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Saúde Mental e Trabalho na Universidade Pública: Uma Revisão Sistemática
Fabiana Botelho Caldas Caldas; Maria Carollina Padilha Montenegro Reis Reis; Roberta de Lima Sousa Vieira Vieira;
Fabiana Botelho Caldas Caldas; Maria Carollina Padilha Montenegro Reis Reis; Roberta de Lima Sousa Vieira Vieira; Breno de Oliveira Ferreira Ferreira
Saúde Mental e Trabalho na Universidade Pública: Uma Revisão Sistemática
Mental Health and Work at the Public University: A Systematic Review
Revista de Psicologia, vol. 13, núm. 1, pp. 81-96, 2022
Universidade Federal do Ceará
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Resumo: O neoliberalismo provocou mudanças na organização do trabalho do serviço público, inclusive nas universidades, impactando na vida e na saúde dos trabalhadores. Assim, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma revisão sistemática de artigos científicos sobre o adoecimento mental dos servidores das universidades públicas brasileiras, identificando as causas, as enfermidades e as consequências para a vida dos trabalhadores e para as instituições às quais estão vinculados. Para isso, foi feita uma busca em três bases de dados, sendo duas bibliotecas digitais e um banco de dados, cuja amostra final foi de 21 artigos. Notou-se que os servidores são acometidos principalmente por estresse ocupacional e burnout, além de outras consequências para os servidores. Há prevalência de estudos com docentes em detrimento dos servidores administrativos. Verificou-se uma escassez de publicações acerca do impacto desses adoecimentos para as instituições. Destaca-se a importância dos dados encontrados para futuras pesquisas sobre a saúde mental do trabalhador das universidades públicas.

Palavras-chave: Saúde mental, universidade, saúde ocupacional.

Abstract: Neoliberalism caused changes in the organization of public service work, including in universities, impacting the lives and health of workers. Thus, the aim of this research was to carry out a systematic review of scientific articles on mental illness among workers at Brazilian public universities, identifying the causes, illnesses and consequences for the lives of workers and for the institutions to which they are linked. For this, a search was made in three databases, two digital libraries and a database, whose final sample was 21 articles. It was noted that civil servants are mainly affected by occupational stress and burnout, in addition to other consequences for civil servants. There is a prevalence of studies with professors to the detriment of administrative servers. There was a scarcity of publications about the impact of these illnesses on institutions. The importance of the data found for future research on the mental health of workers in public universities is highlighted.

Keywords: Mental health, university, occupational health.

Carátula del artículo

Estudos Teóricos

Saúde Mental e Trabalho na Universidade Pública: Uma Revisão Sistemática

Mental Health and Work at the Public University: A Systematic Review

Fabiana Botelho Caldas Caldas
Universidade Federal do Amazonas, Brasil
Maria Carollina Padilha Montenegro Reis Reis
Universidade Federal do Amazonas, Brasil
Roberta de Lima Sousa Vieira Vieira
Universidade Federal do Amazonas, Brasil, Brasil
Breno de Oliveira Ferreira Ferreira
Universidade Federal do Amazonas, Brasil., Brasil
Revista de Psicologia, vol. 13, núm. 1, pp. 81-96, 2022
Universidade Federal do Ceará

Recepción: 20 Julio 2021

Aprobación: 26 Noviembre 2021

Introdução

A década de noventa foi o marco de entrada da lógica neoliberal nas universidades públicas latino-americanas, trazendo consigo a mercantilização do saber e buscando a transformação da identidade universitária e dos papéis de discentes e docentes, que passariam a se configurar, nesta nova lógica, como consumidores e “ensinadores” assalariados, respectivamente (Mollis, 2006, p. 87). O Brasil seguiu este modelo político econômico da região e todos os governantes desde 1995 mostraram-se comprometidos em cumprir a agenda neoliberal. Júnior e Fargoni (2020) apontam que os diversos governos brasileiros, desde Fernando Henrique Cardoso, atuaram em prol do fomento e aprofundamento da lógica do capital na Administração Pública, inclusive nas universidades. O Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação e o Fundo de Financiamento do Estudante do Ensino Superior (FIES) balizam o início legal do projeto neoliberal dentro das universidades públicas brasileiras. Os demais governos implementaram outras ações em consonância com as orientações do capital, interferindo na organização do ensino das Instituições de Ensino Superior - IES (Júnior & Fargoni, 2020).

Este contexto resultou em diversos impactos para a organização e condições do trabalho e para os seus trabalhadores. No âmbito da docência, os professores passaram a atuar sob a exigência de elevada produção acadêmica, tendo como orientação os índices avaliativos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Tal exigência resultou na intensificação do trabalho do docente, que se baseia na individualização do trabalho, no produtivismo e na competição entre os pares (Oliveira, Pereira & Lima, 2017). No aspecto administrativo, a lógica gerencial do setor privado foi implementada nas universidades públicas, com redução do quadro de trabalhadores e fragilização dos vínculos empregatícios, através da exiguidade de concursos públicos e a contratação de profissionais a partir de modalidades precárias, como a terceirização e os contratos temporários (Granzotto, 2011). Isto fez com que os servidores dos setores administrativos passassem a lidar com mudanças no ambiente físico de trabalho, a atuar a partir de indicadores de produtividade, com o acréscimo do número de atividades, sem o aumento proporcional do quantitativo de servidores, promovendo o isolamento dos trabalhadores e enfraquecendo a cooperação (Ramos & Macêdo, 2018).

Estas condições acabam por reverberar diretamente na vida trabalhadores, identificando-se que a falta de reconhecimento, a burocracia excessiva, a pouca autonomia (Ramos & Macêdo, 2018), bem como a intensificação e a precarização do trabalho nas universidades públicas incorrem em sofrimento e em constrangimento para estes trabalhadores, que, consequentemente, eclodem em adoecimentos físicos e mentais (Souza et al, 2017). As universidades também sentem as repercussões desta situação, como aponta Ferreira (2016), destacando os seguintes fatores críticos: o absenteísmo crônico, o presenteísmo habitual, o aumento dos acidentes em serviço, das doenças ocupacionais e dos afastamentos por motivo de saúde, especialmente, devido aos transtornos mentais e comportamentais e das enfermidades osteomusculares.

Neste sentido, é importante ressaltar que, a depender do gênero, os servidores são afetados de forma diferenciadas por essas condições de trabalho, uma vez que as mulheres vivenciam situações de maior sofrimento relacionado ao trabalho do que seus colegas do sexo masculino. Isto se deve à divisão sexual do trabalho, que se relaciona, segundo Hirata e Kergoat (2007), com a distinção entre homens e mulheres no mercado de trabalho remunerado, em que elas têm seu trabalho apreciados com menor valor, bem como com a prevalente responsabilização feminina pelas atividades domésticas e de cuidado. Assim, as trabalhadoras são afetadas pelas exigências institucionais e sobrecarregadas pelas atividades reprodutivas junto ao lar e à família.

A partir desta conjuntura e tendo em vista o impacto da organização e das condições de trabalho nas universidades públicas na vida dos seus trabalhadores, o presente estudo buscou realizar a revisão sistemática dos artigos científicos publicados nos últimos cinco anos acerca do adoecimento mental dos servidores das universidades públicas brasileiras. Foram investigadas as causas do adoecimento, as enfermidades e as consequências para a vida dos trabalhadores e para as instituições às quais estão vinculados.

Método

Trata-se de uma revisão sistemática, que tem como objetivo reunir, avaliar criticamente e realizar uma síntese dos resultados de vários estudos primários (Cook, Mulrow & Haynes, 1997). Para tanto apoiou-se na metodologia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) (Liberati et al., 2009) para a sua elaboração. Para balizar esta revisão, foram definidos três questionamentos: quais os tipos de adoecimentos mentais acometem os trabalhadores das universidades públicas brasileiras, quais as causas relacionadas ao trabalho que favorecem estas enfermidades e quais os prejuízos para os servidores e para as instituições públicas.

Foi realizado um levantamento bibliográfico em duas bibliotecas virtuais, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo, e no banco de dados Pepsic, em maio de 2021. Os descritores aplicados foram escolhidos a partir do site de descritores em Ciências da Saúde (DeCS), utilizando o operador booleano AND entre os termos em língua portuguesa uma vez que o foco da pesquisa é o contexto brasileiro. A estratégia de busca escolhida foi: a) “saúde mental” AND “universidade” AND “trabalho”; b) “estresse” AND “universidade” AND “trabalho”; c) “ansiedade” AND “universidade” AND “trabalho”; d) “depressão” AND “universidade” AND “trabalho”; e) “burnout” AND “universidade” AND “trabalho”. Optou-se por buscas com os termos separados, para obter um maior número de artigos encontrados.

Os descritores referentes às patologias foram definidos a partir das principais causas que levam ao afastamento das atividades laborais, sendo eles o estresse, a depressão e a ansiedade. E a Síndrome de Burnout foi escolhida por ter se apresentado como uma questão relevante para a saúde dos trabalhadores (Baptista, Soares & Raad, 2019).

O lapso temporal desta revisão foi definido entre os anos de 2016 a 2021, tendo em vista as mudanças políticas e econômicas do Brasil ocorridas a partir de 2016, que aprofundaram a precarização das condições de trabalho das universidades públicas. Sabe-se que desde o governo de Fernando Henrique Cardoso a política neoliberal adentra as IES, sendo seguida por todos os que o sucederam. Porém, segundo Júnior e Forgoni (2020), foi a partir do governo Temer que o risco de desmonte das universidades federais aumentou de forma exacerbada, com ações que buscavam a privatização das instituições federais, o elevado corte orçamentário e investidas contra os direitos dos servidores públicos. Esta tendência de ameaça às universidades permanece no governo Bolsonaro, uma vez que o Ministro da Economia de seu governo é adepto fiel ao modelo neoliberal.

Deste modo, delimitou-se como critérios de inclusão: versar sobre o adoecimento mental dos servidores públicos nas universidades públicas brasileiras, artigos originais disponíveis eletronicamente na íntegra e de forma gratuita, em português, inglês ou espanhol e publicados entre janeiro de 2016 e maio de 2021. Os critérios de exclusão foram: artigos de revisões e publicações duplicadas.

O procedimento de busca inicial dos artigos foi realizado com a leitura do título, das palavras-chave e do resumo. Após a seleção dos artigos que cumpriram os critérios de inclusão, foram excluídas as publicações que se repetiram entre as bases e na própria base, como também os artigos não encontrados e com acesso pago. Posteriormente, foi feita a leitura na íntegra dos artigos selecionados para realizar a análise. Para os procedimentos de busca, seleção e análise foram nomeados três juízes independentes, autores desse estudo. Em caso de discordância quanto a sua inclusão, os juízes discutiram em conjunto até obterem um resultado final. Após a seleção, foi realizada uma análise do conteúdo dos artigos para identificar temas convergentes e divergentes entre as publicações.

A partir dos resultados, foi realizada análise temática proposta de Braun e Clarke (2006), dividindo-os em categorias analíticas e correlacionando-os com a literatura adotada como referência. As categorias de análise foram: as causas vinculadas ao processo de trabalho e às instituições, que favorecem o adoecimento dos trabalhadores das universidades públicas brasileiras; as principais formas de distúrbios mentais que acometem estes servidores; e as consequências desse adoecimento para a vida dos trabalhadores e para as universidades.

Resultados

A busca nas bases de dados ocorreu da seguinte forma: o primeiro levantamento resultou em 2.751 artigos; posteriormente, aplicou-se o filtro da data e obteve como resultado 1.017; em seguida, aplicou-se o filtro idioma – Português, Inglês e Espanhol – e foi encontrado um total de 999 artigos. Com a leitura do título e do resumo dos artigos chegou-se ao número de 117 publicações. Após a discussão entre os autores, nova leitura do resumo e do título e a exclusão dos repetidos, 28 artigos foram escolhidos para serem lidos na íntegra. Destes, 7 foram excluídos por não discutirem questões relacionadas ao adoecimento mental da amostra escolhida. Ao final, 21 artigos foram incluídos no estudo, conforme Figura 1.

Dos artigos analisados, a maioria foi encontrada na Bvs, com 20 artigos, a biblioteca de dados Scielo teve 1 artigo e a base de dados Pepsic não teve artigo escolhido, pois a maioria foi artigos repetidos encontrados na Bvs. Dos artigos selecionados, 17 utilizaram o método quantitativo, correspondendo a 80,95% do total, em seguida o método qualitativo com 3 publicações e um único artigo utilizou o método misto de pesquisa.

Comparando os anos da análise, 2020 foi o ano qual obteve maior número de publicações (n=6), seguido de 2019 (n=5), 2018 (n=3), 2017 (n=3) e 2016 (n=4). No entanto, não foram encontradas publicações no ano de 2021 que correspondessem às questões norteadoras deste estudo até o momento da realização da pesquisa. Além disso, a maioria das publicações apresentou três ou mais autores por artigo (n=17) e apenas 4 com dois autores.

Em relação aos participantes das pesquisas, observa-se uma maior predisposição para estudar amostras com docentes, uma vez que, entre o total de artigos, 12 artigos tinham como amostra exclusivamente os docentes, 3 envolvia apenas trabalhadores administrativos e os demais abrangiam servidores públicos em geral. Com relação a região dos participantes da amostra, os artigos se distribuíram assim, Sudeste (n=7), Sul (n=5), Nordeste (n=5), Norte (n=2) e Centro-Oeste (n=1). Um artigo envolveu as cinco regiões do Brasil.

No tocante aos diagnósticos, foram encontradas publicações referentes ao estresse ocupacional, burnout, depressão, ansiedade, transtornos mentais comuns (TMCs), além de doenças mentais e comportamentais de modo geral. Nota-se a predominância de pesquisas envolvendo o estresse ocupacional (n=9), seguido por burnout (n=4) e depressão (n=4). Em relação aos fatores causadores de adoecimento psicológico, destaca-se cinco áreas principais: 1) as consequências do modelo de trabalho neoliberal; 2) apoio de superiores, colegas e condições de trabalho; 3) comportamentos de autocuidado como lazer, atividade física e relacionamentos tanto pessoais quanto familiares; 4) condições especiais, como gênero.

Discussão

Nos artigos analisados, no que se refere às causas que levam ao adoecimento mental dos trabalhadores, evidencia-se o predomínio de citação relativo ao modelo econômico neoliberal, que favorece a percepção de uma dedicação excessiva dos trabalhadores como normal e obrigatória, reforçando o comportamento de abdicação de aspectos pessoais para cumprir as responsabilidades do trabalho. Estes fatores provocam uma carga laboral excessiva, a substituição do tempo de lazer pelo tempo de cumprimento das suas atividades junto à universidade, além da precarização das condições de trabalho. Aos servidores docentes, soma-se a cobrança e a pressão por publicações de artigos e o desenvolvimento de funções administrativas, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Isto leva ao aumento das demandas de trabalho, apontando para a contínua sobrecarga de trabalho (Vasconcelos & Lima, 2021); e ao desgaste das relações de trabalho, permeadas por conflitos e problemas de gestão das atividades, demonstrando o comprometimento da cooperação e do trabalho em equipe (Nascimento & Daibem, 2020).

Essa cultura de valorização de trabalhadores superprodutivos pode ser um dos fatores a propiciar o que chamamos de workaholism. Segundo Schaufeli, Taris e Bakker (2006), o termo workaholism descreve o vício no labor, caracterizado pelo trabalho compulsivo e excessivo. Na pesquisa de Almeida, Barreto, Martins, Haddad e Galdino (2020) indica que dois em cada dez docentes dedicam ao trabalho uma quantidade excessiva de tempo e pensam, de forma persistente e constante, no labor mesmo fora da universidade. Estes autores defendem que a atual conjuntura sociopolítica brasileira tem contribuído para agravar as condições de trabalho, especialmente aquelas relacionadas ao ensino superior e à pesquisa científica. Apesar de o Workaholism ainda não ser considerado uma psicopatologia, seu papel na contribuição do adoecimento físico e mental de muitos trabalhadores é evidente devido às consequências do trabalho obsessivo e compulsivo.

Outro fator de análise são os comportamentos de autocuidado. O baixo índice desses fatores está relacionado ao adoecimento. Estudos transversais e prospectivos têm evidenciado uma forte associação entre os problemas de saúde mental e os baixos níveis de atividade física (Wiles, Haase, Gallacher, Lawlor & Lewis, 2007). O fator apoio social está diretamente relacionado ao tempo e à qualidade de dedicação a essas relações pessoais, familiares e de trabalho, pois ter uma rede de apoio pode ser um fator que favorece o enfrentamento de situações problemáticas. Em pesquisa realizada por Mattos, Araújo e Almeida (2017), foi demonstrada a prevalência de TMCs em indivíduos em situação de exposição à alta exigência e ao baixo apoio social no trabalho.

A gestão e as condições de trabalho dos servidores também foram evidenciadas no adoecimento segundo os artigos. Quanto à gestão, destaca-se o favoritismo na equipe de trabalho, a pouca valorização e as perspectivas de crescimento, a deficiência em treinamentos e a dificuldade nas relações com colegas e gestores. Quanto às condições de trabalho estão mais relacionadas aos aspectos ambientais e recursos de trabalho. Antunes e Praun (2015) chamam a atenção para a individualização do sofrimento e a ruptura do tecido de solidariedade antes presente entre os trabalhadores, com a emergência da competitividade. Ressalta-se que as situações pontuadas nesta área podem evidenciar possíveis situações de assédio moral.

Alguns dos artigos destacaram o fator gênero como relacionado a maiores índices de adoecimento (n=6), identificando que as mulheres estão mais expostas ao sofrimento e ao adoecimento mental relacionados ao trabalho (Cacciari, Haddad & Dalmas, 2016; Borges & Lauxen, 2016; Hoffman, Zanini, Moura, Costa & Comoretto, 2017), bem como apresentam maior dificuldade para conciliar as demandas de trabalho e a vida familiar (Araújo et al., 2016). Tal conjuntura traz consequências para as servidoras, que vão desde a maior insatisfação com as condições de trabalho (Tundis & Monteiro, 2018) até a maior prevalência feminina na aposentadoria por invalidez (Moreira et al., 2018).

Este cenário que penaliza de forma desigual a saúde mental das servidoras em comparação aos seus colegas do sexo masculino está relacionado à sobrecarga feminina, uma vez que as mulheres se sobrecarregam com duplas jornadas de trabalho, sendo responsáveis pelas atividades domésticas e de cuidado, que além de não serem remuneradas, são socialmente desvalorizadas (Cisne, 2012). Neste sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) alertou para o maior risco das mulheres em desenvolver transtornos mentais e comportamentais em comparação com a população geral, pois, culturalmente, as mulheres desempenham diversos papéis sociais simultaneamente, além do trabalho remunerado executado por elas.

No que concerne aos tipos de adoecimentos que são identificados nos trabalhadores das universidades públicas, nota-se a predominância de estudos sobre o estresse laboral (n=9). Segundo Silva (2019), as condições organizacionais vivenciadas cotidianamente pelos trabalhadores, quando percebidos negativamente por estes, tornam-se fatores estressores, que podem levar ao adoecimento. No presente estudo, o estresse laboral foi investigado entre trabalhadores administrativos e entre docentes. Ele mostrou-se relacionado às condições precárias de trabalho (Santos, Marinho, Lima, Rodrigues & Santos, 2016; Lopes & Silva, 2018; Cavalcante et al., 2020; Minari & Guimarães, 2019); ao desequilíbrio entre as demandas profissionais e da vida pessoal (Soares, Mafra & Faria, 2019); e à discrepância entre o esforço realizado e o reconhecimento recebido (Teixeira, Marqueze & Moreno, 2020).

A Síndrome de Burnout foi a segunda patologia mais investigada nos artigos analisados por esta pesquisa (n=4), sendo os estudos entre os docentes mais presentes (n=3). Tal preponderância pode estar vinculada ao fato dos professores serem uma das principais categorias acometidas por esta síndrome (Diehl & Marin, 2016). Esta patologia é caracterizada pelo esgotamento físico e emocional, despersonalização e a baixa realização profissional do trabalhador frente à impossibilidade de lidar com as exigências e situações laborais (Coelho, Souza, Cerqueira, Esteves & Barros, 2018). Dentre os artigos compilados, um dos estudos encontrou que todos os docentes participantes possuíam algum indício de Burnout (Branco, Côrrea, Dutok & Neto., 2020). Outro estudo apontou que professores de universidades públicas apresentaram maior desgaste psicológico em comparação aos de instituições particulares (Baptista et al., 2019).

O terceiro transtorno mental mais investigado nos artigos foi a depressão (n=4). Esta patologia está relacionada ao comprometimento do funcionamento normal do sujeito devido a presença de humor triste, sensação de vazio, irritação, com alterações corpóreas e cognitivas (American Psychiatric Association, 2014). Na análise realizada, a depressão se mostrou relacionada com outras formas de adoecimento como estresse e Síndrome de Burnout (Soares et al., 2019; Baptista et al., 2019), bem como com práticas de uso abusivo de bebidas alcoólicas (Carmo et al., 2020).

Nesta revisão, a ansiedade foi pouco investigada, aparecendo em apenas um dos artigos selecionados, junto com outras patologias, estresse e burnout, e apresentando também razão positiva com o abuso de bebida alcoólica por servidores administrativos (Carmo et al., 2020). Esta escassez de estudos, nos últimos cinco anos, sobre a ansiedade entre trabalhadores de universidades públicas contrasta com o fato deste transtorno estar entre os adoecimentos mentais mais presentes na população, ser a segunda causa de absenteísmo por motivo de saúde entre os trabalhadores brasileiros e está em segundo lugar nas causas mundiais de incapacitação (Santana, Sarquis., Brey, Miranda & Feli, 2016). Assim, identifica-se a importância de ampliar as investigações sobre os transtornos ansiosos entre os servidores das universidades públicas, a fim de verificar se os dados dessas instituições corroboram ou divergem dos dados nacionais e mundiais.

É importante ressaltar que outras formas de adoecimento e sofrimento mental dos servidores das IES foram identificadas, como os TMCs, ampliando o olhar sobre a saúde mental do trabalhador, que foi estudado em um artigo selecionado para fazer parte desta revisão. Os TMCs são um conjunto de sintomas não psicóticos e que estão relacionados a quadros de depressão, ansiedade e estresse (Murcho; Pacheco & Jesus, 2016). No referido artigo, foi encontrada a prevalência global de 29,9% de TMCs entre docentes participantes da pesquisa (Campos, Véras & Araújo, 2020), demonstrando que esta é uma importante forma de adoecimento desses trabalhadores.

A última categoria analisada nesta revisão refere-se às consequências outras do adoecimento mental para a vida dos trabalhadores e para as IES. Assim, identificou-se em parte dos artigos outras repercussões para além do adoecimento psicológico, mas que ainda são provenientes da interação homem e trabalho.

Nesta perspectiva, Araújo et al. (2016) abordam como consequências da atividade laboral a dificuldade em conciliar a vida profissional e afetiva, o que acaba impactando na vida pessoal e familiar do profissional. Os estudos de Borges e Lauxen (2016) identificaram a existência do comprometimento das atividades da vida particular por causa da relação dos servidores com o trabalho.

Além disso, Teixeira et al. (2020) abordam consequências para os trabalhadores, tais como: o aumento do ritmo de trabalho, menos horas de descanso e a realização do trabalho em casa. Por outro lado, Tundis e Monteiro (2018) destacam também os acometimentos físicos dos profissionais, envolvendo dores de cabeça, dores nas costas e também danos sociais, incluindo vontade de ficar sozinho e impaciência com as pessoas em geral.

D’Oliveira, Souza, Varella e Almeida (2020) apontam que, muitas vezes, os servidores trabalham mesmo que estejam com algum comprometimento na própria saúde. Além disso, apresentam hábitos de vida pouco saudáveis, identificando participantes da pesquisa acima do peso, sedentários, hipertensos e cansados. Ressalta-se nesta análise, o artigo de Carmo et al. (2020), que relacionaram o uso de álcool mensal e semanal foram maiores entre os trabalhadores com maiores níveis de ansiedade, depressão e estresse.

Destaca-se também que, dentre os artigos analisados, Moreira et al. (2018) apresentam a consequência mais preocupante e extrema da relação homem e o trabalho, a qual constitui a aposentadoria por invalidez. Esses autores trazem que, na pesquisa, as doenças mentais e comportamentais foram as principais responsáveis pelas aposentadorias (35%).

Entre os artigos revisados, D’Oliveira et al. (2020) afirmam que todo esse contexto atual impacta nas instituições, por meio do presenteísmo e consequentemente na baixa produtividade dos profissionais que trabalham mesmo acometidos por doenças. Por sua vez, Campos et al. (2020) destacaram possíveis consequências para a instituição como comprometimento da qualidade de ensino e das relações interpessoais, além dos prováveis afastamentos que geram prejuízos e custos para as instituições.

Os resultados do presente estudo evidenciaram a escassez de publicações de artigos científicos referentes às consequências do adoecimento dos servidores para as instituições de ensino superior, bem como a temática referente ao impacto econômico do adoecimento para as universidades e sobre a visão dos gestores em relação a esse tema, depreendendo-se, assim, uma lacuna de pesquisa. Constata-se nas publicações uma perspectiva predominantemente teórica a respeito desse assunto sem aprofundamento de resultados na quase totalidade dos casos.

Considerações Finais

A partir da análise dos artigos, percebe-se que a saúde mental dos servidores das universidades públicas brasileiras tem suscitado diversas pesquisas nos últimos anos. Depreende-se desses estudos que, o neoliberalismo, que tanto afeta a vida e a saúde dos trabalhadores da iniciativa privada, mostra-se particularmente prejudicial para a saúde mental dos trabalhadores da Administração Pública, uma vez que a lógica econômica do capital corrompe a finalidade do serviço público, que é atender às necessidades da sociedade. Assim, o adoecimento mental acaba por mostrar-se um fator importante, que pode produzir incapacidades temporárias e permanentes.

Apesar da amplitude das pesquisas no que se refere às universidades estudadas e às regiões do país, nota-se ainda a desigualdade de estudos entre docentes e servidores administrativos, havendo um domínio maior de investigações acerca da saúde mental daqueles em detrimento destes. Neste sentido, faz-se importante destacar que as universidades possuem duas classes de trabalhadores distintos, docentes e servidores administrativos, e que compartilham o mesmo espaço de trabalho e a mesma lógica neoliberal das universidades, mas, por terem funções e finalidades distintas dentro das universidades, podem ser afetados de forma diferenciada.

Foi identificada, ainda, a escassez de pesquisas que apontassem para as repercussões do adoecimento mental desses servidores para as instituições, para os discentes e para os demais trabalhadores, tendo em vista que, diante de situações de adoecimentos dos trabalhadores, o impacto não se restringe à vida do sujeito adoecido. Ele pode gerar consequências em outros níveis, como o aumento da sobrecarga de trabalho dos servidores que permanecem ativos e que precisam assumir as atividades dos seus colegas afastados; e para o próprio serviço público, que perde em eficiência devido ao quadro reduzido de servidores e o maior gasto para o Estado.

Conclui-se que os estudos sobre a saúde mental e doenças dos trabalhadores das universidades públicas brasileiras permitem a construção de uma base de conhecimento ampla e sólida sobre o tema, podendo contribuir para o desenvolvimento de programas e ações de atenção à saúde dos servidores públicos dessas instituições. Porém, existem diversos outros aspectos a serem investigados, com contribuições relevantes para a área, revelando-se assim ser um tema ainda bastante fértil para a realização de pesquisas futuras.

Como limitações do estudo, considera-se que a escolha e combinação dos descritores podem ter restringido a busca de publicações por não terem alcançado as nuances do termo adoecimento psíquico

Material suplementar

Figura 1 (png)

Tabela 1 (png)

Tabela 1.2 (png)

Referências
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