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IMAGENS DAS JUVENTUDES: O QUE SE VISIBILIZA E SE DIVULGA?
Carolina de Souza Amorim
Carolina de Souza Amorim
IMAGENS DAS JUVENTUDES: O QUE SE VISIBILIZA E SE DIVULGA?
Muiraquitã, vol. 11, no. 1, pp. 203-220, 2023
Universidade Federal do Acre
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Resumo: O artigo discute as culturas juvenis presentes na contemporaneidade a partir do modo como são abordadas em diferentes mídias sociais. Buscou-se pesquisar e selecionar imagens de jovens em mídias sociais, bem como analisar as perspectivas sobre juventude abordadas e compreender as condições histórico-culturais dos jovens e sua inserção nesse espaço. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo e descritivo realizada por meio de pesquisa bibliográfica e da análise de três imagens oriundas da internet. Como resultados, é possível compreender que as imagens que se visibilizam e se divulgam sobre as juventudes e suas formas de sociabilidades são vinculadas às condições históricas, socioculturais e espaciais nas quais se constroem a heterogeneidade. A construção de si tem diversos recursos, mas a realidade possui estruturas que condicionam as escolhas e as possibilidades de representação e formação de si.

Palavras-chave: Juventudes, Mídias sociais, Culturas juvenis, Inserção social.

Abstract: The article discusses youth cultures present in contemporary times from the way they are approached in different social medias. We sought to research and select images of young people in social media, as well as analyze the perspectives on youth addressed and understand the historical and cultural conditions of young people and their insertion in this space. This is a qualitative and descriptive research carried out through bibliographical research and the analysis of three images from the internet. As a result, it is possible to understand that the images that are made visible and disseminated about youths and their forms of sociability are linked to the historical, sociocultural and spatial conditions in which heterogeneity is constructed. The construction of the self has several resources, but reality has structures that condition the choices and possibilities of representation and formation of the self.

Keywords: Youth, Social medias, Youth cultures, Social insertion.

Carátula del artículo

Artigos

IMAGENS DAS JUVENTUDES: O QUE SE VISIBILIZA E SE DIVULGA?

Carolina de Souza Amorim
Colégio Pedro II, Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT), Brazil
Muiraquitã, vol. 11, no. 1, pp. 203-220, 2023
Universidade Federal do Acre

Received: 15 July 2023

Accepted: 22 December 2023

INTRODUÇÃO

Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada durante a oferta do componente curricular nomeado Juventude, Trabalho e Escola do curso de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT IFSC) durante o segundo semestre do ano de 2021. A proposta da atividade avaliativa final era selecionar imagens publicadas nas mídias sociais que abordassem as práticas e as culturas juvenis e sociabilidades. Após isso, em diálogo com as leituras obrigatórias do componente curricular, com foco em, pelo menos um dos textos dos seguintes eixos temáticos (a) consumo e estilos; (b) diversidade e gênero; (c) participação política e, (d) mediações e interações educativas, escrever opiniões, sentimentos, sensações, interpretações e compreensões sobre cada imagem.

Sendo assim, além das leituras obrigatórias como Enne (2010), Pais (1990), entre outros, o aporte teórico que norteou a discussão partiu, também, de Gomes e Laborne (2018), do eixo temático diversidade e gênero e, de Dayrell (2003), cujo objetivo era analisar a juventude como produção histórica e social, compreendendo sua pluralidade na contemporaneidade.

Os estudos bibliográficos realizados sobre a concepção da categoria juventude, dentro da área da Sociologia da Juventude, compreendem-na como um processo social em construção e um conceito multifacetado, de modo que a analisa como categoria histórica, socioeconômica, cultural, jurídica, institucional; e o ser jovem, como categoria empírica. Assim, os autores que embasam o presente artigo convergem na compreensão de que o jovem como ser social possui uma diversidade de modos de ser e estar jovem e, com isso, não há uma juventude homogênea, mas uma pluralidade de juventudes e suas múltiplas formas de manifestação e inserção na sociedade (DAYRELL, 2003; PAIS, 1990; ESTEVES; ABRAMOVAY, 2007).

No que tange à constituição da categoria juventude, esta pode ser dividida em dois momentos: (a) como modelo socialmente construído em que se atribui um estereótipo relacionado à moratória e à fase de transitoriedade, em que o jovem pode desempenhar o papel de ser desviante e distante da família, e (b) a compreensão como processo de construção da diversidade que se concretiza por condições sociais, culturais e de interação (DAYRELL, 2003). Embora exista uma diversidade, há semelhanças em relação às formas de socialização no domínio do lazer do jovem, e o uso das mídias sociais pode ser considerado uma das formas de manifestação das sociabilidades das culturas juvenis, dos modos de vida e de pensamento para a construção de identidades e sua dissonância normativa intergeracional (PAIS, 1990).

Segundo Esteves e Abramovay (2007),

Existem muitos e diversos grupos juvenis, com características particulares e específicas, que sofrem influências multiculturais e que, de certa forma, são globalizados. Portanto, não há uma cultura juvenil unitária, um bloco monolítico, homogêneo, senão culturas juvenis, com pontos convergentes e divergentes, com pensamentos e ações comuns, mas que são, muitas vezes, completamente contraditórias entre si. [...] vivencia-se a condição juvenil de diferentes maneiras, em função das diferenças sociais e de parâmetros concretos, como o dinheiro, a educação, o trabalho, o lugar de moradia, o tempo livre etc. Logo, a definição da categoria juventude em hipótese alguma pode ser a mesma para todos aqueles que nela estão enquadrados (ESTEVES; ABRAMOVAY, 2007, p. 25).

Portanto, o conceito de juventude a partir da vertente que a concebe como categoria socialmente construída e heterogênea compreende que a mesma deve ser analisada de acordo com o contexto histórico, sociocultural e espacial. Nesse sentido, os jovens diferenciam-se entre si pela estética e pelas visões de mundo juvenil para identificarem o grupo de pertencimento, além de manifestarem-se de diversas formas, atribuindo sentidos e significados aos espaços sociais que ocupam junto aos seus pares e aos outros indivíduos.

Nessa direção, este texto tem o objetivo de apresentar as múltiplas culturas juvenis presentes na contemporaneidade a partir do modo como são abordadas em diferentes mídias sociais. Metodologicamente, a pesquisa foi constituída numa abordagem qualitativa, produzida por meio de pesquisa bibliográfica e da análise de três imagens oriundas da internet, selecionadas entre trinta outras.

Para atingir o objetivo explicado anteriormente, o texto está estruturado em duas partes, apresentadas em uma única seção. Na primeira etapa, apresentam-se conceitos importantes para a compreensão da pesquisa realizada, partindo de autores como Dayrell (2003), Pais (1990), Esteves e Abramovay (2007) e da legislação brasileira (BRASIL, 1990; 2013).

Na segunda etapa, dialoga-se com as imagens das juventudes selecionadas a partir de pesquisa realizada no TikTok, Twitter, Facebook e com o recorte conceitual privilegiado. A escolha das três imagens se deu no contexto dos estudos dos seguintes eixos temáticos:

a) Consumo e Estilo; b) Diversidade e Gênero; c) Participação Política; e d) Mediações e Interações educativas.

No que se refere às imagens, a primeira aborda questões de uma determinada etnia indígena em que uma jovem utiliza recursos discursivos disponíveis no TikTok para esclarecer dúvidas e compartilhar o cotidiano de sua aldeia. A segunda imagem pontua a diversidade que pode ocorrer em um rito de passagem como o baile de debutante. Por último, a terceira imagem foi dedicada à problematização da violência e do extermínio da juventude negra. Por fim, apresentam-se as considerações finais e os referenciais teóricos trazidos para esta discussão.

JUVENTUDE(S) NAS MÍDIAS SOCIAIS O QUE AS DISCUSSÕES TEÓRICAS NOS APRESENTAM

O conceito de juventude, analisado sob a égide da legislação brasileira, tem concepções embasadas no marcador etário para estabelecer o acesso a direitos. O Estatuto da Juventude, instituído por meio da lei nº 12.852, de 2013, é um dos marcos na defesa dos direitos dos jovens brasileiros e, para efeito dessa lei, consideram-se jovens os que estão com idade entre 15 e 29 anos. Esse marco legal soma na proteção dessa categoria com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em 1990, por meio da lei nº 8.069. O ECA compreende os brasileiros na faixa etária de 12 a 18 anos de idade e, em alguns casos expressos em lei, de 18 a 21 anos de idade (BRASIL, 1990). Todavia, o Estatuto da Juventude determina que será aplicado o ECA para o recorte etário de 15 a 18 anos, caso não tenha conflito com as normas que dispõe:

§ 2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e, excepcionalmente, este Estatuto, quando não conflitar com as normas de proteção integral do adolescente (BRASIL, 2013).

Os arcabouços jurídicos mencionados são importantes para o reconhecimento dos jovens como sujeitos de direitos e que necessitam de proteção por meio de políticas públicas de juventude. Entretanto, na abordagem conceitual da questão das juventudes, não há uma única definição, tendo em vista que é um fenômeno multifacetado. Além da delimitação etária, há perspectivas de análise mais complexas, como categoria heterogênea, histórica, política, material, cultural, como condição juvenil.

Desse modo, diante das múltiplas concepções existentes, Dayrell (2003) analisa a distinção de imagens e modelos socialmente construídos a respeito dos jovens, são elas: condição de transitoriedade; como tempo de liberdade e moratória; como momento de crise. De acordo com o autor, essas representações que são atribuídas, interferem na compreensão dos sujeitos que compõem a juventude e que constroem um determinado modo de ser - os jovens. A primeira apresenta uma imagem como “vir a ser”, da transitoriedade, a qual nega o presente e são pensadas ações visando o futuro, atribuindo uma ideia de incompletude. A segunda, compreende a moratória, que significa deixar em suspenso as atribuições da vida adulta para um modo de experimentações, de romper com os limites sociais estabelecidos. Todavia, essa visão do comportamento juvenil é atravessada por questões de pertencimento, como classe econômica, gênero, raça. E, por fim, aborda como momento de crise e de conflitos, da inferiorização do jovem em relação ao adulto a partir da visão hierárquica de instituições sociais como família e escola.

Como sujeito social[1], o jovem constrói determinados modos de ser jovem no cotidiano, com respeito às trajetórias e às particularidades. Não existe a ideia de juventude única, segundo Dayrell (2003), os critérios são históricos e culturais, o que ressalta a dimensão da diversidade de acordo com o contexto social que ocupa e as experiências que vivencia.

Conforme exposto por Dayrell (2003):

[...] entendemos a juventude como parte de um processo mais amplo de constituição de sujeitos, mas que tem especificidades que marcam a vida de cada um. A juventude constitui um momento determinado, mas não se reduz a uma passagem; ela assume uma importância em si mesma. Todo esse processo é influenciado pelo meio social concreto no qual se desenvolve e pela qualidade das trocas que este proporciona. Assim, os jovens [...] constroem determinados modos de ser jovem que apresentam especificidades, o que não significa, porém, que haja um único modo de ser jovem nas camadas populares. É nesse sentido que enfatizamos a noção de juventudes, no plural, para enfatizar a diversidade de modos de ser jovem existentes. Assim compreendida, torna-se necessário articular a noção de juventude à de sujeito social (DAYRELL, 2003, p. 42).

Na abordagem sobre juventudes, no plural, as representações sobre os jovens a partir das construções sociais dos adultos também podem ser analisadas nos estudos de Pais (1990). Numa pesquisa desenvolvida em Portugal, o autor analisa como as práticas culturais juvenis, em diferentes contextos, podem ser interpretadas. Sendo assim, questiona:

Em suma, serão as culturas juvenis manifestações mais ou menos passivas, anómicas ou disfuncionais do universo de normas e de valores do qual as gerações mais velhas se encontram mais próximas, ou, em contrapartida, evidenciam as culturas juvenis um protagonismo activo, expresso em modos de vida especificamente juvenis, embora entre si distintos? (PAIS, 1990, p. 592).

A partir do estudo das práticas culturais juvenis em três diferentes realidades, Pais (1990) aborda opostas tendências de análise e identifica uma característica em comum: as práticas se originam no domínio do lazer e os jovens produzem suas próprias normas e expressões culturais no cotidiano. Entretanto, apesar desse traço em comum, o recorte de classe demonstra a diversidade de vivências e de construção do modo de ser jovem e de legitimação ou não, por parte dos adultos. Nas palavras do autor: “Nas suas práticas quotidianas, os jovens produzem as suas próprias normas, embora, como se verificou a unidade do substantivo juventude recubra uma pluralidade de substâncias e, desde logo, uma diversidade de situações juvenis” (Ibid, p. 644).

De acordo com a análise de Pais (1990), não há uma cultura juvenil homogênea. Sendo assim, apesar dos pontos de convergência, de aspectos das culturas juvenis que se entrecruzam, a heterogeneidade presente nas juventudes apresenta diferenças delimitadas pelas fronteiras da condição socioeconômica e espacial em que vivem. Nesse sentido, Esteves e Abramovay (2007), com base em dados oriundos da pesquisa “Juventude, juventudes: o que une e o que separa”, convergem para a concepção de Pais. Desse modo, consideram a representação sobre o que é ser jovem por meio da diversidade de culturas juvenis e das possibilidades e condições objetivas de existência. Sendo assim, “a definição da categoria juventude em hipótese alguma pode ser a mesma para todos aqueles que nela estão enquadrados” (ESTEVES; ABRAMOVAY, 2007, p. 25).

Esteves e Abramovay (2007) analisam os modos como os jovens são vistos pelos outros e as percepções que as juventudes têm de si próprias e, apesar da existência de pontos divergentes em relação à construção da categoria juventude, abordam como os grupos juvenis apresentam características comuns. Além disso, destacam como o imaginário social atribui de forma recorrente às juventudes um estereótipo negativo, de desvio, de geradora de problemas e como isso afeta as relações sociais do cotidiano e gera consequências repressivas por meio de medidas de disciplinarização. Outro aspecto importante evidenciado é a centralidade que a juventude ocupa na sociedade pelo campo da estética, como construção de identidade e forma de ser legitimada e reconhecida nos locais de inserção social e, com isso, os autores reivindicam a necessidade de espaços para participação das juventudes na dimensão ética[2] para contestação e expressão dos seus interesses. Todavia, ao contrário das prerrogativas exteriores sobre os jovens, expõem a predominância da visão otimista que os jovens possuem sobre a vida que levam na condição juvenil, sendo a percepção mais satisfatória de acordo com a elevação da condição socioeconômica.

A partir das perspectivas apresentadas nas discussões teóricas, compreendemos que existem múltiplas juventudes e representações sobre elas socialmente construídas, com características convergentes e divergentes entre si. Na análise a seguir, o entrecruzamento teórico para abordagem sobre quais imagens se visibilizam e se divulgam sobre as juventudes em diferentes mídias sociais se torna relevante para compreender como permeiam a construção da identidade e incidem nas interações sociais e inserção dos jovens em determinados espaços.

QUAIS IMAGENS SE VISIBILIZAM E SE DIVULGAM?

É sabido que, ao longo de praticamente todo o ano de 2020 e no primeiro semestre de 2021, devido à pandemia do Covid-19[3], as aulas na maioria das redes de educação brasileira foram realizadas no formato de ensino remoto (SPACEK, SILVA, PASQUALLI, 2021; NITSCHKE, PASQUALLI, 2023).

Sabe-se, também, que, a partir do segundo semestre de 2021 ocorreu, mesmo que de forma parcial e desigual no país, o retorno ao ensino presencial e a utilização das mídias sociais ganhou força, especialmente aquelas que propiciaram modos de interação entre as pessoas (KOSLINSKI; BARTHOLO, 2022). No retorno às aulas presenciais, percebeu-se que alguns jovens estudantes ocupam o tempo do intervalo entre as aulas reproduzindo danças em um aplicativo chamado TikTok[4].

Essa mídia social é utilizada para compartilhamento de vídeos com duração de até 60 segundos e, por mais que seja conhecida pelos vídeos, trends, challenges, que viralizam com coreografias que estão no auge do mercado audiovisual, é um universo explorado de diversas formas pelos usuários: para diversão, para consumo, para ativismo, para informação, para ensino nas mais diversas áreas, entre outras formas de utilização.

Sendo assim, a presente pesquisa partiu da busca por imagens do Google com o termo ‘TikTok e juventude’. Nessa pesquisa inicial, foram encontradas imagens com legendas sobre jovens que utilizam essa plataforma para ativismo, tendo em vista que “a mídia social, enquanto conceito, compreende, justamente, o uso dos sites de rede social para conversação e espalhamento de informações, onde a estrutura dos grupos e das conexões online é capaz de filtrar e dar visibilidade para determinadas informações em detrimento de outras” (RECUERO, 2018, p. 7).

O fato pode nos ajudar a refletir sobre como essa forma de expressão sonora e visual torna público um modo de vida em busca de afirmação, mas que também apresenta uma ruptura com a visão negativa socialmente construída do jovem como um ser alienado, ao ser utilizada como uma ferramenta de resistência e reexistência, um movimento que rompe com estruturas hierarquizantes e preconceitos.

Com o advento da internet, novas relações e estratégias de trabalho e de consumo têm sido desenvolvidas e é possível acompanhar jovens tornando-se profissionais, como por exemplo, os tiktokers influenciadores, em um ramo com alta remuneração financeira, dialogando com um público que vai além de sua faixa etária ou mesma cultura juvenil, de acordo com o interesse do momento. A partir de Enne (2010), em diálogo com os estudos do sociólogo Erving Goffman (2005), é possível perceber que o uso das mídias sociais pode ser visto como uma forma que possibilita à juventude encarnar diferentes personagens, usando diferentes máscaras sociais de acordo com a intenção pretendida. A juventude tem mais autonomia de experimentação e construção de si, de acordo com os campos de possibilidades e, com isso, “talvez os jovens, mais do que outros sujeitos sociais, tenham explorado a capacidade dos bens produzirem sentido e, dessa forma, construindo representações acerca de suas identidades utilizando os recursos simbólicos da cultura do consumo” (ENNE, 2010, p. 26). Nessa direção, para iniciar as análises e discussões propostas por este artigo, destaca-se a primeira imagem analisada, a seguir. Trata-se do print de um vídeo na plataforma TikTok, que retrata uma jovem com pinturas no rosto e uma imagem com um comentário pedindo para que explique as pinturas. O vídeo está publicado no perfil da Maira Gomez - nome indígena Jūgoa e perfil no TikTok @cunhaporanga_oficial -, uma indígena da etnia Tatuyo, de uma aldeia localizada no Amazonas. A jovem possui mais de seis milhões de seguidores e, no seu perfil, compartilha o cotidiano na aldeia, responde a perguntas e curiosidades, traduz para o português palavras da sua língua nativa e desmistifica os preconceitos sobre indígenas brasileiros. A jovem Maira retrata a pluralidade da nossa cultura originária e que é, ainda hoje, pouco divulgada e compartilhada.


Imagem 1
TikTok: Pinturas corporais indígenas
@cunhaporanga_oficial, 2021.

No vídeo apresentado no TikTok, a pintura no rosto não é decorativa, simboliza o respeito às tradições, aos conhecimentos ancestrais e a crença de que ela oferece proteção. Com um olhar mais minucioso, é possível perceber que uma cultura e um estilo de vida originário ou primitivo, no sentido de primeiros, são explicados e tornados públicos por meio da internet. Vê-se que a jovem usa uma blusa de tecido e não a vestimenta que reforça o estereótipo de que todos os indígenas usam apenas camisetas ou saia de palha.

Por meio da imagem selecionada e analisada no perfil no TikTok da jovem Maira, é possível perceber uma forma de potencializar a visibilidade da diversidade da cultura indígena brasileira e, com isso, mobilizar os jovens que estão tendo contato com as histórias sobre valores ancestrais indígenas. Essas postagens sobre o estilo de vida da Maira podem ser interpretadas como forma de representar uma luta pelo reconhecimento das culturas indígenas e contra os retrocessos aos seus direitos. Sendo assim, a imagem salienta o uso da tecnologia como forma de diversão e, também, de ativismo, ao ocupar esse espaço e ensinar para o público a pluralidade das culturas indígenas. A imagem expressa também a resistência diária ao resgatar e preservar os modos de vida local, saberes, costumes, tradições, em disputa simbólica e em movimento com os recursos e os campos de possibilidades que o mundo globalizado proporciona.

Maira nos apresenta, talvez sem intenção e de forma fluida, uma perspectiva de juventude que constrói a própria re-existência nessa travessia entre as tradições estruturantes do grupo ao qual pertence e as interações com outros modos de viver, outros estilos de vida. A partir de Enne (2010, p. 23), é possível compreender que a atitude da jovem indígena mostra o “jogo de personalizar-se sem perder, com isso, seus liames culturais”, no qual a tecnologia revoluciona as formas de interação e inserção social, mas sem perder a própria essência.

A segunda imagem, logo abaixo, a ser analisada, mostra uma festa de 15 anos. O baile de debutante, ou festa de 15 anos, costuma ser considerado um momento de transição e envolve expectativas em relação ao grande dia de realização. Em sua maioria, um rito de passagem feminino reconhecido socialmente, é marcado por uma série de protocolos que podem variar de acordo com o grupo a que pertence a aniversariante, mas, em geral, ocorre a troca de vestidos (do estilo princesa para mais decotado e curto) ou sapatos (da sapatilha para o salto), o oferecimento de um anel pelos pais e a valsa. Nessa comemoração pode ocorrer maior investimento financeiro do que nos outros aniversários e são convidados familiares e amigos para celebrar essa passagem simbólica da “menina para a mulher”.


Imagem 2
Twitter: festa de 15 anos e passinhos de funk
@marretaidd2, 2021.

Em outubro de 2021, o Facebook, Instagram, Twitter e o TikTok mostraram uma festa de 15 anos realizada na quadra de uma escola de samba localizada na favela Jacarezinho, no estado do Rio de Janeiro (RJ). Essa comemoração foi viralizada devido à dança da debutante, considerada diferente do estilo conservador do momento da valsa. O vídeo foi publicado em diversas mídias[5], mas, para a elaboração desta pesquisa, buscou-se a postagem original que foi feita no perfil de um dos dançarinos no Twitter. Até o mês de julho de 2023, a postagem possuía mais de 1 milhão de visualizações e foi encontrada por meio da hashtag #xvdakamilly.

No vídeo é possível assistir à entrada na festa, antes da debutante, de seis jovens com traje de terno sobre um tapete vermelho, ao som da batida animada do ritmo funk e coreografia com passinhos próprios a esse estilo musical. Na continuação do vídeo, a aniversariante entra na festa com um vestido estilo princesa, um amigo representando a figura de príncipe e mais seis amigas se juntam ao grupo para continuar os passinhos coreografados.

Pais (1990), no ensaio de análise etnográfica sobre lazeres e sociabilidades juvenis, apresenta as expressões culturais juvenis como articulação de campos simbólicos e pragmáticos e, por isso, devem ser interpretadas e contextualizadas. Sendo assim, quais significados são atribuídos a essa forma de performance em uma festa de 15 anos? Além de ser uma festa considerada, tradicionalmente, um rito de passagem da infância para a adolescência, quase vida adulta, é um marco que expressa valores e condicionamentos sociais. No estudo sobre o baile de debute, na zona residencial de Coutada do Conde em Portugal, Pais (Ibid) apresenta que há uma série de segregação e “critérios de gosto” como se fosse um investimento na “bolsa de valores”. Aqui, em comparação ao que é possível perceber no vídeo da festa, nota-se uma diferença nos sentidos atribuídos a essa comemoração, que leva a pensar na articulação com os campos pragmáticos.

Em relação aos campos pragmáticos, Pais (1990) menciona:

A cada campo pragmático corresponde uma «galáxia» de sentidos (campo simbólico). Nessa galáxia, os sentidos encontram-se intimamente ligados. As suas significações influem umas nas outras, de forma que o sentido mais global da vida quotidiana se encontra, por assim dizer, difuso num conjunto. Se consideradas de forma isolada, as práticas quotidianas dificilmente se entendem. Há que as contextualizar, isto é, necessário se torna submergi-las nas galáxias de sentidos que lhes correspondem, derivando a significação de cada uma dessas práticas da significação daquela articulação (PAIS, 1990, p. 593).

O uso dos passinhos e do funk, no momento que por tradição é da valsa, pode ser considerado uma transgressão simbólica com o objetivo de afirmar uma identificação coletiva que reflete as sociabilidades produzidas por jovens da favela dentro do contexto em que vivem - a identidade de habitat (PAIS,1990). O funk e os passinhos podem ser usados para romperem as tensões frente a violência do cotidiano e representam uma prática cultural juvenil, uma forma de expressão que ocorre no domínio do lazer e reforça a coesão por meio dessa manifestação que é criminalizada e estigmatizada socialmente por pessoas - maioria adultos - de dentro e de fora da favela (nós x eles), ou seja, ultrapassa esse território.

Todavia, cabe mencionar que não são todos os jovens da favela que gostam de funk e dançam os passinhos. Segundo Pais,

sob a aparente unidade da juventude (quando esta aparece referida a uma fase de vida) é possível encontrar uma diversidade de situações sociais que tornam heterogénea a experiência de ser jovem. Foi o que procurei demonstrar, tendo, para o efeito, explorado essa diversidade no domínio onde as semelhanças morfológicas da juventude mais se fazem sentir: no domínio do lazer. Ou seja, procurei, como de início me propunha, abalar o mito da juventude homogénea no domínio onde esse mito mais se encontra enraizado(PAIS, 1990, p. 640).

Os jovens vivenciam experiências no domínio do lazer de acordo com as práticas culturais e juvenis do contexto histórico e social, das escolhas que fazem diante das relações que estabelecem com o que têm acesso e o lugar onde vivem. Portanto, além das diferenças intergeracionais, existem as diferenciações intrageracionais (PAIS, 1990). A juventude não é homogênea, é diversificada e, assim, em uma festa de 15 anos na favela pode ter performance com passinhos de funk, com valsa, balé, forró, pagode, como pode não ter uma festa ou performance, por diversos motivos.

A terceira e última imagem analisada é um recorte sobre o homicídio de jovens negros no Brasil, especificamente no estado do Rio de Janeiro (RJ). Em novembro de 2022, completou sete anos da chacina de Costa Barros, um bairro no RJ, onde cinco jovens negros foram assassinados por policiais que dispararam 111 tiros no veículo em que estavam. A imagem está disponível no perfil Muda Mais, publicada no dia 29 de novembro de 2019, no Facebook. A foto é dos cinco jovens e também do carro que foi alvejado por tiros, porém essa imagem não foi inserida para evitar intempéries relacionadas aos direitos autorais da fotografia e, principalmente, em respeito aos familiares. A legenda da imagem na página do Facebook lembra o ano em que ocorreu a chacina e, em seguida, tem um trecho da música ‘Ismália’, interpretada pelo cantor Emicida, na qual parte da letra menciona o assassinato com 111 tiros na ocasião em que os jovens tinham saído para comemorar o primeiro salário de um deles.

No artigo “Pedagogia da crueldade: racismo e extermínio da juventude negra”, de Gomes e Laborne (2018), as autoras abordam como o racismo, desde os tempos coloniais do Brasil, é estrutural e institucional e interfere nas trajetórias dessa juventude. As pesquisadoras estabelecem a relação desse racismo com a juventude e as desigualdades sociais. Diante disso, questionam e afirmam: “o direito à vida está sendo garantido? Lamentavelmente, sabemos que não. É um dos mais negados” (GOMES; LABORNE, 2018, p. 2). Sendo assim, o fato de cinco jovens negros estarem dentro de um carro, em uma região de favela, marca um estigma que os torna suspeitos e, logo, condenados sem direito à defesa, sendo alvos de genocídio. Esse crime não é uma exceção, as notícias de homicídios contra jovens, negros, pobres, moradores de favela e periferias, decorrentes de intervenção de agente do estado, são recorrentes. Os dados estatísticos analisados pelas autoras confirmam os altos índices de letalidade em relação à juventude negra, pois “ser negro é um determinante para que a violência incida com mais força sobre essa parcela da população” (Ibid, p. 6).

Em 2020, segundo os dados sobre letalidade violenta do Instituto de Segurança Pública (ISP)[6] da Polícia Civil do Rio de Janeiro, do total de 1.245 das mortes por intervenção de agente do estado[7], 75,4% eram pessoas negras e 38,3% tinham menos de 30 anos de idade. Em relação ao homicídio do tipo doloso, 66,8% das vítimas eram negras e 37,1% correspondiam à faixa etária de 12 a 29 anos. Em 2020, foi registrado um total de 3.544 homicídios dolosos. Os registros demonstram que, quando a pessoa é negra, o desrespeito ao direito à vida é estatisticamente maior quando analisada a política de confronto nas operações no RJ.

De acordo com o Atlas da Violência 2021, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), há uma alta concentração de violência letal por viés racial, em 2019. Dessa forma, um negro tem mais chances de ser morto, correspondendo a 73% da proporção de vítimas de homicídio no estado do RJ (CERQUEIRA, et al, 2021).

No mês em que se comemora o dia da Consciência Negra, ocorreu a seleção da imagem das cinco vidas inocentes interrompidas para, assim como as autoras Gomes e Laborne (2018) escreveram como título de uma seção do artigo, se refletir: ‘Afinal, quais serão as causas do extermínio da juventude negra?’. Após a leitura do artigo e as vivências do dia a dia, é possível perceber que o extermínio é multicausal, mas a macrocausa é o racismo.

É urgente a luta e a mobilização coletiva contra o racismo, contra o extermínio da juventude negra pobre periférica, pois ultrapassa esse momento da vida. Assim, por meio de gritos e denúncias como ‘Vidas negras importam’, ‘Parem de nos matar!’, mais do que a construção de modos de ser, a juventude negra constrói modos de viver para sobreviver diante do genocídio.

As possíveis formas disso ocorrer são por meio da visibilidade, do protagonismo, da representatividade, ocupando espaços de poder para refutar discursos opressores; por meio da afirmação e do reconhecimento dos seus modos de ser, manifestados, por exemplo, por meio de diversos estilos musicais, por meio da política e da valorização estética (GOMES; LABORNE, 2018). A trajetória social e identitária da juventude negra tem sido marcada por lutas, resistência, denúncias e reivindicação de ações concretas para enfrentamento e em busca de justiça social para que seus direitos sejam garantidos no cotidiano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da seleção e análise de três imagens relacionadas às juventudes, em diálogo com os autores selecionados e, indo além, com a leitura das experiências vivenciadas, houve a percepção de que a inserção social dos jovens na contemporaneidade pode se dar de diversas formas, pois existem múltiplas culturas juvenis e interseccionalidades que interferem nas dimensões que as compõem e no modo como se apresentam à sociedade.

Um dos espaços propícios para divulgação das possibilidades dos jovens se expressarem e se comunicarem com diversas pessoas se dá por intermédio das mídias sociais. E, nesse território virtual, além do lazer, a apropriação para tomada de posição e de consciência é importante, diante de algumas temáticas que se (re)constroem como jovens, para representação, reflexão e diálogo sobre o que veem, escutam, sentem, pensam, sonham e para desenvolverem estratégias de concretização dos seus objetivos.

Diante do exposto, é possível compreender que as imagens que se visibilizam e se divulgam sobre as juventudes e suas formas de sociabilidades são vinculadas às condições históricas, socioculturais e espaciais nas quais se constroem a heterogeneidade. A construção de si tem diversos recursos, mas a realidade possui estruturas que condicionam as escolhas e as possibilidades de representação e formação de si. A etnia, a raça/cor, o gênero, a sexualidade, a classe econômica, o território, a religião, a origem, os preconceitos, a marginalização, a representatividade influenciam nas formas de se divulgar e visibilizar, possibilitando uma divulgação de forma positiva ou invisibilizando os jovens sujeitos.

Supplementary material
REFERÊNCIAS
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Notes
Notas
[1] Dayrell afirma que assume, como postura metodológica e ética, a definição de sujeito social de Charlot como sujeito concreto – ser social, ser singular e sujeito ativo. Para informações complementares, consultar: CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artemed, 2000.
[2] Segundo Esteves e Abramovay (2007, p. 49), “no campo da ética, aqui traduzido como o conjunto de regras, maneiras de pensar ou princípios que orientam, ou tomam para si, a autoridade de orientar as ações de um determinado grupo social (SINGER, 1994).
[3] Globalmente, a pandemia e o fechamento das escolas trouxeram enormes desafios. Os principais estudos nacionais e internacionais sugerem quatro efeitos majoritários nas redes públicas de ensino: (I) perda de aprendizado; (I) aumento das desigualdades de aprendizado; (III) aumento do abandono escolar; e (IV) impactos negativos no bem-estar e na saúde mental. (KOSLINSKI; BARTHOLO, 2022).
[4] Observações das autoras do texto na condição de professoras da Educação Básica no Rio de Janeiro (RJ) e em Santa Catarina (SC).
[5] Conferir em: https://www.youtube.com/watch?v=HnALGk3ZK6g / https://twitter.com/marretaidd2/status/1448873199228293121 / https://www.meiahora.com.br/geral/2021/10/6257014-coreografia-de-festa-no-jacarezinho-viraliza-nas-redes-sociais.html / https://catracalivre.com.br/entretenimento/debutante-jacarezinho-redes-sociais/

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/10/16/video-de-danca-de-jovens-em-festa-de-15-anos-no-jacarezinho-viraliza.ghtml

[6] É possível verificar os dados estatísticos sobre mortes por intervenção de agente do estado do Rio de Janeiro e perfil das vítimas por meio do site do Instituto de Segurança Pública (ISP). Para informações complementares, consultar: http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/Letalidade. html. Acesso em: dez. 2021.
[7] Titulação nomeada de acordo com a Portaria nº 229 de 10 de dezembro de 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/54520504/do1-2018-12-11-portaria-n-229-de-10-de-dezembro-de-2018. Acesso em: dez. 2021.

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@cunhaporanga_oficial, 2021.

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@marretaidd2, 2021.
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