Apresentação
Apresentação: artigos de fluxo contínuo
Presentation: continuous flow articles
Presentación: artículos de flujo continuo
Recepción: 30 Julio 2024
Aprobación: 30 Julio 2024
A publicação deste número da Revista Reflexão e Ação ocorre em um momento no qual iniciamos um processo de recuperação dos efeitos das graves inundações que atingiram o Rio Grande do Sul. Após termos sido interpelados pelo maior desastre climático da nossa história, este número produz certo alento ao nos permitir perceber que retomamos a regularidade daquilo que marca nossa vida cotidiana, seja no âmbito pessoal, seja no profissional.
Além dos desafios comuns previstos neste início de jornada no trabalho de edição da Reflexão e Ação, assumimos a revista em um semestre marcado pelo desafio de adaptação de nossas rotinas que, nos últimos meses, foram marcadas por esforços coletivos para o acolhimento e desenvolvimento de ações solidárias de amparo das comunidades atingidas pelas intempéries. Ficamos felizes, portanto, em poder apresentar esta edição após esse difícil período que assolou nosso Estado.
O número que apresentamos é constituído por artigos recebidos no fluxo contínuo da revista, cujas temáticas são bastante diversas, relevantes e atuais. Em Linguagem e interação como dimensões constitutivas do trabalho docente, Andreia Rezende Garcia-Reis, Andressa Barcellos Correia da Silva e Míriam Fernanda Costa argumentam a favor da linguagem e da interação como dimensões fundamentais do trabalho docente a partir de entrevistas com professores universitários e com professoras da educação básica. No artigo Percurso de institucionalização, objetivo e perfil institucional das escolas trabalhadores rurais no Paraná, Maria Josélia Zanlorenzi e Vera Lúcia Martiniak analisam a constituição e institucionalização das Escolas de Trabalhadores Rurais do Paraná e o perfil assistencialista que a instituição adquiriu.
Em O quarto de Alice: o enigma da infância e suas palavras mudas: Um regime estético na educação?, Vinicius Bertoncini Vicenzi pensa a relação entre o enigma da infância (Larrosa) e a palavra muda (Rancière), operando certo deslocamento do conceito ranciereano para analisar as contribuições que pode aportar à discussão sobre a infância e o seu papel na educação. O quarto artigo, intitulado E eu, não sou acadêmico? Condições de êxito escolar de um professor de origem popular, Lucas Costa de Santana e Marlécio Maknamara buscam compreender as condições de êxito escolar de um professor de origem periférica a partir da pesquisa autobiográfica e argumentam sobre a importância de compreender as condições de êxito escolar de indivíduos de origem popular.
Rodrigo Koch e Elisete Medianeira Tomazetti, em Juventudes líquidas em espaços educacionais ainda sólidos, contextualizam a condição e o comportamento das juventudes nas sociedades líquido-modernas e suas relações com a escola e a educação. Isabell Theresa Tavares Neri e Lúcia Isabel apresentam contribuições da intelectual brasileira Lélia Gonzalez para o pensamento educacional brasileiro em Pedagogias Amefricanas: as contribuições de Lélia Gonzalez para o pensamento educacional brasileiro. Patrícia Teixeira Moschen Lievore e Douglas Christian Ferrari de Melo traçam interessante panorama sobre o financiamento da educação especial no Brasil em Financiamento da educação especial: um panorama das políticas de financiamento no Brasil.
No oitavo artigo, intitulado Processo de monitoramento e avaliação dos planos municipais de educação na região metropolitana de Sorocaba, Petula Ramanauskas Santorum e Silva e Paulo Gomes Lima investigam as ações quanto às diretrizes para a avaliação e monitoramento do Plano Municipal de Educação do município de Piedade/SP, situado na região de metropolitana de Sorocaba/SP (RMS). Na sequência, Janaína Rodrigues de Freitas Machado Eduardo, Edméa Santos e Aristóteles Berino assinam Conversas sobre a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na escola, onde narram a produção de um mural cocriado no Padlet, a partir de conversas sobre a Lei Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência na escola. Em Percepções docentes a respeito da educação especial e educação inclusiva, Carla Marielly Rosa, Michel Michelon e Vanderlei Folmer analisam implicações históricas e políticas nos discursos e práticas docentes a respeito da Educação Especial e inclusiva. No penúltimo artigo, Análise de teses e dissertações sobre a seleção do conhecimento para alunos com TEA, Maria Gesikelle Firmino e Amélia Maria Araújo Mesquita buscam compreender as indicações das teses e dissertações disponibilizadas no portal de teses e dissertações da CAPES, no período 2008- 2022, em relação à seleção do conhecimento no processo de escolarização de alunos com TEA no ensino fundamental. Por fim, Lupi Scheer dos Santos e Elaine Corrêa Pereira, no artigo BNCC do ensino médio: um olhar dos professores de matemática, explicam como os professores de Matemática avaliam a relevância da sua participação e da instituição escolar no processo de elaboração da BNCC.
Encerrando este número, Roberto Rafael Dias da Silva nos oferece uma resenha da recente e instigante obra de Christian Laval e Francis Vergne, publicada no Brasil em 2023 sob o título Educação democrática: a revolução escolar iminente. Oriundos de diversos estados e regiões do país e abrangendo pesquisas desenvolvidas em 17 instituições distintas, os artigos que compõem esse número somam com a divulgação científica de temáticas relevantes e com a potencialidade da ampla diversidade regional das investigações aqui reunidas. Desejamos uma boa leitura a todos e todas!