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APRESENTAÇÃO AO DOSSIÊ: “INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA”
Maria Inês Sucupira Stamatto; Olívia Morais Medeiros Neta
Maria Inês Sucupira Stamatto; Olívia Morais Medeiros Neta
APRESENTAÇÃO AO DOSSIÊ: “INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA”
Revista Tópicos Educacionais, vol. 27, núm. 2, pp. iii-v, 2021
Centro de Educação - CE - Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
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Editorial

APRESENTAÇÃO AO DOSSIÊ: “INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA”

Maria Inês Sucupira Stamatto1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Olívia Morais Medeiros Neta2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Revista Tópicos Educacionais, vol. 27, núm. 2, pp. iii-v, 2021
Centro de Educação - CE - Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

O conjunto de textos aqui reunidos apresentam personagens brasileiros cuja vida pessoal e profissional impactaram o fazer pedagógico no país.

Parafraseando Jacques Le Goff na abertura de seu livro Homens e mulheres da Idade Média, os personagens deste dossiê “não se limitam a oferecer uma imagem resumida de sua vida e de sua celebridade. Eles aqui comparecem na qualidade de testemunhas de sua época (...)” (2013, p.12). Assim, o Dossiê buscou reunir textos que abordassem a trajetória de intelectuais brasileiros que pensaram a educação e suas ideias e práticas em diversos espaços e tempos.

As vivências e experiências desses profissionais permitem compreender a densidade social do período em que atuaram, colocando em evidência a configuração da educação no Brasil. “Esta abordagem nos lembra que a história não se constrói sem as biografias e que essas se desenvolvem na interação com as forças sociais da sua circunstância “(GOMES, 2005, p.11).

O primeiro artigo teve como objetivo investigar a atuação do intelectual brasileiro Abílio Cézar Borges (1824-1891) no Congresso Pedagógico Internacional realizado em Buenos Aires no ano de 1882, enquanto representante do Império do Brasil. As autoras Laís Paula de Medeiros Campos Azevedo, Maria Inês Sucupira Stamatto e Olívia Morais Medeiros Neta observaram o percurso deste intelectual que publicou diversas obras destinadas a alunos e professores, e recebeu o título de Barão de Macahubas em 1881. O Barão de Macahubas destacouse no cenário educacional do período enquanto diretor de escolas, educador, autor de livros, preocupado em fazer circular suas ideias sobre a educação nacional.

As reflexões apresentadas por Adriana Aparecida Pinto pautaram-se no exame da imprensa periódica de Mato Grosso, no tocante à investigação de aspectos relacionados ao papel exercido por este suporte, na formatação de intelectuais mediadores entre o conhecimento e a sociedade durante os anos de 1880 a 1920. Partindo de uma conceituação ampla de intelectuais, tal como proposta por Jean-François Sirinelli (1998, 2003), incluiram professores e educadores profissionais nessa investigação.

Manoel Bergstron Lourenço Filho (1897-1970) é retratado a partir de dois aspectos de sua vida profissional. O artigo de José Geraldo Pedrosa, Flávia Oliveira Duenhas e Nívea Maria Teixeira Ramos considerou o cenário econômico, social e cultural no Brasil dos anos 1940, fez incursões na trajetória e na obra de Lourenço Filho e foi dedicado ao entendimento das aproximações de Lourenço Filho com o ensino e suas elaborações sobre as especificidades do labor do comerciário, da aprendizagem e do ensino comercial.

Seguindo com a biografia de Lourenço Filho, Isabela Cristina Santos de Morais, Maria Inês Sucupira Stamatto e Iranilson Buriti de Oliveira analisaram as contribuições deste intelectual e de Anísio Espínola Teixeira para a educação brasileira, ambos escolanovistas. Identificaram a atuação dos dois personagens na direção do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - INEP e na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos - RBEP. Tratando sobre importantes e variadas temáticas educacionais, os autores e reformadores educacionais marcaram suas propostas e ideias sobre a educação brasileira em 26 artigos cada um, registrados na pesquisa.

Gillyane Dantas dos Santos e Luciene Chaves de Aquino examinaram a atuação e as ações desenvolvidas pelo intelectual e reformista Gustavo Capanema Filho (1900-1985), que interferiram de maneira direta nos rumos da educação nacional, com especial atenção ao que versa sobre o ensino normal. Gustavo Capanema tem seu destaque acentuado por ter tido uma marcante atuação frente ao Ministério da Educação e Saúde Pública, contribuindo para a sistematização das funções deste, bem como para a organização de reformas que implicaram diretamente na condução do ensino nacional, de modo que deixou sua marca e fez circular seus ideais educacionais e políticos.

O próximo texto abordou as questões relacionadas ao trabalho do professor Valnir Chagas na educação brasileira a partir da sua atuação enquanto conselheiro, no então Conselho Federal de Educação (1962-1976). Os autores Rodrigo Wantuir Alves de Araújo e Paula Lorena Cavalcante Albano da Cruz apresentam Valnir Chagas como responsável por emitir Pareceres, Resoluções e Relatorias que possibilitaram a constituição de anteprojetos de Leis, sendo promulgadas, e que constituíram o processo de formação de professores, do magistério e do sistema público de ensino entre o período de 1960 a 1980. A pesquisa contribuiu para a compreensão das mudanças ocorridas na educação brasileira durante o Regime Cívico-Militar, através do processo de construção da legislação educacional, que modificou o currículo e a formação do professor do Ensino básico, bem como a organização do ensino brasileiro.

A participação do professor Carlos Roberto da Silva Monarcha no cenário educacional e suas contribuições no campo da historiografia da educação no Brasil foi objeto de estudo do artigo que cronologicamente encerra o dossiê. Maria Claudia Lemos Morais Nascimento constatou a autoria de variados livros premiados, e significativa colaboração aos estudos no campo da história da educação no Brasil, configurando o professor Carlos Monarcha como intelectual da educação. A partir das suas produções e circulação de ideias que estão inseridas nas redes de sociabilidade disponíveis no campo educacional, permitindo reconhecimento na construção da historiografia da educação brasileira.

Material suplementar
Referências
GOMES, Candido Alberto. Educadores Brasileiros do século XX. V. II, Brasília: Liber Livro Ed. Universidade Católica de Brasília, 2005.
LE GOFF, Jacques (Org.). Homens e mulheres da Idade Média. Tradução Nícia Adam Bonatti. 1ª ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2013.
SIRINELLI, Jean-François. As elites culturais. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean François (dir.) Para uma história cultural. Lisboa: Editorial Estampa, 1998. Coleção Nova História.
SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René. (org.) Por uma história política. Tradução Dora Rocha. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.
Notas
Autor notes
1 Doutora em História pela Université Sorbonne Novelle; professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Programa de Pós-Graduação em Educação E-mail: stamattoines@gmail.com.https://orcid.org/
2 Doutora em educação; professora do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e atua como professora-orientadora no Programa de Pós-Graduação em Educação (UFRN) e no Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) olivianeta@gmail.com.https://orcid.org/
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