Resumo: Este artigo buscou identificar os elementos que descrevem o perfil das publicações científicas sobre cooperativas de crédito nos principais periódicos nacionais e internacionais, realizando uma análise bibliométrica na Scopus no período de 2006 a 2018, contemplando os termos “cooperativas de crédito”, “credit cooperatives” e “credit unions”. Os principais resultados mostram que a produção científica brasileira indexada na Scopus ainda é incipiente, com 24 trabalhos publicados, cujo ano de 2017 concentrou aproximados 20,8% desta produção (5). Em maioria, os artigos são classificados na área “Negócios, Gestão e Contabilidade” e são predominantemente produzidos por autores da UFV e da UFMG. Em complemento, identificou-se que a rede de autores é isolada, não havendo cooperação entre os clusters.
Palavras-Chave: BibliometriaBibliometria,Cooperativas de CréditoCooperativas de Crédito,ScopusScopus.
Abstract: This paper aimed to identify the elements that describe the profile of scientific publications on credit cooperatives in the main national and international journals, performing a bibliometric analysis at Scopus from 2006 to 2018, including the terms "credit cooperatives", "credit cooperatives" and "credit unions". The main results show that the Brazilian scientific production indexed in Scopus is still incipient, with 24 published works, whose year of 2017 concentrated approximately 20.8% of this production (5). Most articles are classified in the area of "Business, Management and Accounting" and are predominantly produced by UFV and UFMG authors. In addition, it was identified that the network of authors is isolated, and there is no cooperation among the clusters.
Keywords: Bibliometrics, Credit Unions, Scopus.
Artigo
CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA SOBRE COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO PERÍODO ENTRE 2006 E 2018
Elements of scientific publications on credit cooperatives in the main national from 2006 to 2018
Recepção: 14 Janeiro 2019
Aprovação: 04 Maio 2019
As organizações cooperativas tem a sua origem relacionada às necessidades dos agricultores, artesãos e operários que se organizaram como um forma de “defesa” frente às situações de mercado. Diante disso, deu-se início a pequenos grupos de trabalhadores, que se uniam com a finalidade de dirimir problemas financeiros uns dos outros (Etgeto, Silva, Vicenti, Girotto & Miranda, 2005).
Uma cooperativa de crédito é uma instituição financeira de propriedade do associado, controlada democraticamente por seus membros, e operada com o objetivo de maximizar o benefício econômico desses, fornecendo serviços financeiros a taxas competitivas e justas (World Council of Credit Unions ENT#091;WOCCUENT#093;, 2019a). De forma geral, estas instituições buscam desenvolver um equilíbrio entre o seu desempenho financeiro e o social, uma vez que os lucros para essas entidades são, na verdade, excedentes ou “sobras” apuradas pelo resultado de produtos e serviços no fim de cada ciclo anual. Esta dimensão influencia diretamente o crescimento destas instituições, que possuem características específicas, e, em especial, às relacionadas à política de intermediação financeira (Rixon & Lightstone, 2016).
No Brasil, a participação das cooperativas de crédito aumentou em todos os principais agregados do Sistema Financeiro Nacional (SFN), atingindo os seus máximos históricos, e em alguns casos, acima do segmento bancário - o índice de Basileia das cooperativas de crédito, por exemplo, manteve-se em torno de 30%, acima do índice do segmento bancário, que era 17,2%, em 2017 (Banco Central do Brasil ENT#091;BACENENT#093;, 2018).
Ademais, ressalta-se que o cooperativismo de crédito também ganha importância em termos absolutos, visto que estas instituições são equiparadas às demais instituições financeiras, e neste aspecto, estão aptas a realizar, sob a supervisão do Banco Central, as mesmas operações permitidas a um Banco Comercial, promovendo a poupança e financiando as necessidades e empreendimentos de seus associados e cooperados, por meio das relações comerciais entre os cooperados e a cooperativa (Freitas & Freitas, 2014).
As cooperativas de crédito possuem uma participação de aproximados 2,15% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em 2017, apresentando, em valores absolutos, R$178,5 bilhões, o que demonstra a conquista destas entidades e a crescente fidelização dos seus clientes. Neste aspecto, estas instituições tem sido uma alternativa aos novos negócios e, com isso, são vistas como um recente objeto de pesquisa explorado em perspectivas multidisciplinares, sob a perspectiva da sua eficiência, do seu crescimento, da sua atuação, de boas práticas, entre outros, visto que, estes aspectos geram impactos positivos no desempenho das cooperativas de crédito. Por outro lado, as limitações relacionadas a estas instituições em relação ao seu funcionamento e às divulgações de seus resultados, também induzem à exploração de novos estudos.
Neste contexto, optou-se a realizar um estudo bibliométrico sobre a produção científica relacionada às cooperativas de crédito, buscando responder o seguinte questionamento: Quais as características da produção científica sobre cooperativas de crédito na Scopus no período entre 2006 e 2018? A ideia principal deste trabalho é o de aprofundar a área em estudo, permitindo identificar características essenciais para a produção sobre cooperativas de crédito, através da coleta de dados nos principais periódicos nacionais indexados na Scopus.
Para atingir o problema de pesquisa, este artigo está dividido em mais cinco seções, além desta introdução. O próximo tópico trata do referencial teórico, destacando aspectos relacionados ao Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, à bibliometria e estudos relacionados. No terceiro tópico, os procedimentos metodológicos e a estratégia de coleta. Logo após, os resultados e respectivas análises, considerações finais, e, por fim, as referências.
De acordo com o Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito, em 2017, existem 89.026 cooperativas de crédito em 117 países, em um total de aproximados 260.164.742 cooperados. Na América Latina, as denominadas credit unions existem em 17 países, com 2.987 unidades e 39.291.611 membros. Destes dados, o Brasil é responsável por 967 cooperativas (32,4%) e 9.632.007 cooperados (24,5%) (WOCCU, 2017, 2019b).
De acordo com o Banco Central do Brasil (BACEN, 2018), o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) está estruturado em sistemas compostos por cooperativas singulares, cooperativas centrais, confederações de cooperativas e bancos cooperativos. Os últimos dados consolidados, de dezembro de 2017, existiam quatro sistemas de três níveis formados por confederações e/ou bancos cooperativos, centrais e singulares filiadas: Cresol e Unicred, cujas confederações são autorizadas pelo Banco Central como instituições fnanceiras; e Sicoob e Sicredi, cujas confederações não prestam serviços financeiros, que são fornecidos pelos respectivos bancos cooperativos. Cabe ressaltar que, além dos sistemas de três níveis, havia seis sistemas de dois níveis formados por centrais e filiadas; e duzentas singulares independentes, não vinculadas a nenhum tipo de sistema.
Com relação à classificação das cooperativas de acordo com as operações praticadas, as singulares em atividade em 31 de dezembro de 2017 estavam distribuídas em 38 plenas, 738 clássicas e 191 de capital e empréstimo. Em relação a dezembro de 2016, destacou-se a transformação de sete singulares independentes de clássicas para capital e empréstimo, categoria à qual é vedada a prática de operações de maior risco e a captação de recursos e depósitos.
Com a segmentação estabelecida pela Resolução n.º 4.553 (BACEN, 2017), para fins de aplicação proporcional da regulação prudencial, as singulares foram enquadradas nos segmentos de menor porte e de perfil de risco mais simples. Em dezembro de 2017, 82 singulares estavam no segmento S4 (8%) e 885 optaram por integrar o segmento S5 (92%), para o qual é permitida uma estrutura simplificada de gerenciamento de riscos e adoção de uma metodologia simplificada para apuração do requerimento mínimo de Patrimônio de Referência.
O número de cooperados continuou crescendo em 2017, embora em ritmo inferior à média dos anos anteriores. O crescimento anual foi de 8%, com média aproximada de 60 mil novos cooperados por mês, o que possibilitou ao segmento alcançar a marca de 9,6 milhões em dezembro de 2017. A maior alta ocorreu na quantidade de clientes pessoa jurídica, que aumentou 19%, enquanto a de clientes pessoa física cresceu 7%. Apesar das pessoas jurídicas representarem apenas 12% dos cooperados, são responsáveis por 35% do volume de crédito, aumentando essa representatividade todo ano (BACEN, 2018).
Ademais, a participação das cooperativas no Patrimônio de Referência (PR) do Sistema Financeiro Nacional (SFN) aumentou de 3,87% (R$33,1 bilhões) para 4,24% (R$38,2 bilhões), ao tempo em que em um período de 12 meses, a inadimplência reduziu de 4,0% em dezembro de 2016 para 3,5% em dezembro de 2017. A Tabela 1 destaca os principais agregados relacionados ao Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.

Consoante a Tabela 1, a carteira de crédito das cooperativas de crédito singulares apresentou crescimento de 15%, taxa maior que a de 2016, de 10%. A carteira permaneceu concentrada nas pessoas físicas, correspondendo a 64% do total. Essa proporção vem caindo ao longo dos anos, ainda que de forma sutil, refletindo a maior entrada de pessoas jurídicas no segmento (BACEN, 2018).
Neste contexto, os números supracitados demonstram o grande potencial e os desafios a serem ultrapassados pelas cooperativas de crédito, que possuem um mercado potencial para o seu crescimento e desenvolvimento, o que demanda, portanto, analisar os trabalhos já realizados sobre a temática, buscando novas tendências e diferentes vertentes relacionadas a estas entidades, através de ferramentas como a bibliometria.
A análise da produção científica contribui para se identificar e visualizar o comportamento das comunidades científicas, instituições, disciplinas, áreas do conhecimento e países, evidenciando sua elite científica, frente de pesquisa, temáticas mais vigorosas, assim como as ligações dentro e entre estas instâncias, entre outros (Almeida & Grácio, 2019). Neste aspecto, a bibliometria permite, por meio de um recenseamento, identificar o número de trabalhos sobre um determinado tema, publicados em uma data específica, por um ou mais pesquisadores, em suas respectivas instituições.
O termo bibliometria foi originado a partir do termo “bibliografia estatística”, e, posteriormente, foi introduzido na comunidade acadêmica em 1934. No entanto, antes mesmo da sua introdução, a prática bibliométrica já acontecia antes mesmo de sua definição, sendo aplicada em diversos estudos, das mais variadas áreas da ciência. Ressalta-se que os estudos bibliométricos não são exclusivos da Biblioteconomia ou da Ciência da Informação, uma vez que diversas áreas do conhecimento mensuram a produtividade dos autores, em específico para obter os indicadores desta produção (Medeiros & Vitoriano, 2015).
Em sua forma clássica, dentre os marcos da bibliometria, as denominadas “Leis” descrevem os principais métodos aplicados para suas análises. O método de Medição da Produtividade de Cientistas de Lotka, ou Lei dos Quadrados Inversos (1926), a Lei de Dispersão do Conhecimento Científico de Bradford, ou Lei da Dispersão (1934) e o modelo de distribuição e frequência de palavras em um texto de Zipf, também denominado de Princípio do Menor Esforço (1949).
Pela Lei dos Quadrados Inversos, uma larga proporção da literatura científica é produzida por um pequeno número de autores, e um grande número de pequenos produtores se iguala, em produção, ao reduzido número de grandes produtores. Pela Lei da Dispersão, existe sempre um núcleo menor de periódicos relacionados de maneira próxima ao assunto e um núcleo maior de periódicos relacionados de maneira estreita, sendo que o número de periódicos em cada zona aumenta, enquanto a produtividade diminui. Por fim, a Lei de Zipf descreve a relação entre palavras num determinado texto suficientemente grande e a ordem de série destas palavras, isto é, a contagem destas palavras em largas amostragens. Caso a tendência dos autores fosse variar nas palavras, a lei seria inválida (Araújo, 2006, p. 13-14, 17).
Quevedo-Silva, Santos, Brandão e Vils (2016) propõem três grupos que agregam diferentes propostas de estudos bibliométricos com a finalidade de classificação e compreensão das diferenças entre estudos e resultados que podem ser esperados. Em um primeiro grupo, as pesquisas descritivas que apresentam em linhas gerais os temas mais estudados em uma área, grupos de pesquisa, periódicos que mais publicam temas correlatos e principais autores e métodos utilizados. Em sequência, os estudos que possuem como foco o domínio metodológico dominante em uma área de pesquisa, preocupando-se em classificar e contabilizar os desenhos de pesquisa mais utilizados no tema e técnicas utilizadas para teste de hipóteses com o objetivo de apontar oportunidades de estudo e destacar a tradição de pesquisa na área.
Por fim, os trabalhos que apresentam as análises descritivas referentes a área de pesquisa conforme objetivo do primeiro grupo de pesquisas descrito. Contudo, avança em relação ao primeiro ao utilizar análises quantitativas dos agrupamentos de teorias, construtos e variáveis operacionalizadas nos estudos, além de ter como objetivo apresentar tendências de pesquisa no tema e proposições teóricas a partir de integração das teorias que suportam o desenvolvimento de cada tema.
Neste contexto, a finalidade do presente trabalho é, ao estar relacionado com a Lei de Zipf e com o primeiro grupo destacado por Quevedo-Silva et al. (2016), apresentar as características da produção científica sobre cooperativas de crédito na Scopus no período entre 2006 e 2018.
É possível identificar na literatura trabalhos que explorem a bibliometria em temas adjacentes às cooperativas de crédito, com a utilização de outras plataformas e em períodos diferentes. Neste contexto, o presente tópico apresenta os estudos mais recentes.
Duarte, Jesus-Lopes e Santos (2016) buscaram avaliar o perfil das pesquisas que tratem do tema “cooperativas”, publicadas entre 2010 e 2014, nos Encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD). Os resultados indicam que as áreas de Estratégia nas Organizações, Estudos Organizacionais e Administração Pública são as que mais publicam sobre o tema. Ademais, observou-se que os autores que pesquisam o tema pertencem às universidades bra0sileiras localizadas nas regiões Sul e Sudeste. Os estudos mostraram a existência de uma maior atenção das pesquisas acadêmicas para estudos empíricos, tais como os estudos de caso e pesquisa de campo. Junto a isso, foi possível verificar a predominância dos temas ligados, nas áreas interdisciplinares que envolvem as logicas da Economia Solidária e do Empreendedorismo, no período pesquisado.
Martins, Lima, Schenatto e Bortoluzzi (2017) tiveram como objetivo principal identificar as características das publicações sobre avaliação de desempenho organizacional em cooperativas de crédito nas bases de dados Scielo, Scopus e Web of Science, por intermédio de análise bibliométrica, com acesso em abril de 2017, a partir dos termos “avaliação de desempenho organizacional” e “cooperativas de crédito”. Com os resultados foram identificados 15 artigos sobre tema, que, de forma geral, identificaram a falta de consolidação do tema e quanto às metodologias utilizadas demonstrou maior consolidação a metodologia Data Envelopment Analysis (DEA) para avaliar o desempenho de cooperativas de crédito nas bases de dados pesquisadas.
Silva, Oliveira, Garcia, Sugano e Lucchesi (2018)buscaram, através de uma pesquisa bibliométrica entre os anos de 1960 e 2017, apresentar a evolução das pesquisas relacionadas a modelos de negócios cooperativos na base Web of Science. A pesquisa aponta para um grande desenvolvimento das pesquisas americanas em relação aos demais países, enquanto que a participação brasileira ainda é muito escassa sobre a temática, o que é uma grande oportunidade para aprofundamentos, tanto na economia, quanto nas pesquisas como um todo. Outro fator relevante identificado pelos autores, é a participação das fontes de fomento chinesas e europeias na construção dessas pesquisas, o que denota uma importância dada pelos governos destas regiões a este tipo de pesquisa.
Bridi e Medeiros (2018) considerando a importância das cooperativas e da sustentabilidade nos dias atuais, tiveram como objetivo verificar as características da produção acadêmica indexada na Web of Science no período de 1998 a 2017. Com isso, os autores identificaram 792 trabalhos, a partir da combinação dos termos cooperatives and sustainability. Os resultados obtidos evidenciam uma crescente preocupação sobre o tema ao longo do tempo, passando de oito trabalhos no ano de 2000 para 119 em 2016. Ademais, os autores destacam que a maioria dos estudos foi publicada na modalidade de artigo científico (596) e, em relação ao número de publicações, os Estados Unidos sobressaem-se com 207 trabalhos, enquanto o Brasil ocupa a décima primeira posição no ranking com 33 trabalhos. Neste contexto, os autores concluem que estas ainda são áreas de pesquisa que ainda possuem margem para serem exploradas no país.
Tomaz, Serafin Junior, Besen e Almeida (2018) tiveram como finalidade realizar um levantamento bibliográfico, buscando identificar as características bibliométricas de artigos com abordagens no contexto de avaliação de desempenho e eficiência das instituições financeiras, incluindo nestas, as cooperativas de crédito, bancos públicos e privados, evidenciando suas características bibliométricas, cujos dados foram coletados no Portal da Capes e do Google Scholar entre 2009 a 2017. Os resultados evidenciaram as poucas publicações relacionadas ao tema, além de identificar as áreas de Administração, Economia e Contabilidade como as áreas com maior número de publicações. Além disso, identificou-se que a rede de autores é isolada, ou seja, não há cooperação entre os autores do portfólio analisado. Assim, considerando-se os trabalhos supracitados e as pesquisas realizadas em períodos anteriores, ratifica-se a escassez de estudos que investiguem, de forma conjunta e pontual, a produção científica brasileira sobre cooperativas de crédito, considerando a base Scopus como base para a análise bibliométrica.
Este trabalho é caracterizado como bibliométrico. Em complemento, a análise bibliométrica colabora com a sistematização das pesquisas realizadas em determinado campo e ao endereçamento de problemas investigados em pesquisa futuras, identificando o que está posto em um determinado campo de conhecimento (Chueke & Amatucci, 2015). Ademais, pesquisas que empregam a bibliometria tem se tornado frequente entre os pesquisadores, tendo em visto o volume de materiais bibliográficos produzidos e disponibilizados na atualidade. Logo, com esse levantamento, é possível facilitar o entendimento para pesquisadores que desejem ingressar em certos campos de pesquisa (Silva et al., 2018).
Neste artigo, os registros foram coletados na base de dados Scopus no período compreendido de 2006 a 2018, ou seja, 13 anos. A lógica para o período analisado foi a de considerar desde o primeiro trabalho relacionado ao tema nesta plataforma até o último ano completo. Partindo-se do pressuposto de que trabalhos anteriores não realizaram pesquisas utilizando esta base de dados, este procedimento é prudente para garantir que este trabalho possa ser atualizado sem a necessidade de se fazer novamente a pesquisa completa (Santos, Kalsing & Hansen, 2014), bastando apenas a realização da pesquisa para um período posterior a 2018.
Quevedo-Silva et al. (2016) destacam que antes de realizar uma bibliometria é importante entender um pouco sobre o tema que será pesquisado para poder definir as palavras-chave. Em um segundo momento, definem-se os filtros de busca. Consoante os autores, as bases de dados mais utilizadas para pesquisas bibliométricas são Web of Science (Thomson Reuters) e Scopus (Elsevier). Ambas as bases já são preparadas para pesquisas bibliométricas com informações sobre número de citações de cada artigo, relevância de periódicos, entre outras. A escolha da base Scopus ocorre pelo fato da mesma contemplar artigos apenas em sua versão definitiva, o que implica que essa base não disponibiliza artigos que ainda estão em processo de conclusão, como é o caso de anais de eventos ou artigos cujas revistas já aprovaram, porém com ressalvas (Ferenhof & Fernandes, 2016).
Este trabalho segue o ritual do processo de filtro dos artigos, apresentado por Lima (2018). Para o presente artigo, a busca foi realizada com os termos “cooperativas de crédito”, “credit cooperatives” e “credit unions”, filtrando-se apenas os artigos indexados à base e que apresentassem os respectivos termos apenas em seus títulos. Neste aspecto, para o descritor da base Scopus, a pesquisa foi realizada como “(TITLE (cooperativas AND de AND crédito) OR TITLE (credit AND unions) OR TITLE (credit AND cooperatives)) AND DOCTYPE (ar) AND PUBYEAR < 2019 AND COUNTRY/TERRITORY (brazil)”. O uso dos operadores “AND” (e) e “OR” (ou) possibilita que o pesquisador filtre a sua busca, evitando a separação dos termos, dentro do descritor da base no período analisado.
Com a operacionalização supracitada, os resultados destacados neste trabalho serão baseados no corpus composto por 24 artigos contemplando em seus títulos os termos “cooperativas de crédito”, “credit cooperatives” e “credit unions”, publicados nos periódicos indexados na Scopus, no período de 2006 a 2018. Em complemento, realizou-se a análise de autores mais proficientes dentro da temática e redes de coautoria com o suporte do software VOSviewer versão 1.6.10, a partir da importação do arquivo em formato .csv, gerado no site do próprio indexador, no campo Export, opção All (todos).
Este tópico destaca a análise de dados, norteada pelos critérios pré-estabelecidos, relacionados à produção científica por ano, por autores em produção e citações, áreas do conhecimento, publicação por periódicos, países e afiliação. A Tabela 2 busca fazer um recorte desses trabalhos por ano de publicação.

Neste recorte, conforme ilustrado na Tabela 2, a produção científica sobre cooperativas de crédito indexadas na base Scopus inicia a partir do ano de 2006, com o trabalho “Investigating the solvency of brazilian credit unions using a proportional hazard model”, de autoria de Marcelo J. Braga, Valéria G. Fully Bressan, Enrico A. Colosimo e Aureliano A. Bressan, publicado no Annals of Public and Cooperative Economics. Ressalta-se que, dos 24 artigos, 17 foram escritos em português, 11 em inglês e 1 em língua espanhola.
No Brasil, os registros de estudos sobre cooperativismo de crédito surgiram em meados dos anos 1990, em virtude do desenvolvimento das cooperativas atuantes no contexto atual. Neste aspecto, o cooperativismo de crédito surge como área de estudo no contexto brasileiro de forma recente, tendo como desafio o reconhecimento do modelo de gestão e dos princípios cooperativistas pela comunidade em geral (Freitas & Freitas, 2014). Com isso, interpreta-se a publicação de trabalhos indexados na Scopus em 2006.
Ademais, a própria evolução das cooperativas de crédito no Brasil tem o seu marco no ano de 2003, com a abertura do crédito cooperativo por meio das Resoluções n.º 3.106 e n.º 3.140, que ampliaram o alcance dessas instituições aos cidadãos, fomentando a geração de empregos e a distribuição de renda (Souto, 2017). Como observação, é importante ressaltar que o primeiro trabalho indexado na Scopus relacionado a temática do cooperativismo de crédito foi o artigo intitulado “Cooperative Credit Institutions in the United States”, de James B. Morman, publicado nos Anais da Academia Americana de Ciências Sociais e Políticas (The Annals of the American Academy of Political and Social Science) em 1920.
Além disso, ainda em relação à produção brasileira pós-2006, a mesma permaneceu incipiente, atingindo no ano de 2012, 4 trabalhos. Em seguida, a produção decresce, voltando a atingir o máximo histórico de 5 artigos, no ano de 2017, caindo para 2, no último período analisado, 2018. Nesse último ano, foram publicados os artigos intitulados “Efficiency of the Brazilian Credit Unions: A Joint Evaluation of Economic and Social Goals” de Emmanuel Sousa de Abreu, Herbert Kimura, Luiz Medeiros de Araújo Neto e Yaohan Peng e “Savings and Credit Cooperatives In Pichincha, Ecuador: Is This A Sustainable Social Management Case?”, de Angie Fernández, Alain Hernández, Marco Hernández e Oscar Chicaiza, editados pela Latin American Business Review e pelo Journal of Security and Sustainability Issues, respectivamente.
Deste primeiro destaque, também é importante destacar que o trabalho intitulado “Income smoothing: A study of the health sector’s credit unions” (Income smoothing: Um estudo das cooperativas de crédito do setor de saúde), publicado por Valéria G. F. Bressan, Douglas C. de Souza e Aureliano A. Bressan, em 2017, na Revista Brasileira de Gestão de Negócios foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e que o artigo “Savings and credit cooperatives in Pichincha, Ecuador: Is this a sustainable social management case?” já citado neste trabalho, foi financiado pela Universidad de las Fuerzas Armadas (ESPE).
Em sequência, a Tabela 3 destaca as áreas relacionadas com a produção científica brasileira no período analisado.

A Scopus utiliza a Science Journal Classification Codes (ASJC) e, partindo-se do pressuposto de que os trabalhos indexados na Scopus podem ser classificados em mais de uma área do conhecimento, o somatório dos artigos por área ultrapassa o número de artigos na base, em um total de 40 classificações.
Constata-se pela Tabela 3, que as área “Negócios, Gestão e Contabilidade” concentra aproximados 29,3% da classificação dos artigos indexados na Scopus, seguido dos trabalhos relacionados a ciências sociais, e a área de economia, econometria e finanças. De forma geral, identificou-se que os registros da produção científica brasileira possuem o mesmo comportamento da produção científica internacional, cujos trabalhos sobre a temática estão direcionados às áreas de finanças e negócios. Este resultado pode estar relacionado ao surgimento de novos tipos de cooperativas de crédito introduzidas pela regulamentação, as novas e complexas condições impostas pelo Banco Central e por terem como foco principal o atendimento às necessidades dos cooperados e a legislação, e não a promoção do aumento do lucro (Souto, 2017).
A Tabela 4 destaca os periódicos cujos trabalhos que versam sobre cooperativas de crédito foram publicados.

Conforme destacado, a Espacios foi o periódico cujos trabalhos indexados na Scopus foram mais publicados, representando 5 dos 24 artigos, seguido da Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional (3) e da Revista de Economia e Sociologia Rural (3). A Revista Espacios é uma publicação dedicada à divulgação de trabalhos originais que apresentam resultados de pesquisas e investigações nas áreas de inovação de produção, política e gestão da ciência e da tecnologia, inovação, gestão tecnológica, educação e áreas relacionadas (ESPACIOS, 2019).
Já a Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional (G&DR, 2019), relacionados ao Desenvolvimento Regional, valorizando o diálogo interdisciplinar, abrindo espaços para contribuições de outras áreas (saúde, engenharias, arquitetura, psicologia, história, ciências ambientais). Por fim, a Revista de Economia e Sociologia Rural é uma publicação mantida pela Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (SOBER) há mais de trinta anos, publicando trabalhos na área de economia em suas ramificações (RESR, 2019). Diante do cenário, ratifica-se a classificação dos artigos nas áreas destacadas na Tabela 3.
A Tabela 5 identifica as cinco principais produções científicas brasileiras a partir da relação artigo/afiliações, ou seja, as instituições declaradas pelos autores para o respectivo artigo, de forma cumulativa. As demais instituições foram suprimidas visto que apresentam apenas uma afiliação/artigo.

De acordo com a Tabela 5, destaca-se a predominância da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ao produzir artigos sobre cooperativas de crédito, indexados na Scopus, representando 16 das 40 das afiliações, ou 40% deste total. Em complemento, os trabalhos afiliados à Universidade Regional de Blumenau (FURB), com 4 afiliações, à Universidade de Brasília (UnB), com 3 afiliações das 40 totais e à Universidade de São Paulo, a USP, com 5% destas.
Em sequência, a Tabela 6 apresenta a relação dos autores que mais publicaram sobre cooperativas de crédito em periódicos indexados na Scopus durante o período analisado. A tabela ilustra os autores que apresentam dois ou mais registros na base Scopus.

De acordo com a Tabela 6, Marcelo José Braga (UFV) e Aureliano Angel Bressan (UFMG) foram os autores que mais produziram sobre cooperativas de crédito, seguidos de Valéria Gama Fully Bressan (4), também da UFMG, Tarciso Pedro da Silva (3) e Cristian Baú Dal Magro (2), da FURB, Alan Ferreira de Freitas (2), da UFV e Alair Ferreira de Freitas (2), da UFMG.
Estes resultados corroboram com os achados de Tomaz et al. (2018), que também identificaram os três primeiros autores como os que possuem um maior número de publicações
- BRESSAN, V. G. F. (7 periódicos; 63 citações), BRESSAN, A. A. (6 periódicos; 63 citações) e BRAGA, M. J. (4 periódicos; 61 citações). Em busca de analisar as redes de cooperação entre os autores que compuseram o corpus desta pesquisa, gerou-se o gráfico ilustrado na Figura 1.

Conforme a Figura 1, a rede de autores é isolada, não havendo cooperação entre os clusters e com trabalhos que variam de 2 a 4 autores. O primeiro cluster formado por Aureliano Angel Bressan (UFMG), Valéria Gama Fully Bressan (UFMG), Douglas Coelho de Souza (UFMG) e Moisés de Andrade Resende Filho (UnB). O segundo cluster é composto por Marcelo José Braga (UFV), Rosiane Maria Lima Gonçalves (UFV) e Marco Aurélio Marques Ferreira (UFV). O terceiro cluster é composto por Enrico Antônio Colosimo (UFMG) e Valéria Gama Fully Bressan (UFMG). Por fim, o último cluster é composto por Moisés de Andrade Resende Filho (UnB).
A respeito das publicações brasileiras mais citadas, é possível verificar tal informação na Tabela 7. Ressalta-se que são apresentados os registros que tiveram citações. Logo, entende-se que os demais trabalhos não apresentaram citações identificadas pela base Scopus.

O trabalho intitulado “Investigação do desempenho das cooperativas de crédito de Minas Gerais por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA)”, de autoria de Marco Aurélio Marques Ferreira, Rosiane Maria Lima Gonçalves e Marcelo José Braga, com 7 citações registradas, buscou investigar o desempenho das Cooperativas de Economia e Crédito Mútuo de Minas Gerais, por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA), a partir de indicadores contábeis e financeiros de 105 cooperativas de crédito que compuseram o escopo da pesquisa, no ano de 2003. Cabe ressaltar que o desempenho torna-se um fator de extrema relevância para a continuidade de uma organização, visto que pode agregar vantagem competitiva e auxiliar na gestão de alterações macroambientais. No caso das cooperativas, o diagnóstico de resultados negativos ou com uma grande variabilidade pode denotar uma situação de risco, remetendo aos cooperados uma ideia de ineficiência ou até mesmo de insegurança econômico-financeira da entidade (Maia, Bressan, Lamounier & Braga, 2013; Cordeiro, Bressan & Francisco, 2017).
O segundo trabalho apresentado na Tabela 7, intitulado “Investigating the solvency of brazilian credit unions using a proportional hazard model”, de Marcelo José Braga, Valéria Gama Fully Bressan, Enrico Colosimo e Aureliano Angel Bressan, aplicou o Modelo de Riscos Proporcionais de Cox a uma amostra de 80 cooperativas de crédito do estado de Minas Gerais no período entre dezembro de 2001 e junho de 2003. Os resultados indicam que os indicadores relevantes para previsão de insolvência são, em ordem decrescente de capacidade preditiva, Liquidez Geral, Salários e Benefícios, e o Índice Empréstimo/Patrimônio Líquido. Em geral, os resultados produzidos utilizando o modelo teórico delineado estavam em consonância com a literatura internacional.
Com 2 citações, o artigo “Brazilian credit union member groups: borrower-dominated, saver-dominated or neutral behavior?”, de autoria de Valéria Gama Fully Bressan, Marcelo José Braga, Moisés de Andrade Resende Filho e Aureliano Angel Bressan, teve como finalidade testar a existência de comportamento em cooperativas de crédito brasileiras, buscando aplicar regressões de dados em painel para identificar os determinantes do comportamento dessas instituições, a partir de 40.664 observações obtidas de 533 filiadas a uma central de cooperativas brasileira.
Em sequência, o artigo “O seguro depósito induz ao risco moral nas cooperativas de crédito brasileiras? um estudo com dados em painel” de Valéria Gama Fully Bressan, Marcelo José Braga, Aureliano Angel Bressan e Moisés de Andrade Resende-Filho, considerando os interesses conflitantes e monitoramento imperfeito, testa se a instauração do Fundo Garantidor (FGS) do Sistema das Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) não induziu ao problema de risco moral, utilizando um painel com dados mensais de 180 cooperativas (61,43% das cooperativas filiadas ao Sicoob) entre janeiro de 2000 e junho de 2008. As estimativas de dados em painel com o índice de Basileia como proxy da exposição ao risco das cooperativas indicaram que a instauração do FGS induziu ao problema de risco moral.
O estudo “Competitive advantage in a credit cooperative: The role of Resources” de Simone Sehnem, Darlan Roman, Alyne Sehnem e Nelson Santos Machado, visa revelar insights sobre a contribuição da visão baseada em recursos para a análise da vantagem competitiva, aplicando um modelo VRIO (valioso, raro, inimitável e organizacional) para a concepção teórica de construtos relacionados à visão baseada em recursos e à vantagem competitiva em uma cooperativa de crédito. O estudo constatou que a organização ganha vantagem competitiva, guiada por recursos limitados, a saber, capital humano e físico, fornecendo importantes insights para o desenvolvimento de novos estudos, sistematizando a visão baseada em recursos em uma agenda de pesquisa.
O trabalho “Exit and Failure of Credit Unions in Brazil: A Risk Analysis”, de Flávio Leonel de Carvalho, Maria Dolores Montoya Diaz, Sigismundo Bialoskorski Neto e Aquiles Elie Guimarães Kalatzis, tem como objetivo investigar os fatores que afetam a saída do mercado de cooperativas de crédito singulares no Brasil de 1995 a 2009, com dados contábeis fornecidos pelo Banco Central do Brasil, que deriva apenas de cooperativas individuais, ou seja, cooperativas de crédito singulares, de 1995 até o segundo trimestre de 2009, totalizando 71.325 observações para 1.929 cooperativas de crédito.
Por fim, com 1 citação identificada pela Scopus, “Sustentabilidade financeira das instituições de microfinanças brasileiras: análise das cooperativas de crédito singulares”, de autoria de Edison Luiz Leismann e Charles Ulises de Montreuil Carmona, analisou os dados financeiros das cooperativas de crédito, Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCM) e crédito mútuo a partir dos dados de 31/12/2007 disponibilizados pelo Banco Central, em um total de 1.439 instituições.
De forma geral, os sete trabalhos apresentados na Tabela 9 estão relacionados às áreas “Negócios, Gestão e Contabilidade” e “Economia, Econometria e Finanças”, exceto o artigo de Sehnem, Roman, Sehnem & Machado (2018), que está classificado em “Ciências Sociais”. Preliminarmente, identifica-se que os artigos mais recentes indexados na base Scopus ainda possuem um baixo número de citações por trabalhos posteriores, partindo-se do pressuposto de que os mais citados datam dos anos de 2007 e 2006, respectivamente.
Em complemento, identifica-se que os trabalhos citados concentram, dentre as suas palavras-chave, os termos “hazard model”, “borrower-dominated”, “saver-dominated” e “risco moral”. É importante ressaltar que as estruturas de propriedade e de gestão de risco das cooperativas de crédito e as consequentes relações entre cooperados e cooperativa são peculiares às demais instituições financeiras. No caso das cooperativas de crédito, as relações de conflitos de agência são específicas para esse tipo de organização, em uma perspectiva principal-principal, pois todos os cooperados são proprietários, e, somente com a utilização dos serviços e da participação do cooperado é que a cooperativa se tornará mais forte e capaz de oferecer melhores serviços (Trindade & Bialoskorski Neto, 2014).
O presente estudo teve como objetivo analisar a produção científica brasileira indexada na base Scopus no período de 2006 a 2018, considerando o primeiro trabalho relacionado à temática, até o último ano completo. A ideia deste trabalho foi a de apresentar as principais características pertencentes aos trabalhos sobre cooperativas de crédito em termos de ano de publicação, áreas do conhecimento, periódicos cujos artigos foram publicados, instituições, autores mais citados e redes de cooperação entre os autores que compuseram o corpus desta pesquisa.
Por meio deste trabalho, constatou-se que a produção científica brasileira indexada na Scopus ainda é incipiente, com 24 trabalhos publicados, cujo ano de 2017 concentrou aproximados 20,8% desta produção (5). Quando considerada a produção científica internacional sobre a temática, os trabalhos brasileiros correspondem a 4,9% do total (492). Em maioria, os artigos são classificados na área “Negócios, Gestão e Contabilidade”, visto que, em geral, os trabalhos inseridos tratam sobre o desempenho econômico-financeiro das entidades e a concorrência entre estas no mercado financeiro.
Em sequência, destacou-se a predominância em produção e citações da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dos autores Marcelo José Braga (UFV), Aureliano Angel Bressan (UFMG) e Valéria Gama Fully Bressan (UFMG), fato este que já foi corroborado em estudos anteriores sobre a temática. Em complemento, identificou-se que a rede de autores é isolada, não havendo cooperação entre os clusters e com trabalhos que variam de 2 a 4 autores. Por fim, a partir dos trabalhos indexados, mostrou-se que dos 24 trabalhos publicados, apenas 7 foram citados e identificados pela Scopus, mostrando que estes artigos ainda são pouco pulverizados, o que pode ser justificado pelas temáticas específicas.
Os resultados obtidos nesta pesquisa contribuem adicionalmente a outros trabalhos e autores que trabalharam como bibliometria aplicada a temas adjacentes às cooperativas de crédito, bem como apresenta o panorama da produção cientifica sobre a temática em um indexador que apresenta trabalhos nacionais e internacionais de alto fator de impacto, como a Scopus.
A principal limitação desta pesquisa e dos resultados apresentados está relacionada ao indexador utilizado, visto que apenas a base Scopus foi aplicada para este artigo, sugerindo-se que, em futuras pesquisas, outros indexadores, como a Web of Science ou Scielo sejam utilizados, com a finalidade de promover meta-análises ou possíveis revisões sistemáticas, buscando tendências de pesquisa sobre a temática. Além disso, sugerem-se trabalhos que abordem de forma pontual a produção científica sobre cooperativas de crédito em âmbito internacional, buscando estabelecer, inclusive, revisões sistemáticas ou meta-análises sobre os principais temas ou palavras-chave.







