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INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇãO EM ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER: UM ESTUDO DE CASO
Sarah Carolina Furucho Silva; Rosemeire de Araújo Rangni
Sarah Carolina Furucho Silva; Rosemeire de Araújo Rangni
INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇãO EM ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER: UM ESTUDO DE CASO
INDICATORS OF HIGH ABILITIES/GIFTEDNESS IN STUDENT WITH ASPERGER SYNDROME: A CASE STUDY
EccoS Revista Científica, núm. 51, 2019
Universidade Nove de Julho
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Resumo: Pessoas com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação são público-alvo da Educação Especial, respaldadas pela legislação brasileira. Essas pessoas necessitam de atendimento complementar e suplementar para desenvolverem suas potencialidades, inclusive as que possuem dupla excepcionalidade, ou seja, altas habilidades/superdotação, associada a outra especificidade. O objetivo geral da pesquisa foi o de verificar indicadores de Altas Habilidades/Superdotação em um aluno diagnosticado com Síndrome de Asperger; como objetivo específico, verificou se a professora de Arte do aluno, seu responsável (pai) e o próprio aluno reconheciam seus potenciais artísticos. A pesquisa caracterizou- se como Estudo de Caso, utilizando-se de três instrumentos para identificação de tais indicadores. As respostas obtidas com a aplicação dos instrumentos aos três participantes foram convergentes na indicação de altas habilidades/superdotação.

Palavras-chave:Educação EspecialEducação Especial,Altas Habilidades/SuperdotaçãoAltas Habilidades/Superdotação,Síndrome de AspergerSíndrome de Asperger,Dupla ExcepcionalidadeDupla Excepcionalidade,IdentificaçãoIdentificação.

Abstract: People with disabilities, global developmental disorders and high abilities/ giftedness are the target audience of Special Education supported by Brazilian legislation. These people need complementary and supplementary services to develop their potentialities, including those with twice exceptionality, that is, high abilities/giftedness, associated with other specificity. With this, the general objective of the research was to verify High Abilities/Giftedness indicators in a student diagnosed with Asperger Syndrome and as a specific objective it was verified that the Art teacher of the student, as well as his father and the student, recognized his artistic potential. This way, the research was characterized as a Case Study, using three instruments to identify indicators of High Abilities/Giftedness. The answers obtained by the instruments applied to the three participants, Art teacher, student and his father, demonstrated convergent for indicators of high skills/giftedness.

Keywords: Special Education, High Abilities/Giftedness, Asperger’s syndrome, Twice Exceptionality, Identification.

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INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇãO EM ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER: UM ESTUDO DE CASO

INDICATORS OF HIGH ABILITIES/GIFTEDNESS IN STUDENT WITH ASPERGER SYNDROME: A CASE STUDY

Sarah Carolina Furucho Silva
Universidade Federal de São Carlos, Brasil
Rosemeire de Araújo Rangni
Universidade Federal de São Carlos, Brasil
EccoS Revista Científica, núm. 51, 2019
Universidade Nove de Julho

Recepção: 06 Fevereiro 2018

Aprovação: 19 Dezembro 2019

Introdução

Altas Habilidades/Superdotação1 (AH/SD) existem “desde que o homem é homem” (PÉREZ, 2012, p.347), portanto, não representam assunto novo. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), alunos com AH/SD são aqueles que demonstram, de forma isolada ou mesmo combinada, um potencial elevado nas seguintes áreas: “intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvi- mento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.” (BRASIL, 2008, p.9)

No Brasil, em 1929, houve a primeira referência legislativa preven- do atendimento aos então chamados ‘super-normais’. No mesmo ano, Helena Antipoff veio ao país e fundou a Sociedade Pestalozzi e, mais tarde, em 1945, iniciou o atendimento às crianças denominadas ‘dota- das’ em pequenos grupos, desenvolvendo estudos nas áreas de literatura, teatro e música (DELOU, 2012). Sobre a identificação do aluno com AH/SD, Renzulli (1994) assinala que ela deve se iniciar com o professor, em sala de aula, realizando observações e anotações sobre os alunos que se destacam, além da necessária participação da família e de outros pro- fissionais, como o psicólogo, mediando todo o processo avaliativo. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) (BRASIL, 1996) e a PNEEPEI (BRASIL, 2008), o Público-Alvo da Educação Especial (PAEE) são alunos com deficiências, altas habilidades ou superdotação² e transtornos globais do desenvolvimento. Nesse sen- tido, ainda no âmbito das políticas públicas brasileiras, o Decreto 7.611 (BRASIL, 2011) estabelece que o atendimento educacional deve ocorrer de forma complementar e suplementar, aos alunos PAEE, em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, pú- blicos ou conveniados.

Diante da breve contextualização, algumas questões nortearam a presente pesquisa: um aluno dos anos finais do Ensino Fundamental diag- nosticado com Síndrome de Asperger (SA) pode apresentar indicadores de AH/SD? Os professores e responsáveis do aluno reconhecem suas poten- cialidades? Para responder aos questionamentos, utilizaram-se os estudos teóricos de Joseph Renzulli (1986, 1996).

Dupla Excepcionalidade: Altas Habilidades/ Superdotação e Síndrome de Asperger

O teórico norte americano Joseph Renzulli (2004) faz importante distinção de duas categorias de superdotação: i) acadêmica ou escolar e ii) a produtiva-criativa. A categoria acadêmica representa o aluno que tende a ter boas notas, a ser estável no decorrer do tempo, os quais “nem sempre mostram o máximo de criatividade ou comprometimento com a tarefa.” (RENZULLI, 2004, p.83) Nessa direção, Virgolim (2007) postula que os alunos normalmente gostam de ler livros e desenvolvem habilidade de lei- tura de modo autônomo ou com pouca instrução, todavia, podem ter di- ficuldades em elaborar ideias originais ou responder a situações incomuns, em relação ao que estão condicionados. De outro modo, os alunos que se encaixam na categoria de superdotação produtiva-criativa são aqueles que apresentam, sobretudo, ideias originais (VIRGOLIM, 2014). Tais pesso- as, de acordo com Renzulli (2004), têm altos e baixos no rendimento de alto nível, sendo essa característica importante e até mesmo necessária no desenvolvimento, dado que permite análises, reflexões e regeneração para iniciar um novo trabalho. Ressalte-se que os indivíduos com altas habili- dades do tipo produtivo-criativo nem sempre se destacam por suas notas ou habilidades acadêmicas.

Renzulli (2014) aponta a inter-relação de três componentes ou três grupamentos básicos de traços humanos na qual a composição se faz ne- cessária para que um indivíduo possa ser considerado superdotado, quais sejam: capacidade acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade - denominado modelo dos Três Anéis. Criado simultaneamente ao Modelo dos Três Anéis, com intuito de serem interativos, o Modelo Triádico de Enriquecimento foi implementado, inicialmente, para alunos academicamente superdotados. Foi constituído com a intenção de incentivar a produtividade criativa, co- locando os alunos em situações de exposição a “vários temas, áreas de in- teresse e campos de estudo.” (RENZULLI, 2014, p.545) Posteriormente, o mesmo autor propôs os tipos de enriquecimento: Enriquecimento do Tipo I, Enriquecimento do Tipo II e Enriquecimento do Tipo III, que deveriam acontecer para mais alunos. No Enriquecimento do Tipo I, há exposição a uma variedade ampla de disciplinas, temas, profissões, hobbies, pessoas, locais e eventos que normalmente não estão incluídos no currículo regular. No Enriquecimento do Tipo II estimulam-se novos interesses que podem levar ao seguimento do Tipo III, que consiste em demonstração de interesse de alto nível e incomum, podendo aprofundar sua área de interesse.

Em relação à Síndrome de Asperger (SA), os primeiros estudos estão ligados ao pediatra Hans Asperger e ao psiquiatra Leo Kanner, ambos aus- tríacos. Asperger publicou um texto, em 1944, sobre autismo, entretanto, foi ignorado por mais de três décadas até que um resumo de seu trabalho foi publicado pela psiquiatra Lorna Wing, em 1976 (DIAS, 2015). Mesmo assim, a SA só foi reconhecida oficialmente em meados da década de 90, como afirma Klin (2006, p. 9): “A AS³ não recebeu um reconhecimento oficial antes da publicação do Código Internacional de Doenças - CID- 10 e do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais - DSM-IV4, ainda que tenha sido relatada pela primeira vez na literatura da Alemanha em 1944.”

No DSM-IV (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002) a SA distingue-se do autismo, dado que não existem atrasos signifi- cativos na linguagem, no desenvolvimento cognitivo ou nas habilidades de autoajuda, destacando-se, principalmente, pelo comportamento adaptati- vo, exceto na interação social, e curiosidade sobre o ambiente na infância. A SA apresenta diferenças significativas em relação ao autismo clássico e possui critérios diagnósticos também apontados por Alves e Nakano (2015, p. 349):

[…] prejuízo grave e persistente na interação social; desenvolvi- mento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, in- teresses e atividades; alto poder de memorização e velocidade de raciocínio relacionado às atividades repetitivas; nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem; não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo (inteligência) ou no desenvolvimento de habilidades de autoajuda apropriadas à idade.

Na versão V do Manual, mais recente, de 2014, a nomenclatura Síndrome de Asperger foi substituída por Transtorno do Espectro Autista (TEA)5, sem comprometimento linguístico ou intelectual. No que tange à dupla excepcionalidade, ela pode ser caracterizada quando um indivíduo apresenta “alta performance, talento, habilidade ou potencial, ocorrendo em conjunto com uma desordem psiquiátrica, educacional, sensorial e física” (ALVES; NAKANO, 2015, p.347), ou seja, compreende-se que uma pessoa pode apresentar capacidades elevadas em uma ou mais áreas do conhecimento e deficiência em outras áreas ao mesmo tempo. A Figura 1 ilustra a confluência de duas condições, sendo as AH/SD em conjunto com uma deficiência ou um transtorno.


Figura 1
Confluência dupla excepcionalidade
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Levanta-se a hipótese de que a condição de Dupla Excepcionalidade pode manifestar características únicas em um indivíduo eventualmente causando embates no processo de identificação e, como consequência, no acesso educacional. Nesse sentido, Ourofino (2007, p. 51) assinala que estudiosos da área procuram compreender indivíduos com AH/SD que apresentam diferenças no seu processo de desenvolvimento como “difi- culdades emocionais e comportamentais, dificuldades de aprendizagem, dislexia, Síndrome de Asperger, entre outras condições incompatíveis com as características de altas habilidades.”

Muitos alunos com dupla excepcionalidade não são atendidos pela Educação Especial de modo a trabalhar com sua alta capacidade. Gerlach (2008) cita que muitos educandos com dupla excepcionalidade são dei- xados à margem em programas especiais, mesmo diante de sua força e capacidade para compensar suas dificuldades. Estudos comprovam que o diagnóstico da dupla excepcionalidade costuma ser de difícil obtenção, sendo que é preciso um olhar multidisciplinar sobre o fenômeno, pois tan- to indivíduos com SA quanto aqueles com AH/SD se diferenciam dos indivíduos com desenvolvimento típico e as especificidades, quando jun- tas, se combinam e se chocam de uma maneira complexa, podendo in- clusive anular-se. (BENITO, 2009; ALENCAR; GUIMARÃES, 2013; ALENCAR; FLEITH, 2016)

Desse modo, é importante que se estude e se discuta a temática no âmbito escolar.

Metodologia

Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou-se o Estudo de Caso, o qual visa investigar um fenômeno em seu contexto real e com a intenção de projetar um bom estudo (‘BOM’ ESTUDO?), da coleta à apresentação e análise dos dados, no uso de várias fontes de evidência, para garantir significância aos resultados. (YIN, 2001, 2015)

Participaram deste estudo: i. um aluno de 14 anos de idade matri- culado no 9º Ano do Ensino Fundamental de uma escola particular de cidade do interior de São Paulo com diagnóstico de Síndrome de Asperger; uma professora da disciplina de Arte e o pai do referido aluno. A professora é identificada como P, o aluno como A e o pai como R. Os cuidados éticos foram respeitados e a pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Seres Humanos sob parecer favorável nº 28013114.0.0000.5504.

Fez-se uso do questionário como instrumento de coleta de dados, abarcando os seguintes aspectos e sujeitos: a) para identificação de indicadores de altas habilidades/superdotação (QIIAHSD-R) – Responsáveis; b) para identificação de indicadores de altas habilidades/superdotação nas áreas artísticas e esportivas (QCCAE) – Professores; c) para identificação de indicadores de altas habilidades/ superdotação (QIIAHSD-A) – Aluno (PÉREZ; FREITAS, 2016). A aplicação do instrumento de pesquisa com a professora de Arte ocorreu na própria escola, fora do horário de aula, em aproximadamente 40 minutos, e com o pai e o aluno, em uma única etapa de preenchimento e ao longo de cerca de uma hora cada um, no mesmo dia e horário.

Os dados do instrumento QCCAE, QIIAHSD-R e QIIAHSD-A foram analisados de acordo com as orientações de interpretação e do qua- dro “Respostas mais comuns em adolescentes com AH/SD”, de Pérez e Freitas (2016). De acordo com essas autoras, não existe um gabarito que possa ser adotado, pois devem ser considerados aspectos que podem camu- flar as AH/SD, seja em razão de fatores individuais, familiares, sociais ou educacionais.

Para melhor orientação, os dados foram distribuídos da seguinte forma: a) Características gerais (idade que o aluno começou a ler, assun- tos de interesse, padrões éticos, entre outros) e b) Habilidades (habilidade acima da média, criatividade, comprometimento com a tarefa, liderança, área específica).

Resultados e Discussão
Características gerais do aluno

P. atuava com o aluno há mais de um ano e considerava que em sua disciplina (Arte) ele tinha habilidades especiais e se destacava dos demais, consequentemente, suas notas eram altas (questões 1, 2 e 3 - QCCAE); já em relação às outras disciplinas escolares, as notas e conceitos não eram melhores que as dos demais colegas (Questão 4 - QCCAE). Pérez e Freitas (2016) consideram tais aspectos como resposta comum para o tipo de aluno produtivo-criativo. Foi indicado, ainda, que o aluno costumava ser distraído e parecia estar no “mundo da lua” durante as aulas (Questão 5 - QCCAE). Nessa perspectiva, Renzulli (2014) assinala que as pessoas com superdotação produtivo-criativa na sociedade são as que verdadeiramente produziram conhecimento e tiveram reconhecimento na história, pois são esses indivíduos que desenvolvem materiais e produtos originais que cau- sam impacto no mundo.

Sobre os quatro assuntos que o aluno mais gostava de conversar / estudar ou atividades que mais gostava de fazer (Questão 7 - QCCAE), a professora sinalizou para o desenho, as maquetes, o teatro de bonecos e os recortes de dobradura. Observou-se que todos os interesses estavam relacionados com a própria área de Arte. P apontou que, frequentemen- te, o aluno mostrava elevados padrões éticos e morais em suas atividades (Questão 9 - QCCAE).Segundo Pérez (2008, p. 122), esses padrões em adultos com AH/SD funcionam como um filtro de valores e atributos mo- rais e éticos, dado que são elevados e rígidos “é (problemas nessa ligação. constante como modificador do pensamento, do sentimento e das ações”, como indicado pela professora na questão de número 9 do QCCAE.

Para P., frequentemente, o aluno apresentava preferência em traba- lhar sozinho (Questão 11- QCCAE) e, às vezes, era independente e fazia as tarefas sozinho (Questão 13 - QCCAE). Pérez (2008, p. 134) assinala a preferência de pessoas com AH/SD por trabalhar sozinhos, o que “muitas vezes é um indicador que talvez decorra da forma particular de organiza- ção que eles têm e, em alguns casos, é vista como um defeito, como indi- vidualismo, ou como uma intolerância.” Outro aspecto assinalado foi que o aluno, em alguns momentos, era perfeccionista (Questão 16 - QCCAE) e, frequentemente, era mais perceptivo e observador que seus colegas (Questão 17 - QCCAE). Por fim, P. pontuou que o aluno, frequentemen- te, tinha grande curiosidade sobre assuntos incomuns e diferentes dos que interessavam aos seus colegas. (Questão 18 - QCCAE)

O pai do aluno apontou que seu filho começou a ler não só seu nome, mas frases aos sete anos de idade (Questão 5 - QIIAHSD-R) e que lia por in- teresse próprio, fora das exigências da escola, cerca de sete horas por semana (Questão 6 - QIIAHSD-R). Os mesmos dados foram indicados pelo aluno.

Vale ressaltar que P. não lembrou exatamente a idade em que o filho come- çou a ler, mas lembrou-se que o filho estava na antiga 1a série. No quadro de respostas mais comuns em adolescentes com AH/SD, os alunos começam a ler antes dos 6 anos e leem mais de sete horas por semana.

R. elencou os quatro assuntos que mais interessavam ao filho (ques- tão 7 - QIIAHSD-R) na respectiva ordem: Arte, desenho, escultura e arte plástica. A respeito das áreas que o filho apareceu como um dos melhores da turma (Questão 9 - QIIAHSD-R), considerando as quatro primeiras, por ordem de importância, o pai assinalou em 1º lugar o nº 27 - ‘Outra’ - e escreveu manualmente “desenhar”, em 2º a pintura, em 3º a música e em 4º a criatividade. Foi indicado por R. que, às vezes, o filho demos- trava preferência em trabalhar sozinho (Questão 11 - QIIAHSD-R) e que frequentemente era independente e fazia as coisas sozinho (Questão 13 - QIIAHSD-R). Além disso, apontou que, com frequência, o filho era perfeccionista (Questão 16 - QIIAHSD-R). Do ponto de vista do perfec- cionismo, Pérez (2008) menciona que pessoas com AH/SD apresentam tal tendência, pois o nível de autoexigência é muito elevado. Sendo assim, por vezes preferem destruir ou não mostrar suas produções se as consideram fora de suas expectativas.

A resposta de A. para a Questão 7 do QIIAHSD-A foi praticamente idêntica à de R., exceto pela ordem apresentada: Arte, desenho, arte plástica e escultura. O Gráfico 1 ilustra as respostas obtidas pelos participantes sobre as atividades que A mais apreciava.


Gráfico 1
Atividades do aluno
Fonte: elaborado pelas autoras.

Pode-se observar que todas as respostas apontaram para a área de maior interesse de A., as Artes. O ato de desenhar foi indicado por todos os respondentes, sendo a atividade que o aluno mais apreciava. No tocante às quatro áreas que considerava ser um dos melhores da turma (Questão 9 - QIIAHSD-A), as quatro primeiras por ordem de importância foram: “desenho”, seguido, respectivamente, de música, pintura e escultura. Tais respostas também foram apontadas por R. Segue-se que A. respondeu identicamente ao pai a Questão 11 e 13, sendo que, às vezes, ele preferia trabalhar sozinho e, geralmente, era independente e agia por conta pró- pria. Além disso, era perfeccionista (Questão 16 - QIIAHSD-A) e, às ve- zes, mais observador que os colegas. (Questão 17 - QIIAHSD-A)

Baseando-se no estudo realizado por Pérez (2008), alunos com AH/ SD percebem-se muito à frente nas disciplinas ou com interesses incomuns se comparado aos pares, assim, sentem-se discriminados pelos colegas. Na revisão realizada por Renzulli (2004), sobre estudos de pessoas com feitos incomuns, há menções de que tais alunos teriam sido negligenciados, não identificados e tão pouco atendidos em programas especiais, se fossem utilizados somente escores de testes cognitivos.

Os três participantes responderam que frequentemente o aluno tem preferência por trabalhar sozinho, era perfeccionista, tinha grande curio- sidade, memória destacável e aprendia rapidamente, sendo que todas as questões foram respondidas considerando o aluno em relação aos pares. Ressalta-se que tais aspectos são características de pessoas com indicadores de AH/SD.

Habilidades

No Quadro 1 são expostas as respostas dos participantes em relação às características do aluno na área de habilidade acima da média.

P. e A. assinalaram, na Questão 19 do QCCAE e QIIASD-A, que, frequentemente, o aluno apresentava uma memória destacável, em especial nos assuntos de seu interesse. A memória destacável é uma característica que parece ser comum tanto as pessoas com AH/SD do tipo acadêmico quanto produtivo-criativo (PÉREZ, 2008).

Quadro 1
Respostas referentes à habilidade acima da média

Fonte: Elaborado pelas autoras.

R., por sua vez, confirmou que seu filho frequentemente aprendia rapi- damente coisas de seu interesse e as usava em outras áreas (questão 23 - QIIASD-R). Também percebia, facilmente, as relações entre as partes e o todo (questão 24 – QIIASD-R) e tentava descobrir o ‘como’ e o ‘porquê’ das coisas, fazendo perguntas inteligentes (Questão 26 -QIIASD-R). Ainda acrescentou que seu filho sem- pre era um dos melhores da turma (Questão 27 - QIIASD-R), pois aprendia mais rápido que os colegas (Questão 28 - QIIASD-R) e tinha um pensamento abstrato muito desenvolvido (Questão 30 - QIIASD-R).

A. respondeu que frequentemente suas notas eram melhores que as dos demais colegas da turma (Questão 27 - QIIASD-A) porque apren- dia mais rápido que eles (Questão 28 - QIIASD-A). Além disso, o aluno indicou que sempre tinha um pensamento abstrato muito de- senvolvido (Questão 30 - QIIASD-A). De acordo com Pérez (2008), o aluno com AH/SD procura conhecimentos por meio de perguntas inteligentes, as quais, entre tantas características, demonstram gran- de capacidade de abstração, de generalização e de domínio de infor- mações sobre temas de seu interesse. Sobre as notas, Peréz (2008) elenca que alunos com altas habilidades do tipo acadêmico costu- mam ter notas altas na escola e fora dela, superando as expectativas do ambiente em que estão inseridos. Vale lembrar que, nesse caso, as notas das áreas de interesse foram consideradas.

Com o cruzamento das respostas mostradas no Quadro 1, obteve-se o resultado apontado no Gráfico 2.

Observa-se que metade das questões (seis, de doze) foram respondi- das conforme o quadro de respostas mais comuns a pessoas com AH/SD (PÉREZ; FREITAS, 2016), considerando que ao menos um participante respondeu de acordo com as respostas mais comuns, pois considerou-se uma vez cada questão, sem repetição.

O Quadro 2 apresenta as respostas dos três participantes em relação à criatividade do aluno.


Gráfico 2
Respostas: Habilidades acima da média
Fonte: Elaborado pelas autoras.

A. assinalou que frequentemente era muito curioso (Questão 32 - QIIASD-A), tinha muitas ideias, soluções e respostas incomuns, diferentes e inteligentes (Questão 33 - QIIASD-A), e se considerava muito imaginativo, inventivo (Questão 36 - QIIASD-A) e sensível às coisas bonitas (Questão 37 - QIIASD-A). A. acrescentou que sem- pre era inconformista, não se importava em ser diferente (Questão 38 - QIIASD-A) e que seus cadernos sempre estavam completos e organizados (Questão 44). Além disso, frequentemente gostava de cumprir regras (Questão 45 - QIIASD-A). R. pontuou que seu filho era frequentemente muito curioso (Questão 32 - QIIASD-R), sem- pre muito imaginativo e inventivo (Questão 36 - QIIASD-R) e sen- sível às coisas bonitas (Questão 37 - QIIASD-R), aspectos também confirmados por P. Nesse sentido, Renzulli (1986) explicita que as pessoas criativas são sensíveis a detalhes e características estéticas das ideias e das coisas, além de terem disposição para agir e reagir aos estímulos externos e às suas próprias ideias e sentimentos.

Quadro 2
Respostas referentes à criatividade

Fonte: Elaborado pelas autoras.

P. respondeu que o aluno frequentemente ficava chateado quando tinha que repetir um exercício de algo que já sabia (Questão 40 - QCCAE), mas que, por outro lado, gostava de cumprir regras (Questão 45 - QCCAE).

Observou-se que nas questões 43, 44 e 45 as respostas mais comuns foram ‘nunca’/‘raramente’ (FREITAS; PÉREZ, 2016), entretanto, é perti- nente lembrar que o aluno era diagnosticado com SA e que o questionário é próprio para alunos com AH/SD. Nota-se que cinco respostas de quinze estavam de acordo com o quadro de respostas mais comuns às pessoas com AH/SD (PÉREZ; FREITAS, 2016). Sob esse panorama, o Gráfico 3 ilustra as respostas obtidas.


Gráfico 3
Respostas: criatividade
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Em relação ao comprometimento com a tarefa, o Quadro 3 mostra as respostas dos questionários.

Os itens dos instrumentos que estabelecem questões para respos- tas quanto ao comprometimento com a tarefa foram respondidos com ‘Nunca’, ‘Raramente’, ‘Às vezes’, ‘Frequentemente’, ‘Sempre’. Desse modo, ficou explicito que o aluno sempre/frequentemente dedicava muito mais tempo e energia a algum tema ou atividade que gostava ou lhe interessava (Questão 46 - QIIASD-A, QIIASD-R e QCCAE), mostrou que tinha sua própria organização (Questão 49 - QIIASD-A, QIIASD-R e QCCAE) e deixava de fazer outras coisas para envolver-se em uma atividade que lhe interessava mais (Questão 52 - QCCAE). E ainda, o aluno raramente pre- cisava de muito estímulo para terminar um trabalho que lhe interessava. (Questão 51 - QCCAE)

Quadro 3
Respostas referentes ao comprometimento com a tarefa

Fonte: Elaborado pelas autoras.

O comprometimento com a tarefa ou envolvimento com a tarefa é um dos três anéis da Teoria de Renzulli e refere-se à energia exercida em uma área ou problema específico, perseverança, dedicação ou mesmo fascinação na atividade a ser desenvolvida que torna o trabalho original (VIRGOLIM, 2014). A frequência de respostas está ilustrada no Gráfico 4.


Gráfico 4
Respostas: comprometimento com a tarefa
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Pode-se encontrar, entre as treze questões, dez respostas que estavam de acordo com as mais comuns apontadas pelas autoras do instrumento, o que equivale a 77% (PÉREZ; FREITAS, 2016). O Quadro 4 traz as respostas do e sobre o aluno na área de Liderança.

Quadro 4
Respostas referentes a Liderança

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Foi possível observar, como exposto no Quadro 4, que foram res- pondidas duas de cinco respostas mais comuns apontadas no instrumento de Pérez e Freitas (2016) no que se refere a Liderança. O Gráfico 5 ilustra, em porcentagem, a frequência das respostas comuns e diferentes, 40% e 60%, respectivamente.

Na área de Liderança, foi assinalado que o aluno apresentava mais dificuldades no âmbito das relações sociais, considerando sua condição sindrômica. Pérez e Freitas (2016) salientam que a liderança nem sempre está presente nas pessoas com AH.SD, dado que esse traço é influenciado pelas habilidades sociais do aluno ou pelo grau de rejeição da turma com ele. Assim, ressalta-se que as questões 59, 60 e 62 no QIIAHSD-A podem resultar em respostas diferentes, caso a liderança não seja um traço presen- te no indivíduo.

Stogdill (1974), citado em Newfoundland and Labrador/Department of Education (2013), comenta que a liderança é o resultado de uma interação com inúmeras variáveis como a personalidade, o status, a realização, a inte- ligência do líder, as características de seus seguidores e a situação em que se encontram. Entre as características de liderança, encontram-se habilidades intrapessoais, autoconhecimento e habilidades interpessoais. Salienta, so- bretudo, que a habilidade de um líder é difícil de ser identificada.


Gráfico 5
Respostas: Liderança
Fonte: Elaborado pelas autoras.

A Liderança, como área da capacidade humana, não foi muito vis- lumbrada no aluno. Uma hipótese seria que sua condição sindrômica te- nha se sobressaído nessa área, considerando que pessoas nessa condição, normalmente, apresentam prejuízos na interação social, como mencionado anteriormente.

Seguindo a sequência das questões do instrumento, em habilidade acima da média em área específica (Questão 64 - QCCAE) o aluno mos- trou potencial elevado na área de artes (Tópico 8 - QCCAE), pois na esca- la de Excelente – Muito Bom – Bom – Regular – Ruim, ele teve todos os itens nas duas melhores classificações, sendo dois itens classificados como Muito Bom e o restante, Excelente, como apresentado no Quadro 5.

Os professores costumam responder entre excelente e muito bom para as áreas mais destacadas (PÉREZ; FREITAS, 2016). A. e R. apon- taram respostas idênticas na área Artística, inclusive, quanto ao tempo de dedicação. A resposta mais comum considerada é de 10 a 20 horas ou mais de 20 horas semanais (PÉREZ; FREITAS, 2016).

Considerando as respostas dos três participantes em relação à área específica Artística, sendo nove da professora, cinco do aluno e quatro do responsável, ficou evidente a potencialidade na área artística, podendo hipotetizar a condição de dupla excepcionalidade do aluno. O Gráfico 6 sintetiza as respostas dadas, seguindo a ordem de apresentação do questionário.

Quadro 5
Resultados: QCCAE

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Comparando as respostas dos participantes com o quadro do ins- trumento de Pérez e Freitas (2016), obteve-se as seguintes porcentagens de compatibilidade: Habilidade acima da média, 50%; Criatividade, 33%; Comprometimento com a tarefa, 78%; Liderança, 40%; Área Específica, 100%. Em ordem de concordância, o aluno apresentou indicadores de alto potencial na área específica de Arte, seguido de um grande comprometi- mento com a tarefa.


Gráfico 6
Síntese das Respostas
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Considerações Finais

No contexto geral, considerando que não se tem um gabarito dos questionários aplicados e sim um manual para a análise dos dados dos instrumentos utilizados na pesquisa, entende-se que muitas caracterís- ticas da dupla excepcionalidade podem ser camufladas. Sendo assim, destaca-se a importância de instrumentos para a identificação de indi- cadores na (OU: da?) dupla excepcionalidade, como os aplicados neste estudo, que se mostrem eficazes e de fácil uso, podendo ser adequados ou adaptados a diversas necessidades, além de contemplar áreas como a esportiva e artística, dando visibilidade aos alunos que não se encaixam no tipo acadêmico. É imperioso acentuar que há extrema necessidade de conhecer características apresentadas por indivíduos com dupla excep- cionalidade para que se possa analisar precisamente os resultados obtidos com a aplicação dos instrumentos.

Nesse sentido, pode-se dizer que A. apresentou indicadores de AH/ SD na área Artística, pois houve 100% de compatibilidade com as respos- tas mais comuns nos três instrumentos aplicados. Também se constatou grande comprometimento com a tarefa.

Ainda foi possível notar que, apesar do diagnóstico de SA, a pro- fessora e o pai do aluno reconheceram o talento de A. na área Artística. Observou-se também que alguns aspectos são característicos das duas condições combinadas - SA e possível AH/SD. Vale lembrar a extrema importância da identificação da dupla excepcionalidade, a fim de garantir o atendimento educacional especializado, que é direito legal. Tal atendi- mento é essencial para que se possa oportunizar o desenvolvimento das potencialidades, considerando que eles são indivíduos que contribuem de maneira significativa e inovadora para e com a sociedade.

A presente pesquisa poderia ser mais relevante e obter resultados mais consistentes se fosse possível a aplicação dos questionários com todos os professores que ministravam aulas ao aluno participante e com a aplica- ção, também, com os pares (colegas de turma). Além disso, a observação de como se dá o atendimento educacional na sala regular e de como o aluno se relaciona com os pares e professores não pode ser viabilizado em decorrência do tempo e da disponibilidade dos participantes.

Assim, sugere-se que a identificação de AH/SD associada à SA de A. necessita de prosseguimento avaliativo, com uso de mais vias de procedi- mentos, além de um parecer pedagógico para que o aluno possa entrar no censo escolar e receber o atendimento educacional especializado e a devida resposta educativa ao seu talento.

Material suplementar
Informação adicional

Para referenciar este texto: SILVA, S. C. F.; RANGNI, R. A. Indicadores de altas habilidades/superdotação em aluno com síndrome de asperger: um estudo de caso. EccoS – Revista Científica, São Paulo, n. 51, e8334, out./dez. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.5585/EccoS.n51.8334.

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Notas
Notas
1 Este estudo utilizou-se do termo “altas habilidades/superdotação”, conforme designado na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008). No entanto, manteve as nomenclaturas originais usadas por autores e documentos oficiais.
2 A nomenclatura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) é “altas habilidades” ou “superdotação”.
3 Neste estudo foi utilizada a terminologia do DSM-IV (2002) – Síndrome de Asperger.
4 Asperger Syndrome – AS (Sigla em inglês).
5 “Denominaram-se os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) para se referir a uma parte dos TGD: o Autismo; a Síndrome de Asperger; e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação, portanto não incluindo Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância.” (BRASIL, 2013, p.14)

Figura 1
Confluência dupla excepcionalidade
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Gráfico 1
Atividades do aluno
Fonte: elaborado pelas autoras.
Quadro 1
Respostas referentes à habilidade acima da média

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Gráfico 2
Respostas: Habilidades acima da média
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quadro 2
Respostas referentes à criatividade

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Gráfico 3
Respostas: criatividade
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quadro 3
Respostas referentes ao comprometimento com a tarefa

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Gráfico 4
Respostas: comprometimento com a tarefa
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quadro 4
Respostas referentes a Liderança

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Gráfico 5
Respostas: Liderança
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quadro 5
Resultados: QCCAE

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Gráfico 6
Síntese das Respostas
Fonte: Elaborado pelas autoras.
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