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PRODUÇÃO ACADÊMICA EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS EVENTOS DA ANPAD, ENTRE 2010-2020
Leonardo Pedroso DOURADO; Marina Dias de FARIA
Leonardo Pedroso DOURADO; Marina Dias de FARIA
PRODUÇÃO ACADÊMICA EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS EVENTOS DA ANPAD, ENTRE 2010-2020
ACADEMIC PRODUCTION IN ADMINISTRATION ON PEOPLE WITH DISABILITIES OF ANPAD EVENTS, BETWEEN 2010-2020
Caderno de Administração, vol. 29, núm. 2, pp. 182-202, 2021
Unuversidade Estadual de Maringá
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RESUMO: Mesmo com uma elevada parte da população que se declara pessoa com deficiência (PCD), aproximadamente 24% dos brasileiros, é perceptível que há um baixo número de publicações acadêmicas na área da Administração sobre tal temática. Além da escassez de artigos com foco nessa parcela da população, os poucos estudos que são encontrados, muitas vezes, não são efetivos em apresentar os saberes das PCDs. Esses foram fatores que motivaram tal pesquisa, a qual tem o objetivo propor diretrizes de pesquisa para acadêmicos brasileiros em Administração, a partir de um panorama da produção científica sobre pessoas com deficiências realizado por meio de uma análise de base bibliométrica acerca das publicações nos eventos promovidos pela ANPAD entre os anos de 2010 e 2020. Em um total de 15.672 artigos publicados nos anais dos congressos no período selecionado, apenas 0,52% corresponde à temática abordada, sendo este número afetado drasticamente pelos anos de 2019 e 2020.Afinal, nesse tempo houve uma elevada queda na quantidade de publicações relacionadas a PCD, movimento contrário ao total de publicações que está crescendo. No intuito de influenciar pesquisas sobre o tema, o artigo traz 15 propostas de diretrizes com foco em mostrar a relevância do tema para a sociedade.

Palavras-Chave: Pessoas com Deficiência, ANPAD, Estudo Bibliométrico, Diretrizes.

ABSTRACT: Despite a high proportion of the population who declare themselves to be people with disabilities (PwD), approximately 24% of Brazilians, it is noticeable that there is a low number of academic publications in the area of ​​Administration on this topic. In addition to the scarcity of articles focusing on such people, the few studies that are found are often not effective in presenting the knowledge of PwD. These were the factors that motivated this research, which aims to propose research guidelines for Brazilian academics in Administration from an overview of scientific production on people with disabilities carried out through a bibliometric analysis about publications in events promoted by ANPAD between the years 2010 and 2020. In a total of 15,672 articles published in the proceedings of the congresses in the selected period, only 0.52% correspond to the theme addressed, this number being drastically affected by the years 2019 and 2020, after all, in that time there was a high drop in the number of publications related to PwD, a movement contrary to the total number of publications that is growing. In order to influence research on the theme, the article brings 15 proposals for guidelines with a focus on showing the relevance of the theme to society.

Keywords: People with Disabilities, ANPAD, Bibliometric study, Guidelines.

Carátula del artículo

Artigo

PRODUÇÃO ACADÊMICA EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS EVENTOS DA ANPAD, ENTRE 2010-2020

ACADEMIC PRODUCTION IN ADMINISTRATION ON PEOPLE WITH DISABILITIES OF ANPAD EVENTS, BETWEEN 2010-2020

Leonardo Pedroso DOURADO
Fundação Getúlio Vargas, Brazil
Marina Dias de FARIA
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil
Caderno de Administração, vol. 29, núm. 2, pp. 182-202, 2021
Unuversidade Estadual de Maringá

Recepção: 12 Junho 2021

Aprovação: 21 Outubro 2021

1 INTRODUÇÃO

As pessoas com deficiência (PCD) representam, aproximadamente, 24% da população total brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Cabe aqui o destaque de que em 2010 foi o último ano que estes dados foram coletados no CENSO, o que já é um silêncio importante com relação a tal grupo populacional. Adicionalmente, tem-se um silêncio acadêmico sobre a temática de PCD dentro da academia de Administração (FARIA; CARVALHO, 2013). Isso se torna mais claro ao ver que dentro dos eventos da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD), os números de artigos que abordam a temática PCD é expressivamente baixo.

Sendo assim, foi percebida a necessidade de dar prosseguimento ao estudo de Faria e Carvalho em 2013, no qual se pesquisou os artigos com relação a PCD nos eventos da ANPAD, entre 2000 e 2010. Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi propor diretrizes de pesquisa para acadêmicos brasileiros em Administração, a partir de um panorama da produção científica sobre pessoas com deficiências realizado por meio de uma análise de base bibliométrica, acerca das publicações nos eventos promovidos pela ANPAD, entre os anos de 2010 e 2020.

Para um estudo sobre produção acadêmica, faz-se relevante uma análise bibliométrica (MELLO et al., 2015). Smolski et al. (2017) acrescentam que o uso de estudos bibliométricos em pesquisas acadêmicas evidencia a evolução e o interesse acadêmico em alguns temas. Nesse sentido, Lordsleem et al. (2009) anunciam que o Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD) é o maior representante dentro da produção acadêmica no campo da Administração quando se fala em produção acadêmica no Brasil. Portanto, esse foi o foco escolhido para tratar nesta pesquisa. Além do EnANPAD, também foram analisados os anais dos outros congressos temáticos que são organizados pela ANPAD.

A necessidade de que sejam realizados mais e melhores estudos em administração com foco em PCD fica ainda mais evidente quando se olha para o cenário de inclusão destas pessoas no mercado de trabalho, assunto que deveria interessar aos acadêmicos de Administração, já que tais pesquisadores, principalmente, os da área de gestão de pessoas, ocupam-se de temáticas referentes aos recursos humanos. Existe uma falta de preparo de toda a sociedade em lidar com as pessoas com deficiência. Isso também se dá no meio profissional, onde as/os trabalhadoras(es) estão despreparada(os) para lidar com a diversidade (NORA et al., 2011). Algumas empresas promovem mudanças arquitetônicas para supostamente incluir PCD, porém, quase nenhuma se preocupa com questões atitudinais e com os planos de carreira destas pessoas (CASTRO; RODRIGUES, 2015).

Outro ponto de descaso com a inclusão, que também está dentro do domínio da administração é o exercício do papel de consumidores por parte das PCD. Conforme relatado por Faria e Silva (2013), existe falta de interesse das empresas em entender e atender as demandas das PCDs como consumidoras. Esse problema pode-se dar por diversos fatores. Um deles é a falta de conhecimento da sociedade, que acaba por visualizar a pessoa com deficiência como incapaz e vulnerável e não como um outro cidadão (SILVA et al., 2015).

O presente artigo contará, além dessa introdução, com o próximo capítulo, que apresenta a metodologia. Posteriormente, os resultados do estudo bibliométrico são apresentados e analisados de maneira concomitante com a apresentação da literatura. Esta escolha foi tomada tendo em vista a importância de analisar os textos que compõem a revisão de literatura e o estudo bibliométrico, de maneira qualitativa e não somente com indicadores numéricos. Por fim, nas considerações finais, são apresentadas as diretrizes que nasceram da análise bibliométrica.

2 METODOLOGIA

Para a realização desta pesquisa, foi necessário analisar a produção científica de pesquisas com a temática de pessoas com deficiência publicadas no evento da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) entre os anos de 2010 e 2020. Dessa forma, realizou-se um estudo bibliométrico. Segundo Marcelo e Hayashi (2013), tal metodologia é de grande importância para analisar o comportamento da produção científica, além de dar mais relevância aos textos que ampararam esta pesquisa.

Na coleta de dados, foi utilizado o programa Microsoft Office Excel para armazenar todos os dados da pesquisa, além de servir para elaborar as tabelas e os gráficos que serão apresentados no decorrer deste relatório. Todas as pesquisas publicadas entre 2010-2020 nos anais dos congressos da ANPAD com o foco dentro da temática de PCD foram analisadas neste estudo.

A primeira parte deste processo foi criar uma planilha de cada evento da ANPAD; dentro de cada planilha continham os anos de cada edição do evento durante o período analisado. Dentro dessas abas foram colocadas todas as pesquisas publicadas naquele ano, contendo 4 colunas: Nome do Artigo, Área de Pesquisa, Tema e Temática PCD. Com exceção da última coluna apresentada, todas as outras informações são possíveis retirar do site da ANPAD. A última era estabelecida de forma manual e de maneira binária, apenas com as informações “Sim” ou “Não”, de uma maneira que pudesse filtrar e trabalhar apenas com os que tivessem ligação com a pesquisa atual.

Para responder a última coluna, conforme apresentado anteriormente, foram utilizadas algumas palavras-chaves para identificar se o título fazia menção a uma dessas palavras que faziam referência à temática abordada. Essa é uma das possibilidades que a bibliométrica permite, conforme Araújo e Alvarenga (2011). As palavras utilizadas foram: PCD, pessoas com deficiência, deficiente, deficiência. Foram utilizados também radicais das palavras, como no caso de cego e cegueira, foi utilizado “ceg”, para tentar encontrar ambos os casos, assim como “surd” para surdo, surda, surdez. Também foram utilizadas deficiências intelectuais específicas: Síndrome de Down, Síndrome do X-Frágil, Síndrome de Prader-Willi.

Em cada tópico de análise, além dos dados coletados, foram revistos textos acadêmicos para dar apoio teórico às análises realizadas. Para a realização desta revisão teórica foi criada uma planilha com os dados necessários para aquele tópico em específico. Nessa planilha, os dados eram organizados de acordo com as necessidades de cada tópico.

No último tópico, sobre análise das instituições e autores, foi necessário investigar todos os autores dos artigos em questão para entender se havia entre eles PCD. Dessa forma, foi necessário abrir o currículo Lattes de todos os autores. Além dessa informação, também foi coletada a instituição de ensino a qual tal pesquisador representava através daquela publicação.

Os eventos que foram contabilizados dentro dessa pesquisa foram o Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), Encontro de Marketing (EMA), Encontro de Estudos em Estratégia da ANPAD (3Es), Encontro de Estudos Organizacionais (EnEO), Encontro de Administração Pública (EnAPG), Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho da ANPAD (EnGPR), Encontro de Administração da Informação da ANPAD (EnADI) e Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade da ANPAD (EnEPQ). Com um total de 45 eventos analisados, foram contabilizadas 13.982 publicações. Desses 45 eventos, 15 não tiveram nenhuma publicação com a temática de PCD, aproximadamente 33,33% do total. A tabela abaixo apresenta os eventos que ocorreram em cada ano e o total de trabalhos neles apresentados.

Tabela 1
Eventos da ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

3 A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE DAS PCDs NO MEIO ACADÊMICO

De acordo com o CENSO de 2018 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o número total de alunos matriculados em instituições de ensino superior (IES) no Brasil públicas e privadas é de 8.450.755. Dentro desse universo, o número de PCD com matrículas ativas em IES é de 43.633. Esse número representa aproximadamente apenas 0,5% do número absoluto de alunos matriculados. Ao se aprofundar nesse número, é possível ver que na rede pública de ensino há um total de 16.585 de matrículas de PCD e na privada 27.048, o que mostra que a grande maioria está na educação privada.

Durante a atual década, a porcentagem de trabalhos publicados nos eventos da ANPAD sobre a temática de deficiência foi de 0,52%. De acordo com a tabela 2, esse valor vai de encontro à porcentagem de alunos com deficiência matriculados, porém não condiz com o total da população brasileira. Os Currículos Lattes dos autores destes artigos foram procurados; de 155 dos autores totais, 22 não foram encontrados no Lattes; todos os outros encontrados não havia nenhum registro de ser deficiente. Ou seja, entre 2010 e 2020, não parece ter tido uma PCD publicando pesquisas sobre a temática, o que demonstra falta de representatividade no meio acadêmico.

Nesse contexto, apenas um trabalho foi apresentado com o intuito de mostrar a acessibilidade de PCD nas instituições de ensino durante toda a década. Logo, embora existam leis, como a Lei nº 13.409 e a Lei nº 12.711, as quais reservam vagas nas instituições de ensino federais em condições especiais, vagas essas que são distribuídas para pessoas com deficiência e também para casos de vulnerabilidade social, entre outros e o Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009, que tem como objetivo assegurar os direitos humanos e liberdades para todas as pessoas com deficiência, com base na convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, ao qual foi assinado em Nova York, considerando que os atos internacionais em apreço passem a vigorar no Brasil, ainda há dificuldades de se entender os direitos e os deveres das PCD acerca da acessibilidade à educação superior pública (MOREIRA; JULIÃO, 2019).

Para Martins et al. (2017), a educação superior é caracterizada por uma desigualdade tanto no acesso, quanto na permanência de populações que são historicamente excluídas. De acordo com Barreto e Almeida (2014), para que haja intervenção de fato na inclusão, é necessário romper barreiras e preconceitos, que vão desde o cumprimento da legislação, até a valorização do ser humano neste processo. Conforme Kassar e Filho (2019), outra barreira é a questão arquitetônica, que representa a inadequação física dos espaços universitários às PCD. Artioli (2006) destaca que deve existir um investimento de educação continuada do professor para atender às necessidades dos alunos com deficiência.

4 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE PCD NOS EVENTOS DA ANPAD

Um demonstrativo de como foi o crescimento anual dos trabalhos apresentados de maneira geral e dos que tiveram o foco em pessoas com deficiência em eventos organizados pela ANPAD entre os anos de 2010 e 2020 é exposto na Tabela 2.

Tabela 2
Trabalhos com foco em PCD nos eventos da ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que houve um alto crescimento entre a primeira e a segunda década de 2000. De acordo com os dados apresentados por Faria e Carvalho (2013), a primeira década teve um total de 10.983 trabalhos apresentados, o que implica um aumento de aproximadamente 43%, enquanto os artigos focados em PCD totalizaram 41, tendo um aumento de pouco mais de 97%, quando refere-se à porcentagem de trabalhos voltados a PCD. Quando se comparado ao total geral, essa também teve um aumento: a anterior era de 0,37%. Diferente dos anos entre 2000 e 2010, na pesquisa atual não houve um ano sequer que não tivesse algum artigo sobre PCD. Este fato é importante e demonstra a consolidação de um início de linhas de pesquisa mais contínuas no que tange ao tema.

No ano de 2011, é possível ver que há um número discrepante tanto na porcentagem, quanto no número absoluto de trabalhos com o tema relacionado à PCD. Um dos fatores para tal fato é que o Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho é um dos eventos onde mais há publicações voltadas a tal tema. Porém, este não é o único fator. Neste ano em específico, o Encontro da ANPAD teve a publicação de 11 artigos abordando pessoas com deficiência. Só o número deste encontro já é maior que todos os outros anos somando todos os eventos. Desses 11, 4 artigos foram apresentados na área de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, sendo 2 sobre a relação de trabalho para as PCDs, como é o caso das pesquisas “O sentido do trabalho para pessoas com deficiência” (LIMA et al., 2011) e “A dinâmica do mercado de trabalho na visão das pessoas com deficiência: um estudo no município de Lavras - MG” (NORA et al., 2011), 1 que trata a percepção dos gestores sobre o trabalho de pessoas com deficiência e, por último, uma pesquisa sobre as políticas públicas de diversidade.

Na área de Marketing também foram encontrados 4 artigos que se intitulam como: “Pessoas com Deficiência Visual e Consumo em Restaurantes: um estudo utilizando análise conjunta” (FARIA; SILVA, 2011), “Desinteresse em Atender as Demandas das Pessoas com Deficiência Visual: foco nas experiências de consumo em restaurantes” (FARIA; SILVA, 2011), “Proposta de uma abordagem multivariada para o estudo do risco percebido entre turistas deficientes físicos” (REIS, 2011) e “O que os Olhos não Veem o Coração Não Sente? Investigando Experiências de Compra de Deficientes Visuais no Varejo de Roupas” (PINTO; FREITAS, 2011). Percebe-se, então, que 3 artigos, em especial, tratam sobre as experiências de consumos de PCD.

Ainda no EnANPAD 2011, 2 artigos foram publicados na área de Estudos Organizacionais, são eles: “A dinâmica identitária de pessoas com deficiência: um estudo no Brasil e nos Estados Unidos” (MOREIRA, CAPPELLE; CARVALHO-FREITAS, 2011) e “A Percepção de Justiça Organizacional Distributiva diante das Ações Organizacionais que Oferecem Recursos e Oportunidades à Diversidade” (PEREIRA et al., 2011). Adicionalmente foi publicado um artigo em inglês na área de Ensino e Pesquisa “Academic Dependency and Brazil’s Trade Deficit in Management Knowledge: Foreign Influence in Graduate Management Education at Public Universities in Brazil” (TRAVIS, 2011).

Em 2019, teve-se uma grande baixa nos artigos relacionados às PCDs. Esta baixa se acentuou ainda mais agora em 2020. O percentual apresentou uma queda considerável pelo fato de ter aumentado o número de trabalhos totais apresentados, enquanto os relacionados à PCD continuaram diminuindo. Além disso, é possível verificar que em todos os anos, desde 2010, o EnEO divulgou algum trabalho sobre PCD, porém percebe-se que em 2019 esse tema acabou não sendo abordado. Ademais, também é possível perceber que o evento do EnANPAD 2020 apresentou uma baixa de artigos além do comum, com apenas 2 trabalhos divulgados sobre PCD. Inclusive, a área de Marketing, que se posiciona como a segunda maior a ter trabalhos voltados para essa parcela da população, não apresentou nenhum artigo no ano de 2019. Ainda neste ano de 2019, o evento 3Es, se continuar seguindo a tendência dos anos anteriores, irá apenas alimentar o número total de trabalhos apresentados. Afinal, desde 2010, nenhum trabalho sobre PCD foi apresentado neste evento.

O Gráfico 1, apresentado a seguir, mostra a evolução histórica dos artigos sobre PCD nos eventos da ANPAD entre os anos de 2010 e 2020. As barras indicam estes números em termos absolutos e a linha em termos percentuais, quando levados em consideração todos os artigos publicados em cada ano.


Gráfico 1
Evolução histórica dos artigos sobre PCD publicados em eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020, em termos absolutos e percentuais.
Fonte: Próprios autores.

Em 2013, um gráfico com as mesmas informações, só que com base na década anterior, foi apresentado em um artigo elaborado por Faria e Carvalho e divulgado na Revista Ciências Administrativas. Naquele tempo, os autores temiam que houvesse uma tendência na queda da produção científica acerca das PCDs, pois a partir de 2008, o gráfico apresentou uma constante queda. Porém, pode-se identificar, a partir do Gráfico 1, que essa tendência não se concretizou de fato, visto que se percebem duas altas significativas no ano de 2014 e, principalmente, em 2011, mantendo-se em uma constante nos outros anos, inclusive, em uma média maior que na primeira década do século XXI.

5 ANÁLISE DA PRODUÇÃO COM BASE NAS DIVISÕES ACADÊMICAS

Durante a última década, as divisões do EnANPAD sofreram apenas uma alteração. Em 2018, a área Gestão da Ciência, Tecnologia e Inovação (GCT) sofreu alteração no nome passando a ser Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (ITE). Até o ano de 2020, nenhuma outra alteração foi feita. Na Tabela 3 são apresentados os dados de artigos com foco em PCD por ano e por evento.

Tabela 3
Artigos com foco em PCD nos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020 apresentados por divisões acadêmicas.

Fonte: Próprios autores.

No ano de 2020, com a apresentação do XLIV Encontro da ANPAD, ocorreram as seguintes divisões: Administração da Informação (ADI); Administração Pública (APB); Contabilidade (CON); Estudos Organizacionais (EOR); Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade (EPQ); Estratégia em Organizações; (ESO); Finanças (FIN); Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (ITE); Gestão de Operações e Logística (GOL); Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR); e Marketing (MKT).

Conforme Faria e Carvalho (2013), na década passada não teve nenhum trabalho referente às PCDs apresentado nas divisões CON, FIN e GOL. No entanto, pode-se perceber que no ano de 2014 tivemos um artigo sobre pessoas com deficiência em GCT, tirando-o assim dessa lista exclusiva. Neste artigo de autoria de Mariana Delgado Monteiro de Araújo e Vanessa Theis, Dusan Schreiber, é abordado a questão das PCDs como um processo de inovação nas empresas, especificamente em 3 empresas diferentes. Contudo, de acordo com Araújo e Schreiber (2014), ainda há uma falta de definição de processos e de políticas para inclusão de PCD, o que ainda afeta um pouco a questão do processo de inovação e algumas vezes esse problema se dá por restrições orçamentárias. Ou seja, a falta de recursos financeiros é usada como argumento para não realização de inovações que poderiam promover acessibilidade.

Ainda assim, esse número em GCT continua sendo bem baixo, assim como na ADI, APB e ESO. Ademais, é evidente a redução em mais da metade em EOR, além do grande aumento em GPR, que quase triplica o valor, e em MKT, que chega a quadruplicar. Conforme relatado anteriormente, percebeu-se que houve, nesta pesquisa, um pequeno aumento nas áreas de EPQ e ESO, mesmo que pouco, são casos recentes, que podem se tornar mais frequentes nos próximos anos.

Ao tratar de GPR e MKT, é possível destacar no primeiro, por exemplo, o grande número de trabalhos apresentados sobre o mercado de trabalho e sua diversidade, tema que está cada vez mais em voga, tanto no setor público quanto no privado. Porém, neste caso, os artigos abordam em sua grande maioria o setor privado, como por exemplo: “Diversidade e Atração de Jovens Talentos: Investigando o Potencial da Orientação Empresarial para Clientes Internos e Externos com Deficiências” (FARIA; CARVALHO, 2010) e “Diversidade e Pessoas com Deficiência: a Percepção de PCDs sobre as Práticas de Recursos Humanos Adotadas em uma Organização Financeira” (CASTRO; RODRIGUES, 2015). Segundo Oleto, Silva e Paiva (2016), é necessário reconhecer que, com os fatos relacionados a assédio, é importante avisar a gestão de pessoas no trabalho.

Além disso, a maior parte trata da inserção destes no mercado de trabalho, tendo em vista tanto a visão do empregado quanto a do empregador, como é o caso do artigo: “Empresa Inclusiva? Uma Análise Comparativa dos Discursos de Dirigentes e Trabalhadores com Deficiência de uma Empresa Cooperativa” (ROSA et al. 2013), que trata dos dois temas simultaneamente. Pode-se dizer que em GPR os trabalhos estão alocados em maior parte no Tema 1, que em 2019 recebia pesquisas que tratavam sobre o “Trabalho, Gestão e Subjetividade”. Porém, no início da década, o Tema 1 abrigava pesquisas que abordavam a “Gestão de Pessoas, Relações de Trabalho e Comportamento Organizacional”. Com isso, cabe dizer que a essência se manteve, ou seja, os assuntos continuaram no entorno das relações de trabalho. Porém, é possível identificar que existem alguns outros temas que não estão tendo muito foco, tais como: Gestão de Pessoas e Liderança.

Já na área de MKT, é possível verificar que há muitos trabalhos ligados à experiência de consumo do usuário com deficiência, como relatado por Silva, Abreu e Mano (2015). Nessa pesquisa, os autores citados perceberam que dentro do meio de serviços de hotelaria existem grandes problemas de falta de acessibilidade, o que causa não apenas transtorno aos usuários com deficiência, mas também, muitas vezes, custos extras, ocasionando uma má impressão na experiência de consumo desse público específico. Alguns artigos levantam a questão da experiência sensorial e outros com indagações no sentido de buscar entender se esse consumidor está sendo contemplado pelo mercado e se, desta forma, está tendo suas necessidades atendidas pelo mesmo.

De acordo com Coelho (2017), também pode-se verificar um grande despreparo em algumas instituições de ensinos voltadas para o ensino básico, percebido a partir do momento de procura da instituição e de matrícula, que se abrange aos gestores educacionais, causando um receio tanto do corpo docente quanto dos pais de outros alunos com a matrícula de uma PCD em uma escola, seja ela pública ou privada. Com isso, o aluno com deficiência é estimulado a buscar instituições com maior preparo, que nesses casos há cobrança de taxas extras quando se trata de escolas da rede privada. Essas taxas, por sua vez, são justificadas para que se tenha um suporte e uma estrutura mais adequada para o aluno com deficiência que tenha a pretensão de estudar em tal instituição. É possível verificar lacunas em outras áreas que podem ser exploradas e vir a ter mais trabalhos, como é o caso da área ITE.

No que tange à temática Empreendedorismo, apenas um único trabalho voltado para PCD foi publicado, com o título “Fomento ao Empreendedorismo para Deficientes no Estado de São Paulo”, com autoria de Ramos e Krakauer (2017), cuja pesquisa reporta tanto PCD, quanto instituições de fomento e visa propor novas diretrizes que possam ajudar a fomentar o empreendedorismo como inserção profissional a pessoas com deficiência.

Quanto à divisão APB, fica evidente que dentro deste tema há muita lacuna no que tange às Políticas Públicas. Um dos grandes problemas relacionados a essa questão é a efetiva participação de pessoas com deficiência na criação dessas políticas, uma vez que, para ser mais eficiente, é necessário que estes usuários façam parte do processo de tomadas de decisão (MARTINS; SOUZA, 2018). Dentro do próprio tema de políticas públicas, existe o ponto voltado à inserção de PCD no trabalho.

Além disso, é possível identificar que houve uma queda relevante em ADI. Essa queda pode ter sido ocasionada pela proximidade que alguns temas abordados dentro dessa divisão têm com as áreas MKT, APB e GPR. A acessibilidade às pessoas cegas visitarem algum lugar turístico, por exemplo, é uma questão que envolve dimensões políticas, econômicas e sociais (MELO; SILVEIRA; FEIRREIRA, 2013). Dessa maneira, além de se tornar um objeto de atenção das políticas de inclusão, também pode ser um fator a se observar dentro do mercado como uma oportunidade de chegar mais próximo do consumidor. Há empresas que buscam esse público, apesar de muitas outras não os considerarem como consumidores e que, embora haja o amparo da lei, muitos buscam apenas o tratamento igualitário como qualquer consumidor (JÚNIOR; DAMASCENA, 2018).

No Gráfico 2 são apresentados os números de artigos por área, que têm como foco as PCD.


Gráfico 2
-Representaçãodas diferenças de produtividade entre as divisões acadêmicas com relação aos artigos com foco em PCD os anos de 2010 e 2020.
Fonte: Próprios autores.

Como reportado anteriormente, EOR teve uma drástica redução desde 2010. Um acontecimento importante é que a partir de 2010, tanto EOR quanto GPR passam a ter um tema “espelho”, tema esse nomeado de Trabalho e Diversidade. De 2011 em diante, esse tema já começa a sofrer alterações, tanto na nomenclatura entre as 2 divisões, como no que abrange cada uma. Dessa forma, é possível verificar que, neste mesmo ano, GPR tem um pico de trabalhos apresentados na área, enquanto EOR sofre grande queda após o período em questão.

Na Tabela 4 são apresentados os números de artigos com foco em PCD publicados por ano e por evento.

Tabela 4-Representação
das pesquisas publicadas com foco em PCD publicadas em eventos da ANPAD, com exceção do EnANPAD, entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

A tabela anterior faz referência aos trabalhos publicados nos eventos secundários da ANPAD, que são em um total de 7 eventos, sendo eles: Encontro de Estudos em Estratégia da ANPAD (3Es); Encontro de Marketing da ANPAD (EMA); Encontro de Administração da Informação (EnADI); Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD (EnEO); Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade da ANPAD (EnEPQ); Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho da ANPAD (EnGPR); e Encontro de Administração Pública da ANPAD (EnPAG). Cada evento deste tem ligação com alguma divisão do EnANPAD. Neste caso, o Não Aplicável ou N/A, foi utilizado para os anos que não houve o evento; quando no ano estiver zerado é pelo fato de não ter nenhum trabalho voltado para PCD.

É visível que tais eventos acompanhem a tendência dos temas do EnANPAD. Identifica-se que o EMA e o EnGPR são os eventos nos quais mais aparecem trabalhos ligados a PCD, assim como nos temas de MKT e GPR dentro do EnANPAD, que seguem a mesma linha de pesquisa, onde os artigos com foco em Marketing abordam em grande maioria a experiência de consumo do usuário com deficiência e as pesquisas na área de Gestão de Pessoas mantêm o foco na diversidade e no recrutamento de PCD. Porém, o EnEO e o EnPAG não seguem essa tendência, já que, neste caso, eles seguem em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

6 ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES E AUTORES

Durante toda a década a partir de 2010, 81 artigos com a temática relativa às PCDs fizeram parte das pesquisas publicadas nos eventos da ANPAD, totalizando um número de 155 autores e coautores. Esse número é dividido por afiliados a instituições de ensino superior (IES), tanto públicas quanto privadas. Dentro desses casos, 128 (89% do total) tiveram apenas 1 artigo publicado; esse número teve um pequeno aumento com relação ao número total quando comparado com a década anterior, conforme relatado por Faria e Carvalho (2013). O que aponta que a persistência dos acadêmicos aos estudos da deficiência tornou-se ainda menor. Em outras palavras, é ainda mais frequente a possibilidade de um acadêmico escrever somente um artigo sobre a temática e não seguir este caminho de pesquisa.

Tendo como um número total de 32 IES, de acordo com as publicações e o Lattes dos autores, dentro do território nacional, pode-se perceber que aproximadamente 51% dos autores apresentados são representados por apenas 7 instituições, o que equivalem a 21,8% do total. Além disso, conforme podemos ver também no estudo feito por Faria e Carvalho (2013), existe um ranking das 8 instituições que tiveram mais representações entre 2000 e 2010 e, dessas 8, apenas 4 se mantiveram nesse ranking, são elas: Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal de São João del-Rei, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, 3 das Universidades listadas não apresentaram nenhum artigo na década atual, são elas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fundação João Pinheiro e Universidade Federal de Santa Catarina, conforme a Tabela 5.

É possível identificar que Minas Gerais, apesar de uma queda percentual com relação à década anterior, continua sendo o estado onde há maior representação, com 40%, seguido pelo Rio de Janeiro com 21,2% e em terceiro lugar o Rio Grande do Sul, com 11,5%, fechando assim os 3 estados mais representados, o que mostra que os 3 estados continuam sendo os principais representantes do tema, de acordo com Faria e Carvalho (2013). Minas Gerais tem as duas universidades que estão na primeira e na segunda colocações entre as instituições mais representadas, são elas: Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal de São João del-Rei. Juntas, representam 23,6% das autorias.

Por fim, na divisão entre IES Pública e Privada, é possível identificar que, na sua grande maioria, as IES Públicas têm mais representação do tema, de acordo com os autores dos artigos apresentados. Com 65,5%, as IES Públicas estão bem à frente das privadas com relação à quantidade de produção e de autores relacionados ao tema de pessoas com deficiência, sendo que o número de instituições de ensino públicas que tiveram publicações com o tema de PCD é um total de 16 instituições (50,0%). Ou seja, as universidades públicas abrigam acadêmicos que produzem mais sobre PCD do que as universidades privadas.

Tabela 5
Caracterização dos autores dos artigos com foco em PCD publicados nos anais dos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

Na Tabelaabaixo é possível verificar os autores, de acordo com as filiações no momento em que as pesquisas foram realizadas. Porém, a Tabela mostra os casos sem a repetição de pesquisa e uma só pessoa pode aparecer em outras instituições de acordo com a sua associação ao longo da década passada. Sendo assim, observa-se que o ranking continua mudando muito pouco, mostrando um pouco mais de 50% dos casos. Apenas as Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) acabou entrando nessa classificação, assim como o estado da Paraíba, representado pela Universidade Federal da Paraíba, que não aparece dentre essas instituições, mas tem 6 pesquisas publicadas, apenas 2 a menos que UNIRIO e UFSM, que apareceram entre as mais recorrentes. Apesar da alta recorrência, ambas tiveram um papel de fazer as pesquisas no sentido geral, buscando não regionalizar as pesquisas.

Tabela 6
Caracterização dos autores dos artigos sem repetição com foco em PCD publicados nos anais dos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

Sendo assim, é possível identificar que, dentro desses números há uma pequena seleção de autores que, de certa forma, elevam a quantidade de pesquisas. Isso mostra que, além dessa concentração de autores, também existe a concentração de instituições.

Esse ranking levou em consideração todos os pesquisadores que tiveram 3 ou mais artigos publicados entre os anos de 2010 e 2020. É possível ver que, de acordo com Faria e Carvalho (2013), a maior parte dos que estão relacionados, também estavam nas pesquisas entre 2000 e 2010, além de alguns novos nomes que apareceram nessa lista, como o José Luis Felicio Carvalho, que teve suas pesquisas mais voltadas ao campo de marketing, tendo 2 publicadas no EnANPAD (ano) e 3 no EMA (ano), como exemplo a pesquisa “O Processo de Decisão de Compra de Automóveis Adaptados por Consumidores com Deficiência Motora” (2014), que tem como objetivo investigar o processo de decisão de compras feito por PCD. Outro novo nome é a Tereza Cristina Batista de Lima, que teve seu foco maior voltado à Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, tendo 1 trabalho publicado nessa área no EnANPAD (ano) e outros 2 no EnGPR (ano), sendo um desses mais voltado à região do Ceará, intitulado “Percepção de Sucesso na Carreira de Pessoas com Deficiência - um Estudo em Organizações Cearenses” (2015). Por fim, também nessa lista, a pesquisadora Leticia Moreira Casotti, que teve todos os seus artigos publicados na área de Marketing, sendo 3 no EMA e 2 no EnANPAD. Logo, 3 desses artigos eram focados em Síndrome de Down, como é o caso da pesquisa “Ser Mãe de Down: Conflitos nas Práticas de Consumo” (2018).

Além disso, é evidente o aumento do número total dos autores, tendo em vista que, na década anterior, o 1º lugar teve um total de 16 artigos, o 2º teve 10 artigos e o 3º teve 5 (FARIA; CARVALHO, 2013). Isso mostra também um crescimento individual de uma década para outra.

Sendo assim, é importante destacar que, de acordo com esse ranking, apenas 14 autores tiveram um trabalho de pesquisa mais frequente relacionado a PCD, outros 12 autores registraram 2 trabalhos também relacionados ao tema e, como foi registrado anteriormente, os autores com apenas 1 pesquisa em sua autoria. Na Tabela 7 a seguir, são apresentados os pesquisadores mais produtivos no que tange a artigos com foco em PCD.

Tabela 7:
Pesquisadores mais produtivos em relação aos artigos com foco em PCD publicados nos anais dos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

7 NOVOS RUMOS EXPLORADOS PELOS AUTORES

No ano de 2016, duas pesquisas apontaram um caminho que ainda não havia sido explorado nos artigos publicados nos eventos da ANPAD. Neste ano, as primeiras publicações com o foco em deficiência intelectual foram escritas, ambas tratando da Síndrome de Down, como é o caso do trabalho “Consumidores Socialmente Invisíveis: Pessoas com Síndrome de Down e a Barreiras do Ter” (FARIA; CASOTTI, 2016). Logo em seguida, no ano de 2017, outros dois trabalhos com esse mesmo foco foram registrados, como é o caso do “Significações do Trabalho e suas Repercussões para a Identidade de Pessoas com Deficiência Intelectual” (LIMA, 2017). Em 2018, foi observado que teve pesquisa publicada neste mesmo tema, “Ser Mãe de Down: Conflitos nas Práticas de Consumo” (FARIA e CASOTTI, 2018). Dessa forma, é possível ver que existe uma tendência, após o início da abordagem de deficiência intelectual em 2016.

Além disso, desde 2010 outro assunto que vem crescendo são as pesquisas com focos locais, conforme Faria e Carvalho (2013) apontaram, que é importante que os autores de outras unidades federativas além de Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP) façam pesquisas locais. Dessa forma, pode-se ver algumas novas pesquisas em locais diferentes, como é o caso de: “Percepção de Sucesso na Carreira de Pessoas com Deficiência - um Estudo em Organizações Cearenses” (PAIVA et al,. 2015) e “Políticas e Práticas de Gestão de Pessoas e a Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Organizações de João Pessoa - PB” (SILVA; HELAL, 2015). Porém, dentro de todo esse universo, ainda é possível ver que se trata de um número baixo de artigos focados em outras localidades, uma vez que o número total de artigos relacionados a alguma localidade é de 9, sendo que, desses 9, 7 são unidades federativas já mencionadas anteriormente, ou seja, o foco continua sendo MG, RJ, RS e SP.

Outra novidade foi uma publicação na área GCT no evento EnANPAD (2014), que desde o ano de 2000 não teve nenhum artigo com essa temática. Conforme destacam Araújo e Theise Schreiber (2014), a pesquisa realizada nessa área teve o interesse de verificar o processo de inclusão das PCDs de acordo com as práticas de inovação aplicadas nas empresas.

Dessa forma, é possível ver que muitos novos caminhos foram explorados durante a década atual que foi analisada. Por isso, é importante destacar que este ainda é um tema novo que está cada vez mais ganhando destaque dentro das pesquisas acadêmicas e, com isso, ainda existem muitas oportunidades dentro da temática de PCD, que podem ser exploradas, além dos temas que já estão sendo estudados e que ainda apresentam lacunas a serem exploradas.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na presente investigação foi possível identificar que ainda há pouca representatividade nas pesquisas relacionadas às PCDs. Em outras palavras, são baixos os número de artigos que tratam do tema. Adicionalmente, um olhar mais atento revela que as pesquisas publicadas nos eventos da ANPAD não têm pesquisadores PCD e que muitas pesquisas sequer contam com PCD como entrevistado. Estes achados contribuem para denúncia do descaso e do silenciamento que as pessoas com deficiência são submetidas na academia de administração.

Essa denúncia torna-se ainda mais urgente quando se percebe que, no comparativo desde 2010 até 2020, de acordo com a Tabela 2, que a participação dos artigos com o foco em PCD tiveram uma redução relativa, pois o número total de artigos publicados foi crescendo e os que têm como foco PCD não acompanharam esse crescimento.

Outro ponto merecedor de destaque é que poucos autores mantêm uma pesquisa contínua sobre a temática de PCD. Tal questão acarreta na falta de estudos continuados que, por exemplo, ocorram de maneira longitudinal.

É imprescindível, portanto, que pesquisas com foco em PCD sejam realizadas de forma que coloque em evidência essa temática e mostre oportunidades de estudo nessa área, para que, assim, tenham-se oportunidades de dar continuidade às pesquisas, além de facilitar novos pesquisadores a escrever sobre o tema. Pode-se dizer também que tal questão é de extremo interesse do campo da administração pública, pois é o dever deste garantir a universalidade de todos os direitos, dando oportunidade a todos de maneira igualitária. Para que isso seja possível, a Figura 1 apresenta 15 diretrizes que podem auxiliar em novas pesquisas com a temática abordada nesta pesquisa. Tais diretrizes foram formuladas com base nas análises realizadas no presente trabalho e são a principal contribuição do estudo.


Figura 1
Novas diretrizes para acadêmicos interessados na temática de PCD.
Fonte: Elaboração própria.

Sobre a última diretriz, acredita-se que possam ser feitas investigações a respeito dos contextos político, econômico e social, para fins de entender as possíveis causas que resultaram na queda das publicações de pesquisas com a temática de PCD nos últimos anos.

Uma limitação importante da presente pesquisa diz respeito ao fato de que só foram levantados artigos publicados nos anais dos eventos da ANPAD. Como sugestão para pesquisas futuras, pode ser importante incluir também a análise de publicações em revistas científicas.

Material suplementar
REFERÊNCIAS
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Notas
Tabela 1
Eventos da ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.
Tabela 2
Trabalhos com foco em PCD nos eventos da ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

Gráfico 1
Evolução histórica dos artigos sobre PCD publicados em eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020, em termos absolutos e percentuais.
Fonte: Próprios autores.
Tabela 3
Artigos com foco em PCD nos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020 apresentados por divisões acadêmicas.

Fonte: Próprios autores.

Gráfico 2
-Representaçãodas diferenças de produtividade entre as divisões acadêmicas com relação aos artigos com foco em PCD os anos de 2010 e 2020.
Fonte: Próprios autores.
Tabela 4-Representação
das pesquisas publicadas com foco em PCD publicadas em eventos da ANPAD, com exceção do EnANPAD, entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.
Tabela 5
Caracterização dos autores dos artigos com foco em PCD publicados nos anais dos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.
Tabela 6
Caracterização dos autores dos artigos sem repetição com foco em PCD publicados nos anais dos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.
Tabela 7:
Pesquisadores mais produtivos em relação aos artigos com foco em PCD publicados nos anais dos eventos promovidos pela ANPAD entre 2010 e 2020.

Fonte: Próprios autores.

Figura 1
Novas diretrizes para acadêmicos interessados na temática de PCD.
Fonte: Elaboração própria.
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