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TRADUÇÃO DE POEMAS DE ADRIANA LISBOA PARA O CHINÊS: UMA BREVE REFLEXÃO
Cadernos de Tradução, vol. 43, núm. 3, Esp., pp. 388-397, 2023
Universidade Federal de Santa Catarina

Tradução e Criação


Recepção: 08 Novembro 2023

Aprovação: 28 Novembro 2023

Publicado: 01 Dezembro 2023

DOI: https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e97182

Adriana Lisboa é uma escritora brasileira nascida em 25 de abril de 1970. É autora de sete romances e também publicou poesia, contos, ensaios e livros infantis. As suas obras, originalmente escritos em português, foram traduzidas para mais de uma dúzia de idiomas e publicadas em importantes revistas literárias, demonstrando seu talento como escritora em diversos gêneros. Com um portfólio literário diversificado e a capacidade de cativar leitores de diferentes culturas e línguas, Adriana Lisboa é, sem dúvida, uma figura proeminente na literatura contemporânea brasileira. Seu trabalho continua a encantar e ressoar com um público global.

Aqui estão informações sobre alguns dos livros de poesia de Adriana Lisboa: O Vivo, publicado no Brasil em 2021 pela editora Relicário; Deriva, publicado no Brasil em 2019 pela editora Relicário; Equator (Poemas selecionados), publicado na Índia em 2019 pela editora Poetrywala; Pequena Música, publicado no Brasil em 2018 pela editora Iluminuras e Parte da Paisagem, publicado no Brasil em 2014 pela editora Iluminuras. Essas coleções de poesia oferecem uma visão do talento literário de Adriana Lisboa e abordam uma variedade de temas e estilos poéticos. A sua poesia reflete a sua habilidade em expressar emoções, pensamentos e observações de forma poética, e merece ser explorada por aqueles que apreciam a poesia contemporânea.

Selecionamos a coleção Parte da Paisagem (Lisboa, 2014) com projeto de tradução de português para chinês. Esta coleção é caracterizado por uma abordagem sensível e complexa. Seus poemas exploram a dualidade de experiências humanas, alternando entre momentos de recolhimento e exposição, concentração e dispersão. A poesia de Lisboa revela uma abertura inquieta que frequentemente culmina em um espanto diante do quase indizível, reconhecendo que as palavras são apenas resíduos daquilo que transcende a expressão. Aliás, os poemas dela são marcados por uma apreciação pela ambiguidade, explorando o conceito de “quase” em muitos aspetos da vida. O estilo de Lisboa explora o equilíbrio delicado entre corpo e alma, onde ambos estão à beira de cair, destacando a profundidade das experiências humanas.

Considerando a maestria na exploração de imagens vívidas e metáforas desta coleção, a tradução tem se esforçado em preservar o sentimento poético para capturar a complexidade da vida, do tempo e da memória, permitindo que os leitores chineses apreciem a profundidade e a beleza das palavras escolhidas por Adriana Lisboa. Na tradução de “peixe”, “túnel”, “nó”, “cartola” e outras imagens, a tradutora utiliza as mesmas imagens, porém reforçando a sua associação com as referências metafóricas posteriores que remetem a essas imagens, como “almas úmidas” para “peixe”, “vaga ideia de liberdade” para “túnel”, “arremate” para “nó”, “mágico” para “cartola”, a fim de recuperar as emoções e experiências abstratas que se projetam sobre esses objetos concretos do mundo físico (Badiou, 2004).

Por outro lado, os poemas intitulados “Papelaria União”, “Museu das Relações Desfeitas”, “Ermo” e “Blue Sunday” apresentam uma narrativa espaço-temporal passada em que se acontecem as memórias. A tradução desses poemas, em vez de ser apenas a transmissão de significado, trabalha mais a sua narrativa, aparentemente objetiva e afastada, por meio de “cadernos” (em “Papelaria União”), “fotos” (em “Museu das Relações Desfeitas”), “câmaras” (em “Blue Sunday”) ou “esse lugar” (em “Ermo”), numa tentativa de capturar os reais tons dos versos e revelar a sua estética poética na língua de chegada (Venuti, 2011; Sun, 2016). O processo de tradução envolve uma abordagem cuidadosa e sensível para preservar a essência poética da obra original de Adriana Lisboa ao traduzi-la para o chinês, buscando não apenas transmitir imagens, mas também preservar a atmosfera poética e as nuances específicas de cada poema, enriquecendo a experiência do leitor chinês ao explorar a obra de Adriana Lisboa.


ARTE DA PAISAGEM

Referências

Badiou, Alain. “Language, thought, poetry”. In: Brassier, Ray & Toscano, Alberto (Eds.). Theoretical Writings. Londres: Continuum. 2004. p. 233-241.

Lisboa, Adriana. Parte da paisagem. São Paulo: Iluminuras, 2014.

Sun, Jingyi. “Cultural Image Compensation in Poem Translation from the Perspective of Gestalt Theory”. Cross-Cultural Communication, 12(9), p. 19-22, 2016.

Venuti, Lawrence. “Introduction: Poetry and Translation”. Translation Studies, 4(2), p. 127-132, 2011. DOI: https://doi.org/10.1080/14781700.2011.560014

Autor notes

E-mail: hanlili@mpu.edu.mo



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