Resumo: A pesquisa científica é utilizada como um meio para adquirir conhecimento sobre determinada realidade. No entanto, o caminho científico não é fácil de ser trilhado, existem dificuldades e certas habilidades que devem ser trabalhadas. Uma delas é a habilidade para a definição correta do problema de pesquisa. O objetivo deste estudo é identificar a qualidade dos problemas de pesquisa nos artigos científicos publicados no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. Realizou-se pesquisa descritiva, documental, de cunho predominantemente qualitativo. Com base nos Anais do congresso, foram baixados, tabulados e analisados 98 artigos, ou seja, todos os artigos científicos do congresso com exceção dos ensaios teóricos. Constatou-se que 61% dos artigos apresentaram alguma inconsistência na formulação do problema de pesquisa. Os maiores percentuais de inconsistências foram constatados nas áreas temáticas Atuária, Controladoria e Controle Gerencial, e Mercado Financeiro, de Crédito e de Capitais, com 80%, 67% e 65%, respectivamente. As inconsistências mais recorrentes na formulação dos problemas de pesquisa foram problemas de pesquisa implícitos, e que podem ser respondidos com respostas simples do tipo “sim” ou “não”. Embora não seja a inconsistência mais recorrente, a não menção do problema na introdução do artigo foi constatada em 16 trabalhos.
Palavras-chave: Problema de pesquisaProblema de pesquisa,Artigos científicosArtigos científicos,Congresso USPCongresso USP.
Abstract: Scientific research is used as a means of acquiring knowledge about a certain reality. However, the scientific path is not easy to be undertaken, there are certain difficulties and skills that must be handled. The ability to properly define the research problem is one of them. The objective of this study is to identify the quality of research problems in scientific articles published in the 11th Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. A descriptive, documental research has been carried out, predominantly of qualitative nature. Based on the Annals of Congress, 98 articles have been downloaded, tabulated and analyzed, which correspond to all the papers of the congress with the exception of theoretical essays. It was found that 61% of the articles showed some inconsistency concerning the formulation of the research problem. The Actuarial Science, Accounting and Management Control, and Financial Markets Credit and Capital thematic areas, presented the highest percentages of inconsistencies, with 80%, 67% and 65%, respectively. The most recurrent inconsistencies in the formulation of research problems were: research problems not directly stated, and allowing simple “yes” or “no” answers. Although not the most recurrent inconsistency, 16 articles did not include the problem in the introduction of the article.
Keywords: Research problem, Papers, Congresso USP.
Articles
ANÁLISE DO PROBLEMA DE PESQUISA DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS PUBLICADOS NO 11º CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE
ANALYSIS OF RESEARCH PROBLEMS IN SCIENTIFIC ARTICLES PUBLISHED IN THE 11TH CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE
Recepção: 20 Fevereiro 2012
Revised document received: 15 Agosto 2012
Aprovação: 30 Junho 2012
O principal objetivo do ser humano é conhecer a verdade e a realidade. Para isso, utiliza vários mecanismos, entre eles, a pesquisa científica como uma das opções para adquirir conhecimento sobre certa realidade (MARTINS, 1994). Um aspecto a ser considerado neste processo é a dificuldade de se iniciar o caminho da pesquisa científica, de conhecer seus passos, entender os quesitos necessários e ter sabedoria para superar as armadilhas.
A definição do problema de pesquisa é uma peça chave para superar tais dificuldades que, à primeira vista, parece ser simples, mas no decorrer do caminho se apresenta cheia de complexidades. Assim, Gressler (2004) comenta que quando um problema de pesquisa é encontrado, parte da pesquisa está encaminhada. Portanto, uma pesquisa tem seu ponto de partida quando o problema é identificado, pois se pressupõe que para a formulação da solução do problema, necessita-se de um quadro teórico e um método de pesquisa adequado, o que contribui para a criação de uma ciência (GRESSLER, 2004).
É fundamental para as pesquisas científicas que as perguntas de pesquisa sejam formuladas de forma cuidadosa. A produção científica exige perguntas que abram novos problemas de investigação e que resolvam controvérsias de longa data (CAMPBELL et al, 1982). Dessa forma, se as questões de pesquisas não forem colocadas de forma correta, é menos provável que os esforços da pesquisa gerem teorias interessantes e significativas. Assim, apesar da importância que colocam sobre questões de pesquisas, pouca atenção tem sido dada para a maneira como elas são formuladas.
Paviani (2009) afirma que o problema científico surge quando nosso conhecimento não é suficiente para descrever e explicar certas situações. Consequentemente, as lacunas existentes em determinadas áreas são as propulsoras da criação de um problema científico.
Torres e Augusto (2006) afirmam que o problema necessita de uma reflexão e deve ser formulado a fim de permitir que as respostas sejam orientadas para a resolução do problema de pesquisa. As pesquisas têm seu início com um problema que provoque a dificuldade de resolução ou até mesmo de explicação. Na área científica, os problemas são questões ainda não resolvidas e que apresentam evidências para discussões (GIL, 1991).
Com tais evidências, percebe-se a importância de uma adequada formulação do problema de pesquisa. No entanto, Martins e Theóphilo (2008) comentam que existem formas inadequadas de formulação desses problemas. Os autores elucidam alguns pontos em que a formulações do problema de pesquisa pode comprometer o andamento do trabalho, como problemas que conduzem a trabalhos bibliográficos; problemas que podem ser resolvidos com respostas do tipo “sim” ou “não”; problemas que contêm juízo de valor; e problemas de engenharia.
Os problemas de pesquisa buscam alternativas e meios para se chegar a soluções de determinado tema, assim, um problema de pesquisa que pode ser respondido com “sim” ou “não” é considerado não científico, não contribuindo para a formação de uma ciência (GRESSLER, 2004; PAVIANI, 2009; TORRES e AUGUSTO, 2006).
Vários autores têm discutido a existência de juízo de valores nos problemas de pesquisa. Os autores Bunge (1974), Kerlinger (1980, 1991), Martins (2002), Martins e Theóphilo (2007, 2008) afirmam que o juízo de valor envolve questões pessoais. Essas questões envolvem aspectos éticos e morais do pesquisador, que não podem ser comprovados por meio de testes empíricos, fato não aceito pela ciência.
Questões que envolvem problemas de engenharia também podem ser encontradas na elaboração de um problema de pesquisa. Autores como Hegenberg (1969), Kerlinger (1980), Martins e Theóphilo (2008) destacam que os problemas de engenharia consistem em problemas do tipo como fazer ou como usar algo, os quais também são considerados inadequados por não serem passíveis de testes e não relacionarem variáveis.
Diante da complexidade exposta quanto à formulação de um problema de pesquisa, o presente trabalho elaborou a seguinte questão-problema: Como foram apresentados e elaborados os problemas de pesquisa dos artigos científicos publicados no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade? Para responder a esta questão, definiu-se como objetivo identificar a qualidade dos problemas de pesquisa nos artigos científicos publicados no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade.
Justifica-se o trabalho pela constatação da existência de artigos científicos publicados em congressos de alto impacto com problemas de pesquisa elaborados de forma subjetiva, implícita e sem clareza, desobedecendo à metodologia necessária. Costa et al. (2011) aborda também o tema, entretanto, a análise efetuada teve uma conotação predominantemente quantitativa.
Justifica-se ainda o trabalho pela constatação do crescente aumento dos cursos de pós-graduação stricto sensu no país. Especificamente em ciências contábeis, conforme consulta ao sítio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES) em janeiro de 2012, são oferecidos 4 programas de mestrado profissional, 16 programas de mestrado acadêmico e 3 programas de doutorado. Considerando-se todos os 23 cursos, 16 deles iniciaram após 2002, ou seja, nos últimos dez anos, 69,5% dos cursos foram recomendados pela CAPES e iniciaram suas atividades. Atrelado a este aumento de cursos em ciências contábeis, é necessário atenção e acompanhamento constante por parte dos pesquisadores com relação à qualidade dos artigos publicados.
Também a escolha do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade se deve pelo fato do congresso se configurar como evento científico de abrangência nacional, contemplando os diversos estados de federação, tanto pelo número de participantes, como por autores. O número de artigos submetidos, desde sua primeira edição até a décima primeira, corresponde a 4.088 trabalhos, dos quais 1.087 foram selecionados para apresentação ou discussão.
A investigação específica à 11º edição do evento se deve por ser a mais atual. A partir dos resultados obtidos neste estudo, outras possibilidades e questionamentos podem emergir e serem, consequentemente, implementadas para abranger um número maior de edições deste e de outros congressos em pesquisas futuras.
Na perspectiva metodológica e científica, um problema é o mesmo que uma situação real ou artificial, perplexa e desafiadora, cuja solução requer um pensamento reflexivo (GRESSLER, 2004; PAVIANI, 2009).
Para Martins e Theóphilo (2007), o problema de pesquisa requer a submissão da investigação sistemática para a realidade, demonstrando uma visão ampla do objeto a ser pesquisado. Para Popper (1993), a problematização faz com que o pesquisador exponha a importância da pesquisa, partindo da seleção dos temas até o detalhamento da investigação empírica.
Entende-se que a evolução da produção do conhecimento sobre certo objeto de estudo ocorre na medida em que se busque um maior cuidado na formulação dos problemas de pesquisa, elemento que, quando bem definido, concorre para a sistematização lógica do trabalho (THEÓPHILO; IUDÍCIBUS, 2006).
Marconi e Lakatos (2003, p. 97) afirmam que “toda investigação nasce de algum problema teórico/prático, o qual informará o que é relevante ou irrelevante a ser observado, bem como os dados que devem ser selecionados”. Desta forma, a problematização é oriunda da dúvida, inquietação ou curiosidade sobre algum assunto ainda não resolvido, ou resolvido apenas parcialmente (MARTINS; THEÓPHILO, 2007).
O questionamento da pesquisa é um indicador da robustez ou não da proposta de estudo, e sua definição criteriosa constitui um importante quesito para a consistência lógica do trabalho (THEÓPHILO; IUDÍCIBUS, 2006). Assim, todas as pesquisas devem iniciar com um problema que dá margem à dificuldade de explicação e resolução. Para a área científica, os problemas são questões não resolvidas e que estão em discussão (GIL, 1991).
Trivinõs (1987) expõe que definir um problema de pesquisa é algo bastante trabalhoso, e muitas horas de trabalho podem ser perdidas quando os envolvidos têm pouca experiência e invadem um campo com escassez de informações ou pouca concepção teórica.
Muitas vezes o problema é que é o problema, pois existem problemas que podem não ser científicos. Os problemas não científicos buscam a solução por meio de questões religiosas ou filosóficas. Já a solução dos problemas científicos é embasada em métodos aprovados pela comunidade científica (PAVIANI, 2009).
O problema de pesquisa produz conhecimento em duas formas. Na primeira, o investigador acredita possuir amplo domínio sobre o tema, devido à experiência em outras pesquisas e à leitura de diversos materiais sobre o assunto. Desta forma, define-se o problema de pesquisa sem a participação da população em estudo. A segunda forma ocorre quando o pesquisador se insere na população de estudo para tentar levantar os problemas pesquisados (RICHARDSON, 1989). Entretanto, Martins e Theóphilo (2007) indicam que os problemas científicos se estabelecem sobre um arcabouço científico, estudados por meio de métodos com o objetivo de criar novos conhecimentos. Na visão de Kerlinger (1980), o problema se torna científico quando pode ser testado empiricamente e aceito pela comunidade científica. Além disso, ele deve ser introduzido na forma interrogativa, para apresentar diretamente o problema. De forma mais específica, os pressupostos que devem ser observados na elaboração de um problema de pesquisa são apresentados no tópico seguinte.
Conforme muitos estudiosos têm apontado, é fundamental para todas as pesquisas científicas que o problema de pesquisa seja elaborado de forma cuidadosa (CAMPBELL ET AL., 1982; BRUNER, 1996; ABBOTT, 2004; VAN DE VEN, 2007). Eles salientam também a importância do problema de pesquisa na geração de perguntas inovadoras que abram novos problemas de investigação.
Conforme o entendimento de diferentes autores, a elaboração de um problema de pesquisa deve contemplar alguns aspectos ou condições. Martins e Theóphilo (2007) mencionam que o problema de pesquisa deve ser acessível e se inserir em um campo do conhecimento, ser bem definido e ater-se a uma única solução, com sugestão de investigações para resolvê-lo. Os autores destacam ainda que, para a formulação do problema, o arcabouço e os pressupostos não podem ser falsos, devendo ser bem delimitados e antecipar as condições acerca da solução e da comprovação.
Gressler (2004) expõe que um problema científico deve refletir ou esclarecer a relação entre as variáveis. O autor esclarece ainda que ele deve ser elaborado em forma de questão para ser formulada de maneira clara, objetiva e resumida, relacionando-se com todos os itens da pesquisa, e ser passível de comprovação.
Também na percepção de Richardson (1989), existem condições que devem ser observadas na elaboração de um problema de pesquisa, a saber: (a) o problema deve ser considerado de natureza social; (b) deve ser formulado de forma concreta, clara e precisa; (c) não deve estabelecer juízo de valor sobre a visão social; (d) deve ser passível de verificação empírica e observável; (e) deve ser representativo e possível de ser generalizado; (6) deve apresentar certa originalidade.
Kerlinger (1980, p. 35) enfatiza que um problema mostra uma situação que “necessita de discussão, investigação, decisão ou solução”. No entanto, para ser satisfatoriamente científico, “um problema é uma questão que pergunta como as variáveis estão relacionadas”.
Para Köche (2002), o problema de investigação deve conter uma pergunta inteligente que indique os caminhos que o investigador deve seguir. Isso requer que o investigador tenha competência de imaginação e de conhecimento. O autor ainda explana que o investigador, ao delimitar o problema de pesquisa por meio de sua imaginação e conhecimento, expõe uma possível ordem na relação entre os fatos, resultado de um trabalho mental e de construção teórica.
Seguindo esta mesma percepção, Martins (2002) comenta que a formulação do problema de pesquisa constitui um processo criativo que depende de habilidades como: aspecto intelectual, conhecimento sobre o assunto, curiosidade, criatividade, sensibilidade social, imaginação e determinação.
Entretanto, Martins e Theóphilo (2008) destacam que um problema de pesquisa elucidado de forma incorreta compromete todo o artigo científico. Dessa forma, no tópico seguinte são apresentados os principais problemas na formulação de um problema identificados na literatura.
Segundo Gil (1991), nem todo problema é passível de tratamento científico, é preciso identificar o que é científico daquilo que não é. Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser consideradas testáveis.
Existem autores que criticam a formulação do problema em etapas, afirmando que os problemas se tornam inadequados quando podem ser respondidos com “sim” ou “não”, ou quando possuem juízo de valor e até mesmo problemas de engenharia (MARTINS; THEÓPHILO, 2008).
Vários autores como Gressler (2004), Paviani (2009), Torres e Augusto (2006) comentam que os problemas de pesquisa buscam alternativas e meios para se chegar a uma solução. A busca por diferentes soluções faz com que os problemas científicos não sejam respondidos com “sim” ou “não”. Questionamentos como: “É possível que o docente influencie na formação do discente?” faz com que a pesquisa termine com uma resposta simples, impossibilitando a discussão da pesquisa e assim estagnando a ciência.
Para Rudio (2004) e Paviani (2009), um problema deve auxiliar na reflexão das condições e origem da ciência, possibilitando sua evolução, ao passo que esta modelagem de reflexão sobre a ciência não pode ser alcançada se o problema for respondido com uma resposta simples do tipo “sim” ou “não”.
A ciência também não pode resolver os problemas que envolvem juízo de valor ou problemas de engenharia, pelo fato de não serem passíveis de testes, ou seja, não implicarem relação entre as variáveis (KERLINGER, 1980). Kerlinger (1980) explica que os problemas que possuem juízo de valor ou engenharia perguntam antes como algo é feito. Neste aspecto, a ciência fornece sugestões sobre as possibilidades de respostas, mas nunca responderá de forma direta.
Martins (2002) comenta que na formulação de problemas científicos devem ser evitadas questões que envolvam juízo de valor e problemas de engenharia. O autor exemplifica com o questionamento: quais são os atributos de bom médico? Trata-se de curiosidade, carregada de um elevado grau de subjetividade e julgamento. Martins (2002) destaca ainda que questões que buscam o modo como algo é feito estão relacionadas aos problemas de engenharia, por exemplo: “Como melhorar o ensino de 1º grau?” Esta uma questão interessante, porém com várias soluções, não sendo, portanto, adequada para o método científico.
Neste contexto, o Quadro 1 apresenta alguns problemas que podem ocorrer nas questões de pesquisa em trabalhos científicos.
Kerlinger (1980, p. 33) também apresenta exemplos de problemas de juízo de valor ou de engenharia, como por exemplo: “Como se pode conseguir melhorar a integração?” “Qual é o melhor caminho para se conseguir igualdade de oportunidades educacionais?” “Como podemos ajudar a melhorar a sorte dos pobres da cidade?” “O que torna um professor bem sucedido?” O autor ressalta que a razão principal por nãoserem considerados problemas científicos é que nenhum deles, como proposto, pode ser testado empiricamente.
Do exposto, Kerlinger (1980) enfatiza que a ciência não pode resolver questões que envolvam juízo de valor ou engenharia, pois não são cientificamente testáveis e sua linguagem é tão vaga que as torna cientificamente intratáveis.
As questões com juízo de valor buscam responder somente a alternativa melhor ou pior, ou ainda se algo é bom, ruim, desejável, indesejável, certa ou errada. Este formato de problema é desconsiderado cientificamente, pois é apresentado de forma afirmativa (MARTINS; THEÓPHILO, 2008).
Quanto aos problemas de engenharia, Martins e Theóphilo (2007) elucidam que são aqueles que não conseguem dar respostas aos problemas formulados por não serem susceptíveis aos testes e nem demonstrarem as correções ou incorreções.
Kerlinger (1980) explica que uma questão de engenharia pergunta como fazer alguma coisa, já o juízo de valor pergunta qual variável é melhor que outra, ou seja, envolve questões que contêm palavras como “bom”, “mau”, “melhor”, “desejável”.Nesta mesma percepção, Martins e Theóphilo (2008) comentam que os problemas de engenharia são identificados por perguntar como algo é feito, com o intuito de se entender o funcionamento dos processos, suas causas e consequências.
Kerlinger (1991) destaca ainda que as questões filosóficas, teológicas ou de opinião não são consideradas científicas por não oportunizar a realização de teste empírico, pois a ciência é neutra, onde as questões com julgamentos éticos e morais não são testadas.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é descritiva. De acordo com Cervo e Bervian (1996, p. 49), ela “procura descobrir, com a previsão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os outros, sua natureza e características, correlacionando fatos ou fenômenos sem manipulá-los”.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa é documental. Na percepção de Martins e Theóphilo (2007, p.86), a “busca sistemática por documentos relevantes são importantes em diversos planejamentos para a coleta de informações, dados e evidências”, e Marconi e Lakatos (2002, p. 62) alegam que “na pesquisa documental, a fonte de coleta de dados se restringe a documentos, na forma escrita ou não”.
Quanto à abordagem do problema, ela é predominantemente qualitativa, pois segundo Martins e Theóphilo (2007, p.61), “é caracterizada pela descrição, compreensão e interpretação de fatos e fenômenos”.
A população consistiu nos 104 artigos aprovados no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade (2011). Como não foram analisados os artigos da categoria Ensaio Teórico, a amostra final é de 98 artigos, pois os ensaios teóricos, conforme orientações no sítio do congresso, “não devem ter forma de artigo com situação-problema, questão de pesquisa, objetivo, metodologia, resultados, etc.”.
A coleta dos dados ocorreu por meio dos anais do Congresso, com todos os artigos segregados por áreas temáticas Controladoria e Contabilidade Gerencial, Contabilidade para Usuários Externos, Mercados Financeiros de Crédito e Capitais, Educação e Pesquisa em Contabilidade e Atuária. O total de artigos nas respectivas áreas temáticas está demonstrado na Tabela 1.

Após a segregação dos artigos por suas respectivas áreas temáticas, cada artigo foi analisado e tabulado inicialmente em planilha eletrônica contendo os seguintes itens: título do artigo, número e nome dos autores e problema de pesquisa. Para a identificação do problema de pesquisa, foram analisados o resumo e a introdução do artigo, pois são nestas seções que o(s) autor(es) faz(em) menção a este item.
Com base na revisão de literatura, elaborou-se um checklist, demonstrado no Quadro 2, para auxiliar e direcionar a análise dos problemas de pesquisa contemplados nos artigos.

A análise dos dados é realizada na mesma sequência dos questionamentos expostos no Quadro 2, nas respectivas áreas temáticas do Congresso.
Inicialmente, apresenta-se na Tabela 2 um panorama geral dos artigos do Congresso, onde se pode observar a quantidade de artigos com a formulação do problema de pesquisa de maneira adequada e inadequada, se o problema de pesquisa consta na introdução, e se ele está explícito e na forma interrogativa, se ele não possui juízo de valor ou problema de engenharia, e se a resposta ao problema não é simples, do tipo sim ou não.

Observa-se na Tabela 2 que, dos 98 artigos aprovados e apresentados no Congresso, 38 deles, ou seja, 39% não apresentaram algum tipo de inconsistência na formulação do problema de pesquisa, conforme o checklist utilizado para análise. Das áreas temáticas contempladas no Congresso, Educação e Pesquisa em Contabilidade apresentou a relação percentual de 50%, seguida da área Contabilidade para usuários Externos com 42%. As áreas com maior percentual de inconsistências foi Atuária com 80%, seguida pela Controladoria e contabilidade Gerencial com 67%.
Embora todos os artigos tenham que observar uma adequada formulação de pesquisa, o destaque foi para a área temática Educação e Pesquisa em Contabilidade, que apresentou o melhor percentual em relação às demais áreas. Uma possível explicação pode ser o cuidado específico por parte dos pesquisadores para com as observações metodológicas dos artigos, inerentes às pesquisas e discussões que fazem sobre o tema.
Destaca-se o fato de um Congresso classificado pela CAPES como E1, ou seja, de maior pontuação possível na área, tenha encontrado um total de 61% de artigos apresentando alguma inconsistência na formulação do problema de pesquisa. Conforme destacado por Campbell et al. (1982), a formulação de perguntas de pesquisa deve ser realizada de forma cuidadosa, refletindo a abertura de novos problemas de investigação e contribuindo para a solução de controvérsias advindas de longa data.
Cabe demonstrar um problema de pesquisa de um artigo da área temática Controladoria e Contabilidade Gerencial: “Como os fatores contingenciais explicam a adoção de práticas de controles internos para gestão, em uma indústria de eletro eletrônicos do sul do Brasil?” Observa-se que o problema de pesquisa é exposto na forma interrogativa, não podendo ser respondido com apenas um “sim” ou “não”, não apresentando juízo de valor, tampouco problema de engenharia. Os problemas de pesquisas dos demais artigos também foram analisados contemplando estas características.
Na Tabela 3, estão apresentados os artigos em que não foram encontrados os problemas de pesquisa na introdução.

Por meio da Tabela 3, é possível verificar que, dos 60 artigos analisados com inconsistências na formulação do problema de pesquisa, 16 não apresentaram o problema de pesquisa na introdução. O destaque ocorreu novamente na área de Educação e Pesquisa em Contabilidade, porém negativamente, ao se constatar que a falta de apresentação de um problema de pesquisa representou 38% das inconsistências desta área temática. Com inconsistência desta natureza, aparecem a Controladoria e Contabilidade Gerencial, e a Controladoria e Contabilidade Gerencial, com 28% e 26%, respectivamente.
Assim, estas pesquisas são contestadas com relação à sua importância (POPPER, 1993) e relevância (MARCONI e LAKATOS, 2003), à visão abrangente do objeto pesquisado (MARTINS e THEÓPHILO, 2007), e à reflexão necessária para a identificação de um quadro teórico e um método de pesquisa adequados para a contribuição científica (GRESSLER, 2004).
Também estão apresentados na Tabela 4, os artigos que apresentaram problemas de pesquisa na introdução, porém de forma implícita, sem uma pergunta de pesquisa formulada.

Buscou-se analisar se os artigos apresentam perguntas de pesquisa com base em Kerlinger (1980), que ressalta que um problema é uma questão que pergunta como as variáveis estão relacionadas. Tal condição é reforçada por Köche (2002), ao enfatizar que o problema de investigação deve conter uma pergunta que indique os caminhos que o investigador deve percorrer.
Dessa forma, observa-se na Tabela 4 que 20 artigos não contemplaram uma pergunta de pesquisa que direcionasse o estudo. Em valores absolutos, constata-se que, com exceção da área temática Controladoria e Contabilidade Gerencial, as demais apresentam uma quantidade similar de artigos nesta condição. Entretanto, em valores relativos, esta inconsistência representou 75% na área temática Atuária.
Embora haja uma problemática contextualizada na introdução dos artigos com este tipo de inconsistência, não há necessariamente um entendimento claro do problema contemplado que o vincule ao objetivo que será delineado para a busca da devida resposta. Como exemplo, temos um artigo da área temática Controladoria e Contabilidade Gerencial, onde os autores discorrem sobre o seguinte problema na introdução:
(...), a usual situação decadente de grande parte dos hospitais brasileiros está relacionada à falta de informações de custos apropriadas para fornecer subsídio à tomada de decisão por parte dos gestores dessas organizações. (...) Diversos autores, como Falk (2001), Aptel e Pourjalali (2009) e Yereli (2009), destacam a grande importância das informações de custos como fonte de vantagem competitiva para os hospitais atualmente. Todavia, há evidências de que frequentemente tais informações são escassas no ambiente hospitalar, influenciando negativamente a tomada de decisão gerencial.
Embora haja uma problemática implícita contextualizada na introdução do artigo, não há necessariamente um entendimento claro do problema que o vincule ao objetivo que será delineado na busca da resposta. Quando a pergunta de problema é realizada, esta vinculação ao objetivo se torna mais evidente e alinhado. Esta reflexão fica mais clara ao se observar o objetivo, delineado a partir do problema apresentado no artigo: “Diante deste contexto, este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que visou analisar a utilização de informações de custos como suporte à tomada de decisão gerencial em hospitais de Belo Horizonte/MG”. Verifica-se que no problema destaca-se “a falta de informações de custos” e o “uso de informações de custos para tomada de decisão”. Entretanto, caso o artigo apresentasse uma questão de pesquisa elaborada de forma explícita / interrogativa, tal vinculação ao objetivo se apresentaria de forma mais clara e direta. A seguir, os problemas de pesquisa que não se apresentaram de forma interrogativa são demonstrados na Tabela 5.

Observa-se que somente 2 artigos estão nesta situação, sendo um da área de Controladoria e Contabilidade Gerencial e outro de Contabilidade para Usuários Externos. Uma discussão similar ocorreu nas inconsistências relacionadas nos artigos que apresentaram problema de pesquisa de forma implícita.
A seguir, os casos delineados nesta situação. O primeiro, da área temática de Controladoria e Contabilidade Gerencial: “Questiona-se se serão observadas mudanças no conjunto de indicadores utilizados pelo TCU e se tais mudanças convergem para um conjunto mais estável, com predomínio de indicadores de resultados.” Da área temática de Contabilidade para Usuários Externos: “Esta pesquisa busca resposta para essa problemática no âmbito da educação fundamental brasileira, objetivando a análise das características alocativas dos orçamentos municipais frente aos resultados apurados no desempenho de alunos de escolas municipais.”
Outro tipo de inconsistência encontrada na elaboração de problema de pesquisa se refere ao problema de pesquisa que pode ser respondido com resposta do tipo “sim” ou “não”. O número de artigos que apresentaram estes problemas é demonstrado na Tabela 6.

Na Tabela 6, verifica-se que a área temática que mais apresentou inconsistência com problemas de perguntas que podem ser respondidas com sim ou não foi Mercado Financeiro, de Crédito e de Capitais, com 45%. Na sequência, está a área de Contabilidade para Usuários Externos, com 37%. A área temática Atuária não apresentou este tipo de inconsistência. Vale ressaltar que problemas de pesquisa que são respondidos com “sim” ou “não” não são considerados científicos (GRESSLER, 2004; PAVIANI, 2009; TORRES e AUGUSTO, 2006) por não apresentar contribuição para a formação da ciência. Eles se tornam inadequados (MARTINS e THEÓPHILO, 2008), impossibilitando a discussão da pesquisa e contribuindo para a estagnação da ciência (GRESSLER, 2004; PAVIANI, 2009; TORRES e AUGUSTO, 2006).
Dessa forma, alguns exemplos de perguntas de problema com esta inconsistência são apresentados. Na área temática de Controladoria e Contabilidade Gerencial há o seguinte exemplo: “A LRF cumpriu com o objetivo de diminuir o endividamento dos Municípios Paranaenses?” Na área temática Contabilidade para Usuários Externos tem-se este outro exemplo: “Existem diferenças entre os pronunciamentos contábeis brasileiros emitidos pelo CPC e as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB no que se refere às demonstrações contábeis consolidadas?” Como último exemplo, da área de Educação e Pesquisa em Contabilidade tem-se: “Os discentes da disciplina Perícia Contábil e Arbitragem da Universidade Católica de Brasília-UCB reconhecem a efetividade das práticas de estágio dessa disciplina?” Fica evidente que tal problemática de pesquisa é susceptível de ser respondida com uma resposta simples. Em seguida, na Tabela 7, são demonstrados os artigos que possuem problemas de engenharia na formulação do problema de pesquisa.

Verifica-se, na Tabela 7, que dois artigos apresentaram inconsistência relacionada à engenharia na elaboração do problema de pesquisa, um da área temática Contabilidade para usuários Externos e outro em Educação e Pesquisa em Contabilidade.
Na área temática Contabilidade para Usuários Externos, observou-se o seguinte problema de pesquisa: “De que forma o uso do guidance por empresas concessionárias de serviços coletivos, como o de distribuição de gás natural, pode ser uma prática vantajosa para as partes interessadas?” Com respaldo em Hegenberg (1969), Kerlinger (1980), Martins e Theóphilo (2008), verifica-se que a questão formulada é identificada pelo tipo “como fazer” ou “como usar”, o que é considerado inadequado por não ser passível de testes e não relacionar variáveis. Destacam-se ainda Martins e Theóphilo (2008), os quais expõem que os problemas de engenharia são identificados por perguntarem como algo é feito e são formulados para que o funcionamento dos processos, suas causas e consequências sejam compreendidos.
Dos tipos de inconsistências analisados, observou-se que nenhum problema de pesquisa continha juízo de valor. Porém, pode-se constatar a combinação de mais de um tipo de inconsistência. Na Tabela 8, observa-se o número de artigos que apresentaram a pergunta de problema de forma não interrogativa e que poderia ser respondida com resposta do tipo “sim” ou “não”.

Na Tabela 8, verifica-se que somente um artigo da área temática Contabilidade para Usuários Externos apresentou esta combinação de inconsistência. O problema de pesquisa apresentado neste artigo foi: “Questiona-se a existência de conteúdo informacional da DVA para o mercado de capitais brasileiro.” Constata-se que a questão não está na forma interrogativa e, ao tentar respondê-la, um simples “sim” ou “não” já é satisfatório.
Da mesma forma, a Tabela 9 destaca o número de artigos e suas respectivas áreas temáticas com a combinação de duas inconsistências, uma pergunta de problema não elaborada de forma explícita e interrogativa e com possibilidade de resposta do tipo “sim” ou “não”.

A Tabela 9 demonstra que apenas um artigo, o da área temática Controladoria e Contabilidade Gerencial, apresentou problemas nestes dois aspectos. O problema de pesquisa pode ser assim destacado: “O trabalho visa a demonstrar, por meio da análise da legislação vigente e da pesquisa desenvolvida, se é possível, para uma empresa, alcançar a redução de tributos (ganho tributário), mediante a adoção de práticas de filantropia e de investimento social em favor de organizações do terceiro setor.” Além dos dois aspectos de inconsistência observados, o artigo não apresenta uma problematização consistente, ao passo que o problema se confunde com o objetivo enunciado do artigo.
Após a análise individual das diferentes inconsistências encontradas nos problemas de pesquisa, elaborou-se um resumo para melhor visualização, demonstrado na Tabela 10.

Verifica-se que o tipo de inconsistência mais recorrente na formulação dos problemas de pesquisa foi o fato de o problema estar implícito, seguido pelos problemas de pesquisa que podem ser respondidos com respostas simples do tipo “sim” ou “não”. Embora não seja a inconsistência mais recorrente, chama atenção a constatação de 16 artigos sem identificação do problema na introdução do artigo.
As áreas temática Contabilidade para Usuários Externos e Controladoria e Contabilidade Gerencial apresentaram o maior número de artigos por tipo de inconsistência. Embora a área temática Atuária apresente na Tabela 10 o menor número de problemas identificados, ressalta-se que no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade somente cinco artigos foram aprovados nesta área, como já destacado na análise da Tabela 2.
O objetivo do artigo foi identificar a qualidade dos problemas de pesquisa nos artigos científicos publicados no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. Para tanto, realizou-se pesquisa descritiva, documental de cunho predominantemente qualitativo. Com base nos Anais do congresso, 98 artigos foram baixados, tabulados e analisados, ou seja, todos os artigos científicos do congresso com exceção dos ensaios teóricos.
As análises foram efetuadas com base na revisão de literatura, observando os seguintes itens: se o problema de pesquisa consta na introdução, se ele está explícito e na forma interrogativa, se não possui juízo de valor ou problema de engenharia, e se a resposta ao problema pode ser do tipo sim ou não.
Do total dos 98 artigos, constatou-se um montante de 60 artigos que apresentaram alguma inconsistência na formulação do problema de pesquisa, ou seja, 61%. Este resultado chama a atenção pelo elevado percentual de inconsistências observadas, e por se tratar de um Congresso de abrangência nacional, classificado pela CAPES como E1, no qual diversos pesquisadores, autores e estudantes participam para disseminação e troca de experiências na área contábil.
Das cinco áreas temáticas analisadas, a Educação e Pesquisa em Contabilidade apresentou o melhor percentual em relação às demais, o que pode ser explicado pelo cuidado específico por parte dos pesquisadores desta área às observações metodológicas dos artigos, inerentes às pesquisas e discussões que fazem sobre o tema. Contrariamente, dos 5 artigos dessa área temática constantes nos Anais do congresso, a área temática Atuária apresentou 4 artigos com inconsistência no problema de pergunta.
As áreas temáticas Atuária, Controladoria e Controle Gerencial, e Mercado Financeiro, de Crédito e de Capitais, com 80%, 67% e 65%, respectivamente, apresentaram os maiores percentuais de inconsistências na formulação do problema de pesquisa.
As inconsistências mais recorrentes na formulação dos problemas de pesquisa foram problemas de pesquisa implícitos, e que podem ser respondidos com respostas simples do tipo “sim” ou “não”. Embora não seja a inconsistência mais recorrente, chama atenção a constatação de 16 artigos sem a identificação do problema na introdução. Nenhuma inconsistência com problema de juízo de valor foi identificado.
Como pesquisa futura, contemplando as demais edições do Congresso, existe a possibilidade de se observar se há uma tendência instalada quanto ao número de artigos com inconsistências e em quais áreas temáticas elas predominam. Com isso, pode-se abordar as possibilidades que caracterizam estas constatações, como a definição dos objetos de estudo, o perfil dos pesquisadores ou a necessidade de uma área temática específica. Talvez o método de ensino da metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade dos cursos de pós-graduação stricto-sensu deva ser repensado, caso se observe necessidades diferenciadas dos alunos em relação às diferentes áreas temáticas.
A qualidade dos artigos aprovados é outro questionamento recorrente, o que está diretamente relacionado aos avaliadores dos Congressos, cujo o rigor da avaliação é questionado. Será que os itens avaliados de um artigo científico devem ter pesos semelhantes? Será que o problema e a questão-problema devem ter o mesmo peso que a estrutura do artigo, ou a conformidade com a ortografia, pontuação, concordância? Esta reflexão é oportuna para pesquisadores, professores e alunos, pois se por meio do problema de pesquisa se estabelece o arcabouço teórico e metodológico, sua representatividade nos artigos cresce substancialmente.
Alguns esforços em busca desta melhoria são observados nos eventos científicos que já buscam premiar avaliadores, como é o caso da Associação Nacional dos Cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (ANPCONT) e do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), como forma de estímulo à maior dedicação na avaliação dos artigos. No próprio congresso USP de Controladoria e Contabilidade os avaliadores são convidados para reunião, com o propósito de discussão de aspectos ligados à qualidade dos artigos e, consequentemente, do evento. Enfim, tal discussão se faz oportuna na medida em que se busca um aprimoramento do produto final das pesquisas.
Como sugestão para pesquisas futuras, existe a possibilidade de avançar na pesquisa cobrindo as demais edições do congresso USP e de outros eventos da área. Analisar outros aspectos dos artigos científicos pode ser oportuno, como a utilização adequada dos métodos atrelados aos problemas e objetivos delineados, o efetivo cumprimento dos objetivos determinados e a adequação das teorias de base utilizadas aos problemas formulados.
PAULO ROBERTO DA CUNHA FURB - Universidade Regional de Blumenau Rua Antonio da Veiga, 140 Bairro Victor Konder CEP 89.012-900 - Blumenau/SC - BrasilCRISTIAN BAÚ DAL MAGRO Avenida Coronel Ernesto Francisco Bertaso, 954, Centro CEP 89.850-000 Quilombo/SC - BrasilDIRCEU RODRIGUES DIAS Faculdade Metropolitana de Blumenau, Administação Rua Dr Pedro Zimmermann,385 Salto do Norte CEP 89065-000 - Blumenau/SC - Brasil










