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LITERATURA E IDENTIDADE: SUBSÍDIOS LÉXICO-SEMÂNTICOS QUE ILUSTRAM A AMAZÔNIA NA OBRA VÁRZEA E TERRA FIRME
Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade
Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade
LITERATURA E IDENTIDADE: SUBSÍDIOS LÉXICO-SEMÂNTICOS QUE ILUSTRAM A AMAZÔNIA NA OBRA VÁRZEA E TERRA FIRME
Muiraquitã, vol. 11, no. 1, pp. 235-248, 2023
Universidade Federal do Acre
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Resumo: Neste artigo, analisamos o léxico ribeirinho presente na obra Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), de um escritor da Amazônia Central, na finalidade de contribuir com a preservação do patrimônio histórico da sociedade nortista, apresentando obra regional que retrata a raiz do povo de Parintins, município a extremo leste do Amazonas. Apesar da rara disponibilidade da obra de Saunier (1990) para a população local e estadual, assim como a inexistência de uma cultura de leitura em Parintins/AM — notamos que Saunier foi escritor de riquíssimo conteúdo por sua formação de historiador autodidata. Por isso, ponderamos o léxico ribeirinho utilizado pelo autor nas narrativas de seus contos, destacando a proeminência da literatura na prática leitora e escrita. A metodologia é de natureza qualitativa, com validade externa e viés interpretativo. Para análise e decodificação de dados utilizou-se a análise de conteúdo manual de Bardin (2009). Concluímos que existem variações significativas nas exterioridades semântico-lexicais da obra de Tonzinho, sobretudo a partir do significado de palavras que fazem parte do contexto amazônida.

Palavras-chave: Identidade cultural, Linguagem, Amazônida.

Abstract: In this article, we analyze the riverside lexicon present in the work Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), by a writer from the Central Amazon, in order to contribute to the preservation of the historical heritage of northern society, presenting a regional work that portrays the roots of the people of Parintins, municipality in the extreme east of the Amazon. Despite the rare availability of Saunier’s work (1990) for the local and state population, as well as the lack of a reading culture in Parintins/AM — we note that Saunier was a writer of extremely rich content due to his training as a self-taught historian. Therefore, we consider the riverside lexicon used by the author in the narratives of his short stories, highlighting the prominence of literature in reading and writing practice. The methodology is qualitative in nature, with external validity and interpretive bias. For data analysis and decoding, Bardin’s manual content analysis (2009) was used. We conclude that there are significant variations in the semantic-lexical exteriorities of Tonzinho’s work, especially from the meaning of words that are part of the Amazonian context.

Keywords: Cultural identity, Language, Amazonian.

Carátula del artículo

Artigos

LITERATURA E IDENTIDADE: SUBSÍDIOS LÉXICO-SEMÂNTICOS QUE ILUSTRAM A AMAZÔNIA NA OBRA VÁRZEA E TERRA FIRME

Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade
Universidade Federal do Amazonas/ Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia, Brazil
Muiraquitã, vol. 11, no. 1, pp. 235-248, 2023
Universidade Federal do Acre

Received: 02 January 2023

Accepted: 30 May 2023

INTRODUÇÃO

O estudo foi centrado na análise de exterioridades semântico-lexicais da obra Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), escrita por um poeta popular do município de Barreirinha, a extremo leste do Estado do Amazonas, em mesorregião denominada Baixo Amazonas, na Amazônia Central. O literário Antônio Pacífico Saunier, conhecido como Tonzinho Saunier, bem como a sua obra, foram de interesse da pesquisa porque concorreram para o processo de construção da identidade e da cultura da sociedade de Barreirinha, em particular, e do Baixo Amazonas em geral.

Saunier nasceu em Barreirinha, em 8 de julho de 1932, foi poeta de potencial imaginativo, historiador conceituado e antropólogo autodidata, dedicando a maior parte de sua vida a divulgar a cultura amazonense, morreu em Parintins, cidade vizinha a Barreirinha, dia 16 de maio de 1999. Tem mais de 300 publicações ― segundo o levantamento realizado junto aos familiares e demais pesquisas de registro ―, entre crônicas, contos e relatos de lendas, bem como resenhas e artigos em jornais das capitais amazonense e paraense (“Jornal A Crítica/AM” e “Jornal O Liberal/PA”), além de periódicos e boletins informativos diversos.

Quatro livros seus foram publicados: Parintins, Memória dos Acontecimentos Históricos (SAUNIER, 2003), Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), O Magnífico Folclore de Parintins (SAUNIER, 1989a) e Saudade da Saudade (SAUNIER, 1989b). A trajetória do autor forma-se a partir da literatura divulgada por ele por meio de periódicos. O livro Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) foi publicado em 1990, em Manaus, trazendo como conteúdo “causos” narrados por pessoas de origem ribeirinha, interiorana e/ou cabocla, partindo dos compilados dos escritos diversos publicados em jornais. Causos esses propagados de geração para geração, via costume comunitário de se sentar em roda e relatar histórias pelo conhecido caráter oral. Saunier (1990) fez rigorosa coleta e os agregou para, posteriormente, publicá-los periodicamente.

A referida obra (SAUNIER, 1990) se configura como fruto de uma análise da prática da oralidade, comum entre povos originários e tradicionais da Amazônia. O estudioso, assim, abordou no livro suas vivências e andanças pelo universo amazônico. Como premissa de análise, entendemos que o autor transcreveu os causos descritos dentro do âmbito do gênero textual “conto” e manteve o linguajar (dialeto) comunitário em forma original, valorizando a riqueza dos vocábulos e publicando importantíssima obra acerca da identidade e da cultura do Baixo Amazonas, cuja importância repousa no fomento ao patrimônio imaterial do próprio Estado amazonense.

Considerando o suposto, pareceu relevante tecer abordagem a respeito da literatura de Saunier enquanto prática de construção de narrativa de mundo. Uma literatura análoga a aspectos sociais e miméticos da linguagem amazônica e que contribuiu para a expansão de saberes inerentes à experiência do real no bioma. Saunier (1990) desenvolveu, na sua poética, a perspectiva de que a literatura é ferramenta de suma importância e indispensável ao entendimento da vida coletiva. Na literatura do autor amazonense, encontramos variações sobre comunicação, marcos históricos, modos de vida, histórias e construção social de originários da Amazônia Central.

A arte literária de Saunier (1990) mostra-se efetiva enquanto prática de leitura e escrita da oralidade, e mais ainda na proporção em que auxilia pessoas a vivenciarem e explicarem seus universos simbólicos e imaginários. Antunes (2014) pontua que essa literatura a qual nos referimos se faz relevante por conta de estratégias leitoras da realidade e, por meio dessas estratégias, constroem-se discursos que fomentam a prática cotidiana. Sem leitura (de mundo) não há possibilidade de escrita (de mundo), pois um discurso se constrói a partir de outro discurso (ALBUQUERQUE e CUNHA, 2019).

A estrutura de Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) se apresenta em duas partes reunidas em um único volume. Na parte inicial, “Várzea”, notamos um tipo de lugar alagadiço, em tempos de enchente, muito produtivo quando as chuvas cessam e o ambiente se torna fértil. Desse modo, “Várzea” é a parte do livro em que o autor narra episódios importantes que viu e ouviu “nos barcos, nos trapiches, nos bares, nas ruas e nas pescarias” (SAUNIER, 1990, p. 11). Na parte “Terra Firme” destaca-se um lugar onde a enchente não alcança, onde não inunda. Neste tomo, é narrada “uma ilha plantada no meio do Grande Arquipélago das Tupinambaranas. Na ilha está engastada, em uma ponta alta, como um capuchom, a cidade de Parintins” (SAUNIER, 1990, p. 11).

A partir do relatado, identificamos significados entremeados às categorias cultura e identidade, utilizadas como referência ponderada para o estudo. Para a abordagem sobre cultura e identidade foram considerados conceitos de Hall (1992, 2006), Bosi (1992), Bhabha (2013) e Silva (2014). Para referendar o léxico, a teoria de Cumpri (2012), principalmente, foi suposta.

Quanto aos aspectos metodológicos da pesquisa, optamos por uma abordagem pelo viés qualitativo e de validade externa. A análise e a decodificação dos dados centraram-se no método de Bardin (2009), com diagnóstico de teor manual, comparando-se com a obra Amazonês, de Sérgio Freire (2012). A pesquisa pretendeu sublinhar exterioridades lexicais e semânticas, além de averiguar o universo que constitui a referida obra de Saunier (1990). Foi meta alçar material com significados de palavras e expressões que compõem o contexto amazônida, e mais precisamente da cidade de Parintins e de microrregiões próximas.

IDENTIDADE E DIFERENÇA COMO INSTRUMENTOS CULTURAIS

Ao analisar aspectos léxico-semânticos na obra Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), com intuito de mostrar a importância da literatura para a leitura e a escrita efetiva no processo de construção da identidade dos coletivos do Baixo Amazonas, pensamos ser relevante o pressuposto da identidade como instrumento cultural, sobremaneira pelo fato de fazermos relação social da obra a partir de narrativas nela contidas. A suposição, inclusive, é que o autor procurava grafar nos contos suas próprias expressões acerca da cultura local, do Baixo Amazonas, inserindo marcas de oralidade da região. Esse ponto foi de interesse na análise.

Corroboramos com Hall (2006) quando afirma que identidades são arquitetadas dentro e não fora dos discursos, dado que carecemos aprendê-las como determinadas em locais históricos e institucionais característicos, na essência de concepções e técnicas discursivas específicas, com estratégias e iniciativas também específicas. Outrossim, se a identidade é construída por meio de discursos históricos, como identificamos na poética de Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), o discurso e a fidelidade lexical ante a perspectiva da realidade estão encadeadas de maneira saliente na literatura do autor popular.

Para a verificação, sublinhamos o processo de construção da identidade como princípio intrínseco da vivência, da ação expressa em discurso. Então, admitimos que o processo de construção da identidade dentro da obra se encontra tecido nos relatos dos seus contos, tendo em vista a valorização do contexto do ribeirinho regional e demais conjuntos étnicos adjacentes.

Aqui, ao optarmos pelo debate da questão dos Estudos Culturais, faz-se necessário explicitar o que entendemos como cultura. De maneira objetiva, cultura, conceitualmente, remete-nos a um conjunto de padrões de comportamentos, crenças, conhecimentos e costumes de determinado povo. Esse conjunto diferencia-se segundo sociedades ou povos, ou ainda conforme grupo social distinto. Assim, cultura pode ser “tudo aquilo que caracteriza [e distingue] uma população humana” (SANTOS, 1987, p. 11).

Concordando com Santos (ID., op. cit.), Cuche (1999) enfatiza a relação da sociedade com a cultura e aponta que tal relação sedimenta um “caráter distintivo da espécie humana, sendo a soma de saberes acumulados e transmitidos pela humanidade, uma totalidade ao longo da história” (p. 21). Disto, podemos entender que cultura é também a precipitação da expressão de vida social de um coletivo perante a si mesmo e perante aos outros, ou seja, em função de sua consciência e de acordo com o próximo.

A partir dessa orientação teórica tendem a ser manifestos conceitos subjacentes no âmbito dos Estudos Culturais (EC). São conceitos que embasam em que medida poderia existir traços que tornavam culturas semelhantes ou dessemelhantes, ou seja, análogas ou paralelas nas suas diversidades e multidirecionamentos. Conceitos relacionados ainda sobre a possibilidade da observação de culturas parecidas, caso estas sejam moldadas segundo muitas dimensões (a saber: política, econômica, social, de gênero etc.). Essa era uma questão a ser pensada diante do que os EC estavam buscando enquanto campo intelectual que visava fazer investigações voltadas para a idiossincrasia intercultural.

Os EC surgiram, assim, para romper barreiras e mostrar horizontes sobre reflexões ponderadas em razão de culturas modernas e pós-modernas (HALL, 2009), dado que importantes são i) as rupturas expressivas sobre fluxos de pensamento, ii) os retrabalhos sobre constelações articuladas e iii) os reagrupamentos de premissas e temas. Ademais, em se tratando de EC, a cultura é elemento importante para a compreensão da identidade porque se mantém em transformação devido a fatores e cenários de reconformação, tornando-se híbrida.

Hall (2009), apresentando a importância da construção da identidade, aponta que a necessidade de se reconhecer pessoas ou grupos segundo dimensões identitárias se dá “porque identidades são construídas dentro e não fora de discursos e nós precisamos compreendê-las como produzidas em locais históricos, no interior de formações e práticas discursivas explícitas” (ID., op. cit., p. 109).

Tomando por base a conjuntura, temos que a cultura amazônida é refletida na obra de Saunier (1990), sendo esta uma oportunidade de verificar elementos do léxico e da semântica presentes nesses escritos. Além do mais, pensar a viabilização da literatura enquanto ferramenta de prática de vida é dimensionar as amazonidades de modo amplo. Trata-se de um léxico-semântico que integra e contribui para a formação identitária e cultural do povo do Baixo Amazonas. Assim, identidade e cultura são compreendidas como dimensões históricas, mediadas por processos de valor intrínseco, imaterial e simbólico para o regionalismo. São complexidades mostradas por meio de crenças, atitudes, valores e ideologias que matizam a concepção da língua.

Para abordar conceitos de identidade e cultura partimos do preceito de que identidades são formadas a partir e na cultura em que estamos inseridos. No momento em que assumimos determinados conjuntos de práticas e pensamentos, reproduzimos especificidades de grupo, passando a considerar indivíduos proximais como “nosso grupo”. Então, vemo-nos como um dos membros junto a nossos vizinhos, aceitando-nos mesmo em parte e de modo inconsciente como pertencentes a um conjunto humano singular.

Hoje constituímos um mosaico identitário complexo, ou seja, somos formados por elementos constitutivos predominantes e com relação direta com o ambiente habitado. Dessa forma, Hall (2003, p. 49) expõe que “a formação de uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, o que generalizou uma única língua vernácula como meio dominante de comunicação em toda a nação [...]”. Seguindo o pensamento, afirmamos que na obra Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) podem ser apontados traços práticos das teorizações de Hall (2003) na medida em que não observamos o léxico e a semântica ribeirinhos como formas dominantes, mas como relevantes elementos de construção da identidade amazonense.

Hall (2003, p. 50) assinala que “uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto as nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos”. Na configuração, percebe-se que o glossário presente na obra de Saunier insinua a importante parte da construção da identidade por meio do discurso registrado no livro. Porquanto, é interessante afirmar que a cultura descrita pelo autor de Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) abrange ampla gama de realizações materiais e aspectos espirituais de um povo. Ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido pela humanidade amazônica referenciada pelo poeta no livro em análise e demais obras suas, seja no plano concreto ou no plano imaterial.

Nessa perspectiva, “identidades estão sujeitas a uma historicização radical, estando constantemente em processo de mudança e transformação” (HALL, 2006, p. 108). Interpretando a afirmação, cabe destacar que o conceito de identidade vem se modificando com as mudanças estruturais da sociedade, principalmente mediante o processo de globalização, que enaltece o afrouxamento de laços imaginários locais, que ligam cidadãos a determinados territórios e simbologias comunitárias ou regionais.

A partir da abordagem, temos que a identidade, mesmo sendo uma construção dada por meio de crenças e simbolismos relevantes em contato com o outro, tende a culminar em algo mutável na medida em que identidades são formadas por circunstâncias, sentimentos, histórias e experiências com outros. Bosi (1992, p.16) ressalta que a “[...] cultura é o conjunto das práticas, das técnicas, dos símbolos e dos valores que se devem transmitir às novas gerações para garantir a reprodução de um estado de coexistência social”.

Pela perspectiva, um valor cultural em determinada sociedade, pode ser questão de consciência social a entrelaçar-se com presente e futuro, segundo ações modificadoras pessoais e institucionais. Assim, no referido livro de Saunier, o processo de construção da identidade ribeirinha constitui-se por meio da narrativa abordada pelo autor. Um autor que subsidia sua construção teórica na medida em que compreende a ideia de identidade estabelecida pela diferença (SILVA, 2014). E assim a identidade necessita de marcação relativa, dado que por meio de sistemas simbólicos, excludentes ou não ante demais identidades, pode-se sublinhar uma identidade e se estabelecer diferenças.

A significação identitária cerca-se ainda de nuances em face de grupos identitários outros aos quais se liga. Nesse sentido, Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) sublinha rico conhecimento sobre o léxico e a semântica parintinenses e apresenta uma proposta de vocabulário para pensarmos a identidade regional. E ainda: há dois fatores, para Saunier, que compõem o cenário dos modos de falar amazonense: a i) influência nordestina e a ii) indígena. Diante dessa conjunção, Freire (2012) enfatiza que o português é uma língua hegemônica no Amazonas há 150 anos e por isso especificações do vocabulário ribeirinho em contato com outros povos contribuíram para o surgimento de um léxico específico, oriundo de vivências e características próprias da região (PINHEIRO, 2014).

Cumpri (2012) enfatiza que o léxico é uma maneira de registrar o conhecimento do universo e se caracteriza por ser um sistema aberto, a englobar o patrimônio vocabular de determinada comunidade linguística ao longo de sua história, constituindo-se enquanto tesouro cultural abstrato. Assim, o léxico vem a ser um conjunto de palavras que pertencem à determinada língua e quando essas palavras constituem um texto, oral ou escrito, passam a chamar-se “vocabulário”.

Entendemos que comunidades amazônicas tendem a se utilizar de vocabulários adaptados, tendo em vista seus domínios do léxico e suas modificações constantes e complexas da semântica, sendo novas palavras inseridas com frequência. E essa criação de novas palavras gera oscilações entre paradigmas relacionais de “certo” e “errado”, “bem” e “mal”, enredando e fomentando tabus linguísticos.

No contexto da língua como ciência que engloba o estudo de significados de palavras, temos que se trata de um ponto de reflexão que traz aplicações sobre determinado cenário social, responsável por modos individuais e aplicações simbólicas e usuais da fala. Porém, os campos do léxico e da semântica dizem respeito a um conjunto de construções em que uma mesma palavra pode ter significados diversos, e isso vem a depender da plausibilidade na qual foi inserida, bem como da influência que receberá de outras palavras.

Seguindo esse raciocínio, uma mesma palavra pode ter mais de um significado no mesmo texto e isso se mostrará mediante ela for empregada. No que concerne ao campo lexical, especificamente, palavras que pertencem à determinada área do conhecimento irão possuir significância isolada. Por exemplo, as palavras “personagem”, “palco”, “figurino”, “expressão” e “maquiagem” parecem pertencer ao campo constitutivo da área do teatro/circo e nele possuem alto significado. De igual maneira, o campo lexical de uma comunidade amazônica traz consigo sua própria riqueza cultural, ou seja, sua própria semântica, sendo o acervo do léxico repassado de geração a geração.

A partir da ideia de preservação lexical — se assim podemos inferir, para evitar que o léxico ribeirinho parintinense presente na obra Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) fique estagnado —, concluímos por hora que o trabalho de Saunier (ID., op. cit.) fomenta dados socioculturais e suscita, no limite, pontos lexicais importantes, assim como estruturas semânticas refinadas.

LÉXICO E SEMÂNTICA PRESENTES NOS CONTOS

Marcas identitárias da cultura ribeirinha foram preservadas a partir do momento em que Saunier, ao historiar seus contos, utilizou a linguagem nativa e introduziu expressões pertencentes ao conjunto de significados usados por essa população. O léxico presente nos contos foi visto conforme glossário da obra. Então essas duas dimensões foram comparadas com a obra de Freire (2012), Amazonês, para dar suporte e ter uma aplicação segundo a teoria referendada.

Em seus contos, o poeta Tonzinho narra episódios típicos interioranos relacionados com a realidade ribeirinha. Festas, crendices, tradições, costumes e mistérios do contexto de povos originários e tradicionais da Amazônia brasileira. São fatos cotidianos comparados e analisados. Por exemplo, no conto O Bananal são descritos utensílios dos quais caboclos “que se prezem” devem possuir, tais como “tarrafa, espingarda, canoa e terçado” (SAUNIER, 1990, p. 22).

Utensílios e ferramentas, diz o autor, “caboclos trabalhadores têm”. Coube assim, via análise do livro, identificar, selecionar e atribuir significados àquilo que Saunier aponta serem itens de incorporação própria e possível ao léxico-semântico ribeirinho. A construção é encontrada nos contos de Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990). O intuito é apontar palavras e expressões históricas, tendo em vista que a língua é fenômeno vivo e está em evolução. Nesse caráter, a própria língua, em suas nuances, tem de ser valorada enquanto ato de recuperação histórica e conjunto de expressões próprias de cada comunidade.

A língua é uma marca identitária, é um índice implicado mediante a valorização do patrimônio linguístico regional (FREIRE, 2012). Assim, representa um ato de resistência da literatura de Saunier (1990), por meio de Várzea e Terra Firme, trazer evidências e relevâncias sobre a fala cabocla nas entrelinhas do seu texto. Assumimos dessa maneira que, do léxico encontrado na obra, podemos destacar: acauã, alguidar, arreios, batê, bater o barro, caboca, cadilho, caiçuma, chegô, cuchichando, cuirão, cumo, cunhantain, cuntá, cuntô, danier, dengosa, dotôra, embiara, encante, enganá, esguelho, fazê, fio, fogosa, fugosa, gita, guariba, home, ilharga, escolheu, escondendo, iscruto, marupiara, mundé, nuite, num, passu, pauta, samaumeira, sapo, sinar, sirviço, temo, tiremo, tudas, tupé de arumã, vamo, vendê, vilhaco, vu e zolho.

Para cada uma dessas construções lexicais, supomos semântica não restritiva, haja vista que, como mencionado anteriormente, uma mesma palavra pode ter várias significações variando segundo a microrregião amazônica. Ao afirmarmos isso, almejamos salientar que até mesmo há a possibilidade de algumas delas estarem em desuso ou terem sido substituídas no presente por outras com similar carga semântica. Vejamos, assim, uma por uma em suas reentrâncias as palavras em destaque.

Acauã: pequeno gavião da família dos falconídeos. Na mitologia, é considerado portador de azar. O canto se assemelha a uma risada, dando, devido superstição, desequilíbrio nervoso na pessoa que ouve, principalmente se for mulher.

Alguidar: vasilha de barro usada no interior como bacia para lavar louça, peixe, guardar comida, bebida, inclusive armazenagem e fabricação do tucupi.

Arreios: materiais, instrumentos de pesca que o pescador carrega.

Batê: (bater) designação que os ribeirinhos dão para a relação sexual.

Bater o barro: deitar com a caboca no chão e em seguida ter relação sexual.

Caboca: mulher.

Cadilho: tigela que recebe a seiva da seringueira.

Caiçuma: sumo da mandioca, exposto ao sol para perder a toxidez. Como bebida, é misturada com farinha ou beiju.

Chegô: (Chegar) referente a “chegou”.

Cuchichando: cochichando, falando baixo.

Cuirão: caboclo engraçado, engenhoso, velhaco.

Cumo: como.

Cunhantain: (cunhantã) vocábulo Tupi que quer dizer menina. Existem variações: cunhampuca é moçoila, mulher que desabrocha; chunantaí é menina impúbere

Cuntá: (contar) referente a “contar”.

Cuntô: (contar) referente a “contou”.

Danier: referente a “Daniel”.

Dengosa: faceira.

Dotôra: referente à “doutora”.

Embiara: caça que se matou para comer, presa de caça, pesca ou guerra.

Encante: encantamento.

Enganá: (enganar) referente a “enganar”.

Esguelho: olhar por baixo e de lado, que identifica vontade de amor entre os caboclos.

Fazê: fazer.

Fio: (confiar) referente à ideia “confio”.

Fogosa: atraente, bonita, pessoa fogosa, carismática. Já no dicionário Houaiss significa aguardente de cana, cachaça. Percebe-se a distinção no significado, ou seja, assim como muitas palavras nós percebemos que o significado se cristalizou. No caso, é possível verificar como a mesma palavra ganhou novo significado e é marca forte no linguajar do parintinense.

Fugosa: variante de fogosa.

Gita(o): pequeno(a) na linguagem regional.

Guariba: espécie de macaco.

Home: homem.

Ilharga: ao lado.

Iscolheu: (escolher) referente a escolheu.

Iscondendo: (esconder) referente a escondendo.

Iscruto: escroto, malvado, chato. Quando falado de forma arrastada, a palavra tem sentido positivo.

Marupiara: senhor da sorte, pessoa afortunada para quem tudo dá certo, feliz no amor, na caça, na pesca.

Mundé: espécie de armadilha ou local onde o caçador ou pescador espera a presa para abatê-la.

Nuite: noite.

Num: não.

Passu: (passar) referente a passou.

Pauta: nome que o caboclo dá a pacto.

Samaumeira: árvore muito grande da várzea e uma das maiores da floresta da Amazônia.

Sapo: órgão sexual feminino.

Sinar: referente a sinal.

Sirviço: referente a serviço.

Temo: (ter) referente a temos.

Tiremo: (tirar) referente a tiramos.

Tudas: todas.

Tupé de Arumã: arbusto da família das marantáceas. A casaca das hastes fornece bom material para tecer paneiros, cestos, esteiras.

Vamo: (ir) referente a vamos.

Vendê: vender.

Vilhaco: velhaco, desconfiado.

Vu: vou.

Zolho: olho.

O LÉXICO NA CONSTRUÇÃO DE AMAZONIDADES: LITERATURA E ÊNFASE SOCIOCULTURAL

Partindo das sentenças ora destacadas, o contexto amazônico reflete boa parte da riqueza do território, sendo este não apenas ligado ao bioma, mas entranhado à diversidade linguística. É uma diversidade cheia de simbolismos e significações próprias às amazonidades, que contribui para compreender o processo de identidade cultural e realidades sociais.

O léxico na obra de Saunier (1990) demonstra a riqueza desse ambiente, que abriga diversos povos originários e tradicionais do território brasileiro. Partindo do destaque das palavras e suas variações linguísticas, infere-se que toda a lexicultura corrobora para a expansão da pluralidade da língua portuguesa falada na Amazônia, mostrando que ela é heterogênea, mutável e que significâncias variam de região para região.

Esses aspectos léxicos e semânticos são proeminentes para se compreender culturas, uma vez que a herança linguística é um dos grandes patrimônios que uma comunidade amazônica possui, e essas heranças são carregadas de simbolismos que constituem o universo dos grupos populacionais e colaboram para que sejam assumidas identidades culturais locais. A língua portuguesa não se centra a um padrão de fala, portanto, possuindo variante e relevância para se conhecer ambientes, uma vez que o léxico da língua é o que mais nitidamente reflete o ambiente físico e social dos falantes (SAPIR, 2015).

Mediante isso, Freire (2012) orienta que marcas linguísticas e derivações de populações da Amazônia destacadas pelo autor, como “o falar caboco/a roupagem”, são sinais que localizam a obra como pertencente a um subconjunto étnico de pessoa diversa, em virtude do seu dialeto próprio, construído a partir de sua territorialidade. Para Saunier (1990), o dialeto amazonense se aperfeiçoou das línguas de sociedades originárias e migrantes nordestinos e essas duas variáveis passaram, então, a configurar os indumentos do chamado linguajar amazônico.

Assim, percebemos que expressões utilizadas pelo autor regional, como arrodear, bucho, caga-raiva e disconforme, apresentam um desenho léxico-semântico litorâneo, enquanto expressões carapanã, mangarataia, empachado, jururu e pitiú distinguem-se de acordo com marcas indígenas muito fortes. A relação funcional, portanto, entre a escrita e a imagem mental é um elemento de constância e recorrência.

Assumimos, portanto, como um indicativo de conclusão para nossa investigação, que unidades lexicais com [r], no final de algumas expressões, tendem a ser heranças da migração litorânea brasileira na Amazônia, sentido leste-oeste, principalmente nos períodos do ciclo da borracha, configurando-se como variações de níveis linguísticos distintos em se tratando da presença fonética no bioma ― extremamente forte do nordestino.

Partindo dessa constatação concreta, é crível destacar que unidades lexicais caracterizadas por Saunier (1990), em sua obra Várzea e Terra Firme, têm como intuito mostrar a diversidade linguística e cultural com que populações revestem suas falas, uma vez que o dialeto próprio do amazonense é produto de uma mistura de crenças com atitudes e expressões entre populações originárias e migrantes. Houve uma imbricação lexical da fala amazônida entre povos nordestinos e sociedades que habitavam as terras baixas da América do Sul em eras pré-colombianas.

Conhecer a dimensão da Amazônia por meio do léxico que constitui a literatura de autores desses espaços é de suma importância no cenário atual. Entendemos essa característica enquanto relevante, apesar de subsumida no ensino da língua portuguesa entre escolares porque, no próprio contexto amazônico, esse ensino não é usual, ou seja, não engendrado por regionalismos. O léxico de ribeirinhos, de caboclos, rurais, indígenas e quilombolas, assim, passa despercebido e a prática nas escolas centra-se em uma gramática “padrão”, que exclui a diversidade linguística dos povos nativos de cada espaço.

Elementos semântico-lexicais explicam a Amazônia Brasileira, como se destaca na obra de Saunier (1990) e tal qual ponderamos neste paper. Câmara (2014) considera que a língua é uma reprodução da natureza cultural que os falantes constituem e, enquanto representantes desse universo, suas manifestações designam a difusão da linguagem entre os que habitam nesse mesmo ambiente cultural e estrutural. Tomando como relevante a afirmativa, entendemos que no universo sociocultural a língua é afeiçoada e moldada por combinação com a conceituação dos componentes de uma sociedade específica, uma vez que tradições, cosmologias, inventos e práticas que se relacionam ao campo lexical.

O léxico mal empreendido na sociedade, ao que compreendemos, no limite gera até particularidades que concorrem para o não comprometimento com processos sustentáveis de extração ou produção de itens florestais. Esse não comprometimento, por sua vez, tende a exacerbar o problema do volume produtivo em ambientes amazônicos, dada a maior dificuldade para o manejo de bens agriculturáveis, que depende no limite da boa troca de informações sobre produtividade e venda comercial e ainda para a cooperação. Ademais, há vieses xenofóbicos e de estereotipia em sociedades onde o léxico é regido por problemáticas de compreensão comum.

Desta feita, a abordagem em Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990) é de extrema importância para o desenvolvimento da habilidade comunicativa e léxico-semântica na medida em que, quanto mais enraizado outrem estiver na conjuntura do falante, mais facilidade terá para apreender, abranger situações e distintos contextos. O léxico abrange uma forma ampla, reflexiva e atual da perspectiva que norteia a linguagem. E por meio dos significados que suscita, abrem-se espaços para inferências sobre fatores sociais, econômicos e culturais.

Assim, a literatura, a nosso ver, promove duas práticas acentuadas: a leitora e a escrita, sendo que relações entre pensamento e ação, ou entre teoria e prática, são postas como dimensões de reflexão porque se relacionam diretamente a formas diárias de agir. E se discutimos ser a proeminência da literatura um pressuposto de contribuição ao exercício de cidadania e ao ato de exportar saberes relevantes, nesse momento envolvemo-nos ainda em compreensões sobre paradigmas, em contextualizações que apontam para uma situação controversa, que mostra a escrita baseada em um léxico não restritivo, marcado na literatura amazonense.

O reconhecimento identitário das amazonidades dá-se ao valorizar o léxico presente na obra de Saunier (1990) porque os sentidos gerados contribuem para entendermos quem somos, como somos e de onde vivemos, além de como falamos e quais expressões utilizamos, com inclusão de tipos de vestimentas e alimentação que nos compõem e supõem a nós como pertencentes a determinada região.

A figura do poeta e escritor amazonense possui vasto campo de conteúdo, incluindo-se descrições de hábito e costume. A pesquisa caminha para a ideia de que multiplicar o conhecimento de viés linguístico e discursivo, assim como a sua relação com a construção identitária e cultural, é um ato benéfico e se faz pertinente para ampliar horizontes da pesquisa multidisciplinar. Levantamos tais palavras, que fazem parte do léxico caboclo, da fala ribeirinha e do contexto no Baixo Amazonas, e entendemos que elas possuem significados históricos para a divulgação e propagação de premissas abrangentes e de vastas ambiências amazônicas.

De modo que, a partir do relato, pensamos ter contribuído na abertura de leques de conhecimento sobre dialeto e variação linguística no contexto da cultura de povos amazônicos. Ademais, notamos a importância em trabalhar e disseminar a literatura do Baixo Amazonas, tomando como exemplo a obra Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990). Nela, Saunier (ID., op. cit.) expõe importantes temas voltados à cultura e aspectos constituintes de amazonidades por meio de marcas socioculturais, a construir vieses de identidade de indivíduos e coletivos. E ainda: destacamos a protuberância da literatura enquanto prática de leitura e escrita. Tanto porque entendemos que a literatura está ligada a aspectos sociais e culturais de determinado contexto e destaca que a arte literária está intrinsecamente ligada a esses fatores, pois oportuniza diálogo e representatividade mimética da realidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Amazônia brasileira é um universo à parte. Possui riquezas tanto no bioma quanto em diversidades linguísticas, por abrigar diversas populações originárias e tradicionais, responsáveis pela gigantesca cultura e identidade que elucidam o território do norte. Então, tendemos a concluir que estar inseridos na sociocultura amazônica, em seus traços e processos identitários de formação, é uma condição de relevância para que se perscrutem transformações e variações linguísticas do bioma.

Notamos o valor de artifícios complexos da linguagem literária regional a partir da análise da língua e seus dialetos. Portanto, ao estudar Várzea e Terra Firme (SAUNIER, 1990), do extraordinário poeta amazônico, temos por certo existirem relevantes significâncias semânticas outras, de expressões e palavreados usadas no dia a dia de moradores do Médio e Baixo Amazonas. A socialização de saberes constituídos na obra do poeta e escritor Tonzinho Saunier foi fundamental para a contextualização de conceitos de identidade e cultura em face às questões da língua amazônica que levantamos. Por isso, parece ser relevante também que pessoas possam conhecer e divulgar processos de identificação cultural, agregando contribuições e reflexões para estudos futuros e de porte abrangente mediante a obra citada.

Supplementary material
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