Servicios
Servicios
Buscar
Idiomas
P. Completa
CATALOGAÇÃO DAS AULAS DE CAMPO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFC ENTRE 2004 A 2013
José Lidemberg de Sousa Lopes; Fernando Henrique Reis Fernandes
José Lidemberg de Sousa Lopes; Fernando Henrique Reis Fernandes
CATALOGAÇÃO DAS AULAS DE CAMPO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFC ENTRE 2004 A 2013
CATALOGUING OF THE FIELD CLASSES FROM THE GEOGRAPHY COURSE UFC FROM 2004 TO 2013
CATALOGACIÓN DE TRABAJOS DE CAMPO CURSO DE GEOGRAFÍA UFC 2004-2013
GEOSABERES: Revista de Estudos Geoeducacionais, vol. 7, núm. 13, pp. 51-66, 2016
Universidade Federal do Ceará
resúmenes
secciones
referencias
imágenes

Resumo: A pesquisa objetivou para a análise das aulas de campo realizadas entre os anos de 2004 a 2013 nas diversas disciplinas do curso de Geografia da UFC. A abordagem teórica dessa pesquisa visa fornecer informações a respeito da importância do trabalho de campo no contexto geográfico, onde tal método buscou/a contribuir para a construção do conhecimento geográfico para os alunos acadêmicos em Geografia. Para a realização desta pesquisa foi trabalhado como metodologia levantamento bibliográfico, sobre o tema abordado; pesquisa quantitativa, com o intuito de aglomerar dados sobre as aulas de campo realizadas no do curso entre o ano de 2004 a 2013. Como resultado, foi confeccionado mapas com informações sobre as localidades visitadas, no período catalogado, pelas disciplinas e eixos temáticos.

Palavras-chave:CatalogaçãoCatalogação,Aulas de campoAulas de campo,Curso de GeografiaCurso de Geografia,UFCUFC.

Abstract: The research aimed to analyze the field classes carried out between 2004 and 2013 in the various disciplines of the Geography course at UFC. The theoretical approach of this research aims to provide information regarding the importance of fieldwork in the geographic context, where this method sought / to contribute to the construction of geographic knowledge for academic students in Geography. To carry out this research, a bibliographic survey methodology was used, on the topic addressed; quantitative research, in order to gather data on the field classes held during the course between 2004 and 2013. As a result, maps were made with information on the locations visited, in the cataloged period, by the subjects and thematic axes.

Keywords: Cataloguing, Field Classes, Geography Course, UFC.

Resumen: La investigación tuvo como objetivo analizar las clases de campo realizadas entre 2004 y 2013 en las diversas disciplinas del curso de Geografía en UFC. El enfoque teórico de esta investigación tiene como objetivo proporcionar información sobre la importancia del trabajo de campo en el contexto geográfico, donde este método buscaba / contribuir a la construcción de conocimiento geográfico para estudiantes académicos en Geografía. Para llevar a cabo esta investigación, se utilizó una metodología de encuesta bibliográfica, sobre el tema abordado; investigación cuantitativa, con el fin de recopilar datos sobre las clases de campo realizadas durante el curso entre 2004 y 2013. Como resultado, se hicieron mapas con información sobre los lugares visitados, en el período catalogado, por los sujetos y los ejes temáticos.

Palabras clave: Catalogación, Clases de Campo, Curso de Geografía, UFC.

Carátula del artículo

CATALOGAÇÃO DAS AULAS DE CAMPO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFC ENTRE 2004 A 2013

CATALOGUING OF THE FIELD CLASSES FROM THE GEOGRAPHY COURSE UFC FROM 2004 TO 2013

CATALOGACIÓN DE TRABAJOS DE CAMPO CURSO DE GEOGRAFÍA UFC 2004-2013

José Lidemberg de Sousa Lopes
Universidade Estadual de Alagoas, Brasil
Fernando Henrique Reis Fernandes
Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza, Brasil
GEOSABERES: Revista de Estudos Geoeducacionais, vol. 7, núm. 13, pp. 51-66, 2016
Universidade Federal do Ceará

Recepção: 18 Fevereiro 2016

Aprovação: 16 Junho 2016

INTRODUÇÃO

O ano de 1963 representa um marco importante na história do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará, pois foi neste ano que ocorreu a consolidação da Geografia como formação nesta Instituição de Ensino. O inicio das aulas da primeira turma na modalidade Licenciatura aconteceu em março de 1963, a modalidade Bacharelado foi implantada após seis anos, em 1969, neste período inicial o curso estava localizado no Campus do Benfica sendo posteriormente transferido, no ano de 1973, para o Campus do Pici, onde se encontra até os dias atuais.

O curso de Geografia em seu início enfrentou grandes dificuldades devido à escassez de profissionais habilitados para a formação do corpo docente, fato este que contribuía para que professores assumissem várias disciplinas por semestre, entretanto mesmo com as dificuldades os docentes implantavam em suas metodologias de ensino o trabalho de campo, onde era buscada na prática a construção do conhecimento, tendo em vista que neste período existia a baixa produtividade de publicações, neste caso as aulas de campo assumiam um grande papel na formação do geógrafo da Universidade Federal do Ceará, pois os alunos tinham a possibilidade de estabelecer o conhecimento trabalhado em sala com a prática proporcionada pelas aulas de campo e também em adquirir novos conhecimentos.

Passados 51 anos desde a sua consolidação foram realizadas inúmeras atividades de campo no curso de Geografia, envolvendo tanto os alunos do bacharelado quanto os alunos da licenciatura, entre as diferentes disciplinas ofertadas pelo curso, onde o destino principal o Estado do Ceará e alguns Estados da região nordeste, buscando compreender a realidade em que os alunos estão inseridos através da construção do conhecimento proporcionado pela prática das aulas de campo.

A ideia do tema da seguinte pesquisa representa a importância de como essa metodologia de ensino é necessária para a formação dos alunos, e que os mesmos se possam através da vivência efetuar interrelações entre teoria e prática, desenvolver a criticidades e compreensão da realidade em que estão inseridos.

Com o intuito de compreender a importância do trabalho de campo no contexto geográfico, partimos do pressuposto de que essa atividade complementar corresponda a uma metodologia fundamental para a construção do conhecimento geográfico, e neste caso, a mesma não deva ser menosprezada nem na educação básica e nem no ensino superior. O trabalho de campo fornece ao aluno a possibilidade de construir o conhecimento na prática, já que este terá a oportunidade de se aproximar da realidade concreta, onde realizará observações dos inúmeros aspectos além de análises críticas desta realidade. Nesse caso o trabalho de campo representa a união entre a teoria vista em sala de aula e a prática em campo, onde acontece o aprofundamento dos conteúdos visto em sala, além da possibilidade de levantar novos conhecimentos através das inúmeras alternativas de análise do real.

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE CAMPO NO CONTEXTO GEOGRÁFICO

A ciência geográfica, assim como as demais disciplinas científicas, convive e se apropria das diversas alternativas metodológicas disponíveis para a produção do conhecimento. A Geografia, como a maior parte das disciplinas ligadas às ciências sociais e humanas, insere-se, historicamente, na produção do conhecimento sistemático a partir do final da primeira metade do século XIX. As escolhas metodológicas na produção do conhecimento geográfico deram origem às diversas correntes no interior da Geografia e pode-se dizer que, hoje, existam ―Geografias.

Desde meados do século XIX, a Geografia, inscrita no universo acadêmico como disciplina científica, passa a ser tomada como ciência de referência para o ensino dos conteúdos geográficos nos processos de escolarização. Os recentes estudos que consideram as especificidades das disciplinas escolares em relação às suas ciências de referências destacam a necessidade de considerar a distinção de objetivos, função e finalidades dessas práticas. (BRAGA, 1997)

Desde o início da ciência geográfica no século XIX com Alexander von Humboldt o trabalho de campo já estava presente segundo Figueiredo (2011) Humboldt, assim como Charles Darwin (1809 – 1882), realizou longas viagens, percorrendo grandes porções das áreas continentais e insulares, coletando dados empíricos que, posteriormente, sustentaram suas formulações científicas.

Analisando o contexto histórico o trabalho de campo é colocado para a Geografia científica como um método para a coleta de dados, desde a sua origem em meados do século XIX.

Atualmente o trabalho de campo é objeto de discussões e indagações na realidade acadêmica e escolar. Onde muitas questões são levantadas, como: Qual a melhor forma de realizar? Existe diferença entre as práticas de campo realizadas na realidade acadêmica e na escolar? Como relacionar de maneira correta a teoria e a prática?

Estas e outras indagações se fazem presente nos debates a respeito desta metodologia no ensino de Geografia tanto acadêmico quanto escolar, onde se deve destacar que o trabalho de campo difere na maneira em que é trabalhado no universo escolar e no acadêmico, como afirma Figueiredo (2011, p. 9 -10):

A Geografia Escolar não pode ser considerada como uma miniatura da Geografia Acadêmica, ou seja, a Geografia na escola não tem a função de formar geógrafos menores. É desejável que a primeira construa, com os alunos, conceitos espaciais básicos, respeitando as possibilidades cognitivas, socioafetivas dos educandos. O objetivo principal da geografia escolar seria, então, possibilitar o desenvolvimento de um raciocínio geográfico voltado para a compreensão da realidade socioespacial que é mutável e historicamente construída.

O TRABALHO DE CAMPO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: O TRADICIONALISMO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Durante a minha formação como futuro licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Ceará, tive a oportunidade de vivenciar, através das disciplinas de Oficina Geográfica, Estágio Curricular Supervisionado, Informática na Educação, entre outras, experiências relacionadas a debates, observações e participações na educação básica. Durante essas atividades pude perceber o quanto os métodos tradicionais estão enraizados no ensino de Geografia, acarretando em uma disciplina descritiva, onde é valorizada a memorização dos conteúdos, no qual o professor se baseia de forma exclusiva na utilização do livro didático e pouco se preocupa em relacionar os conteúdos abordados com a realidade em que o aluno está inserido.

Sobre os métodos tradicionais presente no ensino de Geografia na educação básica, Vesentini (2004, p. 200) afirma que:

Uma coisa é certa: o ensino tradicional da geografia – mnemônico e descritivo, alicerçado no esquema A Terra e o Homem – não tem lugar na escola do século XXI. Ou a geografia muda radicalmente e mostra que pode contribuir para formar cidadãos ativos, para levar o educando a compreender o mundo em que vivemos, para ajudá-lo a entender as relações problemáticas entre sociedade e natureza e todas as escalas geográficas, ou ela vai acabar virando uma peça de museu.

Repensar os métodos de ensino de Geografia a ser abordados na educação básica se tornou uma obrigação, já que as formas de como esta disciplina vem sendo trabalhado nas escolas pouco contribui para a ideal construção do conhecimento geográfico por parte dos alunos, no caso devemos buscar métodos que aproximem os educandos da realidade em que estes estão inseridos, fato que não ocorre nos métodos tradicionais.

Vesentini (2004, p. 225) esclarece a necessidade de aproximar os educandos das:

representações da vida dos alunos através de estratégias de ensino que estimulam a criticidade entendida como uma leitura do real – isto é, do espaço geográfico – que não omita as suas tensões e contradições, tal como fazia e faz a geografia tradicional (...) e o engajamento, visto como uma geografia não mais neutra e sim comprometida com a justiça social e as disparidades regionais.

Com o intuito de desconstruirmos a geografia tradicional ainda tão presente na realidade escolar e procurando trabalhar a geografia no âmbito mais crítico, devemos trabalhar de maneira conjunta os conteúdos vistos em sala de aula com a realidade concreta em que o aluno está colocado, contribuindo para a construção de um conhecimento crítico por parte dos educandos, onde estes tem a oportunidade de construir e reconstruir o conhecimento geográfico, como cita Cavalcanti (2002, p.33) “lidando com as coisas, fatos, processos, na prática social cotidiana, os indivíduos vão construindo e reconstruindo uma Geografia e o conhecimento dessa Geografia”.

BUSCANDO INOVAÇÕES

Com o intuito de desconstruir a Geografia descritiva e mnemônica tão presente na realidade escolar, e buscando métodos que possam contribuir para a construção crítica do conhecimento geográfico por parte dos alunos, onde estes possam compreender o meio em que estão inseridos, contribuindo para a formação de cidadãos críticos, proponho descrever a importância do trabalho de campo no contexto do ensino de Geografia nas escolas.

Sobre a prática do trabalho de campo Bibiano (2010, p.110) diz que:

Relacionar os temas estudados em sala com o que ocorre fora dela é algo que deve estar no radar de todos os professores. Entre as formas de realizar essa tarefa, uma das mais consagradas é o trabalho de campo, presente em disciplinas como Ciências, História e Geografia. No caso dessa última, uma das intenções principais é levar a turma a compreender a paisagem cultural (a união de elementos naturais e constituídos pelo homem em determinado espaço), entendendo as relações biológicas, sociais e econômicas que a estruturam.

O trabalho de campo propícia ao aluno entender na prática as teorias abordadas no meio escolar, contribuindo para o desenvolvimento de inúmeras habilidades por parte destes alunos, pois em campo o educando terá a possibilidade de estimular o seu espírito pesquisador, onde terá a oportunidade de realizar análises dos espaços visitados, através de observações, entrevistas, registros fotográficos, entre outros.

Para Oliveira e Assis (2009, p.196) o trabalho de campo consiste em:

uma atividade extra-sala/extra-escola que envolve, concomitantemente, conteúdos escolares, científicos (ou não) e sociais com a modalidade espacial; realidade social e seu complexo amalgamado material e imaterial de tradições/novidades. É um movimento que tende elucidar sensações de estranheza, identidade, feiura, beleza, sentimento e até rebeldia do que é observado, entrevistado, fotografado e percorrido.

O professor através desta prática metodológica deve trabalhar com o aluno a espacialidade, para que este possa conhecer a realidade em que está inserido, favorecendo a formação de uma consciência cidadã e crítica mediante a compreensão do espaço.

Oliveira e Assis (2009, p. 198) esclarece a necessidade de trabalhar o espaço com os alunos, pois,

Partimos aqui do entendimento de que o campo sirva para despertar os alunos da passividade, que o ensino aprendizagem mais simplista tende a conduzir. Essa compreensão favorece o reconhecimento da aula em campo como instrumento de acesso ao binômio espaço/espacialidade, cujo movimento carrega ao estudante, potenciais pedagógicos de facilitadores da elucidação do mundo pela geografia. Não se trata de uma substituição da sala pela ‘rua’, mas uma ligação do que é produto/produzido pelo aluno - nas diversas escalas do particular - com o processo de mundialização que o orienta à condição de agir no espaço de diferentes maneiras, ajudando a construir a amplitude da aula, de tal modo a fazê-lo sentir e (re)agir sobre o seu próprio produto e além dele.

O trabalho de campo contribui para que seja trabalhada de maneira conjunta a Geografia física e a humana, onde é possível observarmos na realidade escolar as dicotomias existentes entre ambas. “O trabalho de campo é um instrumento chave para a superação dessas ambiguidades, não priorizando nem a análise dos chamados fatores naturais nem dos fatores humanos (ou ‘antrópicos’)” (SERPA, 2006, p. 9-10).

Para atingir os objetivos esperados e contribuir para a ideal construção do conhecimento por parte dos alunos, o professor deve estar atento para o devido planejamento da aula de campo. Para que a atividade de campo não seja confundida com um “passeio recreativo” o professor deverá estar alerta para o planejamento pré e pós-trabalho de campo.

Sobre a importância do planejamento para a realização do trabalho de campo Alentejano e Rocha-Leão (2006, p. 63) colocam que:

(...) se estas excursões forem previamente preparadas, instigando-se os alunos a problematizar o que vão ver, a preparar o que vão perguntar e refletir acerca do que vão observar, pode representar uma importante contribuição para o processo de formação destes como pesquisadores.

Marco (2006, p.6) deixa claro que o planejamento é ideal para que o trabalho de campo não seja confundido com uma “excursão recreativa”:

Enquanto recurso didático, o trabalho de campo é o momento em que podemos visualizar tudo o que foi discutido em sala de aula, em que a teoria se torna realidade, se “materializa” diante dos olhos estarrecidos dos estudantes, daí a importância de planejá-lo o máximo possível, de modo a que ele não se transforme em uma “excursão recreativa” sobre o território, e possa ser um momento a mais no processo ensino/aprendizagem/produção do conhecimento.

Na realidade tradicionalista em que se encontra o ensino de Geografia, as aulas de campo motiva o aluno a construir o conhecimento de maneira prazerosa e prática, onde os educandos terão uma maior facilidade para compreender o que está sendo transmitido já que poderão relacionar as teorias trabalhadas em sala de aula com os estudos e análises práticas da realidade concreta visitada.

Ao empregar o trabalho de campo em sua rotina didática o professor estará contribuindo para a construção de uma disciplina mais descontraída, dinâmica e prática, diferentemente da Geografia descritiva e mnemônica, além de que este recurso representará um facilitador do trabalho pedagógico no ponto em que relaciona a prática com os conteúdos vistos em sala de aula, dando mais sentido e significado aos assuntos abordados, facilitando a construção do conhecimento por parte dos alunos.

De fato o trabalho de campo corresponde a um método de ensino fundamental tanto para o processo construtivo dos conhecimentos geográficos pelos alunos quanto para o processo de renovação metodológico do ensino de Geografia nas escolas.

Sobre a importância da utilização do trabalho de campo como metodologia de ensino Cordeiro e Oliveira (2011, p.112) afirmam que:

(...) torna-se conveniente considerar a Geografia como uma das disciplinas escolares em que a aula de campo pode ser utilizada como metodologia de ensino adequada para o tratamento das temáticas. Se esse método desencadeia diversos aspectos positivos – relacionam a teoria com a prática, proporciona uma melhor compreensão do espaço, quebra a rotina dos estudos, motivam o interesse pela disciplina – é adequado que o educador passe a utilizar mais as aulas de campo em Geografia para dinamizar essa disciplina a partir de um processo de renovação metodológica.

As aulas de campo dinamizam e motivam os alunos no processo de formação do conhecimento geográfico, como afirmam Oliveira e Cordeiro (2011, p.113):

A aula de campo como recurso didático proporciona diversos elementos favorecedores ao desenvolvimento do conhecimento geográfico que dificilmente seriam encontrados em aulas teóricas apresentadas em sala de aula cercadas por quatro paredes, contribuindo assim, para ampliar o conhecimento geográfico e o interesse do aluno por esta disciplina escolar.

O TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO ACADÊMICO: O CASO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFC

As utilizações do trabalho de campo como método de ensino e aprendizagem nas disciplinas do curso de Geografia nas universidades facilitam o processo de construção do conhecimento por parte dos discentes, onde os mesmos poderá através das experiências de vivenciada na prática fortalecer o conhecimento adquirido em sala de aula e a construir novos conhecimentos proporcionados pelas observações, análises e levantamentos de dados do espaço concreto visitado.

Por meio das experiências em aulas de campo, o acadêmico de Geografia tem a possibilidade de desenvolver determinadas habilidades provenientes das atividades exercidas em campo. Uma das habilidades desenvolvidas, e da observação e perscepção habilidades essenciais na formação do pesquisador. O despertar desta habilidade inerente aos seres humanos vai propíciar aos futuros geógrafos a possibilidade de identificar não só o visíveel, mas o invisível que está presente seja nos feitos da natureza seja socias. A captação de fatos ocorrentes são conhecimentos que serão relacionados a pressupostos teóricos possibilitando ao pesquisador perceber as facetas que envolve o fato observado. Os métodos de captação das informações ocorrem pela observação ou com uso de metodologias para captação de coleta de dados primários seja através de questionários e entrevistas. Como ainda registros fotográficos dos fatos, tendo em vista ser o mesmo um documento temporal dos fatos observados. Os dados coletados entre a natureza e sociedade do local visitado, contribuem para o desenvolvimento do olhar investigativo do aluno em formação. Outra característica concebida pelas práticas em campo é o treinamento constante entre a teoria e prática que deve fazer parte intrinsíca de todo geógrafo.

As aptidões produzidas por meio das viagens de campo acompanharão o futuro profissional de Geografia durante toda a sua formação acadêmica e posteriormente em sua rotina profissional. Ao aluno bacharel ou licenciado as práticas são importantes para estabelecer possibilidades de pesquisas e análises da realidade a ser estudada, além de favorecer o desenvolvimento de capacidades fundamentais para a realização de atividades em seu meio profissional. Para o aluno da licenciatura as atividades em campo possibilitam além da compreensão da realidade a ser estudada, desenvolver práticas de observação, percepção, identificação, referência, posição, direção, comparação e análise referentes ao meio natural e ao meio físico. Busca portanto, compreender o espaço concreto visitado, permitindo retrabalhar e construir o conhecimento geográfico. Possibilitando aos discentes compreenderem os processos que envolvem o conhecimento entre o livro didático e a prática. As possibilidades de conhecimento que se abre o trabalho de campo é também um estimulado para se utilizar o método de ensino e aprendizagem na rotina educacional.

Para que sejam atingidos os objetivos esperados com o trabalho de campo é necessário que o docente execute um ideal planejamento da aula a ser realizada, levando em consideração os momentos de antes, durante e depois da viagem, onde seja traçado junto aos alunos o roteiro da aula, os objetivos a serem atingidos com a realização desta atividade e a avaliação a ser realizada após o momento em campo.

O TRABALHO DE CAMPO NO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Inúmeras aulas de campo foram realizadas durante os cinquenta anos do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará envolvendo tanto os alunos da licenciatura quanto os alunos do bacharelado onde foram visitadas diversas áreas de interesse geógrafo, no Estado do Ceará e entre alguns Estados do norte/nordeste brasileiro. Tais viagens conforme a disciplina tem o interesse através da visitação, fazer religare entre teoria e prática.

Os trabalhos de campo no curso de Geografia da UFC é uma prática desde sua fundação em 1963, que tem o caráter de aprofundar conhecimento e propiciar a geração de novos a partir do processo mental de insercção de sempre constante re-alimentação que ao intelecto é o alimento para fomentar novas compreensão do que está ocorrendo no âmbito da natureza e sociedade.

Com o intuito de realizar um levantamento histórico a respeito das aulas de campo que ocorreram no curso de Geografia da UFC, foi realizada uma catalogação dessa atividade praticadas nos últimos 10 anos, levando em consideração os totais das aulas por disciplinas. Com o objetivo de catalogar de forma organizada foram separadas as disciplinas pelos eixos temáticos em que as mesmas se enquadram. Os eixos temáticos são: Geografia da Natureza, Estudos de Geografia Rural e Urbana, Geografia e Ensino, ou Geografia Instrumental e Metodológica (conforme os Quadros 1, 2, 3 e 4).


Quadro 1 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia da Natureza

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)


Quadro 2 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia Rural e Urbana

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)


Quadro 3 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia e Ensino

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)


Quadro 4 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia Instrumental e Metodológica

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)

Com base nos Quadro acima observa-se que o número de 200 aula de Campo do Eixo Temático Geografia da Natureza, deve-se em decorrência dessas disciplinas ter no Campo o fortalecimento de seu arcabouço teórico, onde na vivência, pode-se observar e perceber como a natureza se organiza em cada unidade de Paisagem.

O Eixo Temático Geografia Rural e Urbana teve um número de 95 viagens de campo realizadas para possibilitar ao aluno compreensão social, político e econômico em especial do Estado do Ceará.

Os dois Eicos Temáticos Geografia e Ensino e Geografia Instrumental e Metodológica tiveram o mesmo número de aulas 53, a prerrogativa de ter o campo como elemento de captação de informações “in locus” são indispensáveis, tendo em vista que a teória são pressupostos e a vivência a confirmação, repulsão ou uma nova realidade.

RESULTADOS

O resultado deste trabalho foi catalogar as disciplinas por Eixos Temáticos, inserido número de viagens efetuadas entre o período de 2004 a 2013. Com base nessas informações foram efetuados Mapas com a distribuição espacial das viagens de Campo (ver Mapas 1, 2, 3 e 4). Usou-se como base Mapas da Região Nordeste disponibilizado pelo Sistema de Projeção Cartográfica SIRGAS, 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Os mapas supracitados tiveram como informações primordiais às disciplinas dos eixos temáticos, Geografia da Natureza, Estudos Regionais e Urbanos, Geografia e Ensino, e Geografia Instrumental e Metodológica; As mesorregiões do Estado do Ceará e áreas entre norte e nordeste visitadas pelas disciplinas no período de 2004 a 2013.

Em relação as mesorregiões do Estado do Ceará, as mesmas foram representadas pelos diversos municípios de uma determinada área geográfica que apresentam similaridades tanto econômicas quanto social. Através das mesorregiões podemos analisar os principais campos de estudo das disciplinas dos eixos temáticos catalogados. Assim, segue abaixo os mapas como resposta desta pesquisa.



Mapa 1 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia da Natureza
Fonte: Elaboração do autor



Mapa 2 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia Rural e Urbana
Fonte: Elaboração do autor



Mapa 3 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia e Ensino



Mapa 4 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia Instrumental e Metodológica
Fonte: Elaboração do autor

CONCLUSÃO

Na estrutura Curricular do curso há disciplinas que tem um caráter de 50% do processo de aprendizagem ocorrer em campo e restante nas aulas teórica, mas que os seus pressupostos podem e devem ser articulados pois o conhecimento é uno, a compartimentação se deve ao do conhecimento científico sempre crescente.

O periodo das viagens de campo catalogados mostraram que:

- O Eixo Temático Geografia da Natureza é o que apresentou maior número de viagens 200 aulas, tal fato se deve as disciplinas deste eixo serem o campo imprescidível ao entedimento da formação e processos dos elementos da natureza e seu arranjo espacial;

- O Eixo Temático Geografia Rural e Urbana, registrou 95 aulas, concentradas nas disciplinas Geografia Agrária, Geografia Regional, Conservação dos Recursos Naturais e Planejamento Ambiental. Estas disciplinas é de fundamental importância o campo, pois através do observar como essas áreas foram ocupadas e como as políticas regional e local atuam, dando a oportunidade de se entender os problemas e começar desenvolver mecanismo metal de como seria possível sugerir propostas que possam viabilizar melhorias a área em questão.

- O Eixo Temático Geografia e Ensino efetuaram 53 viagens de campo, centradas nas disciplinas Oficina II e Prática de Ensino em Geografia I, ambas as disciplinas utilizam as viagens para conhecer o funcionamento de Escolas em Municípios que possuem Programas especiais de metodologias de Ensino. Tal prática dá a oportunidade dos aluno futuro professor a manter contato com metologias de processo aprendizagem diferenciado.

- O Eixo Temático Geografia Instrumental e Metodológica, efetuiaram 53 viagens concentradas nas disciplinas Métodos e Técnicas em Geografia Física, Método de Técnica em Geografia Humana, Fotogeografia, e após mudança da disciplina para Sensoramento Remoto. O observar o campo para essas disciplinas representa a oportunidade de ao elaborar um Projeto para uma área que se esteja estudando ou mapeando, desenvolvendo habilidades de observar e perceber os inúmeros aspectos que envolvem questões que deveram ser planejadas.

Foram realizadas 401 viagens de campo entre 2004-2013, correspondente nos 10 anos e por conseguinte 20 semestres, que propiciaram aos alunos fortalecimento do processo de aprendizagem, quando em contato direto com a vivência.

Material suplementar
REFERÊNCIAS
ALENTEJANO, Paulo R. R.; ROCHA-LEÃO, Otávio M. Trabalho de Campo: uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado. In: Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, nº 84, p. 51-57. 2006.
BIBIANO, Bianca. Como planejar o trabalho de campo em Geografia. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacaocontinuada/como-planejar-trabalho-campo-geografia-594113.shtml> Acesso em: 02 Junho de 2014.
BRAGA, Rosalina Batista. Os conteúdos geográficos na escola elementar brasileira: uma interpretação interessada em sua transformação. In: III Encontro Estadual de Geografia de Minas Gerais. III Encontro, 1997. As transformações no trabalho e no espaço e a geografia mineira. Belo Horizonte, FAE/UFMG, novembro de 1997, p.110-122.
CORDEIRO, Joel M. P.; OLIVEIRA, Aldo G. A aula de campo em Geografia e suas contribuições para o processo de ensino-aprendizagem na escola. Revista Geografia, Londrina. Maio/Ago. 2011. Disponível acesso em <http://dx.doi.org/10.5433/2447-1747.2011v20n2p99>. Acesso em 02 Junho de 2014.
FIGUEIREDO, P.H.O. O trabalho de campo na Geografia Escolar como estratégia para a percepção da dimensão socioespacial do real. Belo Horizonte. 2011.
MARCOS, Valéria de. Trabalho de campo em geografia: reflexões sobre uma experiência de pesquisa participante. In: Boletim Paulista de Geografia n. 84. São Paulo, julho. 2006, p. 105-136
OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de; ASSIS, Raimundo Jucier Sousa de. Travessias da aula em campo na Geografia escolar: a necessidade convertida para além da fábula. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.35, n.1, p. 195-209, jan./abr. 2009. Disponível acesso em <https://doi.org/10.1590/S1517-97022009000100013>. Acesso 02 Junho de 2014.
VESENTINI, J. W. O ensino da Geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2004.
SERPA, Ângela. O trabalho de campo em Geografia: Uma abordagem teórico – metodológica. In: Boletim Paulista de Geografia. São Paulo: Xamã Editora. 2006.
Notas

Quadro 1 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia da Natureza

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)

Quadro 2 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia Rural e Urbana

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)

Quadro 3 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia e Ensino

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)

Quadro 4 – Disciplinas e totais de aulas de campo realizadas ente 2004 a 2013 do eixo temático Geografia Instrumental e Metodológica

Fonte: Arquivo da Secretaria do Depertamento de Geografia/UFC (maio de 2014)


Mapa 1 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia da Natureza
Fonte: Elaboração do autor


Mapa 2 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia Rural e Urbana
Fonte: Elaboração do autor


Mapa 3 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia e Ensino


Mapa 4 – Aulas de Campo do Eixo Temático Geografia Instrumental e Metodológica
Fonte: Elaboração do autor
Buscar:
Contexto
Descargar
Todas
Imágenes
Visualizador XML-JATS4R. Desarrollado por Redalyc