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Intervenção Precoce na Infância centrada na família: práticas e pesquisa
Marlene Rozek; Ana Maria Serrano
Marlene Rozek; Ana Maria Serrano
Intervenção Precoce na Infância centrada na família: práticas e pesquisa
Family Centred Early Childhood Intervention: practices and research
Educação, vol. 43, núm. 1, e37015, 2020
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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APRESENTAÇÃO

Intervenção Precoce na Infância centrada na família: práticas e pesquisa

Family Centred Early Childhood Intervention: practices and research

Marlene Rozek
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brazil
Ana Maria Serrano
Universidade do Minho, Portugal
Educação, vol. 43, núm. 1, e37015, 2020
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Recepção: 07 Fevereiro 2020

Aprovação: 14 Fevereiro 2020

Publicado: 25 Maio 2020

A presente coletânea sobre Intervenção Precoce na Infância (IPI) congrega um conjunto de textos sobre a temática de autoria de pesquisadores da área, de diversos países da Europa, dos EUA e do Brasil e vem contribuir para esse campo de investigação. A preocupação com a infância é um tema que se encontra na pauta de vários organismos internacionais (Organização das Nações Unidas; Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura; Organização Mundial da Saúde; Fundo das Nações Unidas para a Infância; The European Association on Early Childhood Intervention; International Society of Early Intervention) assim como em documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), a Declaração de Salamanca (1994), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), entre outros. A ciência do neurodesenvolvimento tem mostrado que as experiências precoces apresentam um papel significativo no desenvolvimento humano, assim como as características dos ambientes familiar e social em que a criança vive e se desenvolve. As práticas de IPI centradas na família estão fundamentadas conceitual e empiricamente em modelos de desenvolvimento que sugerem a importância da experiência inicial e a maior maleabilidade do desenvolvimento precoce, pois os primeiros anos constituem uma “janela de oportunidades” para a mudança no desenvolvimento e para reparar trajetórias da arquitetura cerebral que podem ser ruptura pelas predisposições genéticas e pelos problemas no desenvolvimento. Colocar o conhecimento científico sobre a Intervenção Precoce na Infância a serviço das políticas públicas, das famílias e dos profissionais envolvidos, visando proporcionar o bem-estar e a qualidade de vida às crianças e suas famílias, é o que mobiliza este grupo de experientes e renomados pesquisadores do Brasil, Portugal, Espanha, EUA e Irlanda.

Considerando tais questões, este dossiê analisa e reflete a perspectiva ecológica da Intervenção Precoce na Infância (IPI) e as práticas centradas nas famílias em diferentes contextos socioculturais, com ênfase nos apoios e nas interações sociais; a interdisciplinaridade e a intersetorialidade como formas de estruturar e de organizar os serviços; e a importância das práticas centradas na família com base em evidências científicas e na competência emocional de todos os envolvidos no processo de intervenção, nas práticas colaborativas entre pais e profissionais. Por fim, busca a discussão sobre as condições de saúde da criança e da família bem como a fragilidade das políticas públicas para crianças de zero a três anos em contextos específicos. A seguir, apresentamos, de forma geral, os textos que compõem essa coletânea.

O artigo “Bebês com deficiência no Brasil: um olhar a partir dos programas governamentais e pesquisas nacionais”, de Marlene Rozek e Gabriela Dal Forno Martins apresenta os resultados do mapeamento de programas governamentais e a produção científica brasileira sobre as políticas públicas de inclusão nos três primeiros anos de vida. As autoras ressaltam a urgência da proposição e da avaliação de políticas públicas intersetoriais para essa população, que visem a inclusão de forma mais abrangente, proporcionando bases favoráveis para o desenvolvimento do bebê e da criança pequena.

No artigo “‘I felt alone’: the Importance of Social Support for Early Intervention”, Marilyn Espe-Sherwindt e Ana Maria Serrano demonstram que o apoio social, o bem-estar pessoal, os estilos de interação dos pais e o desenvolvimento infantil estão conceitual e empiricamente relacionados, e que as mudanças no desenvolvimento infantil se atribuem muito mais ao apoio social e ao bem-estar da família, do que ao seu status socioeconômico. As pesquisadoras concluem que os apoios sociais desempenham, de fato, um papel essencial no planejamento da intervenção com crianças pequenas e suas famílias.

O estudo de Noelia Orcajada Sánchez e Francisco Alberto Garcia Sánchez “Filtros mentales, coaching y Atención Temprana centrada en la familia”, busca compreender a interpretação que o adulto faz sobre sua realidade e suas competências, permitindo desta forma, que o profissional se coloque no lugar da família, de modo a conseguir seu envolvimento a partir de sua própria perspectiva e linguagem. Nesse artigo, são abordados a identificação e o entendimento dos filtros do adulto.

“La Competencia Emocional en Atención Temprana: Perspectivas de los padres y de los profesionales”, de autoria de Claudia Tatiana Escorcia-Mora e Pedro Enrique Díaz Martínez procura identificar a importância que os pais e profissionais atribuem às competências emocionais e suas implicações no desenvolvimento da criança. Os resultados sugerem que os profissionais e os pais acreditam que gerem os aspectos emocionais, no entanto, a sua gestão é apenas em algumas categorias e de forma empírica, com base na sua experiência pessoal.

Robin A. McWilliam e Pau García Grau, no artigo “Towards Implementation of an Early Intervention Model by a Paraguayan Organization”, descrevem o processo de transformação de um centro de reabilitação no Paraguai para um programa de intervenção precoce de última geração. As implicações para a fidelidade do modelo baseado em rotinas são destacadas, observando o contexto específico da cultura paraguaia.

No artigo “Can you hear me? - Accessing the voice of the child with Autism and their parent”, Miriam Twomey aborda estruturas conceituais filosóficas que exploram conceitos de movimento e de engajamento como forma de dar voz a crianças com e sem diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e seus pais, através de estudos de caso qualitativos e longitudinais, em intervenções baseadas nas Artes Criativas. Dessa forma, o valor potencial do uso das Artes Criativas como meio de envolver as crianças com TEA é discutido.

Por fim, o estudo de Ana Paula da Silva Pereira, Andrea Perosa Saigh Jurdi e Ana Isabel Martins de Sá, “Intervenção Precoce e Transtorno do Espectro do Autismo: Avaliação da Interação Social”, analisou a convergência entre pais e profissionais relativamente à avaliação da área da interação social em 128 crianças com TEA, entre 3 e 6 anos, apoiadas pelo sistema de intervenção precoce em Portugal. Os resultados concluem que os pais avaliam mais positivamente a dimensão da interação social comparativamente com os profissionais. Outras variáveis também são discutidas no estudo.

Acreditamos que as discussões selecionadas para este dossiê fomentem outros estudos e inspirem políticas e práticas de Intervenção Precoce na Infância, considerando os bebês, suas famílias e seus contextos.

Desejamos boa leitura!

Material suplementar
Notas
Autor notes

Marlene Rozek. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Av. Ipiranga, 6.681, Prédio 8, sala 304. Partenon, 97010-082. Porto Alegre, RS, Brasil

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