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Políticas educacionais e formação de educadores: o estágio curricular supervisionado (ECS) em discussão
Laplage em Revista, vol. 2, núm. 2, pp. 3-5, 2016
Universidade Federal de São Carlos
Editado por: Bárbara Cristina Moreira Sicardi Nakayama; Hylio Laganá Fernandes

Apresentação

Atribuição não comercial internacional. Direitos de compartilhar igual e dar crédito aos autores e periódico.

Recepción: 30 Mayo 2016

Aprobación: 27 Junio 2016

As atuais discussões acadêmicas no âmbito da formação docente vêm problematizando a temática do estágio, enquanto componente curricular, nos mais diversos contextos: aproximação entre teoria e prática; espaço de aproximação entre a formação inicial e o campo de atuação docente; projetos e práticas exitosas nas licenciaturas, etc. No âmbito das pesquisas sobre formação de professores, o estágio aparece com ênfase nas experiências e na sua compreensão enquanto eixo articulador entre teoria e prática profissional.

É possível encontrar um número expressivo de pesquisas que abordam a temática do estágio curricular supervisionado, destacando-se aquelas que apresentam reflexões sobre sua possibilidade formativa, assim como as que propõem o estágio como meio de aproximação da escola com a universidade, da prática com a teoria, de investigação, produção de conhecimentos e de resignificação da prática. Nesse sentido, enquanto finalidade o estágio revela possibilidades de uma perspectiva de aproximação ao campo de atuação potencializadas pela indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.

Na perspectiva de apresentar questões relativas à dinâmica dos estágios nos cursos de licenciatura, destacar práticas bem sucedidas assim como desafios e dificuldades referentes as especificidades das áreas e contradições na interface com a esfera de profissionalização docente é que este dossiê se justifica, vislumbrando a partir dos relatos de pesquisas que o compõem, revelar os limites e possibilidades deste campo. Apresentar e discutir a temática do estágio articulada ao eixo de políticas educacionais e formação de educadores de forma abrangente é o principal objetivo do presente dossiê da Laplage em Revista. Assim, os artigos que o compõem apresentam-nos reflexões políticas e analíticas, alicerçadas em análises circunstanciadas e fundamentadas teoricamente e também em estudos mais específicos que retratam práticas educativas que merecem destaque. O dossiê está estruturado por oito artigos e integra a contribuição de pesquisadores que representam instituições que se destacam no contexto nacional no campo da formação de educadores.

O trabalho de Renata Gama, intitulado “Alguns desafios na condução dos estágios nos cursos de licenciatura” abre a discussão trazendo questionamentos sobre a concepção e a intencionalidade do estágio constituir-se em um eixo articulador, considerando o contexto da formação de professores, da escola atual e da complexidade da prática docente.

O artigo “O Estágio e a construção dos conhecimentos profissionais nos diferentes espaços de formação” de Laurizete Ferragut Passos e de Denise Marquesin estrutura-se para reforçar a hipótese inicial de que o estágio pode fortalecer a constituição da profissionalidade docente, possibilitando ao aluno da formação inicial sair da condição de “mero aprendiz” ou de espectador do ensino, para assumir a profissão docente, ao estabelecer a relação entre os conhecimentos teóricos e os conhecimentos práticos dos conteúdos.

O terceiro texto de autoria de Bárbara Sicardi Nakayama e Solange da Silva Brito objetiva evidenciar as relações do estágio remunerado com os processos de formação, profissionalização e precarização do trabalho docente na interface com um programa de estágio remunerado fomentado pelo governo do estado de São Paulo. O texto oferece subsídios para que reconheçamos que as fragilidades de propostas institucionais podem servir para reforçar interesses políticos e ainda alicerçar práticas que se pautam na mudança de indicadores educacionais e contribuem para a precarização do trabalho docente.

Os três próximos artigos debruçam-se sobre a especificidade dos estágios na área de Ciências e Matemática. Assim, Anselmo Calzolari, Isabela Bozzini e Elaine Furlan analisam o papel do estágio supervisionado de regência dos cursos noturnos de Licenciatura em Química e em Ciências Biológicas, considerando as especificidades das áreas e o contexto dos cursos na perspectiva de articular as diferentes situações de formação em uma proposta integrada, principalmente no que tange a parceria entre a universidade e a escola.

Fernanda Keila Marinho da Silva, Franciele Gonçalves Oliveira e Térsio Guilherme de Souza Cruz destacam o cenário controverso na formação do profissional docente da área de física, na medida em que, de um lado a universidade imprime pouca ênfase para o professor em formação, possuindo um currículo determinado pelos princípios do bacharelado, mas, de outro, é potencialmente capaz de possibilitar um estágio promissor quando promove crítica acerca da docência, da escola, do aluno e da ciência.

Por último, neste bloco, o artigo de Douglas da Silva Tinti e Ana Lucia Manrique estrutura-se na perspectiva de evidenciar que a prática colaborativa possibilita a construção/reconstrução de saberes pedagógicos, contribuindo significativamente para o processo formativo de todos os envolvidos e, de modo particular, este modelo muito pode contribuir para que as competências a serem desenvolvidas nos cursos de Licenciatura em Matemática possam ser contempladas e contextualizadas.

Os dois últimos artigos assumem o compromisso de narrar experiências de licenciados na vivência dos estágios em Ciências Biológicas. Assim, tanto o artigo de autoria de Hylio Laganá Fernandes, Cecília Leiko Jojima e Jane Cristina Conzatti Santiago, quanto o material apresentado por Izadora Ormenezi, Maynara Santana Gonçalves e Daniela Franco Carvalho contribuem para evidenciar a importância do estágio supervisionado desenvolvido numa perspectiva reflexiva para a formação inicial de professores, na medida em que permite uma proximidade com a realidade educacional, além de possibilitar a legitimação da sala de aula como um local de transformação social e de constituição profissional.

Assim, este dossiê da Laplage em Revista procura proporcionar uma leitura crítica sobre a realidade que atravessa o campo dos estágio na formação de educadores e, simultaneamente, abrir possibilidades para a veiculação de novos sentidos para a construção da profissionalidade docente e a ressignificação dos saberes implicados na sua ação pedagógica.



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