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Editorial
Sociedade e Cultura. Revista de Pesquisa e Debates em Ciências Sociais, vol. 22, núm. 2, pp. 1-2, 2019
UFG - Universidade Federal de Goiás

Editorial


Nessa edição a Revista Sociedade e Cultura apresenta o dossiê “Performances, Imaterialidades e a Produção Cultural do Real”, organizado por Renata de Sá Gonçalves, Paulo Raposo e Izabela Tamaso, com seis artigos que refletem sobre cultura, patrimonialização e a produção simbólica do real em cenários e tramas que passam pela música e performance, pela ginga da capoeira de Salvador, pelos clubes socias negros do Paraná, pelos mitos e lendas da Colômbia, pelo ritual Yaokwa do povo Enawenê-nawê, até o processo de patrimonialização de Malaca, na Malásia Ocidental.

O número traz ainda cinco artigos livres, que partem da Antropologia, Ciência Política e Sociologia para a análise de processos que envolvem tensões e ambivalências, a partir de diferentes recortes.

O primeiro deles, “Migração, mobilidades e as cidades da Amazônia: histórias de Xinguara (PA)”, de Candice Vidal e Souza e Arlete Francisca Marques, trata antropologicamente do processo de migração de moradores/as de Xinguara, no Pará, que viveram os tempos iniciais da transformação da cidade e da região, propiciada pelas atividades de extração de madeira, garimpo de ouro e ocupação de terras. O artigo apresenta o argumento de que a mobilidade entre as chamadas “cidades da borda” amazônicas pode ser tomada como expressão de um conjunto de valores que concebem a “andança” como parte da vida. Trata, assim, da análise de processos urbanos com base em narrativas de vidas em trânsito, contribuindo para o campo de estudos sobre contextos de fronteira e rotas migratórias.

Rotas que são também o mote para o segundo artigo, intitulado “Del enfrentamiento histórico entre Estado e Iglesia en México al aprovechamiento económico del conflicto cristero a través del turismo religioso”. Nele, Maria Genoveva Millán Vázquez de la Torre, Rogelio Martínez Cárdenas e Juan Manuel Arjona Fuentes abordam histórica e sociologicamente o conflito armado entre diversos grupos sociais e o Estado do México, assim como a exploração econômica dele por meio da criação de um produto turístico, chamado “A Rota Cristera”, que trata de fluxos de peregrinação para visitar lugares relacionados com os 25 santos cristeros (pessoas canonizadas pela Igreja Católica que faleceram na guerra). Assim, o texto aborda o processo de exploração econômica de fluxos que conjugam guerra, turismo, religiosidade e consumo.

O consumo é também abordado no artigo seguinte, “Is SMART the new stupid? Health workers perspectives on producing PBF indicators”, no qual Yogesh Rajkotia parte de entrevistas, discussões em grupos focais e outras atividades realizadas junto a profissionais de saúde em Moçambique para discutir os fatores que motivam a oferta de serviços incentivados pelo financiamento baseados em desempenho. Trata-se, assim, de um trabalho voltado à análise das percepções e motivações de profissionais de saúde com relação à produção de certos indicadores importantes nesta área, a partir das relações e tensões entre a saúde pública e a privada.

O artigo seguinte também trata de tensões e ambivalências, partindo de outro recorte empírico e objeto de estudo. Trata-se do trabalho “Capital erótico y las expectativas de género: criterios de selección en mujeres y varones heterosexuales”, de Mariana Palumbo, que a partir de pesquisa de campo e entrevistas analisa a socialização erótica e/ou afetiva entre homens e mulheres heterossexuais residentes na região metropolitana de Buenos Aires. A partir de sua análise, a autora identifica dois dos critérios de seleção que intervêm em tais processos: o capital erótico e as expectativas de gênero, que são por ela discutidos com base no cotejamento entre elementos empíricos e revisão bibliográfica.

O tema das ambivalências está presente, por fim, no artigo que encerra o presente número, intitulado “Tensão na ciência política brasileira: a produção dos doutores e a percepção dos editores”. Nele, Nelson Rosário de Souza e Fabiane Helene Valmore partem da oposição entre as abordagens institucionalista e societal no campo da ciência política brasileira. O artigo, baseado em revisão bibliográfica em periódicos científicos, descreve a produção da área entre os anos de 2005 e 2014, comparando perspectivas que se ligam ao institucionalismo e ao societalismo, com atenção especial a artigos sobre democracia e desigualdade.

Boa leitura!



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