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Práticas de qualidade, responsabilidade social corporativa e o critério “resultados na sociedade” do modelo EFQM
María de la Cruz del Río-Rama; José Álvarez-García; José Luis Coca-Pérez
María de la Cruz del Río-Rama; José Álvarez-García; José Luis Coca-Pérez
Práticas de qualidade, responsabilidade social corporativa e o critério “resultados na sociedade” do modelo EFQM
Revista brasileira de gestão de negócios, vol. 19, núm. 64, 2017
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado
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Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar se as práticas de gestão da qualidade implementadas e realizadas pelos estabelecimentos de alojamento rural estudados influenciam os resultados na sociedade obtidos pelas organizações, sendo esses resultados entendidos como a participação na mesma e o desenvolvimento da comunidade local.

Metodologia: A metodologia de trabalho consiste em uma análise fatorial exploratória e confirmatória para aferir as propriedades psicométricas das escalas de medida. As hipóteses de relação entre os fatores críticos e os resultados na sociedade são examinadas utilizando-se o modelo de equações estruturais.

Resultados: O estudo evidencia a existência de uma relação frágil entre os fatores críticos da qualidade e os resultados na sociedade dos estabelecimentos de alojamento rural. Os resultados sugerem que a gestão de processos é a única prática de qualidade que tem um efeito direto sobre os resultados na sociedade. Os restantes fatores críticos são considerados antecedentes da mesma.

Contribuições: A contribuição deste estudo, que explora o impacto dos fatores críticos da qualidade na sociedade, é confirmar que existe um efeito desses fatores nos resultados na sociedade (responsabilidade social e ambiental), por meio da relação direta da gestão de processos. Muito poucos estudos examinam essa relação.

Palavras-chave: Gestão da qualidade, fatores críticos, resultados na sociedade, estabelecimentos de alojamento rural.

Carátula del artículo

Artigo

Práticas de qualidade, responsabilidade social corporativa e o critério “resultados na sociedade” do modelo EFQM

María de la Cruz del Río-Rama
Universidade de Vigo, Spain
José Álvarez-García
Universidad de Extremadura, Spain
José Luis Coca-Pérez
Universidad de Extremadura, Spain
Revista brasileira de gestão de negócios, vol. 19, núm. 64, 2017
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado

Recepção: 26 Fevereiro 2016

Aprovação: 08 Novembro 2016

1 Introdução

No contexto atual, tanto indústrias quanto empresas de serviços buscam obter melhores resultados financeiros e econômicos por meio da implantação de sistemas de gestão de qualidade (Total Quality Management, TQM). Diversos estudos já mostraram a capacidade de os TQM melhorarem esses resultados direta e indiretamente por meio da gestão melhorada das organizações que contam com sistemas de garantia de qualidade, como ISO 9001, ou modelos de excelência, como o Modelo Europeu de Excelência (European Foundation for Quality Management, EFQM).

Esses sistemas de qualidade permitem uma melhor gestão interna do desempenho organizacional, o que resulta na obtenção de benefícios importantes, como obtenção de maior eficiência nas operações e, portanto, uma alavancagem na eficiência (ALNasser, Yusoff & Islam, 2013; Chang, Chiu & Chen, 2010), melhoria da produtividade (Hassan & Kerr, 2003), melhoria do desempenho estratégico (Al-Tarawneh, 2010; Zhang, Waszink & Wijngaard, 2000), ganho e manutenção de vantagem competitiva (Talib, Rahman & Qureshi, 2013), entre outros.

As empresas também estão cientes da utilidade desses modelos na geração e manutenção de vantagens competitivas de longo prazo e, assim, no aumento e manutenção de seus resultados financeiros por meio da integração do conceito de desenvolvimento sustentável na administração (Norris & O’dwyer, 2004). Esse conceito tem como base o objetivo triplo que a empresa deve buscar, segundo Elkington (1997): ser economicamente viável, socialmente benéfica e ambientalmente responsável. Os modelos de Gestão da Qualidade Total (TQM), criados a partir dos princípios da gestão da qualidade total, integram, entre outros, a Responsabilidade Social Corporativa (RSC), que busca combinar atividades econômicas com as questões sociais e ambientais de todas as partes interessadas.

Nesse sentido, Tarí e García (2011) afirmam que as empresas com sistemas de qualidade conseguem adotar aspectos ambientais (Marimon Viadiu, Casadesús Fa & Heras Saizarbitoria, 2006) e sociais (McAdam & Leonard, 2003; Withanachchi et al., 2007) mais facilmente, e as práticas de gestão da qualidade ajudam no desenvolvimento de elementos de responsabilidade social. Muitos acreditam que os modelos de excelência, como o modelo EFQM, são uma ferramenta importante para as empresas que desejam adotar a filosofia da Responsabilidade Social Corporativa (Pedersen & Neergaard, 2008; Robson & Mitchell, 2007), em que o impacto dos critérios fatores (liderança, política e estratégia, parcerias e recursos, gestão de pessoas) nos resultados na sociedade (que incluem duas das áreas que formam a responsabilidade social corporativa: objetivos sociais da empresa e responsabilidade ambiental) é levado em consideração.

O modelo EFQM não mostra explicitamente a relação entre os fatores críticos de qualidade implantados e os resultados na sociedade. Essas relações devem ser estudadas e são consideradas uma lacuna na literatura científica.

Considerando isso, o objetivo desta pesquisa é analisar se as práticas de gestão de qualidade implantadas e realizadas pelos estabelecimentos rurais em estudo influenciam os resultados na sociedade, o que permitirá aos gestores dos estabelecimentos saber em que fatores críticos ou práticas de qualidade eles devem concentrar seus esforços, a fim de realizar ações necessárias para alcançar resultados melhorados (desenvolvimento de políticas ambientais, riscos laborais, participação em atividades da comunidade, estabelecimento de metas e análise de resultados etc., e, por outo lado, verificar se os resultados melhoram com o tempo). Sem dúvidas, a implantação de todos esses mecanismos levará à maior satisfação da sociedade nessa área, com o comprometimento da empresa com as dimensões da responsabilidade social.

O trabalho divide-se em seis seções. Na introdução, contextualiza-se o assunto e apresenta-se o objetivo do trabalho. Na segunda seção, apresentam-se uma revisão da literatura sobre fatores críticos da gestão de qualidade (CSFs), a relação dos fatores críticos do modelo EFQM com o conceito de responsabilidade social, que entendemos, em nossa pesquisa, como resultados na Sociedade, além do Modelo Teórico e das Hipóteses. Na terceira seção, descreve-se a metodologia utilizada e valida-se a escala de mensuração. Na quarta seção, coletam-se os dados da análise e, nas duas últimas seções, discutem-se os resultados e apresentam-se as conclusões juntamente com as limitações da pesquisa.

2 Revisão da literatura
2.1 Fatores críticos de sucesso (FCS) da gestão de qualidade

A primeira pesquisa realizada para determinar os fatores críticos de qualidade, por parte de Saraph, Benson e Schroeder (1989), cujo objetivo era desenvolver e validar empiricamente um instrumento para a mensuração de práticas de qualidade, e que obteve um conjunto de oito fatores críticos da gestão de qualidade, originou-se a partir da revisão de literatura publicada pelos gurus da qualidade. Estes foram os autores que definiram primeiro o que significam os fatores críticos de sucesso (FCS) para TQM “como áreas críticas do planejamento gerencial e as ações que devem ser praticadas para se alcançar uma gestão de qualidade eficaz na unidade de negócios” (Saraph et al., 1989, p. 811).

Essa linha de pesquisa tem sido seguida nos últimos 20 anos em diversos estudos (Ahire, Golhar & Waller, 1996; Fotopoulos & Psomas, 2009; Sadikoglu & Zehir, 2010) que abordaram o problema usando metodologias diferentes e replicando o instrumento em diferentes países e culturas. Até hoje, entretanto, não há consenso sobre o que são os fatores críticos de qualidade (Singh, Feng & Smith, 2006) e a afirmação de Zairi (1996) continua válida. Uma das principais dificuldades no estudo dos fatores críticos da TQM é como defini-los e mensurá-los.

Há alguns anos, os pesquisadores revisam a literatura científica em uma tentativa de coletar os FCS (Hietschold, Reinhardt & Gurtner, 2014; Magd, 2014; Sila & Ebrahimpour, 2002), tendo conseguido mais de 56 fatores diferentes (Hietschold et al., 2014).

Nesse sentido, Magd (2014), em seu estudo, tenta coletar os fatores críticos considerados nos últimos anos. O autor os agrupa em diferentes escolas de pensamento existente: input dos Gurus de Qualidade, Modelos de Excelência e resultados de pesquisas empíricas. Precisamente, analisaram-se 26. Por fim, em seu estudo, ele conclui que os fatores críticos mais comuns identificados pelos gurus de qualidade e modelos de excelência são: planejamento de estratégia e política; informação e análise; gestão de pessoas; gestão de processos; gestão de satisfação do cliente; resultados do negócio; desempenho e gestão de fornecedores/parceiros; impacto na sociedade; gestão de recursos.

Além disso, a partir da análise de fatores críticos usados na pesquisa empírica, destacam-se os seguintes: liderança e comprometimento da alta administração; planejamento estratégico; satisfação e foco no cliente; informação de qualidade e mensuração de desempenho; benchmarking; gestão e desenvolvimento de recursos humanos; treinamento; autonomia e envolvimento dos colaboradores; satisfação dos colaboradores; gestão de processos; gestão de recursos; resultados do negócio; desenvolvimento de produtos e serviços; gestão de fornecedores; melhoria contínua, e comunicação.

No mesmo ano, Hietschold et al. (2014) também revisaram 145 estudos, dos quais 62 foram selecionados de acordo com parâmetros preestabelecidos, 11 fatores críticos básicos foram identificados e 511 fatores extraídos, o que nos dá uma ideia da dispersão da definição, mensuração e uso dos FCS na qualidade.

Em modelos de excelência e, mais especificamente, no modelo EFQM, os fatores críticos de qualidade que são considerados denominam-se critérios fatores (enablers, em inglês) e definem-se como “o que a organização faz e como ela o faz”. Esses critérios fazem parte da premissa fundamental do modelo:

“A satisfação de clientes e colaboradores e a obtenção de um impacto positivo na sociedade são alcançadas por meio da liderança adequada por parte dos gestores no processo de transformar a organização com o estabelecimento de políticas e estratégias apropriadas, utilização apropriada de recursos e alianças de todos os tipos e uma gestão sólida dos processos, todos levando à visão de uma organização com resultados excelentes nos negócios”. (Fundação Europeia pela Gestão de Qualidade [EFQM], 2013).

Em nossa pesquisa, consideramos as premissas incluídas no modelo EFQM: liderança, gestão de pessoal, política e estratégia, gestão de processos e aprendizado.

  • Liderança: refere-se à responsabilidade e ao comportamento de toda a equipe da administração na gestão da empresa no processo de prestação de um serviço de acordo com as exigências dos clientes, com o objetivo de satisfazê-lo, além da promoção de todas as ações necessárias para a melhoria contínua em todos os processos de prestação de serviços, assegurando que o sistema de gestão da organização seja desenvolvido e implantado.

  • Gestão de pessoal: refere-se a como a organização administra e desenvolve as habilidades das pessoas que a constituem e como ela libera todo o potencial delas, individualmente e como equipe, na organização toda. Refere-se, ainda, a como a empresa planeja essas atividades de apoio à política e à estratégia e o desempenho eficaz de seus processos.

  • Política e estratégia: refere-se a como a organização realiza sua missão e visão por meio de uma estratégia clara concentrada nas partes interessadas, “Clientes, Sociedade e Investidores”, com base em políticas adequadas, planos, objetivos, metas e processos.

  • Gestão de processos: refere-se a como a organização desenvolve e melhora seus processos a fim de apoiar sua política e estratégia, e criar cada vez mais valor para os clientes e outras partes interessadas.

  • Aprendizado: é o processo pelo qual se adquirem novas habilidades, conhecimentos, comportamentos ou valores, como resultado de estudo, experiência, treinamento, reflexão e observação.

Vale observar que no Modelo EFQM como modelo de excelência, a responsabilidade social corporativa é um conceito transversal que aparece em cada critério do modelo e incorpora muitos dos valores e áreas trabalhadas na RSC.

2.2 O modelo EFQM x responsabilidade social

A Comissão das Comunidades Europeias (2001) definiu RSC como a integração voluntária, por parte das empresas, de assuntos socioambientais em suas operações e no relacionamento com as partes interessadas, dando origem a práticas que os satisfazem. Segundo Vidal Vázquez e Soto Rodríguez (2013, p. 1124), na RSC, “sua gestão vai além da implantação da qualidade, respeito pelo ambiente ou prevenção de riscos ocupacionais; refere-se à gestão voluntária de todas as áreas da organização por meio de comportamento socialmente responsável”. Portanto, há três áreas de RSC: área econômica (busca do máximo lucro e valor para o acionista), área sociocultural (busca de objetivos sociais da empresa) e área ambiental (contribuição para o desenvolvimento sustentável da empresa) e impacto das organizações em todas as três áreas é evidente.

O modelo de excelência EFQM desenvolvido pela Fundação Europeia pela Gestão da Qualidade é concebido como uma ferramenta de diagnóstico para identificar pontos fortes e áreas de melhoria em comparação com a “Excelência”. Esse modelo inclui a responsabilidade social a ser desenvolvida pelas organizações como um dos conceitos fundamentais de excelência e está transversalmente presente nos diferentes critérios que compõem o modelo (cinco fatores, o que faz a organização, e quatro resultados, o que a organização obtém). Diversos autores consideram que a RSC faz parte do modelo EFQM (McAdam & Leonard, 2003; Robson & Mitchell, 2007), pois na premissa do modelo, os fatores críticos de qualidade da organização são gerenciados considerando seu impacto na sociedade, além de satisfazer todas as partes interessadas.

Em suma, pode-se afirmar que os modelos de Gestão da Qualidade Total, como o EFQM, permitem o desenvolvimento, nas empresas, de uma estratégia de gestão que permite e visa responder às necessidades das partes interessadas (clientes, colaboradores, acionistas e sociedade), integrando os princípios da RSC (Robson & Michell, 2007) no modelo. Vale ressaltar que “a criação de um futuro sustentável” é um dos oito princípios em que o modelo EFQM se baseia, “organizações excelentes têm um impacto positivo no mundo ao seu redor porque aumentam o próprio desempenho enquanto melhoram as condições econômicas, ambientais e sociais das comunidades com que têm contato” (EFQM, 2013). No modelo, coletam-se quatro critérios de resultados, nos quais as conquistas das partes interessadas são medidas em três deles (resultados em pessoas, clientes e sociedade) e os principais resultados alcançados pela empresa.

Nesse sentido, Escrig (2010) afirma que o modelo EFQM é uma ferramenta para as organizações que desejam adotar a filosofia da RSC e, em 2004, o Quadro EFQM para a RSC foi desenvolvido como uma estrutura básica para a RSC. Não é um modelo de excelência novo, mas está integrado no existente, proporcionando uma abordagem estruturada, a fim de gerir a RSC por meio de diretrizes baseadas em práticas excepcionais em nível global. Permite a integração das dimensões ambiental, social e econômica (Fundação Europeia pela Gestão da Qualidade [EFQM], 2004) nas estratégias das organizações.

2.3 Resultados na sociedade/Desempenho social corporativo

Os resultados na sociedade são um dos quatro critérios de “resultados” considerados no modelo EFQM e são definidos como “o que a organização está conseguindo socialmente a nível local, nacional ou internacional” (EFQM, 2013). Conforme mencionado no modelo de excelência EFQM, a gestão adequada de fatores (FCS de Gestão da Qualidade) por meio de comportamentos responsáveis permite um impacto positivo nas partes interessadas, que faz parte do conceito de RSC. Nesse modelo, o impacto da organização na sociedade em sentido amplo é levado em conta e busca atender às necessidades de todos os grupos de interesse, fornecendo valor a todas as partes interessadas (clientes, colaboradores, fornecedores e a comunidade como um todo) (EFQM, 2013).

Nesse critério, avaliam-se a participação ativa e o desenvolvimento da comunidade local pela organização (duas dimensões da RSC, sociocultural e ambiental), considerando-se as políticas de redução e prevenção de riscos para a saúde e segurança, políticas de proteção ambiental, participação da empresa em muitas atividades comunitárias e se os resultados na sociedade mostram melhorias ao longo do tempo. Por outro lado, esse critério também é observado, as ações das empresas voltadas à obtenção de informações permitem a domada de decisões estratégicas para a melhoria da percepção da sociedade sobre o impacto de suas atividades sobre o ela (o sentimento da comunidade é avaliado por meio de pesquisas, reuniões com autoridades etc.; os resultados na sociedade mostram melhorias ao longo do tempo; os objetivos nesse contexto são estabelecidos e os resultados alcançados atingem os objetivos fixados pela organização; as causas desses resultados na sociedade são analisadas e planos ou ações de melhoria são comparados com os principais concorrentes da empresa, e essa comparação é favorável à empresa ou a empresa está aprendendo com eles).

Para alcançá-los, é essencial a participação ativa nas atividades por parte da organização como sujeito responsável da sociedade (comportamento ético e disseminação de valores na sociedade, disseminação de informações relevantes para a sociedade, criação de riqueza e impacto na economia local, nacional, etc.), envolvimento na Comunidade de que faz parte e nas suas diversas áreas (compromisso com o desenvolvimento econômico e social, educação e formação dos integrantes, apoio à cultura e atividades sociais, trabalho voluntário, etc.) e, além disso, as atividades da organização devem ter como objetivo a redução, bem como a eliminação de qualquer inconveniente ou dano que as atividades realizadas em cada uma das áreas que compõem o ciclo de vida do produto ou serviço possam causar (Caneda, 2004).

2.4 Modelo teórico e hipóteses

Nesta pesquisa, para atender ao objetivo proposto, propõe-se um modelo estrutural (Figura 1), no qual são coletadas as relações causais propostas, que nos permitirão analisar a relação entre os fatores críticos de qualidade considerados neste estudo e os resultados na sociedade, entendida como “o desenvolvimento de políticas ambientais, riscos laborais, participação em atividades comunitárias, definição de objetivos neste contexto e análise de seus resultados etc., e, por outro lado, a observar se os resultados melhoram ao longo do tempo”.


Figura 1:
Modelo teórico proposto.

As relações causais apresentadas e as hipóteses que as sustentam são apresentadas, considerando a revisão da literatura antes da pesquisa de campo realizada. Estudos realizados por Saraph et al. (1989), Ahire et ai. (1996), Black e Porter (1996), Yusof e Aspinwall (2000), entre outros, foram revisados. Além disso, foram analisados estudos que levaram em conta o modelo de excelência EFQM e outros, como o Prêmio Nacional de Qualidade Malcolm (Eskildsen & Dahlgaard, 2000; Pannirselvam & Ferguson, 2001; Wilson & Collier, 2000; Winn & Cameron, 1998).

2.4.1 Relação positiva entre liderança e política e estratégia de qualidade, gestão de pessoal e aprendizado

A gestão de liderança é o fator mais importante para implantar e gerenciar com êxito os fatores críticos de qualidade. Esta afirmação é corroborada pelos gurus da qualidade (Deming, 1982; Juran, 1988) e, mais tarde, em estudos de natureza empírica, como os de Saraph et al. (1989), Flynn, Schroeder e Sakakibara (1995) e, mais recentemente, (Lakhal, Pasin & Limam, 2006; Yusof & Aspinwall, 2000), entre outros. De acordo com Barrett e Waddell (2001), não é importante apenas para melhorar o desempenho financeiro, mas também para a implantação bem-sucedida de uma cultura de qualidade.

Eskildsen e Dahlgaard (2000), em seu estudo, apoiam empiricamente a declaração de que a liderança determina a gestão de pessoas e recursos (tem uma influência positiva e significativa), bem como a definição da política e estratégia. Nesse sentido, a alta administração é responsável por criar valores e metas e fornecer os recursos para alcançá-los (Grover, Agrawal & Khan, 2006). A abordagem de liderança em relação à gestão de pessoal, recursos e desenvolvimento da política e estratégia deve ser uma prioridade para qualquer organização (Soltani, Li & Gharneh, 2005). Essas afirmações nos levam a apresentar as seguintes premissas:

H 1 : A liderança da alta administração tem uma influência positiva e significativa na política e estratégia de qualidade.

H 2 : A liderança da alta administração tem uma influência positiva e significativa na gestão de pessoal.

H 3 : A liderança da alta administração tem uma influência positiva e significativa no aprendizado.

2.4.2 Relação positiva entre política e estratégia de qualidade e gestão de pessoal e gestão de processos

Existem vários estudos que mostram essa relação positiva (Black & Porter, 1996, Eskildsen & Dahlgaard, 2000, Saraph et al, 1989, Wilson & Collier, 2000, Win & Cameron, 1998). Winn e Cameron (1998) tornam a relação clara, afirmando que a política e a estratégia são desenvolvidas por meio da implantação de processos-chave (Samson & Terziovski, 1999) e gestão de pessoas (Eskildsen & Dahlgaard, 2000) e, portanto, a política e a estratégia influenciam a gestão de pessoas e de processos.

H 4 : Política e estratégia de qualidade influenciam positiva e significativamente a gestão de pessoal.

H 6 : Política e estratégia de qualidade influenciam positiva e significativamente a gestão de processos.

2.4.3 Relação positiva entre gestão de pessoal e aprendizagem e gestão de processos

Há literatura precedente que discute a relação positiva entre a gestão de pessoal e a gestão de processos (Ahire et al., 1996; Ahmad & Schroeder, 2002; Eskildsen, Kristensen & Jørn Juhl, 2002; Wilson & Collier, 2000). Todos eles têm sido baseados na percepção de que todos os funcionários devem participar e podem fazer contribuições importantes para a gestão de processos com uma gestão adequada (Ahire et al., 1996; Eskildsen et al., 2002; Wilson & Collier, 2000) e treinamento necessário de pessoal (trabalho em equipe, ferramentas etc.).

Nesse sentido, a gestão de pessoal deve se concentrar no desenvolvimento da autonomia (delegar a autoridade para avaliar, implantar e controlar processos aos trabalhadores), comprometimento dos colaboradores (alcançado somente com a criação de uma cultura de qualidade segundo Zhang et al., 2000) etc., isto é, envolver os colaboradores na melhoria dos processos. Estudos de Wilson e Collier (2000), Eskildsen et al. (2002) mostram como a gestão de recursos humanos relaciona-se positivamente com a gestão de processos.

No que diz respeito à relação positiva com o aprendizado, de acordo com Ahmad e Schroeder (2002), o processo de melhoria da qualidade é um processo de aprendizado organizacional que se baseia nos colaboradores. Nesse sentido, somente quando os colaboradores são treinados e tiverem desenvolvido suas habilidades, poderão estar envolvidos na melhoria do processo (Ahire et al., 1996; Rao, Solis & Raghunathan, 1999). Estudos como os de Anderson, Rungtusanatham e Schroeder (1994) e Hackman e Wageman (1995) mostram a relação entre os dois conceitos: o aprendizado influencia a gestão de processos. Isso nos leva a propor as seguintes hipóteses:

H 5 : A gestão de pessoal influencia positiva e significativamente o aprendizado.

H 7 : A gestão de pessoal influencia positiva e significativamente a gestão de processos.

H 8 : O aprendizado influencia positiva e significativamente a gestão de processos.

2.4.4 Relação positiva entre a gestão de processos e os resultados na sociedade

A gestão de processos, em estudos, é frequentemente correlacionada positivamente com indicadores de desempenho (Nair, 2006) e no modelo EFQM, a gestão de processos é a ligação entre fatores e resultados. A qualidade como excelência não consiste somente em alcançar resultados-chave de negócios, mas também em alcançar resultados em clientes internos (colaboradores) e externos (consumidores), bem como na sociedade de que as empresas fazem parte (Nabitz, Severnsm Van Den Brink & Jansen, 2001).

É tarefa da empresa liderar e apoiar a dimensão da responsabilidade social (Rao et al., 1999), promovendo iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à cultura responsável. O trabalho de Eskildsen et al. (2002) mostra que a melhoria no desempenho organizacional é resultado da gestão de pessoas e processos, e estudos de Holjevac (2008) mostram que a TQM aumentou a responsabilidade social e a ética. Portanto, propomos a seguinte hipótese.

H 9 : A gestão de processos influencia positiva e significativamente os resultados na sociedade.

3 Metodologia
3.1 Universo e área de estudo

O escopo do estudo são os estabelecimentos de alojamento rural (denominados Casa Rural) na Espanha, que são certificados com o “Quality Tourism Q”, único no setor de turismo na Espanha. Essa certificação é concedida pelo Instituto Espanhol de Qualidade Turística (ICTE) se a empresa cumprir com a UNE 183001: 2009 - Requisitos de Alojamento Rural para a prestação do serviço. É norma padronizadora de um sistema de qualidade intermediário entre a garantia de qualidade e o modelo EFQM e difere do sistema de garantia ISO 9001 na medida em que, além de conter os requisitos mínimos para a implantação de um sistema de gestão da qualidade, inclui as especificações dos serviços que a empresa deve implantar. Ambos os sistemas são compatíveis e complementares.

A base de dados que inclui a população estudada foi desenvolvida a partir de informações coletadas no site do ICTE e compreende 227 Casas Rurais certificadas, cujo gerente de qualidade recebeu um questionário estruturado por e-mail (setembro a dezembro de 2012) e foi posteriormente contatado por telefone para aumentar a taxa de resposta. Obtivemos 100 questionários válidos (taxa de resposta 44,05%), totalmente preenchidos e descartando os que estavam incompletos. O estudo possui uma margem de erro de 7,48% para um nível de confiança de 95% Z = 1,96 p = q = 0,5.

No que diz respeito ao perfil da amostra, 95% das acomodações são microempresas (0-9 empregados) e os 5% restantes são alojamentos de pequeno porte (10-49 trabalhadores), considerando-se os critérios de classificação da Comissão Europeia na Recomendação C (2003) 422 adoptada em 6 de maio de 2003. Além disso, 67 estabelecimentos tiveram a certificação da UNE 183991: 2009 0-3 anos e 33 estabelecimentos mais de três anos.

3.2 Questionário e mensuração

Para a elaboração do questionário para mensuração de cada um dos fatores críticos considerados, foram consideradas escalas de medição criadas e validadas empiricamente por renomados pesquisadores no campo da qualidade, adaptadas ao setor (por exemplo, Grandzol & Gershon, 1998, Tarí, Molina e Castejón, 2007) (vide apêndice), de forma que a validade interna da escala seja garantida. Antes de enviar o questionário final, foram selecionados 20 sujeitos (gestores de empresas, amostra e especialistas na área da gestão da qualidade) e realizamos um pré-teste para confirmar a validade e clareza das questões. O instrumento foi revisto com base nas suas sugestões.

Por fim, o questionário foi dividido em duas partes. A primeira parte consiste em perguntas que coletam os dados para o perfil da amostra (tamanho do estabelecimento, padrão de qualidade que eles têm, anos de certificação, posição da pessoa pesquisada). Na segunda parte, são coletadas as escalas de mensuração de cada um dos fatores críticos, com 49 itens (vide Apêndice), agrupados em sete fatores críticos (liderança-8, política de qualidade/planejamento-7, gestão de pessoal-11, aprendizado-9, gestão de processos-6 e resultados da sociedade-8). Uma escala Likert de 7 pontos que varia de 1 (não implantado) a 7 (100% implantado) é usada, e, no caso de resultados na sociedade, os itens são avaliados de 1 a 7, discordo plenamente concordar plenamente. Os resultados dos resultados descritivos estão relacionados na Tabela 1, e observamos que a média em cada um dos itens que medem os construtos é muito alta.

Tabela 1:
Questões relacionadas ao modelo (traduzidas do espanhol) e resultados descritivos


3.3 Análise de dados

Para a validação dos modelos de mensuração por meio da análise fatorial exploratória (EFA), utiliza-se o software estatístico SPSS versão 19.0, enquanto o AMOS 20.0 é utilizado para validar o modelo de mensuração por meio da análise fatorial confirmatória (AFC) e estimativa do modelo utilizando a técnica de Modelagem de Equações Estruturais (MEE).

Validação do modelo de mensuração

Considerando as recomendações metodológicas de Anderson e Gerbing (1988), as propriedades psicométricas das escalas (confiabilidade, validade e dimensionalidade) são analisadas, com o objetivo de definir o número de itens que medem cada variável. Para executar o processo de depuração das escalas de mensuração, vamos seguir duas fases: uma de natureza exploratória (AFE) e outra confirmatória (AFC).

Para analisar a confiabilidade dos dados, examinou-se a consistência interna (análise de variações e covariações de indicadores de teste), isto é, a correlação item-total de cada uma das escalas propostas é observada e o Cronbach Alpha foi verificado (1951). O valor mínimo da correlação item-total recomendada é de 0,3 e Cronbach a, superior a 0,7 de acordo com Nunnally (1979).

Para verificar a unidimensionalidade ou validade discriminante, realizou-se uma análise fatorial exploratória (Bagozi & Baumgartner, 1994) com rotação varimax e Método de Extração de Máxima Probabilidade que nos permite determinar quais variáveis observáveis carregam que variáveis latentes: variação explicada (deve ser superior a 50%) e fator de carga (cargas inferiores a 0,3 são consideradas significativas segundo Hair, Anderson, Tathaman & Black, 1999).

A segunda fase do processo de depuração de escalas consistiu em submeter as soluções do fator obtidas para validação por análise técnica confirmatória de fator (confiabilidade, validade e unidimensionalidade são analisadas novamente), com o objetivo de confirmar se o modelo especificado corresponde à realidade. A análise fatorial confirmatória permite-nos testar a qualidade de ajuste da solução proposta (a qualidade do ajustamento do modelo estrutural de mensuração e o ajustamento global do modelo são avaliados).

Para examinar o ajuste do modelo estrutural de mensuração, o significado dos coeficientes estimados é considerado de acordo com os seguintes parâmetros: o valor t de cada indicador normalizado deve exceder + - 1,96; a carga padrão deve ser de aproximadamente 0,7 (Jöreskog & Söbom, 1993) e o parâmetro R2 considera o valor 0,5 recomendado por Sharma (1996). Para a avaliação do ajuste geral, três tipos de índices são levados em conta: ajuste absoluto, ajuste incremental e parcimônia.

Para a análise da confiabilidade, estimou-se pelo coeficiente de confiabilidade composto de cada construto (que relata a coerência interna na medida do construto) o valor recomendado mínimo de 0,7 e a variação extraída (AVE) recomendada é maior ou igual ao limiar de 0,5 (Hair, Sarstedt, Hopkins & Kuppelwieser, 2014). Comunica-se o valor total da variação dos indicadores considerados pelo construto latente.

Estimativa da modelagem de equação estrutural (MEE)

Para examinar o ajuste do modelo estrutural proposto, as cargas fatoriais de segundo nível (β) e a proporção da variação explicada (R2), indicando a quantidade de variação do construto que é explicada pelo modelo, são analisados. Em primeiro lugar, a relevância de (β) é considerada, onde o valor t de cada indicador normalizado deve exceder + - 1,96. Em segundo lugar, é avaliado o ajustamento global do modelo, considerando-se a seguinte qualidade (Jöreskog & Söbom, 1988), o que garante a aceitabilidade do modelo a partir de diferentes perspectivas: qui-quadrado (χ2); índice de ajuste comparativo (CFI); índice ajuste de qualidade (GFI); índice ajuste normatizado (NFI); índice ajuste de qualidade ajustado (AGFI); erros de aproximação de robustez médios ao quadrado (RMSEA). Os valores recomendados superiores a 0,9, de acordo com Hair et al. (1999) e Jöreskog e Söbom (1988), para os índices CFI, GFI, NFI e AGFI e valores RMSEA abaixo de 0,08 (Browne & Cudeck, 1993) são recomendados.

4 Resultados
4.1 Modelo de mensuração

Na análise exploratória, o instrumento de mensuração de confiabilidade mostra que todos os itens têm uma correlação item-total acima do mínimo recomendado de 0,3. O Cronbach alfa em todas as escalas é maior que 0,7, valor recomendado por Nunnally (1979), que indica a consistência interna adequada. No que diz respeito à análise da unidimensionalidade, os resultados não levaram à remoção de qualquer item; em todos os casos, a carga dos fatores é maior que 0,5 e a porcentagem acumulada de variação explicada é maior que 50% em cada uma das escalas.

Na análise fatorial confirmatória das escalas, examinamos o modelo de mensuração, o modelo estrutural e o modelo geral, o que garante a validade e confiabilidade das escalas de mensuração, depurando o modelo se necessário. Conforme a Tabela 2, os modelos têm boas medidas de ajuste absoluto, incremental e parcimônia, todos os indicadores mostram valores dentro dos limites de geralmente aceitos e a probabilidade associada com c2 está acima da recomendada de 0,05.

A confiabilidade mensurada pela variação média (AV) e a confiabilidade composta (CR) têm, em todos os casos, valores superiores a 0,5; no caso de AV e CR, os valores estão acima do mínimo recomendado de 0,7. Por fim, a validade do conceito é estudada a partir da perspectiva validade convergente, o que é demonstrado, visto que as cargas fatoriais são estatisticamente significativas (Student t> + - 1,96, Anderson & Gerbing, 1988) e também as cargas fatoriais padronizadas são maiores que β > 0,50 (Hildebrandt, 1987) (Tabela 2).

Com relação à Validade Discriminante (que nos permite também verificar a unidimensionalidade dos construtos), para sua verificação, revisamos as estimativas das correlações entre os diferentes fatores latentes, observando que as correlações não são superiores a 0,5, portanto podemos assumir que existe e não há necessidade de mais testes.

Tabela 2:
Resultados da análise fatorial confirmatória


4.2 Modelo estrutural

Os coeficientes padronizados (β) que indicam os pesos dos efeitos diretos de um construto sobre outro e a direção, como visto na Figura 2, são significativos para p <0,05, ou p <0,001. Os índices de qualidade de ajuste do modelo mostram um bom ajuste do modelo. Todos os índices estão dentro de limites aceitáveis e acima dos valores mínimos recomendados na literatura (Hair et al., 1999; Jöreskog & Söbom, 1988).

A hipótese H3 que apresentou a relação causal entre liderança e aprendizado não foi apoiada estatisticamente por coeficientes padronizados significativos (β) (t> + - 1,96). A medida R2 que indica o valor da variação dos construtos, o que é explicado pelo modelo, está baixo no caso dos Resultados na Sociedade (11,6%).


Figura 2:
Diagrama do modelo estrutural final
Obs.: *p<0,05; ***p<0,001 χ2(df7)=11,332 (p=0.125), GFI=0,965, AGFI=0,895, CFI=0,987, RMSEA=0,079, χ2Normalizado(χ2/df) = 1,619 (b) todos os coeficientes padronizados indicam uma relação positiva

Por fim, examinamos os efeitos (diretos e indiretos) dos construtos incluídos no modelo sobre os resultados na sociedade (Tabela 3).

Tabela 3:
Efeitos diretos, indiretos e totais sobre satisfação/gestão de pessoal


5 Discussão

Nos últimos anos, vários estudos empíricos procuraram analisar a relação entre os fatores críticos do modelo EFQM denominados fatores e os resultados, incluídos no modelo EFQM e que são resultados em clientes, funcionários, sociedade e resultados-chave (Bou-Llusar, Escrig-Tena, Roca-Puig & Beltrán-Martín, 2005, 2009; Calvo-Mora, Leal & Roldán, 2005; Chinda & Mohamed, 2007; Eskildsen & Dahlgaard, 2000; Eskildsen, Kristensen & Jørn Juhl, 2001, entre outros). Em geral, eles estudam a relação geral com cada um dos resultados coletados (fatores com resultados), mas poucos estudos analisam a relação individual com os resultados na sociedade.

Os resultados do modelo estrutural proposto (Tabela 4) mostram que existe uma relação entre os fatores críticos de qualidade e os resultados na sociedade no domínio da habitação rural, mas é fraca. Pode-se observar que há uma influência direta entre a gestão de processos e os resultados na sociedade, sendo antecedentes de tal relação a política e estratégia de qualidade, gestão de pessoal, aprendizado gerenciado por liderança efetiva e um comprometimento visível com a implantação da qualidade pela gestão.

Tabela 4:
Resultados do modelo estrutural


Todas as hipóteses propostas no modelo são empiricamente validadas por coeficientes padrão significativos, exceto pela relação entre liderança e aprendizado (H3) que se perde, resultado oposto ao obtido por Tarí et al. (2007). Esse resultado pode ter se dado porque, no setor de habitação rural, o número de funcionários é muito limitado, de forma que a liderança não é importante para estabelecer a política de qualidade e planejamento, além de práticas de gestão de pessoal e não influencia diretamente o processo de aprendizado, que é influenciado pela gestão de pessoal.

Na literatura revisada, encontramos estudos que embasam cada uma das hipóteses empiricamente validadas neste estudo. A relação positiva entre a liderança e política e estratégia de qualidade (H1) é corroborada por estudos de Samson e Terziovski (1999), Eskildsen e Dahlgaard (2000), Lee, Rho e Lee (2003), Calvo-Mora et al. (2005), Chinda e Mohamed (2007), Moon, Lee, Yong-Seung e Suh (2011) e Savic et al. (2013). A hipótese de H2, apresentada pela relação positiva entre liderança e gestão de pessoal, é embasada por Flynn et al. (1995), Samson e Terziovski (1999), Eskildsen e Dahlgaard (2000), Calvo-Mora et al. (2005), Chinda e Mohamed (2007), Moon et al. (2011), Savic et al. (2013).

Por outro lado, os resultados mostram que os antecedentes da gestão de processos são a política e estratégia de qualidade (H6), gestão de pessoal (H7) e aprendizado (H8), que têm um efeito direto e positivo na gestão de processos. Esses resultados são corroborados por Eskildsen e Dahlgaard (2000), Calvo-Mora et al. (2005), Chinda e Mohamed (2007) e Tarí et al. (2007). Há também uma relação de interdependência entre a política e o planejamento e a gestão de pessoal (H4) e desta com o aprendizado (H5), o que está em linha com outros estudos (Calvo De Mora et al., 2005, Eskildsen & Dahlgaard, Et al., 2003, Samson & Terziovski, 1999, Tarí et al., 2007). Por fim, a relação entre gestão de processos e resultados na sociedade (H9) é globalmente embasada em estudos de Bou-Llusar et al. (2005) e Tarí et al. (2007).

Finalmente, os resultados obtidos sugerem que a gestão de processos é a única prática de qualidade que tem um efeito direto sobre os resultados na sociedade (β = 0,258), com o maior efeito total sobre esse resultado. A variância explicada da variável (R2 = 0,116) indica que as variáveis incluídas no modelo explicam 11,6% dos resultados na sociedade.

6 Conclusões

Este estudo complementa estudos anteriores realizados para analisar a influência da implantação de TQM em resultados na sociedade, uma vez que os resultados são contraditórios. Diversos estudos demonstram que a gestão da qualidade, nem sempre melhora a sustentabilidade de uma empresa (Benavides-Velasco, Quintana-García & Marchante-Lara, 2014; Viada-Stenberg, Balbastre-Benavent & Redondo-Cano, 2010), enquanto outros, como McAdam e Leonard (2003), Withanachchi et al. (2007) e Zink (2007), afirmam que a implantação da TQM pode produzir mudanças na cultura organizacional, o que facilita a incorporação dos objetivos e práticas de RSC. Nesse sentido, Withanachchi et al. (2007) afirmam que pode facilitar o desenvolvimento de atividades socialmente responsáveis e, para Curkovic (2003), facilita o desenvolvimento da gestão ambiental. A gestão dos fatores críticos no Modelo de Excelência EFQM tem como objetivo favorecer a implantação da Responsabilidade Social Corporativa, visando à gestão eficaz dos colaboradores, a questão da gestão ambiental, a transparência nas operações, etc. Permite avançar nas sete questões fundamentais encontradas na ISO 26000: 2012. É um guia de responsabilidade e de como ganhar vantagens competitivas de longo prazo, o que permitirá alcançar a excelência por ser socialmente responsável.

Portanto, a contribuição deste estudo, que explora o impacto dos fatores críticos de qualidade nos resultados na sociedade, é confirmar que há um efeito dos fatores críticos de qualidade sobre os resultados na sociedade (responsabilidades sociais e ambientais) por meio da relação direta da gestão de processos com resultados de impacto social. Nesse sentido, pouquíssimos estudos examinam essa relação. Estudos anteriores analisaram detalhadamente a relação com os quatro resultados do modelo EFQM, portanto, com esta pesquisa, queremos completar a literatura científica e apoiar uma das duas abordagens contraditórias que mencionamos. Os resultados foram validados estatisticamente e mostraram que a qualidade influencia a variável resultados na sociedade, embora esse impacto seja muito fraco, enquanto não há outras variáveis explicativas no modelo. Esse resultado é corroborado pelos resultados obtidos nos estudos de McAdam e Leonard (2003) e Withanachchi et al. (2007), que argumentam que práticas de qualidade podem facilitar o desenvolvimento da RSC.

Portanto, acreditamos que, como Tarí e García (2011) e Benavides-Velasco et al. (2014), a implantação da gestão de qualidade favorece a implantação de ações de responsabilidade social (ambiental e social), sendo necessária quanto mais a empresa promove uma cultura de RSC e implanta essa filosofia, integrando questões sociais e ambientais na estratégia e operações da organização. Conforme mencionam Benavides-Velasco et al. (2014, p. 77), “Gestão da Qualidade Total (TQM) e a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) são filosofias de gestão relevantes na indústria hoteleira para criar uma vantagem competitiva sustentável” e “a complementaridade de ambas as filosofias pode melhorar o desenvolvimento da RSC”. No entanto, observam que a TQM é uma filosofia implantada em muitas empresas do setor do turismo, enquanto a implementação da RSC é mais recente nesse setor. (Alonso-Almeida et al., 2012, Kang et al., 2010).

Em seu estudo, demonstraram empiricamente que não há influência direta da gestão de qualidade no nível de satisfação da sociedade, que seria mais influenciado pela implantação de atividades de RSC. No entanto, “o nível de desenvolvimento da RSC seria positivamente influenciado pela implantação da TQM “ (Benavides-Velasco et al., 2014, p. 84).

Por outro lado, estamos especialmente interessados em destacar os resultados obtidos especificamente neste setor de grande importância para o turismo de hoje, além da contribuição para a literatura científica mencionada anteriormente. Eles também nos permitem extrair uma importante aplicação prática para o setor. Assim, os gestores dos estabelecimentos devem estar cientes de que a implantação de um sistema de gestão da qualidade é o primeiro passo para a obtenção de resultados na sociedade no sentido de que, como já mencionado, favorece a implantação de ações de responsabilidade social, Os estabelecimentos de alojamento rural devem criar uma cultura de RSC dentro da empresa.

Este estudo apresenta limitações inerentes à maioria das pesquisas: (1) estudo de um setor com características específicas, setor habitacional rural e dados de um determinado momento no tempo (desenho longitudinal), a generalização dos resultados deve ser feita com cautela e sempre a partir de uma análise prévia das características da população a ser considerada; (2) os questionários foram respondidos por gestores de qualidade, o que é um viés na investigação, limitação essa que pode ser resolvida por meio da participação de todos os recursos humanos da organização (administração de nível médio, funcionários) na coleta de dados, (3) número de respostas, que é bastante limitado para o número de itens, mas foi uma dificuldade superada pela limitação do número de sujeitos da população. Consideramos que a realização do estudo, apesar desta limitação, é importante dada crescente importância deste setor hoje (turismo, número de postos de trabalho, desenvolvimento regional das zonas rurais etc.) e é de extrema importância aprofundar o conhecimento neste campo de estudo do setor, utilizando técnicas estatísticas avançadas. Portanto, investigamos as recomendações atuais sobre o tamanho da amostra e o número de itens. Acreditamos que, com certas limitações, o estudo atende aos requisitos do tamanho mínimo de amostra necessário, levando em conta os novos estudos que existem sobre o número de respostas e tamanho da população, para obter estimativas precisas dos coeficientes na EFA (Lloret-Segura, Ferres-Traver, Hernández-Baeza & Tomás-Marco, 2014).

Material suplementar
Apêndices
Apêndice: Escalas de mensuração




Apêndices
Contribuição dos autores:




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Notas
Notas
2 Avaliado pelo sistema: Double Blind Review
Notas
Uma versão preliminar deste artigo foi apresentada no XXIV AEDEM International Conference da European Academy of Management and Business Economics (Londres, Reino Unido), realizado nos dias a 2 de setembro de 2015. Para esta versão, o artigo teve trechos atualizados.
Autor notes
Editor responsável: Prof. Dr. João Maurício Gama Boaventura
1. María de la Cruz del Río-Rama, PhD em Gestão de Negócios, Universidade de Vigo, Ourense, Espanha. E-mail: delrio@uvigo.es
2. José Álvarez-García, PhD em Gestão e Planejamento Turístico, Universidade de Extremadura, Cáceres, Espanha. E-mail: pepealvarez@unex.es
3. José Luis Coca-Pérez, PhD em Ciências Econômicas e Empresariais, Universidade Complutense de Madri, Espanha. E-mail: jlcoca@unex.es

Figura 1:
Modelo teórico proposto.
Tabela 1:
Questões relacionadas ao modelo (traduzidas do espanhol) e resultados descritivos


Tabela 2:
Resultados da análise fatorial confirmatória



Figura 2:
Diagrama do modelo estrutural final
Obs.: *p<0,05; ***p<0,001 χ2(df7)=11,332 (p=0.125), GFI=0,965, AGFI=0,895, CFI=0,987, RMSEA=0,079, χ2Normalizado(χ2/df) = 1,619 (b) todos os coeficientes padronizados indicam uma relação positiva
Tabela 3:
Efeitos diretos, indiretos e totais sobre satisfação/gestão de pessoal


Tabela 4:
Resultados do modelo estrutural









Figure 1:
Proposed theoretical model.
Table 1:
Model-related questions (translated from Spanish) and descriptive findings


Table 2:
Results of the confirmatory factor analysis



Figure 2:
Diagram of the final structural model
Note. *p<0.05; ***p<0.001 χ2(df7)=11.332 (p=0.125), GFI=0.965, AGFI=0.895, CFI=0.987, RMSEA=0.079, χ2Normalized(χ2/df) = 1.619 (b) all standardized coefficients indicate a positive relationship
Table 3:
Direct, indirect and total effects on employee management/satisfaction


Table 4:
Structural model results








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