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A sala de aula extramuros: o impacto da curricularização da extensão na graduação de Jornalismo
Lilian Saback
Lilian Saback
A sala de aula extramuros: o impacto da curricularização da extensão na graduação de Jornalismo
Comunicação & Educação, vol. 29, no. 1, pp. 231-242, 2024
São Paulo SP: Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Comunicações e Artes
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Resumo: O artigo investiga os impactos da curricularização da extensão universitária na formação de jornalistas. O estudo apresenta o trabalho realizado por alunos de Jornalismo e Cidadania da PUC-Rio no jornal Fala Roça , da Rocinha, favela da zona sul do Rio de Janeiro. A pesquisa teórica é apoiada nos conceitos de a “comunidade que vem” e “agente externo”, do filósofo canadense Kenneth Schmitz, como Raquel Paiva descreveu em sua obra Espírito comum: comunidade, mídia e globalismo para pensar as relações que se estabelecem com a parceria e o desenvolvimento da “respondibilidade” proposta por Mikhail Bakhtin no ato da produção de um jornalismo para cidadania. Esta pesquisa registra que a extensão universitária possibilita que o curso de jornalismo forme jornalistas que tenham “respondibilidade” e possam ser efetivamente agentes sociais de transformação da sociedade em que vivem.

Palavras-chave: Cidadania, jornalismo, comunicação comunitária, Fala Roça, extensão universitária.

Abstract: This study investigates the impacts of including extension credits in undergraduate courses on the training of journalists. It describes the work carried out by PUC-Rio Journalism and Citizenship students at the Fala Roça newspaper, in Rocinha, a favela in southern Rio de Janeiro. The theoretical research is supported by the concepts of the “community that comes” (Agamben, 1993) and the “external agent”, by the Canadian philosopher Kenneth Schmitz, as Raquel Paiva described in her work Espírito Comum: comunidade, mídia e globalismo (2003), which addresses relationships established by the partnership and the development of “responsibility” proposed by Mikhail Bakhtin (1895-1975) in the act of producing citizen journalism. This research shows that university extension enables the journalism discipline to train journalists who have “responsibility” and can effectively be social agents by transforming the society in which they live.

Keywords: Citizenship, journalism, community communication, Fala Roça, University Extension.

Carátula del artículo

DOSSIÊ DO ANALÓGICO À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: 30 ANOS DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

A sala de aula extramuros: o impacto da curricularização da extensão na graduação de Jornalismo

Lilian Saback
Pontifícia Universidade Católica, Brasil
Comunicação & Educação, vol. 29, no. 1, pp. 231-242, 2024
São Paulo SP: Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Comunicações e Artes

Received: 27 October 2023

Accepted: 03 March 2024

1. INTRODUÇÃO

A extensão universitária surge no Brasil no início do século XX, junto com as primeiras instituições de ensino superior, com um caráter assistencialista e utilitário. A primeira referência legal encontra-se no Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931, que estabelece o Estatuto das Universidades Brasileiras 1 . Em 1961, no Congresso Nacional do Movimento Estudantil Universitário na Bahia, começa-se a discutir a Reforma Universitária que se consolida em 1968. A reforma traz uma proposta com perspectiva emancipatória na relação universidade-sociedade, por intermédio da extensão.

A partir desse momento a universidade iniciou uma relação de diálogo mais horizontal com a sociedade. Esta forma embrionária da universidade se relacionar com a sociedade permitiu a extensão ampliar suas práticas na perspectiva de assumir um papel político de intervir na realidade existente, via relação de respeito, de escuta e reconhecimento dos saberes advindos da realidade concreta e problematizadora 2 .

Com a Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação Superior (CES), mais um passo importante é dado. A medida torna a atividade de extensão obrigatória na graduação e se configura como um marco na consolidação de uma sólida ponte de diálogo entre os estudantes de Jornalismo e os comunicadores comunitários.

A Extensão na Educação Superior Brasileira é a atividade que se integra à matriz curricular e à organização da pesquisa, constituindo-se em processo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico, tecnológico, que promove a interação transformadora entre as instituições de ensino superior e os outros setores da sociedade, por meio da produção e da aplicação do conhecimento, em articulação permanente com o ensino e a pesquisa 3 .

A proposta deste artigo é investigar o impacto da curricularização da extensão na formação dos futuros profissionais da imprensa, hegemônica ou não, a partir do estudo de caso da experiência realizada pelo Departamento de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) com a Associação de Comunicação Fala Roça, sediada na Rocinha, favela da zona sul do Rio de Janeiro, por meio de seu jornal. No segundo semestre de 2022, os alunos de Jornalismo e Cidadania, disciplina do quarto período do novo currículo da graduação em Jornalismo, produziram reportagens para o site e para as redes sociais do Fala Roça , importante veículo comunitário da Rocinha. Uma inciativa que nasceu de uma solicitação do Departamento de Comunicação para que fosse feito um projeto piloto de extensão a partir do conteúdo ministrado na disciplina. Como complemento ao método de investigação, foram realizadas entrevistas com os estudantes e com os editores do jornal.

A atividade de extensão com a turma de Jornalismo e Cidadania tem como foco a compreensão de que toda comunicação deve ser pensada em prol da garantia dos direitos dos cidadãos. Nesse sentido, estudos como os que integram a obra Comunicação para a cidadania: 30 anos em luta e construção coletiva4 fundamentam a noção teórica apresentada aos estudantes, a fim de produzir uma comunicação para a cidadania. O objetivo foi abrir uma brecha para desenvolver uma produção de reportagens mais preocupada com os direitos do cidadão do que com a técnica.

Para serem justos (ou, em termos mais precisos, para atender às demandas por justiça), os projetos de extensão da área de comunicação, sob essa perspectiva, precisam colocar as próprias práticas comunicacionais em risco e, com isso, empenhar-se na ameaça de minar suas próprias bases a partir da abertura ao outro – movimento sempre imprevisível e perigoso. Se pensarmos em termos práticos, em projetos de extensão de cunho jornalístico, por exemplo, isso significa reposicionar as próprias regras do jogo jornalístico, muitas vezes negando sua linguagem, a sua estrutura, a sua forma particular de conceber o mundo e os seus conteúdos mais fundamentais. E isso valeria para todas as demais práticas do campo da comunicação 5 .

Para pensar a questão da extensão universitária, foi necessário visitar estudos como A extensão universitária em comunicação para a formação da cidadania6 e com a intenção de entender o conhecimento elaborado a partir da atividade de extensão. Este trabalho se apoiou inicialmente nos conceitos “comunidade que vem” 7 e “agente externo”, do filósofo canadense Kenneth Schmitz, na leitura feita por Paiva no livro Espírito comum: comunidade, mídia e globalismo8 . Em Comunidade: uma unidade ilusória9 , compreende-se a comunidade como sujeito e não como resultado das relações interpessoais. Para Schmitz, não existe um “nós”, mas sim um potencial pelo bem coletivo em cada sujeito. Em seu estudo, o autor está atento às instituições sociais promotoras do bem comum, como sindicatos, associações de moradores ou de comunicação comunitária, por exemplo. Essas instituições seriam, portanto, “agentes externos” institucionais na construção de ações em prol da cidadania.

Entendo que a turma de Jornalismo e Cidadania constitui, de certa forma, a “comunidade que vem”, de Agamben, que “é vivida por um ‘ser qualquer’ e se sustenta pela potência do ‘não ser’, do não fazer parte, de ter sua singularidade desgarrada da comunidade em que vive” 10 . Por outro lado, é possível olhar o jornal Fala Roça como um “agente externo” institucional. Aquele que contribui para a formação de profissionais que produzam um jornalismo menos técnico e mais comunitário. Há décadas, Muniz Sodré chama atenção sobre essa carência nos profissionais de ofício ao pensar a cobertura da violência no Rio de Janeiro: “A imprensa teria um papel grande se fosse mais comunitária e menos societária e se, de algum modo, as matérias não fossem só um relato técnico: lead , sub-lead , sobre o fato que ocorreu” 11 .

É necessário destacar que a reflexão proposta neste artigo inverte os papéis de “ser qualquer” e de “agente externo” identificados no livro Comunidades audiovisuais – a comunicação produzida por jovens moradores de favelas12 . O jovem morador de favela figurava como este ser qualquer ao produzir reportagens para o quadro Parceiros do RJ/TV Globo (2011-2014). Neste caso, a TV Globo era compreendida como “agente externo” institucional que possibilitava a visibilidade de questões da comunidade. Na experiência da extensão, o jovem universitário é quem surge como um “ser qualquer” e a Associação de Comunicação Fala Roça, por meio de seu jornal, atua como “agente externo”.

Em outras palavras, os estudantes, mesmo aqueles que viveram em comunidades do Rio de Janeiro, desconheciam os problemas do cotidiano dos moradores da Rocinha. Ao participarem do projeto de extensão, passaram a investigar profundamente questões que estavam fora do seu dia a dia até então, sem deixar de lado a própria realidade. Os editores do jornal Fala Roça , acostumados a alimentar a grande mídia com suas questões, passaram a orientar e estimular esses futuros profissionais a terem um olhar solidário e comunitário diante das notícias que impactam a favela onde vivem.

Teoricamente, recorre-se também às concepções de “dialogismo” e “respondibilidade” elaboradas por Mikhail Bakhtin (1895-1975), ao pensar a filosofia do ato a partir do acabamento da estética literária. Para o filósofo, o ser é constituído de falta e excesso, por isso precisa do olhar do outro para se ver como um todo e da estética que resulta deste acabamento dado a partir da relação com o outro, do diálogo. Ainda de acordo com Bakhtin, desse “dialogismo” surge a noção de “respondibilidade”. “A compreensão de que o ser, ao mesmo tempo que pratica uma ação, tem uma responsabilidade da ação” 13 . São concepções que ajudam a pensar a responsabilidade e o diálogo necessários na produção de reportagens.

O fundador da Associação de Comunicação Fala Roça, o jornalista nascido e criado na Rocinha e formado pela PUC-Rio, Michel Silva, corrobora a compreensão de que é preciso diálogo e produção jornalística responsável. Michel entende o papel de “agente externo” do jornal que produz quando participa do projeto de extensão. O jornalista diz que a atividade contribui para ampliar a visão dos estudantes sobre a profissão que escolheram seguir.

A gente está acostumado a querer reproduzir o jornalismo hegemônico, tipo Wiliam Bonner. Você chega na universidade querendo fazer algo do tipo William Bonner, igual ao Alex Escobar. As pessoas que vão fazer jornalismo não pensam que, dentro do jornalismo, tem várias funções e que o jornalismo é feito na rua. As pessoas têm a mentalidade de jornalismo de redação. Então eu acho que é muito importante essa relação da universidade com as comunidades. O jornalismo precisa ser feito de uma forma humanística, porque o jornalismo lida com pessoas, com pensamentos, com crenças, com culturas. Então não adianta você fazer um jornalismo de redação, porque fica um jornalismo superficial, escreve, escreve, escreve e não tem o pensamento na matéria (Michel Silva, 6 jul. 2023, informação verbal) 14 .

A extensão universitária é compreendida desta forma como um instrumento importante para mudar o cenário descrito por Michel. Transformar a favela em sala de aula nos primeiros períodos do curso de Jornalismo permite formar jornalistas capazes de produzir reportagens mais humanistas, uma carência do jornalismo, segundo Michel Silva. O jornalista, que na época da produção deste artigo integrava a equipe de colaboradores na produção de conteúdo da TV Globo, no Rio de Janeiro, afirma que “eles sabem fazer jornalismo, mas não sabem como fazer esse jornalismo hiperlocal. Só quem está vivenciando esses territórios, seja ele favela ou bairro, sabe fazer”.

2. OS PARTICIPANTES DA ATIVIDADE DE EXTENSÃO

O jornal Fala Roça foi criado em 2013 pelos irmãos Michele e Michel Silva, que sentiam falta de um veículo de comunicação que tratasse de questões de interesse dos moradores da favela. O projeto nasceu tendo como principal objetivo falar sobre a cultura dos moradores que originaram a comunidade: a nordestina. Mas, com os resultados obtidos junto aos seus leitores, a linha editorial passou a compreender a complexidade sociopolítica e cultural de uma mídia inserida em uma cidade metropolitana. Além disso, o informativo, que começou circulando apenas na versão impressa, migrou para as plataformas digitais, ajustando-se às necessidades e aos desejos de seus leitores.

O lançamento do jornal só foi possível porque os irmãos Silva receberam R$ 10 mil de patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio do projeto da Agência de Redes para Juventude. Atualmente, o veículo é mantido com outros recursos obtidos, principalmente a partir de editais públicos. O primeiro espaço de trabalho da equipe do jornal funcionava de forma improvisada na Biblioteca Pública da Rocinha, mas, desde 2022, tem uma redação própria, instalada no terceiro andar do número 558 da Estrada da Gávea.

Até 2016, as edições do jornal eram impressas, com tiragens semestrais de cinco mil exemplares cada. A pauta priorizava assuntos do cotidiano da Rocinha com um esforço de resgate de memória ao falar de personalidades locais e da ineficácia de políticas públicas. Em 2017, a equipe do jornal optou por suspender a versão impressa e intensificar as publicações no site 15 e nas redes sociais Facebook, X (antigo Twitter) e Instagram.

Ao longo de dez anos de existência, o grupo tem muito o que comemorar. Em 2015, virou Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro. Além de ter recebido o Prêmio Maria Carolina de Jesus de Direitos Humanos, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 2019. Ganhou homenagem da Alerj pelas ações de ajuda humanitária durante a pandemia de covid-19 em 2020.

A equipe do Fala Roça é pequena. Seu fundador, Michel Silva, atua como editor-chefe. O jovem é cria da Rocinha e adora circular pelas favelas da cidade para fazer redes e adquirir conhecimentos e experiências. Michel já trabalhou no Instituto Moreira Salles, Record TV Rio, The Guardian , Datalabe e ajudou a fundar o site Favela em Pauta, uma organização de notícias lançada em 2017. Em 2023, tornou-se pós-graduando em Jornalismo Investigativo pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

As irmãs de Michel, Michele e Monique, acumulam funções importantes para o desenvolvimento da empresa. Michele faz a gestão institucional e de projetos. A jovem é formada em Publicidade e Propaganda pela UniverCidade. Já Monique Silva, formada em Gestão Empresarial pela Universidade Castelo Branco, foi voluntária do Fala Roça durante anos e, desde 2020, é gerente financeira do jornal.

Camila Perez, produtora do Fala Roça e bolsista em projetos de pesquisas do Laboratório Territorial de Manguinhos, vinculado à Fiocruz, é formada em Produção Audiovisual pela Universidade Estácio de Sá. Antes de ingressar no jornal, Camila atuou em diferentes frentes de cultura na Rocinha. Trabalhou na TV Tagarela e foi produtora cultural da Via Sacra da Rocinha. O principal repórter da equipe é Osvaldo Lopes, formado em Jornalismo pela UniCarioca.

A turma de Jornalismo e Cidadania da PUC-Rio que participou do projeto de extensão era composta por 17 alunos. Apenas dois nasceram e cresceram em uma comunidade do Rio de Janeiro e uma aluna morava na mesma rua da redação do Fala Roça , mas na parte de baixo, em um condomínio de luxo de São Conrado. A maioria dos estudantes, apesar de estudarem e viverem na Zona Sul do Rio de Janeiro, nunca havia entrado na favela da Rocinha.

3. A FAVELA COMO SALA DE AULA

O trabalho com os editores do jornal Fala Roça começou logo após a primeira avaliação prevista no semestre e foi realizado com um cronograma de mão dupla: aulas na Rocinha e na PUC-Rio. O objetivo era fazer com que os alunos conhecessem a favela e os seus moradores, bem como experimentassem de perto a produção jornalística com foco comunitário. Sendo assim, no dia 18 de outubro de 2022, a turma assistiu a uma aula sobre a história da Rocinha ministrada por Michel Silva, na redação do jornal. Para a aluna Anna Luísa Souza, a visita à sede do jornal Fala Roça foi uma oportunidade de construir um outro olhar sobre a favela: “esse panorama histórico foi muito importante para minha conscientização, como alguém que não vive na Rocinha” 16 . Ao visitar e ouvir do morador da favela a história de sua comunidade, a aluna experimentou o “dialogismo” bakhtiniano. Conheceu a favela a partir de um discurso produzido da vivência do sujeito da experiência. Na prática, a ação possibilita a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão proposta no Plano Nacional de Extensão Universitária.

Essa visão do estudante como protagonista de sua formação técnica e cidadã deve ser estendida, na ação de Extensão Universitária, a todos envolvidos; por exemplo, alunos, professores, técnico-administrativos, pessoas das comunidades, estudantes de outras Universidades e do ensino médio. Dessa maneira, emerge um novo conceito de “sala de aula”, que não mais se limita ao espaço físico tradicional de ensino-aprendizagem. “Sala de aula” são todos os espaços, dentro e fora da Universidade, em que se apreende e se (re)constrói o processo histórico-social em suas múltiplas determinações e facetas. O eixo pedagógico clássico “estudante-professor” é substituído pelo eixo “estudante-professor-comunidade”. O estudante, assim como a comunidade com a qual se desenvolve a ação de Extensão, deixa de ser mero receptáculo de um conhecimento validado pelo professor para se tornar participante do processo 17 .

Seguindo o planejamento da atividade de extensão, na semana seguinte à aula na Rocinha, no dia 25, foi realizada uma reunião de pauta. Desta vez, os editores do Fala Roça estiveram na sala de aula, no campus Gávea da PUC-Rio. Os alunos, divididos em quatro duplas e três trios, apresentaram suas propostas de reportagens. Algumas sugestões esbarravam nas questões que ocupam o imaginário da sociedade quando o assunto é favela, como o baile funk. A maioria dos alunos nunca havia pisado na Rocinha e, por isso, identificar o que seria notícia para o jornal tornou-se um produtivo desafio. “ Me fez sair da minha zona de conforto tendo que escrever sobre assuntos que eu não conhecia muito, e fez com que eu realmente saísse da PUC e fosse para o mundo real procurar notícias ”, comentou o aluno do 4º período Pedro Lissovsky (informação verbal) 18 . A fala do estudante joga luz no papel do Fala Roça como “agente externo” na formação universitária do estudante. Sem a parceria com o jornal, talvez o jovem não tivesse, ainda na graduação, feito uma reportagem na favela.

Uma vez que as sugestões de pauta foram aprovadas, os alunos iniciaram a produção e, com a ajuda e mediação do editor Osvaldo Lopes, realizaram as entrevistas necessárias dentro da favela. No horário das aulas na universidade eles tiraram dúvidas e receberam orientação para a condução e organização dos textos. Uma experiência completa, como descreveu o aluno do 4º período Guilherme Frota (informação verbal):

Ir a uma área da cidade que nunca tinha pisado - e não sei se algum dia isso aconteceria - podendo comparar vários aspectos divergentes do Rio e compreender um pouco mais desse jornalismo comunitário, generoso e maiúsculo, resgatando um pouco de empatia pro meu microambiente19 .

A empatia resgatada pelo estudante sinaliza sua responsabilidade no ato da apuração, ensaiando a “respondibilidade” proposta por Bahktin.

As pautas propostas, aprovadas e desenvolvidas pelos alunos contemplaram as editorias de esporte (2), economia (2), sustentabilidade (1), educação (2) e saúde (1). Em todas as pautas, foi necessário que os repórteres fossem a campo mais de uma vez e explorassem fontes oficiais em busca de dados sobre a questão investigada, uma tarefa nem sempre fácil. O trabalho de apuração só foi possível porque a equipe do Fala Roça atuou como produtora e acompanhou os repórteres de perto. Nesse momento foi possível, mais do que nunca, enxergar a turma como integrante de uma “comunidade que vem”, na medida em que os alunos circularam pela Rocinha como repórteres do jornal comunitário, mas não eram moradores da favela. O não pertencimento, de certa forma, aguçou o olhar dos estudantes para a percepção do descaso das autoridades sobre o cotidiano na favela da Rocinha, seja na saúde, na educação ou na área de prestação de serviços. Para a aluna Sophia Gomes Coelho Parga Marques, foi muito difícil obter dados oficiais.

Nossa matéria para o Fala Roça foi sobre maternidade na Rocinha. Para isso, buscamos pesquisar sobre as unidades de saúde dentro ou próximas à favela, que fazem acompanhamento pré-natal e realizam partos. Uma dificuldade que tivemos foi em relação a dados atualizados sobre a quantidade de gestantes na Rocinha por ano, qual a idade delas e em quais maternidades as crianças da Rocinha costumam nascer. Também não conseguimos dados sobre a quantidade de gestantes da Rocinha que realizam o pré-natal e quantas não fazem20 .

No dia 22 de novembro, os textos foram entregues e, depois de lidos e corrigidos em sala, enviados ao editor Osvaldo Lopes. Na semana seguinte, desta vez na sala de aula na PUC-Rio, os alunos apresentaram os textos para que os editores pudessem solicitar as mudanças necessárias. No início de dezembro, os textos finais foram entregues para edição e publicação.

A primeira reportagem, assinada pelos alunos Bernardo Brigagão e Guilherme Frota, foi publicada no site do jornal Fala Roça no dia 12 de dezembro e apresenta o morador da Rocinha Marcelo Mendes, recordista brasileiro de embaixadinhas de cabeça: “ficou seis horas e dois minutos (6h02) e deu 40 mil toques na bola batendo a bola somente com a cabeça” 21 . Marcelo tem 53 anos, é gari e seu sonho é ver seu recorde publicado no Guinness Book . A segunda matéria, da editoria de Esporte, foi publicada no dia 16 de dezembro. A dupla João Guilherme Saraiva e Vinícius Schelles entrevistou o técnico do time da Rocinha, que conquistou a primeira Taça da Favelas de Futebol em 2012 22 .

Para a editoria de Economia, os alunos Gabriel Lima, Gabriel Cruz, Pedro Bitencourt e Tatiana Lima investigaram o comércio local e descobriram que os restaurantes de comida japonesa da Rocinha atendem com sucesso os bairros nobres vizinhos. O texto foi veiculado no dia 21 de dezembro 23 . Já para a editoria de Sustentabilidade, as alunas Carolina Smolentzov e Lorena Lima fizeram um tour pela favela junto com turistas estrangeiros e brasileiros. A reportagem, publicada no dia 9 de janeiro de 2023, apontou os prós e os contras do turismo nas favelas 24 .

A editoria de Educação recebeu duas reportagens. A primeira, assinada pelas estudantes Anna Luísa Souza e Carolina Rocha e publicada no dia 12 de janeiro, tratou do Movimento das Crecheiras da Rocinha. Um movimento feminista periférico iniciado em 1980 para atender as mães que trabalhavam fora da favela e não tinham creches públicas para deixarem seus filhos 25 . A segunda foi veiculada em 18 de janeiro e assinada por João Guilherme Palmer, Pedro Lissovsky e Rafaela Fragoso. Os alunos falaram sobre a carência de escolas que ofereçam ensino médio na favela. Segundo a reportagem, há apenas uma na Rocinha 26 .

A última reportagem foi produzida para a editoria de Saúde. O texto foi publicado no dia 20 de janeiro e tratou de uma questão muito cara para os moradores: gestação, parto e maternidade na favela. As alunas Sophia Marques, Eduarda Farias e Rafaela Gissoni assinam a reportagem “Gravidez na Rocinha: mães falam sobre saúde mental e maternidade”. Elas conversaram com a moradora Iara Batista, que, inspirada pela própria experiência, tornou-se educadora perinatal, doula, e “criou o projeto Acolher Periférico para compartilhar informações para com as mulheres leigas das favelas” 27 .

Com a produção das reportagens os alunos tiveram contato com uma realidade que até então estava distante do cotidiano deles. As entrevistas feitas na favela e o diálogo com os moradores ratificaram a importância do “dialogismo” e, consequentemente, da “respondibilidade”, para que os futuros repórteres pudessem construir suas reportagens com o cuidado necessário para falar de questões da comunidade que eles não conheciam até então. Em contrapartida, para a equipe do Fala Roça serviu como exercício de inclusão de jovens que não vivem em sua comunidade em sua produção. Uma ação potente como um “agente externo” que preza pelo bem-comum. Para o jornalista Oswaldo Lopes, a extensão promoveu empatia nos futuros jornalistas.

Ver a atuação na prática de alguns é vital para observar os desempenhos, o trabalho em equipe e a riqueza de detalhes que ganhamos ao produzir e realizar uma pauta jornalística quando se vai a campo. Além disso, humanizamos ainda mais o personagem e passamos o sentimento principal ao texto, depois de presenciar ações no território. A preocupação dos jovens com o direito de imagem, com a estrutura textual e o fluxo de leitura nos textos muito me alertou, sempre dispostos também a correções durante o processo. Os textos ficaram incríveis após revisados e publicados no site do Fala Roça, mantendo uma frequência criativa teremos uma nova leva de jornalistas mais dispostos e empáticos com as suas pautas, sobretudo envolvendo as mídias independentes e o jornalismo de favela28 .

A empatia pode ser um ingrediente fundamental para a produção de uma comunicação eficiente no que se refere ao exercício da “cidadania como meio: a cidadania pode ser vista como argumento, meio ou instrumento da comunicação para se conseguir direitos em uma determinada sociedade” 29 .

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção de jornalismo local é compreendida muitas vezes como “o local é uma verdadeira escola. É cobrindo a cidade onde vive que o jornalista recém-formado vai descobrir os mecanismos e segredos da profissão”. 30 Hoje, esse pensamento está maduro e compreende que uma cidade é plural, nela coabitam cidadãos em situações socioeconômicas diversas que experimentam injustiças sociais constantemente. É necessário antecipar esse “cobrir a cidade” para bem antes da entrega do diploma ao jovem jornalista.

Tendo uma sala de aula extramuros na favela, durante a graduação de jornalismo, o estudante experimenta o que Bakhtin chamou de “dialogismo”. As reportagens são realmente fruto da relação com o outro, do diálogo. Deste “dialogismo”, os jovens vivenciam a “respondibilidade”, a responsabilidade pelos seus atos como futuros profissionais da imprensa. Eles praticam o jornalismo responsável desde a apuração até a redação do texto.

A pesquisa realizada permite pensar que a extensão universitária possibilita que o curso de jornalismo forme jornalistas que tenham “respondibilidade” e possam ser efetivamente agentes sociais de transformação da sociedade em que vivem. Para o jornalista, “a escolha entre a sua convicção e a sua responsabilidade deve sempre contar com o olhar do outro, um cidadão como ele” 31 .

Dito isto, a compreensão desta “respondibilidade” no ofício do jornalismo é fundamental para a produção de uma comunicação para cidadania, seja o profissional de uma empresa hegemônica ou não. Esta experiência de extensão ainda na graduação é, então, fundamental, já que possibilita que o futuro jornalista entenda a sua “respondibilidade” na cobertura de questões do cotidiano das favelas.

Supplementary material
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Notes
Notes
2 OLIVEIRA, Andreia. Extensão universitária como práxis dialógica: um olhar das instituições comunitárias de educação superior brasileiras. 2022 . Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022 . p. 26-27.
3 BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018 . Brasília, DF: MEC, 2018 . Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/pdf/CNE_RES_CNECESN72018.pdf . Acesso em: 29 jun. 2023. p. 1-2.
4 SILVA, Denise Teresinha da; BASTOS, Pablo Nabarrete; MIANI, Rozinaldo Antônio; SILVA, S. A. (org.). Comunicação para a Cidadania: 30 anos em luta e construção coletiva. São Paulo: Intercom e Gênio Editorial, 2021 .
5 CASADEI, Eliza. (org.). A extensão universitária em comunicação para a formação da cidadania. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016 . E-book . Disponível em: http://books.scielo.org/id/zhy4d/epub/casadei-9788579837463.epub . Acesso em: 9 out. 2023. p. 27.
6 Ibidem.
7 AGAMBEN, Giorgio. A comunidade que vem. Lisboa: Editorial Presença, 1993 .
8 PAIVA, Raquel. O espírito comum: comunidade, mídia e globalismo. 2. ed. ver. e ampl. Rio de Janeiro: Mauad, 2003 .
9 SCHMITZ, Kenneth. Comunidade, a unidade ilusória. In : MIRANDA, O. (org.). Para ler Ferdinand Tönnies. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995 .
10 SABACK, Lilian. Comunidades audiovisuais: a comunicação produzida por jovens moradores de favela. Rio de Janeiro: Mauad X, 2018 . p. 26.
11 FILHO, Aziz; FILHO, Francisco Alves. Paraíso Armado. São Paulo: Garçoni, 2003 . p. 186.
12 SABACK, Lilian. Comunidades… Op. cit.
13 Idem. As novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo e o possível fortalecimento da ética profissional. Revista de Estudos Universitários - REU, Sorocaba, v. 43, n. 2, 2017 . DOI: 10.22484/2177-5788.2017v43n2p277-294. p. 281.
14 Todas as declarações de Michel Silva neste artigo foram extraídas de uma entrevista concedida pela plataforma Zoom em 6 de julho de 2023.
15 Disponível em: www.falaroca.com. Acesso em: 16 jun. 2024
16 EXPERIÊNCIAS de extensão fazem a ponte entre a produção acadêmica e comunidades. Departamento de Comunicação da PUC-Rio, Rio de Janeiro, [2023]. Disponível em: http://www.jornalismo.com.puc-rio.br/br/texto/243/experiencias-de-extensao-fazem-a-ponte-entre-a-producao-academica-e-comunidades . Acesso em: 4 jul. 2023.
17 FORPROEX – FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS. Plano Nacional de Extensão Universitária. Manaus: [ sn .], 2012 . Disponível em: http://www.renex.org.br/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf . Acesso em: 10 out. 2023.
18 Depoimento concedido em 27 de novembro de 2022.
19 Depoimento concedido em 27 de novembro de 2022.
20 Entrevista concedida por WhatsApp em 3 de agosto de 2023.
21 BRIGAGÃO, Bernardo; FROTA, Guilherme. Marcelo Mendes: o gari recordista brasileiro das embaixadinhas. Fala Roça, Rio de Janeiro, 12 dez. 2022 . Disponível em: https://falaroca.com/marcelo-recordista-embaixadinhas-rocinha/ . Acesso em: 8 ago. 2023.
22 SARAIVA, João Guilherme; SCHELLES, Vinicius. Há 10 anos, Rocinha fazia história e conquistava a 1ª edição da Taça das Favelas. Fala Roça, Rio de Janeiro, 19 dez. 2022 . Disponível em: https://falaroca.com/rocinha-taca-favelas-2012/ . Acesso em: 8 ago. 2023.
23 CRUZ, Gabriel da; LIMA, Gabriel; BITENCOURT, João Pedro; LIMA, Tatiana. Restaurantes japoneses da Rocinha fazem sucesso em bairros nobres do Rio. Fala Roça, Rio de Janeiro, 12 jan. 2023 . Disponível em: https://falaroca.com/restaurantes-japoneses-rocinha-delivery/ . Acesso em: 11 ago. 2023.
24 SMOLENTZOV, Carolina; LIMA, Lorena; SILVA, Michel; LIMA, Tatiana. Turismo na Rocinha atrai brasileiros e estrangeiros o ano todo. Fala Roça, Rio de Janeiro, 6 jan. 2023 . Disponível em: https://falaroca.com/turismo-rocinha-favela/ . Acesso em: 11 ago. 2023.
25 SOUZA, Anna Luísa; ROCHA, Carolina. Creches comunitárias: uma história de resistência feminina dentro da Rocinha. Fala Roça, Rio de Janeiro, 23 jan. 2023 . Disponível em: https://falaroca.com/creches-comunitarias-feminina-rocinha/ . Acesso em: 11 ago. 2023.
26 PALMER, João Guilherme; LISSOVSKY, Pedro; FRAGOSO, Rafaela. O futuro do Ensino Médio Público na Rocinha com apenas uma escola há 20 anos. Fala Roça, Rio de Janeiro, 1 fev. 2023 . Disponível em: https://falaroca.com/futuro-ensino-medio-rocinha/ . Acesso em 11 ago. 2023.
27 MARQUES, Sophia; FARIAS, Eduarda; GISSONI, Rafaela. Gravidez na Rocinha: mães falam sobre saúde mental e maternidade. Fala Roça, Rio de Janeiro, 30 jan. 2023 . Disponível em: https://falaroca.com/gravidez-rocinha-maes-maternidade-favela/ . Acesso em: 11 ago. 2023.
28 Entrevista concedida por WhatsApp no dia 3 de agosto de 2023.
29 SIGNATES, Luiz; MORAES, Ângela. Cidadania como comunicação: estudo sobre a especificidade comunicacional do conceito de cidadania. In : SIGNATES, Luiz; MORAES, Ângela. Cidadania comunicacional: teoria, epistemologia e pesquisa. Goiânia: Gráfica UFG, 2019 . Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/333199041_Cidadania_como_comunicacao_estudo_sobre_a_especificidade_comunicacional_do_conceito_de_cidadania . Acesso em: 31 jul. 2023. p. 16.
30 SABACK, Lilian. Telejornalismo… Op. cit. p. 159.
31 SABACK, Lilian. As novas… Op. cit. p. 24.
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