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PODA SECA EM DIFERENTES ÉPOCAS E SEU EFEITO EM 'CABERNET SAUVIGNON' DA REGIAO DA CAMPANHA.

PRACTICE OF DRY PRUNING AT DIFFERENT TIMES AND ITS EFFECT ON 'CABERNET SAUVIGNON' OF THE REGION OF THE ‘CAMPANHA’

Stefania Mendes Maciel
Universidade Federal de Pelotas, Brasil
Carlos Sebástian Perez Lamela
Universidade Federal de Pelotas, Brasil
Camila Silva da Silveira
Universidade Federal do Pampa, Brasil
Rosete A. Gottinari Kohn
Universidade da Região da Campanha, Brasil
Marcelo Barbosa Malgarim
Universidade Federal de Pelotas, Brasil

PODA SECA EM DIFERENTES ÉPOCAS E SEU EFEITO EM 'CABERNET SAUVIGNON' DA REGIAO DA CAMPANHA.

Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, vol. 18, núm. 1, pp. 39-46, 2017

Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.

Resumo: O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da prática da poda seca em diferentes épocas em vinhedo de ‘Cabernet Sauvignon’ da Região da Campanha sob os períodos fenológicos da cultura, bem como avaliar as características produtivas e físico-químicas. A área experimental foi instalada no vinhedo comercial pertencente à Vinícola Seival Estate do grupo Miolo, localizado no município de Candiota, Rio Grande do Sul. O delineamento experimental foi composto por quatro tratamentos e três repetições compostas por três plantas, conduzidas em espaldeira com espaçamento de 3,0 x 1 m. A partir da poda os subperíodos fenológicos das plantas foram avaliados quanto à duração em dias de cada: poda à brotação, brotação à floração; floração à frutificação e frutificação ao início da maturação. Também foram estimados o número total de cachos, número médio de cachos por planta, rendimento por planta e massa média dos cachos. Após a colheita foi determinado o pH, teor de sólidos solúveis totais, açúcares, densidade e acidez total do mosto das bagas. A poda antecipada do mês de maio permanece mais tempo em dormência, brotando ao mesmo tempo que as plantas podadas em julho. A poda realizada em junho antecipa a brotação podendo provocar prejuízos ocasionados pelas geadas primaveris. A poda realizada no mês de agosto proporcionou maior rendimento por planta quando comparada a época tradicional no mês de julho. A poda seca em diferentes épocas não influenciou nas características analíticas do mosto.

Palavras-chave: Vitis vinifera L, fenologia, qualidade.

Abstract: The objective of this work was to evaluate the effect of dry pruning at different seasons in the 'Cabernet Sauvignon' vineyard of the ‘Campanha’ Region under the phenological periods of the crop, as well as to evaluate the productive and physical-chemical characteristics.The experimental area was installed in the commercial vineyard belonging to the Vineyard Seival Estate of the Miolo group, located in the municipality of Candiota, Rio Grande do Sul. The experimental design consisted of four treatments and three replicates composed of three plants, conducted in a trellis with spacing of 3.0 x 1 m. From the pruning the phenological subperiods of the plants were evaluated as to the duration in days of each one: pruning to budding, budding to flowering; flowering to fruiting; fruiting to beginning of maturation. The total number of bunches, average number of bunches per plant, yield per plant and average mass of bunches were also estimated. After the harvest, the pH, total soluble solids content, sugars, density and total acidity of the berries were determined. The early pruning of the month of May remains longer in dormancy, sprouting at the same time as the plants pruned in July. The pruning done in June anticipates the sprouting and can cause damages caused by the spring frosts. The pruning performed in August provided a higher yield per plant when compared to the traditional season in July. Dry pruning at different times did not influence the analytical characteristics of the must.

Keywords: Vitis vinifera L, phenology, quality.

INTRODUÇÃO

Para a obtenção de vinhos com qualidade no Brasil é necessária a melhoria da qualidade da uva. Neste sentido, novas técnicas de produção estão sendo desenvolvidas e novas regiões vitícolas ganhando destaque, onde as condições ambientais sejam mais favoráveis à obtenção de melhores índices de maturação e uvas de qualidade (Rosier, 2003; Amorim et al., 2005). Buscam-se regiões onde haja baixa precipitação pluviométrica próxima à colheita e que as temperaturas sejam amenas propiciando uma boa síntese de açúcares aliada ao baixo índice de acidez (Guerra, 2002).

Dentre essas regiões podemos citar a Região da Campanha Gaúcha, localizada na fronteira com o Uruguai onde o clima é mais seco e com maior tempo de luminosidade, destacando-se com a produção de uvas finas, entre elas a Cabernet Sauvignon.

É a casta vinífera de maior prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras e degustada por todos. Muitas pessoas se referem a ela como sendo a "rainha das uvas tintas". Sua origem está associada à região de Bordeaux (Médoc) e é resultado do cruzamento entre as castas: Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Seu nome já aparece em registros do final do século XVIII (Monteiro, 2009). No ano de 2012 apresentou uma área de 1.341,67 ha, com produção de 12.556,92 toneladas, ou seja, 20,31% da área e 15,50% da produção de uvas viníferas do Rio Grande do Sul (Zanella, 2014). Das uvas tintas viníferas, é uma das mais importantes no mundo vitícola, produzindo vinhos de qualidade em muitos países, inclusive no Brasil, onde é a mais produzida, sendo que é a vinífera tinta mais importante do Rio Grande do Sul. Tem reputação mundial devido ao seu caractere varietal, com boa coloração e taninos e complexidade de aromas e buquê, e presta-se muito bem ao envelhecimento (Guerra et al., 2009).

Conforme Monteiro (2009), a Cabernet Sauvignon se adapta muito bem aos mais diferentes solos e climas. Possui bagas escuras e pequenas (preto e violeta profundo), com pele muito grossa e pouca polpa. Sua maturação tardia auxilia na concentração de aromas e é resistente à podridão pelo excesso de chuvas. Os aromas primários mais encontrados nesta cultivar são: frutas vermelhas (cereja, cassis, amora, morango), frutas pretas (groselha preta, ameixa, mirtilo), especiarias (pimentas em pó, cravo), amadeirados resinosos (cedro, lápis e caixa de charuto), amadeirados queimados (tostado, defumado, café, torrefação), herbáceos (menta, hortelã), podendo haver outros dependendo da região.

Em meio a esse desenvolvimento da vitivinicultura na Região da Campanha Gaúcha, várias técnicas estão sendo desenvolvidas pelos viticultores, sendo uma delas as diferentes épocas de poda seca. Esta técnica, segundo Nachtigal e Roberto (2005), se pratica durante o período de repouso, sobre ramos, braços e troncos. Designa-se com o nome de poda seca ou de inverno, sendo realizada todos os anos. Quando é executada durante o período vegetativo da planta, sobre seus órgãos herbáceos, recebe a denominação de poda verde, complementando a poda seca, a fim de se conseguir os objetivos desejados.

Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da prática da poda seca em diferentes épocas em vinhedo de ‘Cabernet Sauvignon’ da Região da Campanha sob os períodos fenológicos da cultura, bem como fazer a sua caracterização físico-química.

MATERIAL E MÉTODOS

O vinhedo trabalhado neste experimento na safra 2015/2016, está localizado no município de Candiota, RS, pertencente à vinícola Seival Estate do Grupo Miolo, onde as uvas são usadas para a produção de vinhos finos. O local está situado a 31° de latitude sul, 53°de longitude oeste e em uma altitude de 170 m acima do nível do mar. O vinhedo de ‘Cabernet Sauvignon’ foi implantado no ano de 2002 em sistema espaldeira com espaçamento de 3 metros entre fileiras e 1 metro entre plantas, enxertado sob o porta-enxerto SO4. O solo do local classifica-se como Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico (Streck et al., 2008). O clima da região, segundo a classificação de Koppen, corresponde a um clima mesotérmico, tipo subtropical, da classe Cfa, com chuvas regularmente distribuídas durante o ano. Os dados climáticos do período que compreende a primeira poda até o momento da colheita, conforme o INMET (2017), estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1
Dados climáticos dos meses de maio de 2015 a março de 2016, Bagé/RS
Dados climáticos dos meses de maio de 2015
a março de 2016, Bagé/RS
Fonte: INMET (2017)

O experimento foi delineado inteiramente casualizado constando de 04 tratamentos (épocas de poda seca) e 03 repetições, onde cada repetição foi composta por 03 plantas. A poda seca foi realizada nos meses de maio, junho, julho e agosto em sistema de cordão esporonado. No tratamento 01, realizado no mês de maio, as videiras encontravam-se com folhas de coloração amarelo-parda, já sem capacidade de realizarem a fotossíntese. Nos tratamentos 02 e 03, nos meses de junho e julho, as videiras encontravam-se sem folhas, típicas de planta em repouso invernal. Na poda do tratamento 04 realizada em agosto, as plantas encontravam-se no estágio 9 da escala fenológica descrita por Eichorn e Lorenz (1984), com 2 a 3 folhas separadas (Figura 1). Os tratos culturais como poda verde, desfolha, desponte e controles fitossanitários, foram realizados conforme o protocolo da empresa, para que não houvesse interferência no experimento. Os estádios fenológicos acompanhados foram: brotação, floração, frutificação e início da maturação, conforme a escala de Eichorn e Lorenz (1984). A colheita foi realizada no dia de 13 de março de 2016, quando os índices de maturação estavam de acordo com a exigência do enólogo e conforme a legislação brasileira. Os dados de produção foram avaliados pelo número total de cachos por tratamento, número de cachos por planta, massa total dos cachos e massa média dos cachos. Após a colheita as amostras foram coletadas e levadas ao laboratório da vinícola Seival Estate do Grupo Miolo para serem analisadas. As variáveis avaliadas conforme as metodologias de Ribéreau-Gayon et al. (1982) foram: sólidos solúveis totais (SST) (ºBrix), Açúcares (°Babo); Acidez total (AT)(g L-1 de ácido tartárico); Densidade (DEN) (g L-1) e pH.

Para a análise estatística dos resultados foi aplicada a análise de variância e logo em seguida o Teste de Tukey, ao nível de 5% de significância.

Poda seca da Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon’
em agosto de 2015, Candiota/RS.
Figura 1
Poda seca da Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon’ em agosto de 2015, Candiota/RS.
Fonte: Autor

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao avaliar o experimento, podemos perceber na Figura 2 que o tratamento 02 realizado em junho teve um comportamento mais precoce que os demais tratamentos. A duração do período de poda à brotação foi de 53 dias. As plantas podadas em maio tiveram um período mais longo entre a poda e a brotação, durando em torno de 93 dias. As plantas podadas em julho levaram 32 dias para brotar após a poda. No momento da poda do tratamento quatro, realizada em agosto, as plantas já se encontravam em período de brotação, como podemos verificar na Figura 1. A poda quando realizada no final do mês de agosto, segundo Jubileu (2010) tem uma duração em dias da poda a brotação de 13 a 14 dias. Roberto et al. (2005) observaram, em safra proveniente da poda de inverno, que a duração do período que compreende a poda até a brotação é de 18 dias. Amaral et. al (2009), identificaram que a ‘Cabernet Sauvignon’ em Quaraí/RS e Uruguaiana/RS tem uma duração de 34 e 37 dias respectivamente entre a poda e a brotação A brotação inicia no final de agosto em Quaraí e início de agosto em Uruguaiana, podendo este comportamento também estar associado com as condições climáticas de cada local.

Duração, em dias, do período entre a poda
e o início da brotação para Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon‘, Candiota/RS,
Safra 2015/2016.
Figura 2
Duração, em dias, do período entre a poda e o início da brotação para Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon‘, Candiota/RS, Safra 2015/2016.

Para o período que compreende a brotação ao início da floração podemos verificar na Tabela 2 que as plantas podadas em junho tiveram um período maior em dias do que as plantas dos demais tratamentos, porém finalizando este período na mesma data que as plantas podadas em maio e julho. As plantas podadas em agosto tiveram uma brotação mais tardia, com cerca de 10 dias de diferença, o que necessita ser levado em consideração quanto ao manejo no vinhedo, podendo ser uma alternativa para escapar das geadas tardias. As plantas podadas em junho iniciaram a frutificação 9 dias antes das plantas podadas em maio e julho, porém iniciaram a maturação no mesmo período. A Figura 3 representa o comportamento dos tratamentos quanto a duração em dias dos períodos fenológicos poda-brotação, brotação-floração, floração-frutificação e frutificação-início da maturação.

Duração, em dias, dos períodos fenológicos
para Vitis vinifera L
‘Cabernet Sauvignon’ submetida a diferentes épocas de poda seca, Candiota/RS, Safra 2015/2016. PO (poda) (BR) Brotação; (FL)
Floração; (FR) Frutificação; (IM) Início da Maturação
Figura 3
Duração, em dias, dos períodos fenológicos para Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon’ submetida a diferentes épocas de poda seca, Candiota/RS, Safra 2015/2016. PO (poda) (BR) Brotação; (FL) Floração; (FR) Frutificação; (IM) Início da Maturação
Fonte: Autor

Podemos observar na Tabela 3 que o número total de cachos e o número médio de cachos por planta não diferiram estatisticamente em função da época da poda. Melo (2012) encontrou na Serra Gaúcha número médio de cachos para a Cabernet Sauvignon de 10, 14 e 15 cachos por planta nas safras de 2006/2007 a 2008/2009. O número médio de cachos por planta deste experimento foi de 8,00 a 15,77, valores semelhantes encontrados em outras pesquisas com a mesma cultivar.

Para massa média dos cachos, Melo (2012) encontrou 60 g, 53 g e 62 g em três safras estudadas. Isso mostra que para a safra 2015/2016 na Campanha Gaúcha os valores de massa média dos cachos encontrados foram superiores, onde o tratamento quatro atingiu 148,09 g, não se diferenciando estatisticamente do tratamento 1 e 3. Jubileu (2010) encontrou na safra 2007 e 2008, em clima subtropical, massa média dos cachos para Cabernet Sauvignon de 170g e 130g, respectivamente.

Tabela 2
Duração dos períodos fenológicos, em dias, para Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon‘, Candiota/RS, Safra 2015/2016.
Duração
dos períodos fenológicos, em dias, para Vitis vinifera L ‘Cabernet Sauvignon‘, Candiota/RS, Safra 2015/2016.
(BR) Brotação; (FL) Floração; (FR) Frutificação; (IM) Início da Maturação.

Conforme os resultados encontrados para o rendimento por planta (Tabela 3), o tratamento 4 teve um maior rendimento diferenciando-se estatisticamente do tratamento 3. Na região da Cam­panha Gaúcha, Brunetto et al. (2007) observaram produção de 13,1 kg por planta, enquanto Sato (2011), no Paraná, estima a produção por planta de 4,5 kg. Brunetto et al. (2009) encontraram na Serra Gaúcha 1,03 Kg por planta, número médio de 20 cachos por planta com massa média de 53 g.

Tabela 3
Características produtivas da Vitis vinifera L.‘Cabernet Sauvignon’ submetida a diferentes épocas de poda seca, Candiota/RS, Safra 2015/2016.
Características produtivas da Vitis vinifera L.‘Cabernet Sauvignon’
submetida a diferentes épocas de poda seca, Candiota/RS,
Safra 2015/2016.
Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Quanto à composição do mosto, não foram encontradas diferenças significativas estatisticamente entre os tratamentos, conforme a Tabela 4. O pH variou de 3,43 a 3,53, valores desejáveis para obter vinhos de qualidade, estando de acordo com Zalamena et. al (2013), que encontrou em Cabernet Sauvignon em São Joaquim, SC, valores de pH entre 3,24 a 3,69. O pH é uma das características mais importantes do vinho tinto, pois além de interferir na cor, exerce um efeito pronunciado sobre o gosto (Aerny, 1985).

Segundo Guerra e Zanus (2003), a uva destinada à produção de vinho é colhida de acordo com alguns critérios como, por exemplo, a região, o produto a ser elaborado e as condições naturais predominantes em uma determinada safra. Um desses critérios utilizados é o grau glucométrico (teor de açúcar), pois basicamente o vinho é originado da transformação do açúcar da uva em álcool e em produtos secundários. Os valores encontrados para sólidos solúveis, expressos em °Brix foram de 19,16 a 20,33, não se diferenciando estatisticamente, estando de acordo com Almanza-Merchán (2014), que encontrou para a variedade Cabernet Sauvignon em poda curta o valor de 20,5 °Brix, porém, Ryugo (1993) diz que, as castas que serão utilizadas para a produção de vinho de qualidade devem acumular um teor de sólidos solúveis entre 22 e 28 °Brix. Devido às condições climáticas, o experimento foi colhido quando o vinhedo encontrava-se de acordo com as exigências da empresa.

Tabela 4
Características analíticas da Vitis vinifera L. ‘Cabernet Sauvignon’ submetida a diferentes épocas de poda seca, Candiota/RS, Safra 2015/2016
Características
analíticas da Vitis vinifera L. ‘Cabernet Sauvignon’ submetida a diferentes épocas de poda seca, Candiota/RS, Safra 2015/2016
Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Outra variável importante que também não apresentou diferença significativa foi a acidez total, que variou de 5,86 a 6,10 g L-1 de ácido tartárico entre os tratamentos. A acidez influencia na estabilidade e na coloração dos vinhos. Com a evolução da maturação da uva ocorre uma redução no teor da acidez total (RIZZON; MIELE, 2002). Conforme Antes (2008), uvas ‘Cabernet Sauvignon’ colhidas em março de 2007 na região da Campanha Gaúcha apresentaram acidez total de 6,93 g L-1 de ácido tartárico. Potter et al. (2010) encontraram para a mesma região valores de 6,92 g L-1 de ácido tartárico em ‘Cabernet Sauvignon’.

Salazar e Melgarejo (2005) confirmaram que o conteúdo das substâncias presentes nas uvas dependerá, em grande parte, do tipo de variedade de que provêm e das condições edafoclimáticas, pois a luz, a temperatura e a quantidade de água do solo são determinantes para a formação de substâncias enológicas, de importância vital para a qualidade e a estabilidade microbiológica da produção vitivinícola.

CONCLUSÕES

Na poda antecipada realizada no mês de maio, a videira permanece mais tempo em dormência, brotando ao mesmo tempo em que as plantas podadas em julho;

A poda realizada em junho antecipa a brotação podendo provocar prejuízos ocasionados pelas geadas primaveris;

A poda realizada no mês de agosto proporcionou maior rendimento por planta quando comparada à época tradicional no mês de julho;

A poda seca em diferentes épocas não influenciou nas características analíticas do mosto.

Agradecimentos

À Capes pela concessão da bolsa.

À Vinícola Seival Estate pela disponibilidade do local.

Referências

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Autor notes

Autor de correspondencia. E-mail: stemaciel@yahoo.com.br

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