Resumo: O internamento hospitalar em crianças suprime o convívio social e produz isolamento. Tal situação requer o reconhecimento de estratégias que visem superar esta condição e que favoreçam a inclusão. Neste sentindo, a utilização de recursos multimídia pode apresentar-se como estratégia facilitadora, contribuindo para a interação das crianças em seu meio social. O objetivo deste trabalho é caracterizar pesquisas relacionadas com a utilização de recursos multimídia para crianças, adolescentes, pais e cuidadores em contexto hospitalar. Trata-se de uma revisão integrativa estruturada nas seguintes etapas: definição da questão de pesquisa, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão na busca na literatura, definição das informações a serem extraídas dos estudos, avaliação dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e síntese dos dados. O levantamento dos artigos foi efetuado nas bases de dados PUBMED, B-ON, SCOPUS e Web of Science, adotando os descritores multimedia, children e hospital, no espaço temporal compreendido entre 2013 e 2019. A partir dos critérios de exclusão e com base na análise do título e resumo, foram designados, para compor o corpus final de análise, 19 artigos. Os resultados apresentados evidenciam o potencial de utilização de recursos multimídias para crianças em contexto hospitalar. Observou-se que a utilização de tais recursos favoreceu a integração das crianças em procedimentos médicos de forma amena, minimizando o estado de estresse e ansiedade produzido pelo ambiente hospitalar, além de clarificar e orientar os pais e pacientes sobre tais procedimentos de forma a favorecer os seus envolvimentos.
Palavras-chave:MultimídiaMultimídia,criançascrianças,hospitalhospital.
Abstract: Hospitalization in children suppresses social interaction and produces isolation. This situation requires the recognition of strategies aimed at overcoming this condition and favoring inclusion. In this sense, the use of multimedia resources can be presented as a facilitating strategy, contributing to the interaction of children in their social environment. The objective of this work is to delineate the research related to the use of multimedia resources for children, adolescents, parents, and caregivers in a hospital context. This is an integrative review structured in the following stages: definition of the research question, establishment of inclusion and exclusion criteria in the literature search, definition of the information to be extracted from the studies, evaluation of included studies, interpretation of the results and synthesis of the data. The articles were surveyed in the databases PUBMED, B-ON, SCOPUS e Web of Science, adopting the descriptors multimedia, children and hospital in the period between 2013 and 2019. From the exclusion criteria and based on the analysis of the title and abstract, 19 articles were assigned to compose the final corpus of analysis. The results highlighted the potential of using multimedia resources for children in the hospital context. It was observed that the use of such resources favored the integration of children in medical procedures in a mild way, minimizing the state of stress and anxiety produced by the hospital environment, and clarifying and guiding parents and patients about such procedures in order to favor their involvement.
Keywords: Multimedia, children, hospital.
Resumen: La hospitalización en niños suprime la interacción social y produce aislamiento. Esta situación requiere el reconocimiento de estrategias dirigidas a superar esta conditión y favorecer la inclusión. En este sentido, el uso de recursos multimedia se puede presentar como una estrategia facilitadora, que contribuye a la interacción de los niños en su entorno social. El objetivo de este trabajo es caracterizar la investigación relacionada con el uso de recursos multimedia para niños, adolescentes, padres y cuidadores en un contexto hospitalario. Es una revisión integradora estructurada en las siguientes etapas: definición de la pregunta de investigación, establecimiento de criterios de inclusión y exclusión en la búsqueda bibliográfica, definición de la información que se extraerá de los estudios, evaluación de los estudios incluidos, interpretación de los resultados y síntesis de los datos. Los artículos fueron encuestados en las bases de datos PUBMED, B-ON, SCOPUS y Web of Science, adoptando los descriptores multimedia, niños y hospitales en el período comprendido entre 2013 y 2019. A partir de los criterios de exclusión y con base en el análisis del título y el resumen, se asignaron 19 artículos para componer el corpus final de análisis. Los resultados presentados resaltan el potencial del uso de recursos multimedia para niños en un contexto hospitalario. Se observó que el uso de tales recursos favoreció la integración de los niños en los procedimientos médicos de una manera moderada, minimizando el estado de estrés y ansiedad producido por el entorno hospitalario, y aclarando y guiando a los padres y pacientes sobre tales procedimientos para favorecerlos la participación.
Palabras clave: Multimedia, niños, hospital.
Revisão de literatura/Estudo teórico
Utilização de recursos multimídia para crianças em contexto hospitalar: uma revisão integrativa
Using multimedia resources for children in a hospital context: an integrative review
Uso de recursos multimedia para niños en el contexto de un hospital: una revisión integradora
Recepção: 05 Maio 2019
Aprovação: 15 Janeiro 2020
Publicado: 10 Abril 2020
O contexto hospitalar é percebido pelas crianças como um ambiente hostil e desagradável, podendo produzir ansiedade e sofrimento emocional. Tratando-se de crianças hospitalizadas, o desconforto pode ser ainda maior. Além de produzir mudanças que requerem adaptação ao novo ambiente, tal situação afasta a criança de seu convívio com os amigos e a família. Nesse contexto, a criança vivencia uma sensação de solidão e insegurança que reivindica estratégias para o seu enfrentamento.
Nesse cenário, a utilização de recursos multimídia vem sendo requisitada como aporte para minimizar as consequências advindas das experiências vivenciadas por crianças no ambiente hospitalar. Com o aumento da oferta de recursos disponíveis, pesquisadores têm desenvolvidos inúmeros projetos utilizando a tecnologia na intenção de reduzir as implicações resultantes de tal experiência. As pesquisas nesse segmento prosperam e desenvolvem-se em setores distintos, produzindo avanços (HUNTER; KAIN; FORTIER, 2019; WARREN; 2019).
A evidência científica confirma que a utilização de mídias digitais vem sendo disponibilizada de forma ampla nos diversos segmentos sociais e apresenta-se como promissora em contexto hospitalar (WEEKLY et al., 2018). Estudos relatam que a utilização dos recursos digitais por crianças promove a motivação, diminui a timidez e eleva a autonomia e a autoestima (SOARES; SANTAROSA, 2007). Os dispositivos tecnológicos podem funcionar como elo entre a criança hospitalizada e o meio social, transpondo barreiras impostas pelo internamento hospitalar. Ambientes interativos podem oferecer oportunidades para a descoberta e a formação de novas relações e favorecer as relações interpessoais. Ressaltam-se pesquisas que mostraram resultados positivos sobre a utilização de jogos digitais em áreas distintas da saúde: reabilitação física (SEGALA; OLIVEIRA; BRAZ, 2014; CRUZ; D’ALENCAR; MENUCHI, 2015), tratamento de diabetes (KEMPF; MARTIN, 2013) e tratamento de obesidade (STAIANO; ABRAHAM; CALVERT, 2012). Devido ao número de recursos disponíveis, à crescente produção científica sobre a respetiva adoção em contexto hospitalar e, sobretudo, considerando o modo como eles estão dispostos para crianças e adolescentes, é importante realizar um levantamento dos estudos atuais. Para isso, foram considerados três pontos principais para a formulação das questões de pesquisa: 1) participantes dos estudos; 2) recursos empregados; e 3) tipos de estudos. Para cada ponto, foram delineadas questões norteadoras, a saber: 1) Qual a faixa etária dos participantes e em qual contexto os recursos multimídias foram utilizados?; 2) Quais foram os recursos utilizados e com que objetivo?; e 3) Qual o desenho do estudo, qual o objetivo de cada trabalho e quais os resultados obtidos?
Diante do exposto, o presente artigo tem como objetivo: Caracterizar pesquisas relacionadas com a utilização de recursos multimídia para crianças e adolescentes em contexto hospitalar.
O método proposto para esse estudo foi a Revisão Integrativa da literatura (RI), que tem por finalidade agregar resultados de pesquisas de maneira sistemática sobre um determinado tema ou questão. Tal método possibilita compilar de forma sintética múltiplos estudos, com delineamento distinto, publicados em um determinado campo do conhecimento e produzir uma ampla análise sobre a literatura disposta, proporcionando o aprofundamento sobre o tema proposto, reduzindo incertezas e evidenciando lacunas (BEYEA; NICOLL, 1998; BROOME, 2000).
Com o propósito de assegurar rigor, o estudo constituiu-se em seis etapas, a saber: definição da questão de pesquisa, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão na busca da literatura, definição das informações a serem extraídas dos estudos, avaliação dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e síntese dos dados (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
A primeira etapa da revisão abordou a definição do problema com base na formulação das questões norteadoras e da proposição dos objetivos. Essa etapa encaminhou as demais e promoveu a seleção de informações relevantes. Na segunda etapa, que foi efetuada no período de fevereiro e março de 2019, realizou-se a busca dos artigos nas bases de dados. Com vista a garantir a qualidade da pesquisa, foram selecionadas bases de dados com peritagem científica e que dispusessem de material referente à temática proposta. Dessa forma, o levantamento dos artigos foi efetuado nas seguintes bases de dados: PUBMED, B-ON, SCOPUS e Web of Science. Utilizaram-se os descritores Medical Subject Headings (MeSH): multimedia AND children AND hospital.
Para auxiliar na seleção, foram definidos como critérios de inclusão: artigos completos publicados em jornais e periódicos científicos no espaço temporal compreendido entre 2013 e 2019. Justifica-se a delimitação do período por se tratar de um tema que sofre modificações constantes e com intuito de incluir os estudos mais recentes. Os critérios de exclusão dos estudos foram: (i) artigos repetidos em outras bases de dados; (ii) artigos de acesso restrito; (iii) artigos de revisão; e (iv) artigos que se referiam a outras temáticas e outras publicações, como livros, dissertação, guias e atas de conferências.
O levantamento das publicações nas bases de dados delimitadas, adotando os descritores e período pré-definidos, resultou em um total de 302 artigos. A partir dos critérios de exclusão e com base na análise do título e resumo, foram designados 19 artigos para compor o corpus final de análise (ver Tabela 1).
Realizou-se a leitura na íntegra dos artigos que compuseram a amostra final, dispostos no Quadro 2. Estes foram codificados para facilitar a sua caracterização, de acordo com a estrutura a seguir. Para auxiliar a identificação das bases de dados, foi utilizado um caractere maiúsculo no início de cada identificador, representando as bases de dados, de acordo com o seguinte esquema: B (B-On), S (Scopus), W (Web of Science) e P (PubMed).
Com a finalidade de estruturar o estudo para a análise dos artigos, foi utilizado um instrumento contendo informações referentes aos questionamentos pré-estabelecidos na primeira etapa. Com isso, a apresentação dos resultados encontra-se organizada por meio de quadros comparativos, de maneira descritiva, separados por faixa etária dos participantes, local onde os estudos foram realizados, contexto em que os estudos foram realizados, tecnologias e metodologias empregues.
A amostra para análise final foi composta por 19 artigos, todos publicados em periódicos internacionais. No que concerne ao espaço temporal, observou-se que a maior parte das publicações ocorreram em 2014 e 2018, totalizando seis artigos em cada ano, seguidos sequencialmente por quatro em 2017, dois em 2015 e um em 2016, conforme representados na Figura 1.
Para a caracterização da faixa etária dos participantes, consideramos os limites cronológicos referidos no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (BRASIL, 1990), que considera “criança” o indivíduo com até 12 anos incompletos, e adolescente o que se situa na faixa etária entre 12 a 18 anos.
Para os dados obtidos nos aspectos relacionados aos participantes dos estudos, identificamos cinco categorias de participantes, nomeadamente: crianças, adolescentes, pais, cuidadores e pacientes, como ilustrado na Figura 2.
Observa-se que prevaleceu a categoria “crianças”, presente em 14 estudos (B1, B2, B3, B4, B5, B6, B9, B10, B11, W1, P2, P3, P4, P5), seguida por “pais”, com 10 artigos (B2, B4, B5, B7, W1, P1, P2, P3, P5, P6); “adolescentes” (B5, S1, P1, P2, P3, P5, P6); “cuidadores” (B8) e “pacientes” (S1). Importa salientar que, em alguns estudos, há sobreposição de categorias, indicando que um artigo envolve, por exemplo, tanto crianças quanto seus pais.
Com relação ao local e ao contexto onde foram realizadas as pesquisas, a maioria foi realizada na América do Norte, tendo nove deles sido desenvolvidos nos EUA e um no Canadá. Na Europa, foram desenvolvidos quatro trabalhos (Reino Unido, Dinamarca, Portugal e Holanda). Tanto na Ásia quanto na Oceania foram desenvolvidos, respetivamente, dois estudos em cada (China e Arábia Saudita, e Austrália). A Figura 3 apresenta a distribuição descrita. Vale salientar que no estudo P2, por tratar-se de um levantamento de aplicativos para dispositivos móveis (não sendo, portanto, um estudo experimental), não houve uma intervenção em um local específico.
Verificou-se que praticamente todos os estudos foram realizados no âmbito hospitalar. Dezoito dos 19 estudos foram realizados em hospitais e/ou clínicas. Apenas um estudo foi realizado em uma escola. A maioria dos trabalhos foram também voltados para a área da saúde. Apenas quatro trabalhos envolviam ou tinham como objetivo processos de ensino e aprendizagem.
No que concerne aos aspectos relacionados recursos multimídia utilizados, a análise revela que foram referidos nos estudos múltiplos recursos com objetivos distintos. A diversificação das tecnologias utilizadas permitiu que encontrássemos trabalhos usando tecnologias hands free (Kinect e Wii), aplicativos para dispositivos móveis, sistemas baseados na Web e até apresentações PowerPoint como solução metodológica.
O Quadro 3 apresenta uma sinopse das tecnologias e seus respectivos usos nos estudos:
Por fim, o Quadro 4 apresenta uma síntese do desenho metodológico, dos objetivos e dos resultados obtidos em cada um dos estudos analisados.
O ambiente hospitalar é percebido pelas crianças como um local que produz estresse e ansiedade. Pensando em minimizar esses efeitos, o uso das mídias digitais tem sido concretizado em contextos e situações distintas. De entre os artigos analisados, observou-se que as publicações se referiam ao desenvolvimento de mídias digitais (B9, B11, S1), análise e teste de eficácia e viabilidade (B1, B3, B4, B5, B6, B7, B8, B10) e promoção da educação em saúde (B2, W1).
A elaboração de um recurso tecnológico direcionado para as crianças deve levar em consideração alguns aspectos, tais como: a faixa etária, ambientes propícios (lúdicos), o contexto onde será utilizado, atividades motivadoras, interatividade. Essa preocupação é referida nos estudos (B3, B4, B5, B10, B11, W1, P1). Tais estudos enfatizam a promoção de um ambiente agradável e motivador, adequado ao desenvolvimento de atividades com crianças e adolescentes.
Ressalta-se que a utilização de games promove na criança o sentimento de liberdade de agir, de desfrutar de uma atividade prazerosa, de transpor a imaginação, além de promover autonomia. Os estudos (B4, B5, B6, B9, B10, B11, P2) demonstram essa prática e corroboram as evidências quando apresentam em seus resultados a potencialidade da sua aplicação para crianças no âmbito da saúde. Nos estudos referidos, os games foram propostos no preparo de pacientes para cirurgia (B4); para reduzir a ansiedade (B4, B5); no apoio emocional a crianças com leucemia (P5); na reabilitação de queimados (B6); como atividade terapêutica para crianças hemiplégicas (B9); para reduzir a ansiedade em procedimentos de imagem (B10, B11). Ainda, observou-se a utilização das mídias digitais na promoção de atividades físicas (B9, P4, P6) e na condução de consentimento informado (B7, P6).
Os resultados desses estudos indicam que as atividades lúdicas despertam nas crianças sensações prazerosas, minimizando os efeitos produzidos pela privação da possibilidade de brincar em ambiente livre, produzindo bem-estar. Considera-se relevante a utilização de games e mídias digitais em ambientes hospitalares por promover o vínculo entre as crianças e os profissionais envolvidos, facilitando a socialização e a interação. Somando-se a isso, permite que as crianças experimentem novas situações e incentiva a resolução dos problemas que se apresentam. Assim como, desenvolve o raciocínio, estimula a criatividade e funciona como estratégia coadjuvante para o enfrentamento das situações inconvenientes advindas dos tratamentos de saúde.
Salienta-se também que o contexto onde a pesquisa é desenvolvida é de elevada importância. Nos estudos em análise predominou o contexto hospitalar (B1, B2, B3, B4, B5, B6, B7, B8, B9, B10, B11, S1). Por se tratar de um ambiente peculiar, o diferencial do uso da tecnologia no hospital é a possibilidade de reduzir os sentimentos de medo, ansiedade e angústia vivenciados pelas crianças como consequência de sua enfermidade, tratamento e hospitalização. Nesse sentido, a utilização de tais recursos fomenta a prática da humanização em saúde ao impulsionar a valorização do sujeito e a melhoria na qualidade de vida, percebendo o ser em sua integralidade e contemplando a sua subjetividade.
Contudo, nem sempre a implementação dessas práticas na rotina hospitalar será tarefa fácil, sobretudo a inserção dos recursos digitais. A adesão ao uso da tecnologia requer o comprometimento da equipe e pressupõe habilidade e destreza do profissional para utilizar os recursos tecnológicos. Além disso, essas atividades deverão ser incorporadas à rotina complexa dos serviços de saúde.
Na análise, destaca-se também o estudo (B8) por ter sido o primeiro ensaio clínico realizado em uma comunidade remota aborígene no norte da Austrália que utilizou mensagens de texto para promover a saúde auditiva em populações de alto risco. Esse estudo exemplifica as transformações ocorridas no cenário mundial frente aos avanços exponenciais no âmbito das tecnologias digitais, resultando em novas estratégias de atenção à saúde a fim de promover o acesso e reduzir barreiras geográficas, sociais e/ou culturais. A possibilidade na comunicação e a amplitude de alcance das mídias digitais surgem como recursos potenciais para superar tais barreiras. Porém, convém ressaltar que as dificuldades encontradas ainda em muitas regiões, sobretudo brasileiras, transcendem o acesso à tecnologia e não é apenas a incorporação das tecnologias e mídias digitais que irão reduzir as iniquidades.
No decorrer do artigo, observou-se que o contexto hospitalar apresenta-se para as crianças e adolescentes como um ambiente hostil que provoca disruptura tanto em sua dinâmica familiar como em sua rotina, produzindo sentimentos de medo, ansiedade e sofrimento emocional. Dentre as estratégias para o enfrentamento de tal situação, figura a utilização de recursos multimídia. Diante do exposto, na intenção de identificar o que tem sido produzido sobre o tema, realizou-se uma revisão de literatura.
Os resultados apresentados evidenciam o potencial da utilização das mídias digitais para crianças em contexto hospitalar. As propostas analisadas nos estudos apresentaram um conjunto diversificado de aplicações multimídia destinadas a crianças e a adolescentes, assim como a seus pais.
Evidenciou-se que a utilização de tais recursos favoreceu a integração das crianças em procedimentos médicos de forma amena, minimizando o estado de estresse e ansiedade produzido pelo ambiente hospitalar. Os estudos apontam ainda a capacidade de clarificar e orientar os pais e pacientes sobre tais procedimentos, de forma a favorecer o seu envolvimento.
Contudo, como toda prática inovadora, a implementação de recursos multimídia em ambiente hospitalar enfrenta desafios. Por se tratar de um contexto peculiar, requer para a efetivação dessa prática profissionais e equipes comprometidas capazes de reconhecer as potencialidades disponíveis nos recursos digitais e na sua aplicação através de estratégias distintas, que possam promover os melhores resultados. Os estudos analisados dispõem de referenciais teóricos que podem contribuir para novas pesquisas, cuja intenção seja investigar e desenvolver estratégias com a utilização dos recursos multimídias para promoção da inclusão, assim como para minimizar as consequências inconvenientes produzidas pelas experiências vivenciadas pelas crianças em contexto hospitalar.