utilização conjunta das palavras-chave, sendo assim, foi possível observar a divisão em 10 agrupamentos representados por cores distintas.
DISCUSSÃO
Com relação a quantidade de trabalhos por IES, o fato de a USP vigorar em primeiro lugar pode ser relacionado ao seu pioneirismo na história da pós-graduação em Psicologia, Costa e Yamamoto (2016) trazem as informações de que o primeiro curso de Mestrado em Psicologia foi criado na PUC/RJ, em 1966, e que em 1974 foram implementados os dois primeiros cursos de Doutorado em Psicologia na USP. A relevância das universidades públicas também ressalta nessa tabela, sendo somente três universidades privadas compondo a lista das universidades com mais trabalhos.
Sobre o número de defesas por ano é possível perceber um crescimento contínuo no gráfico. Costa e Yamamoto (2016) apresentam uma trajetória da pós-graduação em Psicologia no Brasil, narrando o processo de desenvolvimento desta área dos anos de 1966 à 2015. Segundo os autores, as políticas governamentais educacionais de investimento nas universidades públicas permitiram o crescimento do número de programas de pós-graduação “de mais de 1800 em 2003 para aproximadamente 2800 em 2010” (Costa & Yakamoto, p. 147), e a Psicologia acompanhou esse crescimento, podendo ser visto este crescimento através do número de aluno defendendo teses e dissertações no período narrado.
No que tange as diferenças entre os números de páginas de teses e dissertações, a maior extensão das teses se mostrou bastante evidente, dentre os motivos dessa realidade pode ter ligações com o tempo de duração do curso e a maior experiência acadêmica do discente de doutorado. Não se pode determinar a qualidade de um estudo pelo número de páginas, entretanto, Xie et al. (2019) analisou dados de 1.548.088 artigos acadêmicos e constatou uma correlação positiva de maior tamanho do artigo e número de citação, e este último é encarado na ciência como um indicador de relevância da publicação, mesmo o estudo sendo feito de artigos acadêmicos, pode-se esperar uma realidade parecida com as teses e dissertações, visto que se trata também de comunicações científicas.
Ainda sobre as palavras-chave, o fato de “psicologia” aparecer como a segunda palavra, era de se esperar que estivesse entre as mais frequentes por descrever a área do conhecimento. o item “família” listado como terceiro mais frequente, de fato trata-se do núcleo relacional mais importante do indivíduo e diversas abordagens enfatizam o papel da mesma para a formação da personalidade das pessoas, isto pode indicar a quantidade de pesquisas sobre esse tema.
Analisando a rede de coocorrência das palavras-chave mais frequentes da figura 3 podem-se ter algumas compreensões baseada na localização dos termos, já que sua proximidade indica ocorrência conjunta e sua posição no gráfico revela o grau de integração com as outras áreas. Dos 10 grupamentos gerados pelo software de análise VOSviewer podem se identificar algumas características de cada campo de estudo, sendo necessária uma apresentação e discussão destes.
Em vermelho, é possível ver o grupo em que o termo “depressão” é o mais frequente, em que se encontram em destaque outros termos neste grupo: ansiedade, criança, estresse, personalidade, autismo e outros. Pela temática dos assuntos que orbitam e a presença dos termos “análise do comportamento” e “cognição”, aparenta ser o grupo das abordagens cognitivas e comportamentais. Neufeld et al. (2018) que analisaram a presença do ensino da Terapia Cognitiva-Comportamental nos cursos de graduação brasileira apontaram que por mais que não seja a abordagem mais difundida, ela vem ganhando espaço. Apesar de a pesquisa não ter sido feita com dados da pós-graduação é possível imaginar que o cenário seja próximo nesta, dado que muitos professores-orientadores da pós-graduação também atuam na graduação.
As palavras-chaves ligadas a teoria psicanalítica orbitam o termo “Psicanálise”, com a cor amarela, vê-se a relação de ocorrência sejam por se tratar de autores da área (Freud, Lacan, Winnicot), conceitos (pulsão, objeto a, psicose) ou temas de interesse dos teóricos da área. A palavra-chave “Psicanálise” se apresentou como a mais frequente, pode-se relacionar com o fato de ser uma área teórica criada próximo ao surgimento da Psicologia enquanto ciência, sendo assim uma das vertentes mais tradicionais para o entendimento do ser humano, e desde então, se desenvolveu com diversas correntes. Uma pesquisa realizada por Bastos e Gomide (1989) sobre a atuação dos psicólogos realizada no final da década de 1980 apontava a Psicanálise como a linha teórica mais utilizada pelos psicólogos, com o total de 37,1%. Neufeld e Carvalho (2017), em uma publicação sobre a realidade da Psicologia Clínica na América Latina, também apontam a hegemonia da Psicanálise sobre outras teorias. Conforme já sinalizado na seção de resultados, não se pode afirmar a abordagem teórica de um trabalho somente pelas palavras-chaves, entretanto, podemos verificar através dos dados levantados que a Psicanálise tem uma presença expressiva na pós-graduação em Psicologia brasileira.
O terceiro agrupamento, em roxo, é capitaneado pelo termo “Psicologia Social” e com termos de presença relevante: subjetividade, representações sociais, adolescência, violência, identidade e outros. É rodeado por objetos de pesquisa desta área, como por exemplo: cultura, narrativa, mulheres, política, juventude e outros.
Na coloração verde-escuro vemos o grupo em que se destaca o termo “trabalho”, com os termos também relevantes: psicodinâmica do trabalho, saúde do trabalhador e saúde. O campo da Psicologia das Organizações e do Trabalho é consolidado na Psicologia, o interesse em pesquisas desse campo aparece pela quantidade de termos vistos no gráfico, é possível encontrar temáticas ligadas as psicopatologias ligadas ao trabalho, competências emocionais e outros temas da área.
Aparecem alguns grupos ligados a Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia Escolar Nas colorações azul-escuro é possível ver diversas temáticas. Com a palavra-chave “avaliação psicológica” como a mais frequente, é possível ver a ligação com outros termos em destaque desse grupo: psicologia escolar, aprendizagem, crianças, educação escola e outros. Em laranja, no grupo do termo “família” a relevância é para os termos: gênero, sexualidade e mulher e adolescente. Na cor “salmão” o elemento “maternidade” com maior ocorrência, acompanhado de termos: adoção, criança e desenvolvimento infantil. Em rosa com liderado pelo termo “infância” aparecem ligados os termos: experiência, preconceito, ideologia, racismo, homossexualidade e outros. Cabe ressaltar aqui, o tamanho dos itens família e adolescência (na cor roxa ao lado de família), tendo sido umas das palavras que mais foram utilizadas e a posição central no gráfico, significando uma maior ligação com os grupamentos, pode-se classificá-los como temas que são trabalhados pelas diversas áreas da Psicologia.
Em azul-claro aparecem os termos ligados ao campo da saúde mental, pois este se apresenta como o mais frequente no grupo. Acompanham os termos relevantes para a área: reforma psiquiátrica, políticas públicas, saúde pública, drogas, assistência social e outros.
O grupo marrom se apresenta como mais heterogêneo, apesar de ter a palavra-chave mais frequente como “fenomenologia”, com a presença dos termos “psicoterapia” e “psicologia clínica” abarca abordagens Humanistas, Fenomenológicas Existenciais, Gestatl-Terapia, Psicologia Analítica e temas ligados a religiosidade, e outros mais diversos. E por fim, em verde-claro o grupo com a palavra-chave “qualidade de vida” aborda vários temas da Psicologia da Saúde e Hospitalar.
A diversidade das abordagens teóricas e as áreas de atuação da Psicologia são maiores do que as representadas por esses grupamentos. Mas, as escolhas teóricas dos professores orientadores e domínio de conhecimento sobre os temas, acabam restringindo as possibilidades dos produtos da pós-graduação. Vale lembrar que o gráfico da rede de coocorrência evidencia os itens mais frequentes, e que por mais que não aparecem na rede, outras diversas áreas de atuação da Psicologia (Esporte, Jurídica, Neuropsicologia e outras) estão presentes na pós-graduação, assim como outros referenciais teóricos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações sobre os programas de pós-graduação em Psicologia brasileiros estão disponíveis nas páginas da internet dos mesmos, onde se pode encontrar: as linhas de pesquisa, áreas de concentração, trabalhos defendidos, publicações e acessar o currículo dos professores-orientadores. Entretanto, por mais que se tenham informações específicas, carecem relatórios, informações e publicações atualizadas e mais gerais sobre o desenvolvimento da área. Os dados apresentados permitem uma visão bem ampla da pós-graduação em Psicologia brasileira, principalmente o levantamento sobre as temáticas que apontam o foco dos estudos. A tradição na pesquisa em Psicanálise, Psicologia Social, abordagens cognitivas e comportamentais, e as áreas de atuação da Psicologia do Trabalho e Saúde Mental se demonstraram evidentes na prevalência das palavras-chaves, mostrando uma forte característica brasileira.
Ainda existe a necessidade de outros estudos bibliométricos dos produtos da pós-graduação em Psicologia. Por exemplo, estudos que avaliem o impacto científico, através da quantificação das citações, quantificação das publicações em revistas acadêmicas durante o período de vínculo dos estudantes com a pós-graduação e estudos que permitam maior conhecimento sobre a preferência dos métodos de pesquisa e referenciais teóricos utilizados.
Mesmo assim, acredita-se que os dados apresentados no presente estudo podem ajudar diversos pesquisadores e leitores. Pesquisadores da Ciência da Informação, que se dedicam ao estudo da pós-graduação no Brasil. podem se utilizar do presente estudo para a comparação com outras áreas do saber. E, estudiosos sobre o desenvolvimento científico da Psicologia de outras nacionalidades, podem se beneficiar ao realizar comparativos com a realidade de seus países de origem. Também se acredita poder ajudar instituições como a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP) e a CAPES a entenderem o cenário de pesquisa em Psicologia, fomentando eventos com temas que abarcam os assuntos mais relevantes para os pesquisadores desse campo, ou ainda, incentivando lacunas teórico-metodológicas e temáticas a serem fortalecidas, e editoras voltadas para publicações acadêmicas compreenderem melhor o campo de pesquisa da Psicologia.
Material suplementar
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Referências
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