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Mediação como conceito-chave para a Educomunicação: a contribuição da Revista Comunicação & Educação
Cláudia Herte de Moraes; Janaina Gomes; Caroline Casali
Cláudia Herte de Moraes; Janaina Gomes; Caroline Casali
Mediação como conceito-chave para a Educomunicação: a contribuição da Revista Comunicação & Educação
Comunicação & Educação, vol. 29, no. 1, pp. 25-42, 2024
São Paulo SP: Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Comunicações e Artes
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Resumo: Este ensaio reflete sobre as bases teóricas e metodológicas em torno do conceito de mediação, buscando identificar sua abordagem nas edições da Revista Comunicação & Educação, principal divulgadora dos estudos da área no Brasil. Recupera os principais enfoques da mediação em contexto educomunicativo. Estudo de cunho exploratório, estabelece uma amostragem intencional para reconhecer a configuração da produção por períodos, autores e recortes metodológicos. Conclui-se que o tema mediação se manteve ao longo dos anos e teve recente incremento na revista; que há predominância da região Sudeste do país em sua abordagem, com destaque aos autores afiliados à ECA-USP. Apresenta os artigos e os autores mais citados, avaliando as perspectivas da mediação cultural e da mediação tecnológica como áreas de maior visibilidade.

Palavras-chave: Mediação, Educomunicação, cultura, tecnologia, bibliometria.

Abstract: This essay reflects on the theoretical bases and methodologies around the concept of mediation to bring knowledge about its approach in issues of Revista Comunicação & Educação, the main publisher of studies in the area in Brazil. It mainly focuses on educommunicative mediation. This exploratory study establishes an intentional sampling to consider the configuration of production by periods, authors, and methodological approaches. It concluded that mediation has persisted over the years as a theme (recently increasing) and that most authors come from southeastern Brazil, especially those affiliated with ECA-USP. This study describes the most cited articles and authors, evaluating the perspectives of cultural mediation and technological mediation as areas of greater visibility.

Keywords: Mediation, Educommunication, culture, technology, bibliometrics.

Carátula del artículo

DOSSIÊ DO ANALÓGICO À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: 30 ANOS DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Mediação como conceito-chave para a Educomunicação: a contribuição da Revista Comunicação & Educação

Cláudia Herte de Moraes
Universidade Federal de Santa Maria , Brasil
Janaina Gomes
Universidade Federal de Santa Maria, Brasil
Caroline Casali
Universidade Federal de Pelotas, Brasil
Comunicação & Educação, vol. 29, no. 1, pp. 25-42, 2024
São Paulo SP: Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Comunicações e Artes

Received: 31 March 2024

Accepted: 20 May 2024

1. INTRODUÇÃO

Ao pensarmos sobre as contribuições dos estudos na interface comunicação e educação, um dos aspectos presentes desde o início das pesquisas na área, e que permanece atual, é a compreensão da importância da mediação, um fenômeno que constitui as duas grandes áreas de origem, bem como, e principalmente, a Educomunicação, considerada como um campo de realizações teóricas e práticas voltadas ao diálogo. A mediação é conceito fundante da Educomunicação e, por isso, interessa às pesquisas na área em suas múltiplas abordagens teórico-metodológicas – mediação simbólica, mediação semiótica, mediação tecnológica, mediação cultural etc. Este ensaio se propõe a caracterizar a abordagem dos conceitos de mediação nas edições da Revista Comunicação & Educação , principal divulgadora dos estudos da área no Brasil, em seus 30 anos de história, tendo em vista essa presença constante de compreensões sobre a mediação em pesquisas de ambas as áreas.

A relevância da reflexão epistemológica, evidenciando as noções teóricas utilizadas na pesquisa científica, é uma das formas de fazer emergir um campo cada vez mais consolidado, fomentando o diálogo de saberes entre pesquisadoras e pesquisadores que se dedicam à produção científica na área. Com isso, justifica-se a intenção deste texto de refletir sobre os conceitos de mediação abordados na trajetória da revista, a partir da caracterização de sua presença nos artigos publicados e disponibilizados eletronicamente entre os anos de 1998 e 2023. Como forma de atingir esse objetivo, realizou-se um estudo bibliométrico de cunho exploratório, a partir de uma amostra intencional, para entender como a mediação aparece nos artigos publicados no período.

O presente artigo traz mais quatro seções após esta introdução, quais sejam: na primeira, trazemos uma discussão teórica sobre a importância do conceito de mediação para a compreensão dos processos educomunicativos, em que pesem especialmente as constantes evoluções em relação ao uso de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) e que modificam aspectos relevantes das experiências e vivências em comunidades e na sociedade em geral; após essa seção, descrevemos os procedimentos metodológicos adotados para coleta e análise dos dados; nos resultados, apresentamos a análise dos dados coletados e seu tratamento estatístico, observando-se neste caso a relação entre autores, teorias e metodologias trazidas nos artigos estudados e que fazem parte do recorte do corpus analisado; nas considerações finais, são apresentadas as observações sobre os dados encontrados, indicando-se possibilidades de reflexão sobre abordagens de mediação na Revista Comunicação & Educação .

2. MEDIAÇÃO COMO FOCO PARA A EDUCOMUNICAÇÃO

Os estudos da Comunicação e da Educação são atravessados de forma central pela noção teórica da mediação, tendo em vista que ambos os fenômenos acontecem por meio da linguagem, com o uso de tecnologias, imbricados pelas culturas e com intensa participação da sociedade, de atores profissionalizados e de públicos interessados em determinados conteúdos. Desta forma, abordamos a seguir as principais vertentes sobre mediação recorrentes nas duas grandes áreas e, ao final, as conexões realizadas pelos estudos da Educomunicação.

Bastos 1 relaciona medium , media , mediação e midiatização como “estratos conceituais que se referem a um mesmo conjunto de fenômenos” e afirma que esse “rocambole teórico que orienta as pesquisas em media e comunicação no Brasil e na Alemanha” implica a ausência de uma definição consensual. O autor faz uma revisão dos conceitos de mediação de forma a relacionar os estudos literários e filosóficos, chegando ao seu espaço já consagrado nos estudos de Comunicação. Para Bastos, há clara progressividade na consolidação do conceito de medium , indicando alguns autores essenciais para sua interpretação, “Hegel (1993) discutiu o conceito longamente no quadro de seu sistema filosófico; Novalis (1826) relacionou medium e natureza; e Rilke (1976) vinculou o medium à obra de arte” 2 . Nesta trajetória filosófica e literária, no entanto, inexiste a acepção comunicacional.

Um dos marcos históricos da ascensão do conceito de mediação na área da Comunicação ocorreu em 1964, quando Marshall McLuhan publicou a obra Understanding Media e passou a discutir como os meios de comunicação interessam menos por suas estruturas e mais pela alteração de percepção que ocasionam na sociedade. Para McLuhan 3 , “um ambiente é um processo, não é um invólucro” e, nessa compreensão, uma nova mídia modifica toda a vida sensorial das pessoas, suas perspectivas, atitudes, sentimentos. Com isso, situa-se em McLuhan uma descrição bastante distribuída sobre os media , atribuindo-se ao autor as primeiras inferências sobre a capacidade dos media em alterar as formas de cognição por meio das experiências midiáticas.

Em outra vertente teórica, de matriz culturalista e situada especialmente nos estudos latino-americanos, o destaque se dá à teoria das mediações, ancorada nas pesquisas de Jesús Martín-Barbero. O autor surge na década de 1980 com uma abordagem profícua, preocupado especialmente com a noção de mediação não vinculada aos meios de comunicação. Com isso, Martín-Barbero se coloca como um dos principais teóricos da América Latina, retomando a abordagem sobre hegemonia aplicada à cultura e tornando-se grande referência nos estudos da região, especialmente no Brasil. Nesta matriz culturalista, que tem como objeto a circulação social dos signos na cultura, “a mediação compreende uma vasta gama de intersecções entre cultura, política e comunicação e equaciona as diferentes apropriações, recodificações e ressignificações que ocorrem na produção e recepção dos produtos comunicacionais” 4 . Bastos conclui que essa migração da pesquisa em comunicação para a pesquisa das mediações, na América Latina, “é de certo modo análoga à migração dos estudos da informação para os estudos dos signos, na França, e dos estudos da informação para os estudos dos media , na Alemanha” 5 .

Analisando a principal obra de Martín-Barbero 6 , Signates 7 sistematiza as 37 ocorrências do conceito de mediação propostas pelo autor. Entre as possibilidades de definição para o conceito, a mediação aparece como: (1) construto ou categoria teórica; (2) discursividade específica; (3) estruturas, formas e práticas vinculatórias; (4) instituição ou local geográfico; e (5) dispositivo de viabilização e legitimação da hegemonia ou resolução imaginária da luta de classes no âmbito da cultura.

Nessas diferentes abordagens, Martín-Barbero desloca a preocupação com os meios para as mediações culturais; contudo, não se preocupa em construir uma delimitação conceitual para a mediação, o que fomenta, mais tarde, críticas à teoria das mediações, conforme revisão realizada por Maio 8 . Signates 9 , por sua vez, ensaiou um mapa conceitual de mediação demarcando o que ela não é. Para o autor, mediação não pode ser entendida como intermediação (que estaria associada a uma visão funcionalista advinda dos meios de comunicação em relação à sociedade), como filtro (ideia relacionada à metáfora da filtragem de enfoque condutivista e informacional) ou mesmo como intervenção no processo comunicativo (como controle social da informação).

De uma forma mais ampliada, Lopes 10 destaca que a abordagem das mediações se coloca como renovadora, “em função de que a noção de mediação emerge de uma visão (re)integradora dos fenômenos de comunicação a partir do trinômio comunicação-cultura-política”, trazendo, em seus termos, a crítica ao “exclusivismo e o determinismo dos paradigmas informacional-tecnológico, semiológico e ideológico”.

As contribuições de Martín-Barbero sobre mediações incidem, até hoje, nas pesquisas de interface entre comunicação e educação 11 . De fato, o próprio Martín-Barbero, após 20 anos na pesquisa sobre recepção, indicou a relevância da mediação no espaço da educação, assumindo ser “fundamental pensar a reação da educação com as transformações nas formas de comunicar, com as transformações na sensibilidade dos jovens” 12 . Discutindo as mudanças culturais que impactam a sociedade, Martín-Barbero percebe a movimentação das tecnologias e dos conhecimentos e observa como as mudanças sociais impactam também as instituições, como a escola 13 . Assim, no “mundo ibero-americano, a explicitação da teoria das mediações, especialmente por Martín-Barbero, permitiu uma visão mais lúcida do processo de recepção, promovendo importante mudança na pedagogia da educação para os meios” 14 .

Outro autor de grande contribuição para os estudos sobre mediação, Orozco Gómez 15 , desenvolve a perspectiva da múltipla mediação – cognitiva, situacional, institucional, vídeo-tecnológica e de referência. Como observa Signates 16 , o processo descrito por Orozco Gómez envolve complexidade, não sendo possível apenas somar os componentes, na medida que se relacionam de forma difusa a várias fontes de mediação. Orozco Goméz 17 relaciona meios de comunicação social, audiências e processos de recepção designando um “jogo de mediação múltipla” que “em última análise define o que os meios de comunicação alcançam e o que as audiências se apropriam, negociam ou rejeitam dos meios de comunicação, bem como o uso que fazem dos meios de comunicação social”. Para o autor, a centralidade da comunicação está no processo de recepção, “onde lhe é dado o seu significado”, um significado que não é alheio ao proposto pela mídia, nem tampouco restrito aos sentidos buscados por ela.

A ideia de múltipla mediação abre um leque de possibilidades de análise e intervenção na interface entre Comunicação e Educação. Orozco Gómez indica que o espaço da mediação escolar é composto ainda de vários elementos, entre eles, “o método pedagógico; a tarefa deixada pelos professores para o tempo livre das crianças; o uso sistemático do livro de texto e a discussão na sala de aula de temas e programas vistos na TV (…)”. Cabendo ainda, neste espaço mediador, a relação do professorado quanto às formas de atuação como sugestão de apreensão simbólica, sendo pelo predomínio de imposição, de negociação ou de convencimento. Entre outros aspectos, o autor traz ainda o espaço de “legitimidade educativa da TV frente aos professores e a autopercepção do docente com relação ao rol mediador frente à TV que veem seus alunos” 18 . Para Orozco-Gómez, há inúmeras possibilidades para as análises de mediação. No entanto, nem todas podem facilitar uma importante formulação que dê conta de necessárias “(...) estratégias de intervenção ou educação para a recepção. A possibilidade de se obter um conhecimento que permite ao pesquisador – mas sobretudo às próprias pessoas da pesquisa – imaginar alternativas (...)” 19 .

Em relação à Educação, mais especificamente, se destacam as contribuições sobre mediação de Vygotsky, psicólogo russo que desenvolveu noções utilizadas nos estudos dos modos de ensino-aprendizagem em diferentes abordagens e disciplinas, originando a teoria sociointeracionista da educação. Em sua base, identifica um modelo em que as crianças se relacionam com o meio e, ao aprenderem com ele, também o modificam. Com isso, a teoria, também conhecida como histórico-cultural, se preocupa com a “forma com que o ser humano conhece o mundo, ressaltando os processos mentais superiores, considerando-se a percepção, a resolução de problemas, a tomada de decisões, o processamento de informação e a compreensão” 20 .

Santos et. al 21 salientam que essa teoria direciona o olhar para o fato de que as pessoas possuem habilidades para interpretar e representar o mundo: na obra de Vygotsky, destaca-se que “as relações sociais podem se tornar aprendizado via mediação, a qual é definida pela ação que se interpõe entre sujeito e objeto de aprendizagem” 22 . No processo interativo para a aprendizagem, é preciso lançar mão dos instrumentos da humanidade em relação ao sistema cultural, de signos, linguagem, escrita e sistema numérico, aspectos que se colocam como fundamentais para o desenvolvimento social.

Neste sentido, a mediação da aprendizagem é também uma mediação cultural, essa última podendo estar próxima do que postulam os autores da comunicação discutidos aqui, tendo em vista que também concorrem à aprendizagem diferentes modelos de comunicação e de mediações, incluindo-se ainda a relação com os dispositivos tecnológicos cada vez mais presente nos ambientes educativos. Desta forma, é crescente observar as relações entre Comunicação e Educação, que se imbricam em função dos espaços em que as várias modalidades midiáticas alcançam em nossa sociedade. Também se coloca como um desafio às instituições escolares que almejam seguir como lugares privilegiados para o desenvolvimento intelectual e humano das novas gerações.

Consani 23 avalia que Freire e Vygotsky podem ser aproximados, em uma leitura que indique “importância atribuída à escola como espaço de interação educacional, fato que aponta para uma base pedagógica com a qual podemos trabalhar, com segurança, na construção do campo da Educomunicação”. O termo educomunicación é inaugurado em textos do uruguaio Mario Kaplún, ao abordar atividades em torno do que se tornou conhecido, na América Latina dos anos 70, como “educação para a comunicação”, “leitura crítica dos meios” ou, de forma mais aberta, “comunicação educativa” 24 .

Neste cenário, o desenvolvimento da Educomunicação se dá no bojo da problematização dos desafios relacionados à mediação, como trazido por Soares 25 : “discute-se sobre os atuais e os vindouros paradigmas da educação em seu confronto/associação com o mundo da informação e sobre o papel do professor/instrutor nesta revolução tecnológica”. O autor menciona que Francisco Gutiérrez, ao refletir sobre o objetivo da educação na era da informação, propõe que a escola contemporânea se volte mais para a sensibilidade humana que para uma racionalidade abstrata e distante. “E para que este sentido aflore com maior naturalidade e a comunicação se faça, o autor propõe que a escola eduque para a incerteza, para usufruir a vida, para a significação, para a convivência e, finalmente, para a apropriação da história e da cultura” 26 .

A aceleração dos processos comunicativos e tecnológicos entendidos na era da informação são, ainda hoje, um desafio para o contexto educacional e comunicacional, abrindo caminho para a construção da Educomunicação, como explica Soares, numa perspectiva de que “o novo campo, por sua natureza relacional, estrutura-se de um modo processual, midiático, transdisciplinar e interdiscursivo, sendo vivenciado na prática dos atores sociais, através de áreas concretas de intervenção social” 27 .

No esforço de caracterizar o campo da Educomunicação, Soares 28 aponta que este se materializa em áreas de intervenção social, tais como: educação para a comunicação com reflexão sobre a relação entre produtores e receptores – media education , educación en médios , educação midiática; mediação tecnológica na educação, focalizando o uso das tecnologias da informação nos processos educativos; gestão da comunicação no espaço educativo, criando ecossistemas comunicativos em interface com a cultura e mídias; e reflexão epistemológica sobre a inter-relação comunicação/educação como fenômeno cultural emergente. Mais adiante, o autor 29 apresenta esta lista de áreas com três acréscimos: expressão comunicativa pelas artes, valorizando a arte-educação; produção midiática, com ações e produtos elaborados pela educomunicação; e pedagogia da comunicação, valorizando ações e programas educomunicativos na educação formal ou informal.

Nesta caminhada, com a emergência das leituras críticas necessárias pela complexidade dos sistemas de comunicação e das tecnologias, destaca-se, no escopo dos estudos educomunicacionais, a discussão sobre a Mediação Tecnológica na Educação (MTE). Consani indica a relevância de estudos de interface Comunicação e Educação, especialmente envidando esforços para “conhecer as teorias que fazem dialogar a epistemologia nos dois campos e identificar, tanto em um quanto em outro, o pano de fundo da cultura”, entendendo, portanto, que “a mediação pode ser entendida como uma ação, uma situação e até um lugar, mas o que permanece é a urgência em determinarmos”em que contextos mediamos” e “que tipo de mediação fazemos” 30 .

Desta forma, argumenta Consani, “parece próprio da Educomunicação, entretanto, voltar-se para outros espaços (ecossistemas) educativos que não os escolares” sem, no entanto, deixar de estimular as “pesquisas educomunicativas que considerassem o professor, a rede escolar e suas práticas como objetos de estudo primordiais” 31 . Para realizar a educomunicação na ênfase da chamada MTE, o autor indicou elementos que caracterizam esse movimento: tendo a mediação educomunicativa como processo intencional, podendo ser alvo de qualificação dentro de um contexto determinado, levando em conta que a mediação pode se realizar (ou não) desde a perspectiva do mediador, o qual, “idealmente, deve ser uma das partes simétricas que interagem na relação mediadora” 32 .

Tendo em consideração essa breve revisão de teorias e metodologias acerca da mediação implicada em estudos na interface Comunicação e Educação, fica assentada a importância das mediações em pesquisas e práticas de Educomunicação. Nos concentramos nas suas conexões com discussões mais focadas nas áreas da comunicação, cultura, educação e tecnologias, argumentando como essas áreas se conectam ao espaço do campo educomunicativo no Brasil. São estas linhas de pesquisa que possibilitam a reflexão sobre as contribuições da revista Comunicação & Educação , que publica estudos nesta interface há 30 anos. Na próxima seção, descrevemos a abordagem metodológica para a análise proposta neste ensaio.

3. METODOLOGIA

Tendo em vista o objetivo do ensaio, de cunho teórico, decidiu-se pela elaboração da pesquisa considerando a seguinte questão-problema: de que forma o conceito de mediação é trazido nos artigos publicados pela revista Comunicação & Educação ? Assim, conforme Minayo 33 , o estudo se caracteriza com procedimentos metodológicos de cunho exploratório quanto ao objetivo, visto que procura desenvolver ideias e conceitos, bem como esclarecê-los e refletir sobre eles.

A pesquisa se caracteriza pela abordagem qualitativa, servindo para acessar temas complexos em documentos disponíveis às pesquisadoras. Desta forma, traz procedimento de pesquisa bibliográfica, definida por Fonseca como um processo de busca de “referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta” 34 .

Para o desenvolvimento, operou-se com uma amostragem intencional, a partir da busca pelo termo “mediação” no sistema de busca on-line da revista Comunicação & Educação (ECA/USP). Foram recuperados 48 resultados. Em tentativa de pesquisa com a palavra no plural (mediações), o sistema retornou 42 textos, o que levou à ratificação da escolha pelo termo no formato singular, amplificando a amostra.

Conforme Deslauriers, a amostra tem objetivo “de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações” 35 . Tal como Gomes 36 , interessa-nos conhecer recortes temáticos a partir da observação da distribuição da produção por ano e por autores. Apresentamos, ainda, o número um recorte bibliométrico acerca dos autores utilizados nas pesquisas publicadas pela revista Comunicação & Educação na temática mediação. Os dados foram tabulados com auxílio do programa NVivo 14; QSR International.

Na sequência do trabalho, fazemos a apresentação destes resultados e apontamos as inferências possíveis sobre o material coletado e tratado pelos métodos descritos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Entendendo que a reflexão epistemológica em torno de conceitos que delineiam determinados campos do conhecimento passa por momentos de construção coletiva, os resultados trazidos neste artigo estão alinhados com uma perspectiva mais ampla de consolidação da Educomunicação, especialmente interessada na ênfase do termo “mediação”, discussão que trouxemos na abordagem teórica.

Desta forma, a coleta de artigos disponibilizados eletronicamente entre os anos 1998 e 2023 na Revista Comunicação & Educação , em nosso ponto de vista, possibilita a reflexão sobre a movimentação dos pesquisadores que abordaram a mediação na interface Comunicação e Educação. Um ponto importante, portanto, é apresentado na Figura 1 , que dá conta da frequência do conceito de mediação em discussão na revista, entre 1998 e 2023.


Figura 1.
Distribuição de artigos publicados na Revista Comunicação & Educação com a palavra “mediação” por ano, entre 1998 e 2023
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Observamos, ainda, que a pesquisa de frequência dos artigos sobre mediação na revista, entre 1998 e 2023, retornou 48 textos com abordagem do tema, regularmente distribuídos entre 1998 e 2021 e com pico de frequência em 2022. Com esse levantamento, é possível perceber que o conceito é presente desde o início da amostra, mantendo uma certa perenidade ao longo das décadas.

Chama a atenção, no entanto, o crescente impulso da abordagem da mediação nos dois últimos anos, configurando-se como retomada de uma discussão que sempre se colocou no horizonte epistemológico da Educomunicação. Recuperando a discussão proposta por Consani 37 , na qual o autor afirma as questões fundamentais para o horizonte de pesquisa da área, salientando as discussões sob a perspectiva dos contextos e dos tipos de mediação realizada, inferimos que o maior interesse em torno da mediação pode estar associado ao social pós-pandêmico, tendo em vista a migração para a comunicação mediada por telas, jogando tanto a Educação quanto a Comunicação para uma perspectiva de alta velocidade e virtualização. Também se observa que há uma superaceleração dos processos tecnológicos e da digitalização – incluindo o avanço e os desafios da inteligência artificial. Essa aceleração tensiona os modelos de mediação colocados em evidência até então, com a percepção dos impactos sobre todas as formas da mediação – simbólica, cultural, pedagógica ou tecnológica.

Da mesma forma que a frequência de abordagem da mediação é perene na revista, também há certa regularidade na presença de autores e instituições de origem destes nas publicações ao entorno da mediação. Identificamos que 83 autores, de 27 instituições diferentes, foram responsáveis pelas 48 publicações da amostra, com concentração das publicações a partir de instituições da região Sudeste, conforme a Figura 2 .


Figura 2.
Distribuição regional da produção de artigos sobre “Mediação” na Revista Comunicação Educação, entre 1998 e 2023
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Cabe ressaltar que este trabalho utilizou a declaração institucional apresentada pela revista e declarada pelos(as) autores(as) no sistema da publicação. No entanto, quando analisamos a biografia dos autores e das autoras, foi possível perceber que outras instituições foram relacionadas à formação dos(as) pesquisadores(as). Também identificamos que a revista não indexou a instituição de seis autores, sendo verificada sua afiliação por titulação, quando abertos os arquivos em PDF. Tais dificuldades estão presentes em estudos bibliométricos, visto que dependem de como o autor insere a produção no sistema das revistas, bem como observa-se a grafia como dificuldade na contagem institucional.

Conforme a Figura 2 , a concentração regional está presente na amostra da produção. Constatamos que 50% dos autores são pesquisadores afiliados a instituições de ensino superior da região Sudeste. A região Sul é a segunda região com maior número de afiliação de autores, seguida por Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Quando considerada apenas a afiliação do(a) primeiro(a) autor(a) de cada texto, a pesquisa identifica 22 instituições nacionais que aportam essa produção e apenas uma instituição estrangeira – a Universidade de Barcelona. Identifica-se, ainda, a concentração de publicações de pesquisadores(as) da Universidade de São Paulo (USP), instituição de origem de 15 primeiros(as) autores(as) dos 48 artigos da amostra, conforme a Figura 3 .


Figura 3.
Distribuição de artigos publicados na revista Comunicação Educação com a palavra “Mediação” por instituição e primeiro(a) autor(a)
Fonte: Elaboração das autoras.

Sobre a distribuição institucional da amostra analisada, constatamos que existe uma concentração da produção em mediação publicada na revista Comunicação Educação na Universidade de São Paulo (USP). Mais precisamente, identificamos que dos 15 artigos com primeiros(as) autores(as) afiliados à USP, seis têm pesquisadores vinculados à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Essa concentração de estudos na ECA/USP pode não estar relacionada ao interesse específico em estudos de mediação; mas encontra justificativa em, ao menos, outros dois fatores: (1) a revista Comunicação Educação é uma publicação do Departamento de Comunicações e Artes da própria ECA; (2) a ECA/USP abriga o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE), criado em 1996 e pioneiro na reunião de pesquisadores e pesquisadoras com foco em estudos da interface comunicação e educação no Brasil. Desta forma, o destaque aos estudos pioneiros desse grupo também posiciona a própria USP neste cenário, ao longo dos anos, atuando na formação do campo educomunicativo no país. A proposta da Educomunicação como campo de estudos emergente decorreu, inclusive, de uma pesquisa desenvolvida por esse grupo, liderado pelo professor Ismar Soares 38 .

Não obstante, quando realizada a análise das citações dos 48 documentos da amostra indexados no Google Acadêmico, confirma-se essa relevância da ECA/USP nas pesquisas de interface comunicação e educação. Dos 48 documentos, 23 receberam citações indexadas no Google Acadêmico (47,9%), sendo os cinco mais relevantes produzidos por Maria Aparecida Baccega e Ismar Soares (relacionados à ECA/USP) e Lorenzo Vilches, da Universidade de Barcelona, conforme a Tabela 1 .

Tabela 1
. Autores dos artigos da amostra mais presentes em citações indexadas pelo Google Acadêmico, em ordem decrescente


Os primeiros cinco artigos representam 65,2% do total de citações recebidas no tema. Com exceção do autor Lorenzo Vilches, da Universidade Autônoma de Barcelona, único artigo internacional da amostra, os demais artigos são de autoria da USP. Destaca-se a relevância de Maria Aparecida Baccega, fundadora e editora da revista Comunicação Educação (entre 1994 e 2003) e autora, entre outras obras, dos livros Comunicação e culturas do consumo39 e Televisão e escola: uma mediação possível?40 .

Buscando identificar os autores e conceitos de mediação que mais figuram nas publicações analisadas, verificamos as referências bibliográficas dos 23 artigos mais citados no Google Acadêmico, entre os 48 textos da amostra ( Figura 4 ).


Figura 4.
Distribuição de autores nas referências dos 23 artigos que receberam citações indexadas no Google Acadêmico, entre 1998 e 2023
Fonte: elaboração das autoras

Observamos a presença de Martín-Barbero e Orozco Gomez em artigos relacionados à mediação na revista Comunicação Educação , especialmente na primeira e segunda décadas do século XXI. Os autores, sobretudo, aparecem citados já em textos dos anos 1998 e 2000, o que demonstra a relevância da mediação cultural nos estudos de interface comunicação e educação. Ismar Soares é outro autor de referência na abordagem da mediação em comunicação e educação, aparecendo com regularidade nas publicações desde 2006, com pico de referências em 2022. Também é regular a presença de Adilson Citelli, que aparece em diferentes momentos da trajetória da mediação na revista – em textos de 2002, 2009, 2016 e 2022. O autor preocupa-se, sobremaneira, com a educomunicação pelo viés da linguagem e dos meios, tendo publicado, entre outras obras, Comunicação e educação: a linguagem em movimento41 , Palavras, meios de comunicação e educação42 e Comunicação e Educação: dinâmicas midiáticas e cenários escolares43 . Essa última obra, publicada em 2021, discute o papel das tecnologias como mediadoras da aprendizagem, ilustrando a perspectiva dos meios não como instrumentos, mas como mediadores.

Observamos, ainda, a presença de Cicilia Peruzzo e Paulo Freire, especialmente em publicações entre 2021 e 2023. A revista, em 2021, publicou um dossiê sobre Paulo Freire e, em 2022, uma edição sobre “Comunicação e educação em perspectiva emancipatória”, o que pode justificar a presença desses autores especificamente nesses anos. Os autores comungam a atenção com a cultura e com a comunicação popular, com a participação cidadã e com os movimentos de resistência, o que ilustra a força da perspectiva da mediação cultural sob outras óticas no período pós-pandêmico. Já em 2023, tem como destaque a presença de Yuri Lotman (semiótica da cultura), em um mesmo artigo que totalizou as três menções ao autor.

Observando a nuvem de palavras ( Figura 5 ) produzida a partir da consideração das palavras-chave dos 23 artigos mais citados dentre os 48 da amostra, observa-se a prevalência da perspectiva da mediação cultural e da mediação tecnológica (dos meios) nas publicações da revista Comunicação Educação .


Figura 5.
Nuvem de palavras das palavras-chave dos artigos mais citados
Fonte: elaborado pelas autoras.

A Figura 5 confirma as áreas da Comunicação e da Educação como grandes temas priorizados, relacionados a tecnologias, mediação e cultura como subtemas, justificando a abordagem e a presença mais frequente de autores da matriz cultural (Martín-Barbero e Orozco Gómez) e da perspectiva da linguagem e das tecnologias para aprendizagem (Adilson Citelli, Maria Aparecida Baccega e Ismar Soares).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso reiterado do termo “mediação” na pesquisa em comunicação e educação justificou nosso estudo. Os processos educomunicativos são marcados por toda a evolução tecnológica que decorre dos avanços da comunicação e em relação às formas e metodologias que se aperfeiçoam na educação. Nesse sentido, o contexto dos conceitos analisados é vinculado ora mais para uma ou para outra área, ora para ambas. Apresentamos, neste ensaio, uma revisão teórica direcionada à importância do conceito de mediação para o campo da Educomunicação que se pautou pela reflexão a partir dos artigos publicados na revista Comunicação Educação .

A partir de uma análise bibliométrica e com a metodologia amostral, demonstramos a forma como estes enlaces se realizam, inclusive ao longo do tempo em que o termo se manifesta como um dos mais importantes na revista. A busca no sistema eletrônico resultou na amostra de 48 textos, um número suficiente para a apreciação da produção no período de 1998 a 2023. Evidenciamos o crescente e recente movimento em torno de desafios contemporâneos, que incluem a relevância da mediação em diferentes dinâmicas socioculturais, com aumento no número de artigos nos anos de 2022 e 2023.

As produções analisadas realçam ainda, em relação às instituições e suas origens, nítida preponderância dos autores e das autoras da região Sudeste, especialmente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), fato explicado pela origem da própria revista e pela iniciativa do N C E em pesquisar e consolidar o campo da Educomunicação, especialmente a partir de 1999. Os destaques aos autores mais citados se relacionam às principais contribuições para os contornos da mediação nesta área de interface: Martín-Barbero e Orozco Gómez – pelo viés cultural – e os brasileiros Adilson Citelli, Maria Aparecida Baccega e Ismar Soares – pela abordagem da linguagem e das tecnologias para a aprendizagem.

Cabe destacar que o estudo apresentado se coloca neste espaço de reflexão epistemológica, sem a pretensão de um fechamento da questão. Uma vez que mediação é plural, cabe falar em mediações, englobando aspectos humanos, socioculturais e tecnológicos. Com isso, evidencia-se que os esforços devem ser cumulativos e coletivos. Concluímos, portanto, que a contribuição da Revista Comunicação Educação se expressa como referência para consolidar o campo da Educomunicação, sendo que a mediação é um conceito-chave, em seus aspectos de uso teórico e metodológico, e segue fundamental como parte do trabalho epistemológico do campo durante todo o período da amostra.

Supplementary material
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCEGA, Maria A. Comunicação e culturas do consumo. São Paulo: Atlas, 2008.
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Notes
Notes
1 . BASTOS, Marco Toledo. Medium, media, mediação e midiatização: a perspectiva germânica. Mediação Midiatização. Salvador, p. 53-77, 2012 . p. 53.
2 . Ibidem.
3 . MCLUHAN, Marshall. O meio é a massagem. In : MCLUHAN, Stephanie; STAINES, David. (ed.). McLuhan por McLuhan: conferências e entrevistas. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005 . p. 113-142.. p. 129.
4 . BASTOS, Marco Toledo. Medium, media… Op. cit. p. 63-64.
5 . Ibidem. p. 64-65.
6 . BARBERO, Jesús M. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 .
7 . SIGNATES, Luiz. Estudo sobre o conceito de mediação e sua validade como categoria de análise para os estudos de comunicação. Novos Olhares, São Paulo, p. 4-19, 2003 . p. 9-10.
8 . MAIO, Ana Maria Dantas de. Teoria das mediações sociais: refinamento ou obsolescência? Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. E-compós, Brasília, v. 19, n. 3, 2016 .
9 . SIGNATES, Luiz. Estudo… Op. cit. p. 9-10.
10 . VASSALLO DE LOPES, Maria Immacolata. Mediação e recepção. Algumas conexões teóricas e metodológicas nos estudos latino-americanos de comunicação. Matrizes, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 65-80, 2014 . p. 68.
11 . BARROS, Laan M. de. Os meios ou as mediações? Um exercício dialético na delimitação do objeto. Líbero, São Paulo, v. 12, n. 23, p. 85-94, 2016 .
12 . BARBERO, Jesús M.; BARCELOS, Claudia. Comunicação e mediações culturais. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 151-163, 2000 . p. 158.
13 . Ibidem. p. 162.
14 . SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: um campo de mediações. Comunicação Educação, São Paulo, v. 19, n. 19, p. 12-24, 2000 . p. 22.
15 . OROZCO GÓMEZ, Guillermo. O telespectador frente à televisão: uma exploração do processo de recepção televisiva. Communicare, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 27-42, 2005 .
16 . SIGNATES, Luiz. Estudo… Op. cit. p. 9-10.
17 . OROZCO GÓMEZ, Guillermo. Medios, audiencias y mediaciones: el reto de conocer para transformar. Comunicar: Revista científica iberoamericana de comunicación y educación, Huelva, v. 8, p. 25-30, 1997 . p. 28. Tradução nossa.
18 . OROZCO GÓMEZ, Guillermo O. O telespectador…. Op. cit. p. 38.
19 . Ibidem, p. 37.
20 . SANTOS, Letícia Rodrigues; ANDRADE, Elisângela Ladeira de Moura; FERNANDES, Juliana Cristina da Costa; LIMA, Emmanuela Ferreira de. As contribuições da Teoria da Aprendizagem de Lev Vygotsky para o desenvolvimento da competência em informação. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 17, p. 1-15, 2021 . p. 2.
21 . Ibidem. p. 7.
22 . Ibidem. p. 7.
23 . CONSANI, Marciel A. Mediação tecnológica na educação: conceito e aplicações. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008 . p. 23.
24 . Ibidem. p. 41.
25 . SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação… Op. cit.. p. 12.
26 . Ibidem. p. 17.
27 . Ibidem. p. 18.
28 . Ibidem.
29 . SOARES, Ismar de Oliveira. Construção de roteiros de pesquisa a partir dos livros da coleção Educomunicação (Editora Paulinas). Comunicação educação, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 135-142, 2014 .
30 . CONSANI, Marciel A. Mediação… Op. cit., p. 218.
31 . Ibidem. p. 222.
32 . Ibidem. p. 177.
33 . MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994 .
34 . FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002 . p. 32.
35 . DESLAURIERS, 1991, p. 58 apud SILVEIRA, Denise T.; CÓRDOVA, Fernanda P. A pesquisa científica. In: SILVEIRA, Denise Tolfo.; CÓRDOVA, Fernanda Peixoto. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009 . p. 33-44, p. 34.
36 . GOMES, Henriette Ferreira. Tendências de pesquisa sobre mediação, circulação e apropriação da informação no Brasil: estudo em periódicos e anais do ENANCIB (2002-2009). Pesquisa Brasileira de Ciência da Informação, [s. l.] , v. 3, n. 1, p. 85-99, 2010 .
37 . CONSANI, Marciel A. Mediação… Op. cit.
38 . SOARES, Ismar de O. Educomunicação… Op. cit.
39 . BACCEGA, Maria A . Comunicação e culturas do consumo. São Paulo: Atlas, 2008 ..
40 . Idem. Televisão e Escola: uma mediação possível?. São Paulo: SENAC, 2003 . v. 1.
41 . CITELLI, Adilson O . Comunicação e Educação. A linguagem em movimento. São Paulo: SENAC, 2000 .
42 . Idem. Palavras, meios de comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2006 .
43 . Idem. Comunicação e educação: dinâmicas midiáticas e cenários escolares. Ilhéus: Editus, 2021 .

Figura 1.
Distribuição de artigos publicados na Revista Comunicação & Educação com a palavra “mediação” por ano, entre 1998 e 2023
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Figura 2.
Distribuição regional da produção de artigos sobre “Mediação” na Revista Comunicação Educação, entre 1998 e 2023
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Figura 3.
Distribuição de artigos publicados na revista Comunicação Educação com a palavra “Mediação” por instituição e primeiro(a) autor(a)
Fonte: Elaboração das autoras.
Tabela 1
. Autores dos artigos da amostra mais presentes em citações indexadas pelo Google Acadêmico, em ordem decrescente



Figura 4.
Distribuição de autores nas referências dos 23 artigos que receberam citações indexadas no Google Acadêmico, entre 1998 e 2023
Fonte: elaboração das autoras

Figura 5.
Nuvem de palavras das palavras-chave dos artigos mais citados
Fonte: elaborado pelas autoras.
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