Recepción: 06 Noviembre 2018
Aprobación: 01 Septiembre 2019
Resumo: O crescimento econômico vigente nos dias atuais modificou a forma de realizar o trabalho; dessa forma, as organizações tiveram que repensar seus conceitos em relação à ergonomia. Historicamente, as estações de trabalho passaram por uma fase de evolução, a partir dos anos 1950, com as pesquisas em ergonomia que contribuíram para fundamentar a necessidade de espaços adequados à atividade a ser executada nos diversos tipos de tarefas. A ergonomia objetiva sempre a melhor adequação ou adaptação possível do objeto, aos seres vivos em geral. Sobretudo no que diz respeito à segurança, ao conforto e à eficácia de uso ou de operacionalidade dos objetos, mais particularmente, nas atividades e tarefas humanas. Este artigo tem o objetivo de pesquisar em diferentes empresas como elas se posicionam em relação ao Ler/Dort, ruído, ambiente térmico e suas consequências ao empregado. Utilizou-se um método de pesquisa qualitativa e exploratória. Foram utilizados múltiplos estudos de casos de empresas da região de Sorocaba, aplicando um questionário semiestruturado nos níveis gerenciais de cada empresa.
Palavras-chave: Ergonomia, LER/Dort, Ruído, Ambiente térmico.
Abstract: The effective economic growth nowadays has changed the way of working. Thus, the organizations had to rethink their concepts regarding ergonomics. Historically, the workstations have passed through an evolution phase since the fifties due tto research in ergonomics, which have contributed for laying foundations to the necessity of adequate spaces to the activity to be executed in the various types of tasks. Ergonomics always aims the best adequacy or possible adaptation of the object for living beings, particularly in relation to security, comfort and the usage effectiveness or operability of objects, specifically in the activities and tasks of human beings. This paper aims to research how different companies pose themselves in relation to the ler/dort, noise, thermal environment and their consequences, using a method of qualitative and exploring research. A half-structuralized questionnaire at management level has been applied on each of those companies in sorocaba area and multiple case studies were conducted.
Keywords: Ergonomics, RSI, Noise, Thermal environment.
1. INTRODUÇÃO
O ser humano almeja bem-estar e satisfação em sua vida. Nesse contexto, a ergonomia entra como uma grande aliada para melhorar a vida do homem moderno, despertando atenção para a importância da ergonomia. O objetivo da ergonomia é adaptar o trabalho ao homem e não o contrário (Dianat, Vahedi, & Dehnavi, 2016).
A preocupação com a adequação ergonômica do trabalho é enfatizada por Alexandre et al. (2011), que analisa os fatores que intervêm em projetos de concepção de layouts, enfatizando a relação da organização do espaço e a configuração dos layouts da empresa favorecendo ou dificultando a execução do trabalho. Os locais de trabalho devem assegurar condições de conforto e segurança, bem como facilidade de acesso. A organização do mobiliário e dos equipamentos deve permitir comunicação, fluidez, posturas e movimentos adequados, flexibilidade e controle, bem como interação social. Destaca-se a importância de entender a tarefa, o trabalho prescrito e as características do ambiente físico. A adequação do recurso é essencial. É importante ajustar a configuração dos postos de trabalho à natureza da atividade e às características do trabalhador, para a postura correta.
Trabalhar em um posto ergonomicamente incorreto e desorganizado, com hábitos posturais inadequados, gera-se um processo de trabalho improdutivo, com falta de concentração, perda de agilidade, erros e retrabalho assim como alterações da saúde física, tais como: dores musculares e alterações da saúde mental (estresse, irritabilidade). Uma empresa que procura oferecer condições ergonômicas de trabalho aumenta a produtividade da equipe e previne-se contra os altos custos do tratamento e do afastamento do funcionário, seja por Afecções Musculoesqueléticas Relacionadas ao Trabalho (Amert) ou até mesmo depressão. No caso de atividades em fábrica, geralmente em pé. A NR 17 (2002) destaca a incidência de dores lombares, sendo menor com a alternância da posição sentada, e a movimentação dos demais segmentos corporais. Assim, a alternância postural deve ser sempre privilegiada, e ficar à livre escolha do trabalhador. A Norma indica posturas e define que o conforto do trabalho sentado e em pé deve considerar: a) o tempo de manutenção da postura (evitar esforços estáticos); b) a adaptação às exigências visuais; c) os espaços para pernas e pés; d) a altura do plano de trabalho; e) as características da cadeira, quando o trabalho for sentado.
A Norma Regulamentadora “NR 17” visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. ERGONOMIA
Desde os primórdios do trabalho, passando pela produção artesanal e familiar até as grandes fábricas e indústrias, o trabalho tem exigido dedicação mental e física, sendo o ambiente e as condições de trabalho de relevante importância à realização das atividades. A palavra ergonomia vem do grego ergon (trabalho) e nomos (princípio ou lei), que pode ser definido como o conjunto de conhecimentos científicos relacionados ao homem, necessários na concepção de ferramentas, máquinas, dispositivos e outros meios que possam ser utilizados em condições de conforto, segurança e eficiência no trabalho (Reolon et al., 2018).
É nesse contexto que a Ergonomia desempenha um papel importante dentro das organizações. Segundo Linhares et al. (2018), ela foca a atividade de trabalho das pessoas e busca melhorar suas condições de execução melhorando o uso e manuseio de produtos. Ela busca articular conhecimentos sobre a pessoa, a tecnologia e a organização, para sustentar sua prática de mudança dos determinantes e condicionantes da atividade profissional e do uso e manuseio de produtos ou sistemas. De acordo com a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), a Ergonomia é definida internacionalmente como uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos, a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. A ergonomia está instituída em vários níveis na sociedade brasileira, na universidade, nas empresas, nos sindicatos e na atuação dos poderes públicos (Reolon et al., 2018) e contribui decisivamente para que os operadores tenham as condições requeridas para executar satisfatoriamente suas tarefas.
Moreira e Silva (2016) salientam que nem todas as posturas e a aplicação de força realizada pelo trabalhador no ambiente de trabalho causam prejuízo à sua saúde, pois, para que haja risco, é necessária uma combinação de vários fatores, como a intensidade da força aplicada, a duração do esforço, as posturas, a velocidade em que o trabalho é realizado e as condições ambientais do local de trabalho. Dessa maneira, adaptando o projeto ao trabalho, pode-se ter uma redução de acidentes de trabalho, aumento de produtividade e qualidade de vida melhor.
2.2. LER/Dort
Com o advento da era industrial, teve início o processo de fabricação de produtos em massa, e a crescente especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, aumentar a produção e também reduzir custos. Essa especialização levou os trabalhadores a executarem funções específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos, associados a esforço excessivo, levando muitos trabalhadores a sentir dores. Atualmente é a principal causa de afastamento, tanto no Brasil como no mundo inteiro e constitui-se no principal grupo de distúrbios à saúde, levando em consideração que os custos com indenização são apenas uma fatia do bolo de problemas gerados para a empresa, sendo que os principais são: a readaptação funcional e capacitação do empregado, interrupções na produção ou substituição, gerando mais tempo de treinamento e demora para a retomada das atividades normais da empresa.
De acordo com Pastore (2015), a cada R$ 2,00 investido em segurança e saúde do trabalhador, economiza-se R$ 8,00 com gastos em acidentes e doenças ocupacionais. De acordo com Bitencourt e Lemos (2016), “a ergonomia tem pelo menos duas finalidades, uma é o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores e a outra é a concepção e o funcionamento satisfatórios dos sistemas técnicos do ponto de vista da produção e da segurança”. Um posto de trabalho mal planejado sob o aspecto ergonômico pode causar aos trabalhadores doenças como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Em determinadas circunstâncias, as LER/Dort podem levar o trabalhador ao afastamento médico e a restrições permanentes de suas atividades.
De acordo com Moraes e Bastos (2017), cerca de 80% a 90% dos casos de doenças relacionadas ao trabalho notificadas nos últimos 10 anos no país são representadas pelas LER/Dort [...]”. Existem muitas definições para as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Uma delas é a sobrecarga acumulada com o passar do tempo nas partes moles do sistema musculoesquelético do corpo humano.
2.3. AMBIENTE TÉRMICO
Para Almeida (2017), o ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho que influenciam o organismo do trabalhador, sendo fator importante que interfere, de forma direta ou indireta na saúde e bem-estar do mesmo, e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas. Um ambiente térmico saudável é o resultado do controle simultâneo da temperatura, umidade e renovação do ar nos postos de trabalho. A temperatura e a renovação do ar são fatores relacionados entre si, dado que um influencia o outro por meio da ventilação. Uma temperatura excessiva constitui um fator de “estresse” para o organismo humano, originando perturbações físicas e psicológicas. Em casos extremos, pode ocorrer, por exemplo, desidratação e/ou subida de temperatura do corpo suscetíveis de alterar o comportamento e, em casos graves, culminar em desmaio. A renovação do ar não constitui, só por si, um fator relacionado à regulação da temperatura, mas influencia também a própria qualidade do ar. O nível do risco depende, evidentemente, do tipo de trabalho efetuado nas instalações da empresa. Os trabalhos pesados requerem uma temperatura mais baixa e uma maior ventilação, enquanto trabalhos rápidos efetuados nas mesmas condições, tornam-se rapidamente difíceis de suportar (BARROS, MARÇAL, & SOARES, 2015).
A temperatura é um quesito que deve merecer o maior cuidado, quando se busca criar adequadas condições ambientais de trabalho. Há temperaturas que nos dão uma sensação de conforto, enquanto outras se tornam desagradáveis e até prejudiciais à saúde. O ser humano dispõe de mecanismos reguladores eficazes porque precisa manter a temperatura interna do seu corpo praticamente constante, entre 36°C e 38°C, mesmo em condições ambientais muito agressivas. O organismo humano, para a manutenção de sua estrutura, consome uma energia “mínima de repouso” que se traduz por uma “temperatura interna constante”. A fim de manter sua temperatura interna constante, o homem deve então comunicar-se com seu meio ambiente.
De acordo com Pereira et al. (2017), tais sintomas desencadeados pela exposição excessiva ao calor tornam os movimentos mais letárgicos, o raciocínio mais lento e aumentam a irritabilidade. Por outro lado, um espaço com temperatura adequada instiga o rendimento, reduz o índice de acidentes e melhora o entrosamento funcional-social, o que traz lucros maiores em razão de uma maior produtividade.
2.4. RUÍDO
Para Michaloski e Trzaskos (2015), do ponto de vista da Ergonomia, ruído é o fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão (no caso ar) em função da frequência, isto é, para uma dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões. Do ponto de vista físico, não há diferença entre som, ruído e barulho, no entanto, quanto à resposta subjetiva ruído ou barulho pode ser definido como um som desagradável ou indesejável. Assim, por exemplo, numa boate a música pode ser considerada som para uns e ruído para outros.
Segundo Shida e Bento (2012), as consequências da exposição ao ruído vêm se configurando como um dos principais problemas de Saúde Ocupacional e ambiental na atualidade. As populações de trabalhadores nas mais variadas fases dos processos produtivos industriais, mas não somente nestes, estão submetidas a exposições de altas doses de ruído e, ao mesmo tempo, convivendo com certo desconhecimento das consequências negativas desta vivência para o organismo. A PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) é um dano ocupacional que, apesar da gravidade de suas consequências, ainda passa desapercebido por trabalhadores e profissionais de saúde. As dificuldades para prevenção são muitas, seja pelos problemas ambientais, inerentes no processo de produção, seja pelas metodologias de avaliação da PAIR, falta de conhecimento dos trabalhadores sobre o assunto, alto custo de implantação das tecnologias de proteção existentes no mercado, entre outros, e culminam em dificuldade de identificação e diagnóstico da PAIR, o qual não é uma tarefa simples e requer habilidade da equipe de Ergonomia para compor o nexo entre os sintomas, a exposição e os fatores causais da doença em questão (VERÇOSA, 2017).
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
A estratégia de pesquisa adotada foi a de múltiplos estudos de casos. A escolha desta abordagem está em concordância com as proposições de Yin (1994), pois deseja-se “investigar um fenômeno atual dentro do seu contexto real, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e utilizando-se várias fontes de evidência”. A pesquisa de campo, tendo sido realizada por meio de múltiplos estudos de casos, utilizou-se de um método qualitativo, de pesquisa descritiva (ou exploratória). Segundo Lakatos (2003), o método denominado qualitativo caracteriza-se por um foco maior na compreensão dos fatos que propriamente na sua mensuração. Foram conduzidas entrevistas semiestruturadas, com os gerentes de produção em onze empresas de diferentes setores da indústria na região de Sorocaba, no ano de 2017, seguindo-se um roteiro previamente formulado a partir da revisão bibliográfica. Em razão do objetivo desta pesquisa ser estudar os movimentos, posturas e exposição dos operários em suas respectivas funções com os recursos oferecidos pela empresa, e os resultados no trabalhador, no tocante a análise do LER/Dort, Ambiente térmico e Ruído, nas áreas pesquisadas.
4. ESTUDO DE CASO
As características das empresas, áreas pesquisadas e o processo de trabalho de cada área estão na Tabela 1, enquanto na Tabela 2 estão os elementos de análise ergonômica referente às áreas estudadas das empresas e a Tabela 3 o quanto em importância financeira cada empresa disponibilizou para investir.


A Tabela 3 mostra, de acordo com os entrevistados, um valor aproximado da importância financeira de cada empresa em melhorias com Ergonomia. Das empresas pesquisadas, algumas têm o próprio recurso interno (área de Ergonomia), enquanto outras têm apenas consultoria externa e outras, ambos.

5. CONCLUSÕES
De acordo com as entrevistas, a Tabela 4 mostra o resumo das considerações.

Primeiro, na Tabela 3 as empresas C, G e I têm os maiores investimentos em Ergonomia, uma explicação é que são grandes multinacionais e estão considerando a área com a importância devida, pois estamos diretamente impactando os seres humanos. Mas, ao analisarmos a Tabela 4, essas empresas não atendem 100% a NR 17. Esses fatores são diversos: no momento há outras prioridades, novos investimentos já alocados em outras áreas a forma da gestão da empresa encarar a importância da Ergonomia e também a estatística de acidentes ocasionados por problemas ergonômicos, caso estes forem pequenos, as decisões quanto a investimento e priorização será postergarda.
Após o levantamento dos problemas ergonômicos nas empresas, o diagnóstico de LER/Dort apresentado, conclui-se que apenas na empresa F, as condições estão corretas e dentro dos padrões da NR 17. Ao contrário das restantes da amostra, que apresentam problemas na atividade pesquisada, dessa forma ocasionando entre seus processos várias situações que causam desconforto a seus colaboradores, como carregamento excessivo de peso, trabalhos repetitivos, trabalho em pé e, ou sentado, postura e movimentação inadequada no ambiente de trabalho. Essa empresa é uma das duas que tem o menor investimento destinado à Ergonomia. Resultando para os trabalhadores em: fadiga nas pernas, dores na coluna e pescoço, altamente prejudicial para a produtividade da empresa, pois agravando-se essas enfermidades, os trabalhadores se afastarão de seus postos de trabalho, onde a empresa será prejudicada, no tocante a resultados.
Quanto ao Ambiente térmico a amostra teve resultados diversificados: algumas empresas F e G com o uso dos EPIs, contornam o problema, dessa forma não expondo os trabalhadores a riscos, proporcionando satisfação e desempenho das tarefas executadas. O restante não está empregando equipamentos; ou instalando-os para colaborar com a performance do trabalhador no ambiente de trabalho, causando redução de produtividade. Durante o trabalho físico no calor, constata-se que a capacidade muscular se reduz, o rendimento é bem menor se comparado ao normal e à atividade mental altera-se, apresentando perturbação da coordenação senso-motora, altamente prejudicial às suas atividades.
O diagnóstico do Ruído na pesquisa, apenas nas empresas A, D, E, G foi constatado riscos em exposição para o trabalhador, onde a exposição ao ruído alcança níveis médios a elevados, podendo afetar o trabalhador se exposto continuamente à atividade da seguinte forma: aumento de batimentos cardíacos, hipertensão arterial leve ou moderada com consequente aumento do risco de doença cardíaca, alterações digestivas, irritabilidade, insônia, ansiedade, nervosismo, redução da libido, aumento do tônus muscular, dificuldade de repouso do corpo, tendência à apresentação de espasmos musculares reflexos, aumento da frequência respiratória, vertigem e cefaleia. Nas demais B, C, F, H, I, K com o uso de EPIs, a situação passa para o normal, não afetando o lado humano.
A empresa J, com pouco investimento e de porte médio, não apresenta problemas nos quesitos pesquisados, pois é muito organizada e os colaboradores percebem as melhorias quando tratam a Ergonomia corretamente. Sempre treinando os colaboradores em cima das Normas. Há uma conscientização da importância no nível executivo e gerencial da empresa, pois senão cuidar dos colaboradores os resultados não são alcançados, além da empresa evitar problemas jurídicos.
Ambientes adequados do ponto de vista do conforto ambiental vão proporcionar melhores condições de trabalho ao indivíduo, favorecendo o desempenho ótimo do organismo humano e assim predispondo o trabalhador a melhorar sua eficiência e produtividade. Inversamente, condições pobres de temperatura, ruído e situações propícias a causar torções, dores, podem não somente prejudicar o bom andamento do trabalho como também gerar estresse e fadiga, aumentando os riscos de segurança podendo chegar a impossibilitar a execução do trabalho. As doenças ocupacionais não são recentes, atualmente a empresa vem assumindo novas características relacionadas ao mercado de trabalho onde competem, tanto no mercado nacional como internacional. Dessa maneira, buscam grande produtividade a menor custo, o que impõe o trabalhador muitas vezes a ritmos de trabalho intensos, jornadas prolongadas, ambientes ergonomicamente inadequados, entre outros fatores.
As dificuldades apresentadas nos estudos de caso estão vinculadas a diversos fatores, mas pode-se destacar como os mais importantes a falha na comunicação entre os níveis superiores e o chão de fábrica, erro no planejamento das ações a serem tomadas para a implantação de novos programas para diminuição das ocorrências dos problemas ergonômicos expostos na pesquisa de campo. A ausência de indicadores para a medição de desempenho da organização do lado ergonômico e o não estabelecimento da ergonomia como um dos objetivos estratégicos também contribuem para essas dificuldades.
Os múltiplos estudos de casos permitiram verificar dentro das áreas pesquisadas as dificuldades encontradas na implantação de sistemas de Ergonomia, as quais poderiam ser minimizadas por meio de um planejamento estratégico e financeiro adequado que considerassem ações de segurança e saúde no trabalho, investimentos em treinamentos, contratação de profissionais capacitados para a função que vai exercer e busca do comprometimento dos funcionários com relação ao sistema de segurança e saúde da empresa, por meio de constantes treinamentos e conscientizações.
Assim, o conhecimento de tais informações possibilita também às organizações identificarem as deficiências e estabelecerem as devidas medidas de controle e consequente eliminação ou redução da probabilidade de que se gerem riscos à saúde e à segurança de seus funcionários.
REFERÊNCIAS
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