Secciones
Referencias
Resumen
Servicios
Descargas
HTML
ePub
PDF
Buscar
Fuente


Revista Educação (v. 42, n. 1, 2019)
Educação, vol. 42, núm. 1, pp. 1-2, 2019
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Editado por: Andreia Mendes dos Santos

Editorial


Recepção: 31 Dezembro 2018

Aprovação: 12 Janeiro 2019

Publicado: 30 Abril 2019

DOI: 10.15448/1981-2582.2019.1.33938

Prezados leitores:

Nosso último editorial ( Educação, v. 41, n. 3, 2018), assinado pelo Editor Associado, professor Dr. Marcos Villela Pereira, remetia ao signo da incerteza na chegada do final do ano de 2018 ( VILLELA, 2018). Naquele momento pairavam ainda, questionamentos acerca do futuro do exercício da democracia, especialmente no Brasil. É certo que nos mais 40 anos de existência da revista Educação, muitos desafios foram pautados em suas edições e em diferentes espaços de socialização do conhecimento, não menos relevantes.

No ano de 2019, nosso cotidiano enquanto cidadãos e, em especial como professores e pesquisadores, é adensado por um projeto que tenta creditar à educação o descrédito de sua identidade de formação e enquanto campo científico e área do conhecimento. De acordo com Jose Machado Pais, “o cotidiano – costuma-se dizer – é o que se passa todos os dias: (…) o quotidiano seria o que no dia-a-dia se passa quando nada se parece passar” (2002, p. 30). Ora, nesse processo, o que vem sendo atacado é a democracia e os princípios básicos do direito dos cidadãos.

Educação ocorre no cotidiano, pois esse é o fio condutor do conhecimento, onde as interrelações que ali ocorrem, de forma rotineira ou em imprevistos e contratempos, conjugam a historicidade, as ritualidades e as crenças vigentes, desvelando culturas plurais que comungam nas sociedades, nem sempre em hegemonia e exigindo uma permanente negociação, em um claro exercício de democracia.

A educação é assim: hegemônica, plural, garantia de espaços em que a diversidade e a heterogeneidade dos sujeitos pode ser compartilhada em um movimento que emerge da interação entre os sujeitos aprendentes e ensinantes. Neste sentido a posição de Vygostky segue extremamente contemporânea e progressiva, concebendo o desenvolvimento humano como um processo dinâmico, aberto, sistêmico e flexível, contextualizado das atividades cotidianas e práticas no mundo ( STETSENKO; SELAU, 2018).

Somos a favor da educação e lutamos por ela! Não podemos esquecer que essa luta é antiga e marcada por contradições e vulnerabilidades; mas que, nessa seara, tivemos avanços que necessitam ser garantidos. É bom lembrar que, desde 1988, com a Constituição Federal, o atendimento às crianças de zero a 6 anos de idade tornou-se dever do Estado; que pela LDB (Lei n º 9.394/96), a Educação Infantil passou a ser considerada como 1 etapa da educação básica e que, desde 2013, com a Lei n º 12.796 convoca-se a obrigatoriedade à matrícula de crianças a partir dos 4 anos em escolas infantis. Educação é ato político, pois é uma explícita posição que possibilita ao sujeito sua inserção social.

O que se deseja, neste texto introdutório da revista Educação é marcar o argumento da legitimidade dos processos que se fazem por meio da educação. Entre outros, nos vemos frente à eminente aprovação da educação domiciliar e do crescimento vertiginoso do ensino a distância no País. Tais modalidades significam o empobrecimento da aprendizagem, interrompem processos interativos dos sujeitos nas diferentes etapas do ciclo de vida.

A escola (nos diferentes níveis) é lugar de aprendizagens que se constituem a partir de práticas pedagógicas e de uma estrutura ensinante complexa. Nas ambulações cotidianas na escola o sujeito se desenvolve e sua inserção social ocorre quando (e se) se busca tornar a “sociedade toda um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e condições na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades” ( SASSAKI, 2003, p. 3).

Esse número da nossa revista é dedicado à política adotada pelo Conselho Editorial, que se volta às submissões de fluxo contínuo. Nossa observação é de que a pluralidade dos artigos submetidos à revista Educação apontam a diversidade da educação, justificando investimentos na área e não cortes. Entendemos que um periódico acadêmico deve posicionar-se e comprometer-se de forma ativa e responsável com a comunidade científica.

Boa Leitura.

Referências

PAIS, Jose Machado. Vida cotidiana: enigmas e revelações. São Paulo: Cortez: 2003.

SASSAKI, R. K. Inclusão Social: uma questão de políticas públicas. SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE LIMEIRA SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, I., 24 set. 2003, Limeira, SP. Disponível em: www.ceset.unicamp.br/…/Panorama%20Geral%20da%20Inclusão%20Social.doc. Consultado em: 21 jan. 2019.

STETSENKO, Anna; SELAU, Bento. A abordagem de Vygotsky em relação à deficiência no contexto dos debates e desafios contemporâneos: Mapeando os próximos passos (Apresentação para a “Edição Especial – a Defectologia de Vygotsky”). Educação (Porto Alegre), v. 41, n. 3, p. 315-324, set.-dez. 2018. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/faced/ojs/index.php/faced/article/view/32668/17610. Consultado em: 11 jan. 2019.

VILLELA, Marcos Pereira. Editorial. Educação (Porto Alegre), v. 41, n. 3, p. 313-314, set.-dez. 2018. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/scientiamedica/ojs/index.php/faced/article/view/32667/17609. Consultado em: 20 dez. 2018.

Autor notes

Endereço para correspondência: Andreia Mendes dos Santos, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Escola de Humanidades – Programa de Pós-Graduação Av. Ipiranga, 6681– Prédio 15/383 C.P 90619-900, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: andreia.mendes@pucrs.br



Buscar:
Ir a la Página
IR
Visualizador XML-JATS4R. Desarrollado por